sexta-feira, 9 de abril de 2021
«(...) trata-se de um pensamento que se pensa, e não de um pensamento já pensado.»
No prefácio do livro Dimensões da Mudança, Eduardo Prado Coelho caracteriza o pensamento de Maria de Lourdes Pintasilgo como um «pensamento que se pensa»
"Going Down" - Freddie King
Going Down
I'm going, down, down, down
Down, down
Yes, I'm going down, yes
I'm going down, down, down
Down, down
Yes, I've got my feet in the window
Got my head on the ground
And close that box car door
Yes, let me down
And close that box car door
Well, I'm goin' back to Chattanooga
And sleep on sister Irene's door
I'm going down
I'm going, down, down, down
Down, down
I got my head on the ground
Texto autobiográfico de Maria de Lourdes Pintasilgo que se inclui na coletânea intitulada Confidências de mulheres: anos 50-60, ao afirmar:
Foi também nos anos 50 que despertou e cresceu em mim aquilo que viria a tornar-se convicção profunda sobre o papel das mulheres na sociedade. (…) Através da Acção Social Universitária e, mais tarde, no meio fabril, percebi que as mulheres viviam não só sexualmente discriminadas pelos homens mas dominadas por eles, em formas que violavam toda a dignidade da pessoa humana.
«Um conceito é uma palavra que significa, e o seu significado é tomado no contexto das outras palavras, às quais ele se refere, e mais, que permitam defini-lo pela relação com elas». (PAYOT, Roger (1999) “Fin de la métaphysique et la mort de Dieu”, in Renée Bouveresse (dir): La Métaphysique, Paris, Éditions Ellipses Marketing, pp. 129-144, p. 133).
quarta-feira, 7 de abril de 2021
A morte chega cedo,
A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E a tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).
- 175.
terça-feira, 6 de abril de 2021
segunda-feira, 5 de abril de 2021
A DOENÇA DO BEM | ||
(Manel Cruz/ Hélder Gonçalves)
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domingo, 4 de abril de 2021
«As vulnerabilidades são multiescalares e é possível identificá-las nos planos macroeconómico,estatal, territorial, local, metropolitano, no cuidado que se dispensa às pessoas, nas relações laborais e no plano sindical, na progressiva transformação de custos privados em custos sociais, nas relações intergeracionais ou nos territórios físicos, sob a forma de riscos.
Sendo as vulnerabilidades multiescalares, as alternativas também o são. No plano macroeconómico há um novo equilíbrio a encontrar para lá das regras da chamada “governação económica” europeia e dos limites que ela implica nos planos monetário, orçamental e das políticas públicas. Trata-se de reconstituir formas de ação pública que fortaleçam a sociedade, superando desequilíbrios e qualificando-a.
Internamente, para além de tratar de áreas de risco, o país precisa de políticas públicas que restituam capacidade aos seus territórios, assegurando também que a capital e a sua área metropolitana se tornem mais coesas e capacitadas do ponto de vista económico e social, substituindo um modelo de crescimento escassamente qualificado e que tem esgotado demograficamente o resto do país. As políticas sociais, o valor a dar ao trabalho e ao bem- -estar precisam também de retomar a centralidade que perderam.»
José Reis in Vulnerabilidades. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
«No princípio, a palavra coincidia com a coisa, e dizia, com acribia e limpidez, aquilo que é. Mais tarde, a palavra passou a linguajar, de longe, mera informação. Só na poesia digna desse nome continua a palavra a perguntar pelo seu próprio rigor. Se não interromper, se não interrogar, se não resistir, se não desassossegar – a poesia não cumpre o seu papel de principal interpeladora.»
Maria Irene Ramalho in Poesia. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
«(...)os trabalhos do cuidado são responsabilidade de todas e todos e não são uma segunda natureza das mulheres;»
Teresa Cunha in Economias do Cuidado com a Vida. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
''socialização prudencial''
Rui Gomes in Corpo e Riscos. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
''autoritarismo sanitário''
Rui Gomes in Corpo e Riscos. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
A linguagem da saúde cultural
«A linguagem da saúde cultural, com consistência e abertura a grupos e lugares alternativos de criação;»
Carlos Fortuna in Cidades.Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
«Nenhum autor é tão preciso como Karl Polanyi na datação da origem do capitalismo moderno – 1834, a data em que o Parlamento do Reino Unido aprovou a Emenda à Lei dos Pobres. Para Polanyi este momento assinala a instituição do mercado de trabalho ‘livre’ de que o capitalismo na sua forma industrialista tanto carecia. Com efeito esse ato legislativo pôs termo ao antigo regime de mitigação da pobreza substituindo-o por um outro, de estrita condicionalidade, que sujeitava os requerentes de apoio a internamento em casas de trabalho intencionalmente degradadas e degradantes tanto quanto o necessário para os obrigar a procurar e aceitar ‘livremente’ trabalhar fora delas por um qualquer salário.»
José Castro Caldas. Capitalismo. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
Adriana Bebiano in ACADEMIA E ÉTICA DO CUIDADO.Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
«Predomina um discurso moral da valorização do desempenho quantificado por métricas sem sentido, que produz uma cultura da culpa pelo tempo não ocupado de forma “útil” e “produtiva”.»
Adriana Bebiano in ACADEMIA E ÉTICA DO CUIDADO.Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020
sábado, 3 de abril de 2021
''A plasticidade da soft law''
Santos, Boaventura de Sousa (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. Disponível em https://doi.org/10.4000/rccs.753.
''A humanidade moderna não se concebe sem uma sub-humanidade moderna.''
Santos, Boaventura de Sousa (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. Disponível em https://doi.org/10.4000/rccs.753.
cooptação
admissão de um novo membro (numa instituição, grupo, etc.) com dispensa das formalidades da praxe; agregação
agnotologia
área de estudo multidisciplinar que se dedica à análise de fenómenos de desinformação cultural e socialmente induzidos, com vista à deliberada promoção da ignorância ou da incerteza na opinião pública acerca de determinado tópico, nomeadamente através da difusão de informação errónea ou não verificada, da publicação de dados descontextualizados, etc.
eussocialidade
nome feminino
ZOOLOGIA nível complexo de organização social animal, observável sobretudo em insetos (formigas, abelhas, etc.), caracterizado pelo cuidado cooperativo na criação da prole e pela divisão de funções entre indivíduos reprodutores e indivíduos não reprodutores
disputa epistemológica moderna entre as formas científicas e não-científicas de verdade
sexta-feira, 2 de abril de 2021
quinta-feira, 1 de abril de 2021
segunda-feira, 29 de março de 2021
MULHER
A mulher não é só casa
mulher-loiça, mulher-cama
ela é também mulher-asa,
mulher-força, mulher-chama
E é preciso dizer
dessa antiga condição
a mulher soube trazer
a cabeça e o coração
Trouxe a fábrica ao seu lar
e ordenado à cozinha
e impôs a trabalhar
a razão que sempre tinha
Trabalho não só de parto
mas também de construção
para um filho crescer farto
para um filho crescer são
A posse vai-se acabar
no tempo da liberdade
o que importa é saber estar
juntos em pé de igualdade
Desde que as coisas se tornem
naquilo que a gente quer
é igual dizer meu homem
ou dizer minha mulher
ARY DOS SANTOS
quinta-feira, 25 de março de 2021
quarta-feira, 24 de março de 2021
Now I don't
Now I don't
Now I don't
The type of life that I've lived (Life that I've lived)
How many things I pray the Father will forgive?
One situation (One situation)
Involved a young man (Involved a young man)
He was the ocean
And I was the sand
Like a thief in the night
Dulled my senses
And blurried my sight
And I used to love him
But now I don't
(Now I don't)
I used to love him
But now I don't
(Now I don't)
Sacrificed too much
And waited in vain
Gave up my power (Gave up my power)
Ceased being queen
Like the drug of (Tell 'em), drug of a fiend
See, torn and confused, wasted and used
Reached the crossroad which path would I choose
Stuck and frustrated I waited, debated
For something to happen that just wasn't fated
When momma said no then I just should have heeded
Misled I bled 'til the poison was gone
And out of the darkness arrived the sweet dawn
But now I don't
(Now I don't)
I used to love him
But now I don't
(Now I don't)
(Now I don't)
And showed me that life
Was much more than being
Some foolish man's wife
Showed me that love
Was respect and devotion
And deeper than any ocean
See my soul was weary (My soul was weary)
But now it's replenished (But now it's replenished)
Content because that part
Of my life is finished
Is one of a man who's lost treasures untold
But my heart is gold see I took back my soul
And totally let my creator control
The life which was his (The life which was his)
The life which was his (The life which was his)
To begin with
See I used to love him
Now I don't
Now I don't
I used to love him (But now I don't)
Now I don't
I used to love him (But now I don't)
Now I don't
Now I don't (But now I don't)
I used to love him
Now I don't (Now I don't, don't, don't)
Now I don't (Don't, don't, don't)
I used to love him
But now I don't (But now I don't)
I used to love him
But now I don't
See, I used to love him
segunda-feira, 22 de março de 2021
domingo, 21 de março de 2021
Forgive Them Father
Forgive us our trespasses
Although them again we will never never never trust
Big out to yi while I'm stickin' like glue
Fling skin grin while them plotting for you, true!
(Me nah tellin' them no more)
Forgive them father for they know not what they do
(Be real, them not a clue!)
Beware the false motives of others
Be careful of those who pretend to be brothers
And you never suppose it's those who are closest to you
To you
They say all the right things, to gain their position
Then use your kindness as their ammunition
To shoot you down in the name of ambition, they do
Oh
Forgive them father for they know not what they do
Forgive them father for they know not what they do
Feed a man 'til he full and he still want beef
Give me grief, try to tief off my piece
Why for you to increase, I must decrease?
If I treat you kindly, does it mean that I'm weak?
You hear me speak and think I won't take it to the streets
I know enough cats that don't turn the other cheek
But I try to keep it civilized like Menelik
And other African czars, observing stars with war scars
Get yours in this capitalistic system
So many caught or got bought you can't list them
How you gonna idolize the missing?
To survive is to stay alive in the face of opposition
Even when they comin', gunnin' I stand position
L's known the mission since conception
Let's free the people from deception
If you looking for the answers then you gotta ask the questions
And when I let go, my voice echoes through the ghetto
Sick of men trying to pull strings like Geppetto
Why black people always be the ones to settle?
March through these streets like Soweto, uh
Jesus and Judas, backstabbers do this
Forgive them father for they know not what they do
Forgive them father for they know not what they do
It took me a little while to discover
Wolves in sheep coats who pretend to be lovers
Men who lack conscience will even lie to themselves
To themselves
A friend once said, and I found to be true
That everyday people, they lie to God too
So what makes you think, that they won't lie to you?
Forgive them father for they know not what they do
(Forgive dem, forgive dem)
Forgive them father for they know not what they do
(Forgive dem, forgive dem)
Trample pon yuh heart and lef yuh fi dead
Dem a-yuh friend who yuh depen pon from way back when
But if you, gi dem yuh back dem yuh mus meet yuh end
Dem not know what dem do do
Dem not know what dem do do
Dem not know, dem not know, dem not know, dem not know
Dem not know what dem do do
(Forgive them father, forgive them father)
'' 2º Desespero quanto ao Eterno ou de Si-Próprio.''
Kierkegaard. O Desespero A Doença Mental. Tradução de Ana Keil. RÉS- Editora, Porto, s/d, p. 70
'' à força de esquecer, cicatrizar o mal''
Kierkegaard. O Desespero A Doença Mental. Tradução de Ana Keil. RÉS- Editora, Porto, s/d, p. 69
''sob esta lengalenga de bons conselhos e de atinados provérbios''
Kierkegaard. O Desespero A Doença Mental. Tradução de Ana Keil. RÉS- Editora, Porto, s/d, p. 65
sábado, 20 de março de 2021
sexta-feira, 19 de março de 2021
« Os sacerdotes queimaram-lhes os cabelos para lhes atormentarem as almas; partiram-nos em bocados e penduraram-nos nos açougues. Alguns chegavam a dar-lhes dentadas e à noite, para acabarem com eles, acenderam fogueiras nas ruas e nas praças.»
Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 39
« À roda dos rins e nos joelhos tinha grandes pastas de barro amassado com palha e trapos de linho muito sujos. A pele mole e terrosa pendia-lhe dos membros descarnados, como farrapos em ramos secos; as mãos tremiam-lhe continuamente, e caminhava abordoando-se a um pequeno tronco de oliveira.»
Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 39quinta-feira, 18 de março de 2021
''navios baleeiros''
John Steinbeck. O Inverno do Nosso Descontentamento. Tradução de João Belchior Viegas. Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1962., p. 51
terça-feira, 16 de março de 2021
segunda-feira, 15 de março de 2021
Lauryn Hill - Ex-Factor
Yo, y-yo, yo, y-yo
Yo, uh, yo, y-yo, yo, y-yo
But you'd rather make it hard (huh, uh)
Loving you is like a battle (it's like a battle)
And we both end up with scars
To get some reciprocity
See, no one loves you more than me (more than me)
And no one ever will (no one ever will, yeah)
That forces you to act this way? (to act this way)
Forces you to scream my name
Then pretend that you can't stay (yeah)
To get some reciprocity
See, no one loves you more than me
And no one ever will
You always seem to let me know
It ain't working (it ain't working, no), it ain't working
And when I try to walk away
You'd hurt yourself to make me stay
This is crazy, this is crazy (oh, this is crazy, uh-huh)
How can I explain myself? (I don't understand why)
As painful as this thing has been
I just can't be with no one else
You let go (you let go), and I'll let go too (and I'll let go)
'Cause no one's hurt me more than you
And no one ever will
You always seem to let me know
It ain't working (it ain't working), it ain't working (it ain't working)
And when I try to walk away
You'd hurt yourself to make me stay
This is crazy (this is crazy), this is crazy (this is crazy)
I know you care for me
(There) There for me, there for me
Said you'd be there for me
(Cry) Cry for me, cry for me
You said you'd die for me
(Give) Give to me, give to me
Why won't you live for me?
(Care) Care for me, care for me
You said you'd care for me
(There) There for me, there for me
Said you'd be there for me
(Cry) Cry for me, cry for me
You said you'd die for me
(Give) Give to me, give to me
Why won't you live for me?
(Cry) Take it down now
(Give) Take it down now
(Care) Take it down now
(There) Take it down now
(Cry) Take it down, take it down for now
(Give)
''limpava os lábios a uma toalha escarlate''
Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 37