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segunda-feira, 21 de agosto de 2017
''Sou a tua andorinha, a tua Psique!''
Marina Tsvetayeva. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 88
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domingo, 20 de agosto de 2017
E O MEU CORAÇÃO JÁ NÃO BATE
E o meu coração já não bate
Na minha voz, de alegria e tristeza.
Acabou...E o meu canto galopa
Para a noite vazia, onde tu já não estás.
Anna Akhmatova. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 80
Na minha voz, de alegria e tristeza.
Acabou...E o meu canto galopa
Para a noite vazia, onde tu já não estás.
Anna Akhmatova. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 80
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domingo, 30 de julho de 2017
(...)
«Jura
que não pode suportar uma vida sem estrelas!
E depois
passeia angustiado
mas fingindo-se calmo.»
Vladimir Mayakovsky. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 27
«Jura
que não pode suportar uma vida sem estrelas!
E depois
passeia angustiado
mas fingindo-se calmo.»
Vladimir Mayakovsky. Antologia da Poesia Soviética. Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra. Editorial Futura., Lisboa, 1973., p. 27
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domingo, 2 de dezembro de 2012
SABER APRECIAR O AMOR
Saber apreciar o amor,
Especialmente apreciá-lo com os anos.
O amor não são suspiros num banco
Nem passeios ao luar.
Será tudo: lama e as primeiras neves.
E uma vida que é preciso viver juntos.
O amor é parecido com um bom poema:
Um bom poema não se faz sem sofrimento.
Stepan Shchipachyov. Antologia da Poesia Soviética. Trad. de Manuel Seabra. Editorial Futura, Lisboa, 1973, p. 103
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Paisagem com inundação
Uma paisagem absolutamente canónica, melhorada pela inundação.
Apenas se vê o topo das árvores, campanários e cúpulas.
O que se quer dizer assoma à boca suflando pela emoção
e do novelo das palavras apenas se salva 'era'.
Analogamente, o espelho reflecte do veterano a testa e a calvície,
mas não o seu rosto, para não falar dos colhões. Por baixo, a água
leva tudo o que se escreveu e disse. Por cima,
um farrapo de nuvem. E tu de pé no meio da água.
Provavelmente o lugar de acção é algures nos Países Baixos.
antes de serem os diques e as rendas, nomes como De Moll
ou Van Dyke. Ou então na Ásia, nos trópicos, onde estão habituados
à chuva que amacia o solo, só que tu não és arroz.
Vê-se que está a subir há muito, gota a gota, dia após dia, ano após ano,
e que toda esta água doce anseia por novos hectares salgados.
E chegou a altura de pôr a criança aos ombros, como um periscópio,
para avistar o fumo dos navios do inimigo que se aproximam.
1993
Iosif Brodskii. Paisagem Com Inundação. Edição Bilingue. Introdução e tradução de Carlos Leite. Edições Cotovia, Lisboa, 2001., p.237
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«Um dia estes anos serão
vistos como uma laje de mármore
raiado de veias (...) »
Iosif Brodskii. Paisagem Com Inundação. Edição Bilingue. Introdução e tradução de Carlos Leite. Edições Cotovia, Lisboa, 2001., p.233
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À memória de Clifford Brown
Não é a cor azul, é a cor frio.
É a cor do Atlântico em meados de Fevereiro.
E seja como for que estejas vestido, estás nu,
deitado de costas, num bloco de gelo.
Não é um simples bloco de gelo, feito de gelo,
mas o argumento de que todo o calor está ausente.
Está sozinho no oceano, e tu estás em cima dele
sozinho; e o som do trompete é como o mercúrio cadente.
Não é uma voz ingénua que arranha no escuro,
mas os dedos gelados em ré maior, sem luvas;
e uma gota de chuva cintilante eleva-se para o zénite,
para observar do alto o espaço por essa retina.
Não é uma simples retina, é um brocado faiscante,
uma nova língua musical feita de riscas e estrelas. O gelo
não se funde, tal um foco de luz errando
para a escuridão dos bastidores onde se esconde o pólo.
Fevereiro de 1993
Iosif Brodskii. Paisagem Com Inundação. Edição Bilingue. Introdução e tradução de Carlos Leite. Edições Cotovia, Lisboa, 2001., p.225
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Ode ao cimento
Tu sobreviver-me-ás, meu bom e velho cimento,
como eu sobrevivi, parece, a alguns homens que
me tomaram, também, por uma espécie de arruamento
e citavam a cor dos olhos, ou o semblante.
Por isso, não por inveja, mas porque somos parentes,
gabo o teu inanimado, poroso aspecto
-menos duradouro, padecendo de juntas trementes,
mas mesmo assim grato ao arquitecto.
Aplaudo-te as origens humildes - insignificantes,
melhor dito - o rugido selvagem, o grasnido hiante
que uma finalidade abstracta no entanto combina
perfeitamente e está fora do meu alcance.
Não porque o igual reproduza o igual,
mas porque o futuro prefere acorrer a um
encontro absolutamente imprevisível
e se envolve em longo e petrificante manto.
1995
Iosif Brodskii. Paisagem Com Inundação. Edição Bilingue. Introdução e tradução de Carlos Leite. Edições Cotovia, Lisboa, 2001., p.209
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«Como Confúcio indiferente,
quase inconsciente,
poderá não nos amar,
mas ''Sempre'' há-de murmurar.»
Iosif Brodskii. Paisagem Com Inundação. Edição Bilingue. Introdução e tradução de Carlos Leite. Edições Cotovia, Lisboa, 2001., p.191
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«Tu, chora os massacrados.
Reza pelos que são acocorados
algures num buraco de cimento
e que têm a traição pela frente.»
Iosif Brodskii. Paisagem Com Inundação. Edição Bilingue. Introdução e tradução de Carlos Leite. Edições Cotovia, Lisboa, 2001., p.177
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domingo, 31 de outubro de 2010
***
M.B
Querida, hoje saí de casa já muito ao fim da tarde
para respirar o ar fresco que vinha do oceano.
O sol fundia-se como um leque vermelho no teatro
e uma nuvem erguia a sua cauda enorme como um piano.
Há um quarto de século adoravas tâmaras e carne no braseiro,
tentavas o canto, fazias desenhos num bloco-notas,
divertias-te comigo, mas depois encontraste um engenheiro
e, a julgar pelas cartas, tornaste-te aflitivamente idiota.
Ultimamente têm-te visto em igrejas da capital e da província,
em missas de defuntos pelos nossos comuns amigos; agora
não param (as missas). E alegra-me que no mundo existam ainda
distâncias mais inconcebíveis que a que nos separa.
Não me interpretes mal; a tua voz, o teu corpo, o teu nome
já não mexem com nada cá dentro. Não que alguém os destruísse,
só que um homem para esquecer uma vida, precisa pelo menos
de viver outra ainda. E eu há muito que gastei tudo isso.
Tu tiveste sorte; onde estarias para sempre - salvo talvez
numa fotografia - de sorriso trocista, sem uma ruga, jovem, alegre?
Pois o tempo, ao dar de caras com a memória, reconhece a invalidez
dos seus direitos. Fumo no escuro e respiro as algas podres.
1989
Iosif Brodskii. Paisagem Com Inundação. Edição Bilingue. Introdução e tradução de Carlos Leite. Edições Cotovia, Lisboa, 2001., p.63
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Ontem, até à hora dos pássaros ficavas comigo
e todos os falcões são agora corvos!
Marina Tsvetáieva in Poetas Russos. Trad. Manuel Seabra. Relógio D'Água Editores, 1995., pp. 141
e todos os falcões são agora corvos!
Marina Tsvetáieva in Poetas Russos. Trad. Manuel Seabra. Relógio D'Água Editores, 1995., pp. 141
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