domingo, 30 de julho de 2017
«Demos assim à língua até ao escurecer - »
Vladimir Mayakovsky. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 35
Etiquetas:
verso solto,
Vladimir Mayakovsky
LILI*
Em vez de uma carta.
(Lílitchka! Vmésto pis'má)
O ar roído de fumo.
O quarto -
capítulo do inferno de Kruchonykh**
Recordo -
atrás desta janela,
frenético,
pela primeira vez acariciei as tuas mãos.
Hoje estás aqui sentada,
o coração blindado.
Mais um dia
e expulsas-me,
talvez me insultes.
Na antecâmara turva, longo tempo não sobre,
quebrado por tremuras, o braço na manga.
Fugirei,
lanço o meu corpo à rua.
Selvagem,
enlouqueço,
despedaçado pelo desespero.
Não é preciso isso,
minha querida,
minha querida,
vem-me dizer agora adeus.
De todas as maneiras,
o meu amor -
um peso na verdade -
estará sempre contigo
para onde quer que vás.
No último grito, deixa
a queixa amarga das ofensas.
Se um boi está exausto do trabalho -
irá chafurdar na água fria.
Além do teu amor
não há mar
para mim,
mas no teu amor as lágrimas não descansam.
O elefante cansado procura a calma -
deita-se, majestoso, na areia ardente.
Além do teu amor
não há sol para mim,
e não sei onde estás agora nem com quem.
Se fosse poeta aquele que assim torturas,
ele
a amada por oiro e por glória trocaria,
mas para mim
nem um só sino é alegre,
além do que soa no teu nome amado.
E no vazio não me lançarei,
e não tomarei veneno,
e não quero encostar o revólver à testa.
Sobre mim,
além do teu olhar,
não tem poder a lâmina de nenhum punhal.
Amanhã terás esquecido,
que te coroei,
que a alma em flor o amor queimou,
e que o vento dos dias vãos de carnaval
despenteará as páginas dos meus livros...
Das minhas palavras as folhas secas
saberão parar
a alma ansiosa?
Deixa ao menos
que a minha última ternura cubra
os teus passos que se vão.
Vladimir Mayakovsky. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 28-30
* Lília Brik
(Lílitchka! Vmésto pis'má)
O ar roído de fumo.
O quarto -
capítulo do inferno de Kruchonykh**
Recordo -
atrás desta janela,
frenético,
pela primeira vez acariciei as tuas mãos.
Hoje estás aqui sentada,
o coração blindado.
Mais um dia
e expulsas-me,
talvez me insultes.
Na antecâmara turva, longo tempo não sobre,
quebrado por tremuras, o braço na manga.
Fugirei,
lanço o meu corpo à rua.
Selvagem,
enlouqueço,
despedaçado pelo desespero.
Não é preciso isso,
minha querida,
minha querida,
vem-me dizer agora adeus.
De todas as maneiras,
o meu amor -
um peso na verdade -
estará sempre contigo
para onde quer que vás.
No último grito, deixa
a queixa amarga das ofensas.
Se um boi está exausto do trabalho -
irá chafurdar na água fria.
Além do teu amor
não há mar
para mim,
mas no teu amor as lágrimas não descansam.
O elefante cansado procura a calma -
deita-se, majestoso, na areia ardente.
Além do teu amor
não há sol para mim,
e não sei onde estás agora nem com quem.
Se fosse poeta aquele que assim torturas,
ele
a amada por oiro e por glória trocaria,
mas para mim
nem um só sino é alegre,
além do que soa no teu nome amado.
E no vazio não me lançarei,
e não tomarei veneno,
e não quero encostar o revólver à testa.
Sobre mim,
além do teu olhar,
não tem poder a lâmina de nenhum punhal.
Amanhã terás esquecido,
que te coroei,
que a alma em flor o amor queimou,
e que o vento dos dias vãos de carnaval
despenteará as páginas dos meus livros...
Das minhas palavras as folhas secas
saberão parar
a alma ansiosa?
Deixa ao menos
que a minha última ternura cubra
os teus passos que se vão.
Vladimir Mayakovsky. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 28-30
* Lília Brik
Etiquetas:
Lília Brik,
poema,
poesia,
Vladimir Mayakovsky
(...)
«Jura
que não pode suportar uma vida sem estrelas!
E depois
passeia angustiado
mas fingindo-se calmo.»
Vladimir Mayakovsky. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 27
«Jura
que não pode suportar uma vida sem estrelas!
E depois
passeia angustiado
mas fingindo-se calmo.»
Vladimir Mayakovsky. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 27
Etiquetas:
excerto,
poesia,
poetas russos,
Vladimir Mayakovsky
quinta-feira, 27 de julho de 2017
domingo, 23 de julho de 2017
sexta-feira, 21 de julho de 2017
«Existem valentias que são malignas (...)»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 208
«Consideramos que se deve cativar o amor do outro, com amor e afecto, nunca com esforço, submissão ou despersonalização, (...)»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 207
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 207
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita
''objecto capturado pela inferioridade''
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 189
«(...), é urgente colocar no objecto o que não é aceite no próprio Self, pelo que a ausência do outro pode ser também mais avassaladora porque implica a confrontação com o vazio interno e com a falta de amor.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 189
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 189
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita
''projecção das partes indesejadas do próprio Self no outro''
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 181
quinta-feira, 20 de julho de 2017
Fotografia: Edgar Martins
«Desde a sua invenção que a fotografia contribui decisivamente para consolidar a morte como tema visual, ou melhor, como um eixo intrincado de imagens, imaginações e imaginários, que atravessam vários domínios da ciência e da cultura. Esta constelação de imagens de Edgar Martins reforça não só a convicção de que as imagens fotográficas são produtos de um meio (técnico e cultural), mas também que a experiência de cada imagem fotográfica é igualmente um produto de nós próprios, do nosso corpo como um meio vivo de imagens.”
Link: https://www.lensculture.com
Link: https://www.lensculture.com
Etiquetas:
fotografia,
sobre fotografia
solilóquio
nome masculino
1. fala que alguém dirige a si próprio, monólogo
2. LITERATURA, TEATRO recurso literário ou dramático em que uma personagem fala consigo mesma, expressando de forma lógica o que se passa na sua consciência
Etiquetas:
língua portuguesa,
significados
“Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios''
projecto, fotógrafo Edgar Martins
segunda-feira, 17 de julho de 2017
«O amor, esse, tão ansiado e nunca encontrado!»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 178
relações parasita
«São relações muitas vezes com carácter parasitário em que o objectivo é sentir que se é objecto de desejo, em que há uma antecipação do sexual face ao relacional, onde o contacto corporal jamais reflecte o envolvimento emocional e afectivo, criando-se relações com proximidade ilusórias constituindo-se como verdadeiros ataques à intimidade; »
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 176/7
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita,
relationships
ilusão - desilusão - nova ilusão
Círculo vicioso narcísico descrito por Svrakic
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 174
Círculo vicioso narcísico descrito por Svrakic
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 174
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita,
saúde mental,
self
«O indivíduo age, deste modo, em acordo com o seu objecto interno: succionador, insaciável e devorador, gerador de inseguranças e de incerteza do afecto.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 172
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 172
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita
domingo, 16 de julho de 2017
Coming Home
Baby, baby, babe
I'm coming home
To your tender sweet loving
You're my one and only woman
The world leaves a bitter taste in my mouth, girl
You're the only one that I want
I wanna be around
I wanna be around you girl
I wanna be around
Ooh I wanna be around
I'm coming home
To your tender sweet loving
You're my one and only woman
The world leaves a bitter taste in my mouth, girl
You're the only one that I want
I wanna be around
I wanna be around you girl
I wanna be around
Ooh I wanna be around
Baby, how I'd be grieving
If you wanted to leave me all alone now
By myself, I don't wanna party anywhere else
The world leaves a bitter taste in my mouth, girl
You're the only one that I want
If you wanted to leave me all alone now
By myself, I don't wanna party anywhere else
The world leaves a bitter taste in my mouth, girl
You're the only one that I want
I wanna be around
I wanna be around you girl
I wanna be around, girl
Ooh I wanna be around
I wanna be around you girl
I wanna be around, girl
Ooh I wanna be around
Baby, baby, baby
I'm coming home
To your tender loving
You're my one and only woman
The world leaves a bitter taste in my mouth, girl
You're the only one that I want
I'm coming home
To your tender loving
You're my one and only woman
The world leaves a bitter taste in my mouth, girl
You're the only one that I want
I wanna be around
I wanna be around you girl
I wanna be around, girl
Ooh I wanna be around girl
I wanna be around you girl
I wanna be around, girl
Ooh I wanna be around girl
I need you baby, girl I
I need your loving darling
Wanna hold you close
Girl, girl
I need your loving darling
Wanna hold you close
Girl, girl
Compositores: Austin Jenkins / Chris Vivion / Joshua Block / Todd Bridges
quarta-feira, 12 de julho de 2017
segunda-feira, 10 de julho de 2017
“Ah, todo o cais é uma saudade de pedra.
E quando o navio larga do cais
E se repara de repente que se abriu um espaço.”
Ode Marítima, Álvaro de Campos
E quando o navio larga do cais
E se repara de repente que se abriu um espaço.”
Ode Marítima, Álvaro de Campos
Etiquetas:
Fernando Pessoa / heterónimos
domingo, 9 de julho de 2017
Vulnerabilidade narcísica
''Para muitas pessoas o grande dilema da sua vida amorosa é
fazer uma opção entre uma destas duas sentenças: ''Antes só
que mal acompanhado'' ou ''Antes mal acompanhado que só''.
Quanto mais forte for a forma patológica de amar, mais preva-
lece a segunda alternativa.''
D. Zimerman, 2004
fazer uma opção entre uma destas duas sentenças: ''Antes só
que mal acompanhado'' ou ''Antes mal acompanhado que só''.
Quanto mais forte for a forma patológica de amar, mais preva-
lece a segunda alternativa.''
D. Zimerman, 2004
Etiquetas:
narcisismo,
relationships,
self
"I Can't Make You Love Me"
Turn down the lights,
Turn down the bed,
Turn down these voices,
Inside my head
Lay down with me,
Tell me no lies,
Just hold me close,
Don't patronize me [x2]
Cause I can't make you love me
If you don't,
You can't make your heart feel
Something it won't,
Here in the dark,
These final hours
I will lay down my heart
And I feel the power
But you don't,
No you don't
Cause I can't make you love me,
If you don't [x2]
No, you won't
I'll close my eyes,
No, I won't see
The love you don't feel,
When you're holding me
Morning will come,
And I'll do what's right
Just give me till then
To give up this fight
And I will give up this fight...
Cause I can't make you love me if you don't
I can't make your heart feel,
Something it won't,
Here in the dark
These final hours
I will lay down my heart
And I feel the power
But you don't,
No you don't
I can't make you love me if you don't
If you don't,
No you, no you won't
I found love darlin' [x5]
Love in the nick of time
I found love darlin' yeah,
Love in the nick of time
Etiquetas:
Bon Iver,
letras de canções,
música,
vídeos
«O erro de Narciso foi o de considerar que teria que amar um outro, para poder amar a si mesmo (Dessuant, 1992).»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 143
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 143
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita,
narcisismo
anti-depressivo de efeito passageiro
«Outra estratégia consiste na procura de um outro como um suporte, que permita continuar a fugir da depressão. Como refere Celeste Malpique (1993), nestes casos, o envolvimento amoroso actua como mecanismo anti-depressivo, mas acaba por ser pouco eficaz porque é um envolvimento efémero. E em nossa opinião, trata-se de um anti-depressivo de efeito passageiro na medida em que, estas relações superficiais são lesivas da imagem do próprio conduzindo à comprovação do sentimento de não serem dignos de verdadeiro amor.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 142
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita,
relationships
''a tragédia de um vazio depressivo''
Coimbra de Matos
Etiquetas:
antónio coimbra de matos,
depressão,
doença mental,
psique,
psiquiatra,
vazio
''a queda no vazio''
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 142
Etiquetas:
disfarces de amor,
imagens,
isabel mesquita,
psique,
self
«São relações espelho-meu em que o que se pretende é que o outro reflicta a imagem aspirada.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 140
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 140
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita,
relationships
«A primeira relação triangular vivida é a relação edipiana.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 131
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 131
Etiquetas:
isabel mesquita,
relationships
«A manutenção do romance requer uma tolerância à vulnerabilidade e à agressão.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 127
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 127
Etiquetas:
amor,
amor e desamor,
amor e ódio,
disfarces de amor,
isabel mesquita,
relationships
''atravessar as fronteiras do Self, em direcção ao outro, mas mantendo a identidade separada,''
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 125
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita,
relationships,
self
«Assim, a relação amorosa poderá constituir-se como um meio holding, facilitador do desenvolvimento, um espaço onde se descobrem possibilidades de se ser o próprio.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 125
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 125
Etiquetas:
amor,
disfarces de amor,
isabel mesquita,
relationships,
self
''a satisfação genital e a ternura pré-genital'' Balint (1948)
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 124
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 124
Etiquetas:
disfarces de amor,
isabel mesquita
''(...) a imaginação é a fundadora do desejo, o que torna alguém desejável é a idealização,''
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 119
Esta mulher, dormindo
Mais um dia que se ajoelhou de faca na boca.
Esta mulher em máximo equilíbrio, sorrindo como uma estátua.
Esta mulher feita de carne e sono, embrulhando os filhos por estrear
Falhou em tudo e ri-se, de carvão a cercar o estômago
As narinas muito abertas à procura do ar
As pernas tranquilas para o outro lado do corpo
Uma dor de furar cidades numa cara adolescente, estreita,
entre dois olhos
Esta mulher em máximo equilíbrio, sorrindo como uma estátua.
Esta mulher feita de carne e sono, embrulhando os filhos por estrear
Falhou em tudo e ri-se, de carvão a cercar o estômago
As narinas muito abertas à procura do ar
As pernas tranquilas para o outro lado do corpo
Uma dor de furar cidades numa cara adolescente, estreita,
entre dois olhos
É mesmo ela, sem dúvida,
esta mulher de diversão para qualquer dia
um gesto desajeitado para qualquer ombro
o maior esquecimento da família, até aos domingos
E volta a cara para outro lado, de preferência à procura da luz
esta mulher de diversão para qualquer dia
um gesto desajeitado para qualquer ombro
o maior esquecimento da família, até aos domingos
E volta a cara para outro lado, de preferência à procura da luz
Não lhe resta nenhuma paciência, declarou a guerra perdida
a vida é pouco mais que a humidade desta sala e morte lenta por silêncio
Mas há-der vir uma desculpa que lhe baste para o nojo de estar
desperta
e o cheiro contínuo a orfandade
a vida é pouco mais que a humidade desta sala e morte lenta por silêncio
Mas há-der vir uma desculpa que lhe baste para o nojo de estar
desperta
e o cheiro contínuo a orfandade
Etiquetas:
Cláudia R. Sampaio,
poema,
poesia
Subscrever:
Mensagens (Atom)