domingo, 4 de novembro de 2012

''lagartos lustrosos''

Törless sonhava mais que pensava.

Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 103

Vira imagens que não eram imagens

«Sempre existira alguma coisa de que os seus pensamentos não conseguiam dar conta. Algo simples e estranho. Vira imagens que não eram imagens.»
 
 
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 102
«As coisas cruéis que acontecem servem unicamente  para matar os desejos miseráveis que se dirigem para fora, e que, seja vaidade, fome, alegria ou piedade, apenas nos afastam do fogo que cada pessoa é capaz de acender dentro de si.»
 
 
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 99/100

 
«Num ser humano, ela coloca essa dureza na personalidade, na consciência, na responsabilidade que ele sente por ser parte da alma universal. Se uma pessoa perde essa noção, perde-se a si mesma. E quando um ser humano se perdeu a si mesmo, renunciou a si, perdeu também aquela coisa especial, singular, para qual a Natureza o criou como ser humano. E em nenhum outro caso como neste poderíamos estar tão seguros de que estamos a lidar com algo inútil, com uma forma vazia, algo há muito abandonado pela alma universal.»
 
 
 
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 93


(...)

«Para que são essas lágrimas? Porque cobres o rosto com as mãos! Fiz-te sofrer, minha idolatrada? Pois esquece o que te disse que conformar-me-ei com o presente.»


Tagore. CHITRA. Poema Lyrico. Editorial Paulista S. Paulo., p. 81

contumaz

contumaz
 
adjetivo de 2 géneros
1. que revela contumácia; teimoso; obstinado; pertinaz
2. DIREITO diz-se da pessoa que, intencionalmente, se recusa a comparecer perante o juiz que a citou; revel
 
(Do latim contumāce-, «idem»)

sábado, 3 de novembro de 2012


«Todo o meu ser será teu, se me disseres, o que e a quem buscas.»


Tagore. CHITRA. Poema Lyrico. Editorial Paulista S. Paulo., p. 31

paulatinamente

 
pouco a pouco; lentamente

MADANA

«Não necessitas instrução, formosa beldade! Os olhos cumprem seu dever sem serem amestrados (...)»



Tagore. CHITRA. Poema Lyrico. Editorial Paulista S. Paulo., p. 17


CHITRA

«(...) Nada sei dos artifícios femininos que conquistam corações. Meus braços têm forças para curvar o arco, porém ignoro a artimanha de Cupido e a arte dos olhos.»



Tagore. CHITRA. Poema Lyrico. Editorial Paulista S. Paulo., p. 17

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012


(...)

«Já vos disse que me deixeis,
neste campo,
chorando.»



Frederico García Lorca. Antologia Poética. Selecção de Eugénio de Andrade com um estudo de Andrée Crabbé Rocha e um poema de Miguel Torga. Coimbra Editora, 1946., p. 73
(...)

«eu
vejo o punhal
no coração.»



Frederico García Lorca. Antologia Poética. Selecção de Eugénio de Andrade com um estudo de Andrée Crabbé Rocha e um poema de Miguel Torga. Coimbra Editora, 1946., p. 71
«Chora por coisas
longínquas.
Areia quente do Sul
que pede camélias brancas.
Chora a flecha sem alvo,
a tarde sem manhã,
e o primeiro pássaro morto
sobre os ramos.
Oh, guitarra!
Coração despedaçado
por cinco espadas.»




Frederico García Lorca. Antologia Poética. Selecção de Eugénio de Andrade com um estudo de Andrée Crabbé Rocha e um poema de Miguel Torga. Coimbra Editora, 1946., p. 67

(...)

«Chora Rosa, a dos Cambórios,
sentada na sua porta
com seus dois seios cortados
e postos numa bandeja.
Outras raparigas correm
perseguidas pelas tranças,
enquanto no ar rebentam
rosas de pólvora negra.»



Frederico García Lorca. Antologia Poética. Selecção de Eugénio de Andrade com um estudo de Andrée Crabbé Rocha e um poema de Miguel Torga. Coimbra Editora, 1946., p. 61

''colares de amêndoas''

«Porém eu já não sou eu,
nem minha é já minha casa.»



Frederico García Lorca. Antologia Poética. Selecção de Eugénio de Andrade com um estudo de Andrée Crabbé Rocha e um poema de Miguel Torga. Coimbra Editora, 1946., p. 43
(...)

«Ela fica na varanda,
a carne e o cabelo verdes,
sonhando com o mar salgado.»


Frederico García Lorca. Antologia Poética. Selecção de Eugénio de Andrade com um estudo de Andrée Crabbé Rocha e um poema de Miguel Torga. Coimbra Editora, 1946., p. 43

Prelúdio


Partem as alamedas
mas deixam o reflexo.

Partem as alamedas
mas deixam-nos o vento.

Porém, deixam ecos
flutuando à flor dos rios.

Um mundo de pirilampos
invadiu minha lembrança.

E um coração pequeno
vai-me nascendo nos dedos.



Frederico García Lorca. Antologia Poética. Selecção de Eugénio de Andrade com um estudo de Andrée Crabbé Rocha e um poema de Miguel Torga. Coimbra Editora, 1946., p. 37

domingo, 21 de outubro de 2012


Separando os poetas «em pessoas que fazem a sua poesia andando pelos caminhos» e «pessoas que fazem a sua poesia sentados à sua mesa»

Andrée Crabbé Rocha




Frederico García Lorca. Antologia Poética. Selecção de Eugénio de Andrade com um estudo de Andrée Crabbé Rocha e um poema de Miguel Torga. Coimbra Editora, 1946., p. 19

sortilégio


maquinismo

 
«Fui sempre ridículo, mas nem sempre me senti ridículo.»
 
 
Raúl Brandão. O Doido e a Morte. Edição de A «Renascença Portuguesa», Porto, 1923., p. 157
«De resto o que é a loucura e o que é o juízo? Simples pontos de vista e mais nada. O doido pode seguir à vontade o seu sonho, sem que ninguém se meta com ele. Tem quem lhe dê de comer, de vestir e calçar nos manicómios.»
 
 
Raúl Brandão. O Doido e a Morte. Edição de A «Renascença Portuguesa», Porto, 1923., p. 153
«O doido diz tudo quanto lhe passa pela cabeça. (E continuando a falar impertubável faz-lhe sinal que volte para trás e aproxima o dedo da campainha.) Ninguém estranha.
    O doido pode andar de chinelos de ourelo pelo Chiado. Quem tem juízo vive constrangido e está sujeito a mil complicações.»
 
 
 
 
«Raúl Brandão. O Doido e a Morte. Edição de A «Renascença Portuguesa», Porto, 1923., p. 152/3

pieguices

«Aqui jaz um homem de génio que não teve tempo de se revelar.»
 
 
Raúl Brandão. O Doido e a Morte. Edição de A «Renascença Portuguesa», Porto, 1923., p. 149

«Saiba morrer quem viver não soube.»

Raúl Brandão. O Doido e a Morte. Edição de A «Renascença Portuguesa», Porto, 1923., p. 147

terça-feira, 16 de outubro de 2012


parvoiçadas


«...Que distância há entre o homem e o homem? entre o homem correcto, o homem de todos os dias e o homem capaz de cometer um crime?...»


Raúl Brandão. O Rei Imaginário. Monólogo..Edição de A «Renascença Portuguesa», Porto, 1923., p. 125

«É estranho o que se passa na alma em certos momentos. Estranho e horrível. Uma coisa imunda começa a falar, a pregar, a obrigar-nos a fazer aquilo a que não nos supúnhamos destinados...Julgar? mas julgar o quê?...O homem que tu és? ou o homem que está por detrás de ti? Julgar-te! julgar uma alma! Uma alma!...Foi talvez por isso que Aquele que sabemos disse um dia: - Não julgarás! (...)»


Raúl Brandão. O Rei Imaginário. Monólogo..Edição de A «Renascença Portuguesa», Porto, 1923., p. 124/5

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

«Cada noite significava-lhe um nada, uma sepultura, uma extinção. Ele ainda não tinha aprendido a morrer ao fim de cada dia sem se preocupar.»
 
 
 
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 55
««(...), sem poder explicar a ninguém o que já sabia ser, e ansiar por alguém que o compreendesse...Isso é amor! Mas para senti-lo é preciso ser jovem e solitário.»
 
 
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 55

sorriso pérfido

A paixão é apenas um refúgio, no qual estar com o outro significa solidão duplicada

 
«Se Bozena fosse bela e pura, e se nessa época ele fosse capaz de amar, talvez a mordesse toda, exasperado até à dor o seu prazer sexual e o dela. Pois a primeira paixão adolescente não é de amor por uma pessoa, mas sim de ódio a todas as pessoas. Sentir-se incompreendido e não compreender o mundo não é o efeito de uma primeira paixão, mas a sua causa. A paixão é apenas um refúgio, no qual estar com o outro significa solidão duplicada.»
 
 
 
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 48

domingo, 14 de outubro de 2012

fome interior

«À noite, sabemos que vivemos mais um dia, que aprendemos isto e aquilo, cumprimos o horário, mas permanecemos vazios, quero dizer, vazios por dentro, e continuamos com uma fome interior...»
 
 
 
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 35

alardear

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