«Cada noite significava-lhe um nada, uma sepultura, uma extinção. Ele ainda não tinha aprendido a morrer ao fim de cada dia sem se preocupar.»
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 55
««(...), sem poder explicar a ninguém o que já sabia ser, e ansiar por alguém que o compreendesse...Isso é amor! Mas para senti-lo é preciso ser jovem e solitário.»
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 55
«Se Bozena fosse bela e pura, e se nessa época ele fosse capaz de amar, talvez a mordesse toda, exasperado até à dor o seu prazer sexual e o dela. Pois a primeira paixão adolescente não é de amor por uma pessoa, mas sim de ódio a todas as pessoas. Sentir-se incompreendido e não compreender o mundo não é o efeito de uma primeira paixão, mas a sua causa. A paixão é apenas um refúgio, no qual estar com o outro significa solidão duplicada.»
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 48
«À noite, sabemos que vivemos mais um dia, que aprendemos isto e aquilo, cumprimos o horário, mas permanecemos vazios, quero dizer, vazios por dentro, e continuamos com uma fome interior...»
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 35
«Há sempre um momento em que já não sabemos mais se estamos a mentir, ou se o que inventamos é mais verdadeiro do que nós próprios. Bom, não quero dizer, textualmente. Nós sempre sabemos que estamos a mentir; apesar disso, a coisa de repente parece tão plausível, que, de certa forma, nós parecemos enredados nos nossos próprios pensamentos.»
Robert Musil. O Jovem Törless. Edição «Livros do Brasil» Lisboa, 1987., p. 34