domingo, 24 de abril de 2016

"Falando acima dessa proibição global, evitei, por não poder ou não querer, defini-la. A verdade é que ela não é definível, exactamente porque não é fácil falar a seu respeito. A decência é aleatória e varia incessantemente. Varia mesmo individualmente."

-"O Erotismo: o Proibido e a Transgressão"
- Georges Bataille

«O chilrear das aves a inventar o paraíso.»


José-António Chocolate. Este Tempo que nos Come. Poesia de José-António Chocolate, 2014 p. 82

«Deixar o coração pensar, é preciso,»


José-António Chocolate. Este Tempo que nos Come. Poesia de José-António Chocolate, 2014 p. 82

«Porque me assalta esta quebra de vontade
e o tempo se esfia sem sentido?
Como se à alma tudo se permitisse,
até o esquecimento de que existimos.»

José-António Chocolate. Este Tempo que nos Come. Poesia de José-António Chocolate, 2014 p. 81

«É preciso saciar este tempo que nos come e tem fome de justiça.»

José-António Chocolate. Este Tempo que nos Come. Poesia de José-António Chocolate, 2014 p. 23

''madrugadas pesadas duma noite sombria''

José-António Chocolate

âmbula

vaso utilizado para guardar os Santos Óleos



"Cada um só vê do universo aquilo que a sua sensibilidade ou a sua maneira de ser lhe permite. O universo pode ser muito mais vasto e muito mais diferente do que aquilo que é apenas o nosso mundo."

Agostinho da Silva, entrevista

quinta-feira, 21 de abril de 2016


«(...) e o efeito da fadiga
é muito igual à ilusão da satisfação!»


Almada Negreiros. Obras Completas. Vol. I-Poesia.  Biblioteca de Autores Portugueses. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1985., p. 197

«Frágil é a esperança e faz viver quem espera!»


Almada Negreiros. Obras Completas. Vol. I-Poesia.  Biblioteca de Autores Portugueses. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1985., p. 195

«Vale mais a vida do que a existência»

''assisto-me a mim-próprio''

terça-feira, 19 de abril de 2016



Kurt Cobain (20/02/1967 - 05/04/1994). "É melhor esgotar-se do que desvanecer-se". Na nota de suicídio, numa referência a uma música de Neil Young.
Alfred Hitchcock (13/08/1899 - 29/04/1980). "Uma pessoa nunca sabe o fim. Tem de morrer para saber exatamente o que acontece depois da morte, embora os católicos tenham as suas esperanças".
Jimi Hendrix (27/11/1942 - 18/09/1970). "A história da vida é mais rápida que um piscar de olhos. A história do amor é olá e adeus, até um dia". Estava num poema no quarto onde foi encontrado morto.
Ernest Hemingway (21/07/1899 - 02/07/1961).

 "Boa noite, minha gatinha". Na nota de suicídio endereçada à mulher.
Virginia Woolf (25/01/1882 - 28/03/1941). "Não acho que duas pessoas pudessem ser mais felizes do que nós somos". Numa nota de suicídio para o marido.
Karl Marx (05/05/1818 - 17/03/1883). 

"As últimas palavras são para os idiotas que não disseram o suficiente". Para a empregada que cuidava dele no leito da morte.
Maria Antonieta (10/05/1774 - 21/09/1794). 

"Perdoe-me, senhor. Não o fiz de propósito". Depois de pisar o homem que a ia matar na guilhotina.



Não durmo ainda

Só na cama
o tempo
ainda é meu


como a palavra

Discretamente
me agito
no colchão

Não penso em Deus
na morte

Imprimo
Aqueço-me
Escuto

conservo a posição

A Elsa dorme

Só na cama
o tempo ainda é dela

como um fruto

António Reis

“Bring something incomprehensible into the world!” Gilles Deleuze

segunda-feira, 18 de abril de 2016


«E eu que amo a vida mais do que o sonho
e o sonho e a vida juntos
mais do que ambos separados
e que não sei sonhar senão a vida
e que não sei viver senão o sonho.»


Almada Negreiros. Obras Completas. Vol. I-Poesia.  Biblioteca de Autores Portugueses. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1985., p. 179

«A terra inteira 
era estrangeira
mais este pedaço onde nasci.»


Almada Negreiros. Obras Completas. Vol. I-Poesia.  Biblioteca de Autores Portugueses. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1985., p. 179

Brassai, ''Le chat'', 1945


''Quando eu cheguei devia ser tarde,''


Almada Negreiros. Obras Completas. Vol. I-Poesia.  Biblioteca de Autores Portugueses. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1985., p. 179

«Tira-me as forças
podes matar
a minha alma
sabe voar.»

Almada Negreiros. Obras Completas. Vol. I-Poesia.  Biblioteca de Autores Portugueses. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1985., p. 177

especimen

Galicismos

domingo, 17 de abril de 2016



Extingue-me os olhos, e eu consigo ver-te.
Fecha-me os ouvidos, e eu consigo escutar-te,
E sem pés eu vou até à tua beira,
E sem boca eu posso ainda esconjurar-te.
Quebra-me os braços, e eu consigo agarrar-te
Com o meu coração como se fosse uma mão.
Pára-me o coração e o meu cérebro há-de pulsar,
E se deitares fogo ao meu cérebro,
Vou levar-te no meu sangue.


Rilke

sábado, 16 de abril de 2016



“A boa educação é a moeda de ouro. Em toda a parte tem valor.”

(Padre António vieira)

segunda-feira, 11 de abril de 2016

domingo, 10 de abril de 2016



"Saiba morrer o que vive não soube.
Saiba morrer o que não viver soube.
Saiba morrer o que não viver não soube.
Saiba morrer o que viver soube.
Saiba não morrer o que vive não soube.
Saiba não morrer o que viver soube.
Saiba não morrer o que não viver não soube.
Saiba não morrer o que viver soube.
Não saiba morrer o que viver não soube.
Não saiba morrer o que não viver soube.
Não saiba morrer o que não viver não soube.
Nao saiba morrer o que viver soube.
Não saiba não morrer o que viver não soube.
Não saiba não morrer o que não viver soube.
Não saiba não morrer o que não viver não soube.
Não saiba não morrer o que viver soube."

Jorge de Sena,"Sequências", Moraes Editores, 1980 (1a edição)
«Diziam que tinha a face de um deus
Mas havia quem nele visse um demónio de sandálias
E alguns caracóis entrelaçados em vinha
Veias corriam os seus braços de mármore cantando
Altas montanhas como uma névoa permeando
Uma abertura no coração e uma funda dourada
Que moldava em formas que não ousamos imaginar
Com a lâmina raspando os cantos da carência
Expondo os músculos de um amor por respigar
Somos os búfalos, uma raça em extinção
Arrastada em carroças, de osso magnífico
A vergonha é um êxtase que ninguèm pode possuir
Escravos abraçam-se enquanto a sabedoria geme
Volumes de nada escritos em pedra»


Patti Smith. "O Mar de Coral"

«Listening to the birds» // John Dumont, 1892


sábado, 9 de abril de 2016



"An artist, if he's unselfish and passionate, is always a living protest. Just to open his mouth is to protest: against conformism, against what is official, public, or national, what everyone else feels comfortable with, so the moment he opens his mouth, an artist is engaged, because opening his mouth is always scandalous."


Pier Paolo Pasolini
The Canterbury Tales (1972)

"A Mulher do Próximo" (1988) de José Fonseca e Costa, "A Vizinha do Lado" (1945) de António Lopes Ribeiro

''Muitos não sabem propriamente distinguir a originalidade da excentricidade: uma caracteriza o génio, outra manifesta o louco.''

Páscoa Lily cacto, a flor que vive com menos de 24 horas.


'' Se quisermos um mundo melhor, temos de nos tornar melhores.''

sexta-feira, 8 de abril de 2016

''o corpo mais errado é o corpo ausente''




fotograma de "Body", de Malgorzata Szumowska
"O maior perigo que corre o ingénuo: o de querer ser esperto. Tão ingénuo que cuida, coitado, de que alguma vez no mundo o conhecimento valeu mais do que a ingenuidade de cada um."

Almada Negreiros

domingo, 3 de abril de 2016



“O mais provável é que na vida nada tenha mais importância a não ser a Vida, com a sua Morte inclusa, claro está (...)”.


Agostinho da Silva, Portugal ou Cinco Idades, 1982

sexta-feira, 1 de abril de 2016

"O mundo é como quem diz uma vida
O sonho é como quem diz a sua morte
A alma é como quem diz o mundo
Este lapso da mente o colidir do relento
O colidir do relento (é como quem diz)
O sonho são olhos que se fecham ao real acompanhado
Como quem diz vagarosamente deslagrimagem
Que ama o poema mundo
Que desenha o poema inaudível
A memória ao abrir-se «à mulher que se banha
No seu própeio sol»
O eclodir da boca
O mundo é como quem diz uma vida
A alma é como quem diz o mundo
No interior de sua vida"


-"Torre de Juan Abad"
- António Poppe
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