«Ninguém diga o que não sabe
Nem afirme o que não viu»
コカインの時間を介しての旅です
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 182
Tu morres todos os dias
libertando telefonemas
diante da minha mágoa
exposta à ira dos dias
levo-te cravos vermelhos
flores recentes da estação
Morres e vais caminhando
sobre uma estrada de fumo
o lume que nos sustenta
Já não cheira não tem vida
Às vezes vens-me à lembrança
descalça ao longo da praia
Vivo terrores de madraço
Com dívidas acumuladas
Seguindo de perto o tráfego
Saberei um dia amar-te
Tu morres tu pontificas
eu respiro a tua sombra
Ai repouso de guerreiro
Sobre o abismo repousas
Azeitão, 31 de Março de 1981
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 162
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 156
(...)
«Corre o veneno pelas paredes brancas
o mar vomita peixes e serpentes
caem meninos mortos das varandas
as Parcas estão contentes
Tranquilizar o coração humano
É tão difícil como ser ribeiro
As águas essas correm todo o ano
Não voltam em Janeiro »
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 133
« Só nos pinhais é possível parar sem arrependimentos tardios
e penso muito naquela tarde vazia»
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 124
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 122
Uma noite,
uma noite toda cheia de perfumes, de murmúrios e de músicas de asas,
uma noite,
em que ardiam na sombra nupcial e húmida, pirilampos fantásticos,
ao meu lado, lentamente, a mim toda cingida,
muda e pálida
Como se um pressentimento de amarguras infinitas,
até ao fundo mais secreto das tuas fibras te agitasse,
pelo atalho que atravessa a campina em flor
caminhavas
e a lua cheia
pelos céus azúleos, infinitos e profundos espargia a sua luz branca,
e a tua sombra
fina e lânguida,
e a minha sombra
pelos raios da lua projectadas,
sobre as areias tristes
da vereda se juntavam
e eram uma
e eram uma
E eram uma única longa sombra!
E eram uma única longa sombra!
E eram uma única longa sombra!
Esta noite
sozinho, a alma
cheia das infinitas amarguras e agonias da tua morte,
separado de ti mesma, pela sombra, pelo tempo e a distância,
pelo infinito negro,
que a nossa voz não alcança
só e mudo
pelo atalho caminhava,
e ouvia-se o ladrar dos cães à lua,
à lua pálida,
e o coaxar
das rãs…
Tive frio, era o frio que sentiam no quarto
As tuas faces e a tua testa e as tuas mãos adoradas,
entre as brancuras níveas
das brancas mortalhas!
Era o frio do sepulcro, era o frio da morte
era o frio do nada…
e a minha sombra
pelos raios da lua projectada,
ia sozinha,
ia sozinha,
ia sozinha pela estepe solitária!
e a tua sombra esbelta e ágil
fina e lânguida,
como nessa noite morta da morta primavera
como nessa noite cheia de perfumes, de murmúrios e de músicas de
asas
abeirou-se e caminhou com ela,
abeirou-se e caminhou com ela,
abeirou-se e caminhou com ela…Oh as sombras enlaçadas!
Oh as sombras que se procuram e se juntam nas noites de negruras e
de lágrimas!...
José Asunción Silva. Um País que Sonha cem anos de poesia columbiana (1865-1965). Selecção e prólogo Lauren Mendinueta. Tradução Nuno Júdice. Assírio &Alvim, 2012., p. 21-22
« Nas antípodas das vanguardas herméticas e elitistas, a cultura de massas quer oferecer novidades acessíveis para o público mais amplo possível e que distraiam a maior quantidade possível de consumidores. A sua intenção é divertir, dar prazer, possibilitar uma evasão fácil e acessível para todos, sem necessidade de qualquer formação, sem referentes culturais concretos e eruditos. O que as indústrias culturais inventam não é mais do que uma cultura transformada em artigos de consumo de massas.»
Gilles Lipovetsky/Jean Serroy , La cultura-mundo.
op. cit in Mario Vargas Llosa. A civilização do Espectáculo. Tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra. 2.ª Edição. Quetzal. 2012., p. 20Mario Vargas Llosa. A civilização do Espectáculo. Tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra. 2.ª Edição. Quetzal. 2012., p. 20
Mario Vargas Llosa. A civilização do Espectáculo. Tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra. 2.ª Edição. Quetzal. 2012., p. 20
«(...), isto é, a concepção de um deus único, invisível, inconcebível, todo-poderoso e inalcançável à compreensão e até à imaginação humana. O deus mosaico veio substituir aquele politeísmo de deuses e deusas acessíveis à multiplicidade humana, com os quais a diversidade existente de homens e mulheres poderia acomodar-se e sobreviver.»
« O que quer dizer civilização do espectáculo? A de um mundo onde o primeiro lugar na tabela de valores vigente é ocupado pelo entretenimento e onde divertir-se, fugir ao aborrecimento, é a paixão universal. Este ideal de vida é perfeitamente legítimo, sem dúvida. Só um puritano fanático poderá censurar os membros de uma sociedade que queira dar consolo, descontração, humor e diversão a umas vidas geralmente enquadradas em rotinas deprimentes e às vezes embrutecedoras. Mas converter essa propensão natural para passar uns bons momentos num valor supremo tem consequências inesperadas »
Mario Vargas Llosa. A civilização do Espectáculo. Tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra. 2.ª Edição. Quetzal. 2012.
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 115
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 111
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 97
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 93
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 93
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p.83
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 79
II
Ó pequena Cleis, emudeceuHélia Correia. Acidentes. Relógio D'Água, novembro, 2020., p. 15
I
Lançai-me uma palavra, como algunsHélia Correia. Acidentes. Relógio D'Água, novembro, 2020., p. 7
Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 56
Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 52
Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 45
Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 36
Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 34
Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 34
Camilo Castelo Branco. O Retrato de ricardina. Publicações Europa América., p. 31
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 76
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 74
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 64
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 42
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 33