menos: que me
suporto cada vez melhor)»
Edoardo Sanguineti [Itália]
Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 116
コカインの時間を介しての旅です
Edoardo Sanguineti [Itália]
Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 108
Edoardo Sanguineti [Itália]
Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 107
Carnac
fragmentosDorianne Laux [EUA]
Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 99
Derek Walcott [Santa Lúcia]
Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 94
Charles Wright [EUA]
Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 77
Charles Bukowski [EUA]
Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 72
Charles Bukowski [EUA]
Charles Bukowski [EUA]
Nome
Gosto da fome
com que me come
E do desespero
com que me devora
E como no meu corpo
goza
do meu corpo
goza
com meu corpo
goza
Gosto da sua boca sôfrega
Perdida na minha
língua trôpega
Numa dança descompassada
Não diga que estou errada
que em sua direção
meu passo é curto
Se dou dois para trás
é porque já todos
meus sentidos consome
Vê:
meu surto
tem seu nome
Ao Sabor da Maré
sobe a maré
quase ilhada,
já sei:
nenhuma fuga seca
é possível
nenhum esboço de caminho
a cada passo
mais pesados
meus pés marcados
pelo afogamento temo,
mas sigo
Mato-me ou vivo?
Mar e Som
Do teu nome emergem
Mar e Som
Marulham nas águas
do meu corpo as ondas
da tua rebentação
Meus olhos mareados
encontram sempre a ressaca
dos teus transbordantes
– quando estamos em Alto-Mar
e tudo é infinito horizonte
de maresia e nossos ais
Teu nome
de Mar e Som
imerso imenso
em meu oceano de silêncio
e turbulências abissais
Renata de Castro
Mães do Fogo
Súbita e absoluta tarântula
Filha de Nix, vieste fiar a febre em minhas terras.
Tuas agulhas vociferam convulsão em minhas células
Tenho a guerra alinhavada nas artérias
Em meu sangue os céus são dantescos
As estrelas suspiram ciladas
E meu peito troveja coroado pelo nevoeiro.
Enquanto envolves meus alvéolos com teu veludo devorador
E penteias meus pulmões com tuas asfixiantes sedas
Tambores fumegam nas mãos das matriarcas
Com seus clamores luminosos
As mães do fogo esmurram a escuridão
A seiva invade a névoa, o tear estremece.
Flutuo entre safiras cilíndricas
Deliro entre seringas e unguentos
Ouço o rumor dos ventres, o crepitar das preces
Respiro com bravura para atravessar o precipício.
As tapeçarias estão ruindo, os turíbulos labutam
Faíscas fulminam o labirinto
A mortalha é lacerada.
Nefasta fiandeira
Ateamos flamas em tuas teias
Sou néctar, renasço nefelibata.
Hausto
Melros esfumaçam sinfonias
Átomos uivam envilecidos
Reviro-me, volatizo véus
Lambendo ervas para serenar o fel.
As ninfas sopram sete fôlegos
Nervuras esvoaçam trevas
Sou bailarina tatuada no ar
Em apoteose, levito.
Anna Apolinário
Carl Sandburg [EUA]
« MARTHA ...o George, que está algures lá fora no escuro...o George que é bom para mim e que eu trato mal; que me compreende e que eu rejeito; que consegue fazer-me rir, um riso que abafo na garganta; o George que me abraça de noite para me aquecer, e a quem eu mordo até fazer sangue; que continua a aprender os jogos que jogamos à mesma velocidade com que eu lhes mudo as regras; que sabe fazer-me feliz e eu não quero ser feliz, e sim, eu quero ser feliz. George e Martha: triste, triste, triste.
NICK (num eco, mas ainda não acreditando) Triste.
MARTHA ... a quem não perdoo ter desistido; a quem não perdoo ter-me visto e ter dito: sim, pode ser isto; que cometeu o hediondo, doloroso, o insultuoso erro de me amar, e que tem de ser castigado por isso. George e Martha: triste, triste, triste.
NICK (confundido) Triste.
MARTHA ...que tolera, o que é intolerável; que é bondoso, o que é cruel; que compreende, o que está para além da compreensão...»
Edward Albee. Quem tem medo de Virginia Woolf? Tradução de Ana Luísa Guimarães e Miguel Granja. Bicho do Mato, Lisboa, 2011., p. 176/177« GEORGE Julguei que pelo menos estavas ...lúcida. Não sabia. Eu...não sabia.
MARTHA (a raiva aumentando) Eu estou lúcida.
GEORGE (como se ela fosse um insecto) Não...não...estás...doente.»
Edward Albee. Quem tem medo de Virginia Woolf? Tradução de Ana Luísa Guimarães e Miguel Granja. Bicho do Mato, Lisboa, 2011., p. 67
« À cegueira do espírito, à serenidade do coração e à ruína do fígado. Goela abaixo, todos.»
MARTHA (para todos) Saúde, queridos. (Todos bebem) Tu tens uma veia poética, George...um estilo à Dylan Thomas que me deixa toda molhadinha.
GEORGE Rapariga ordinária! Com convidados aqui!»
Edward Albee. Quem tem medo de Virginia Woolf? Tradução de Ana Luísa Guimarães e Miguel Granja. Bicho do Mato, Lisboa, 2011., p. 28/9
« MARTHA Claro. « Sem misturas, não há tonturas.»
GEORGE Os gostos da Martha, em matéria de bebidas, decaíram muito...Simplificaram-se com o passar dos anos...cristalizaram. Quando eu andava a cortejar a Martha, bem, não sei se esta é exactamente a palavra certa - mas, enfim, quando andava a cortejar a Martha...
MARTHA (alegremente) Foder, queridinho!
GEORGE (regressando com as bebidas de Honey e de Nick) De qualquer forma, quando eu andava a cortejar a Martha, ela pedia sempre as coisas mais inacreditáveis ! Nem imaginam! íamos a um bar...um bar, normal, punha-se a magicar e saía-se com ...brandy Alexander, frappés de creme de cacau, gimlets, cocktails flambeados...bebidas com sete camadas de álcool.»