Das pálpebras em viagem
Enceta o curso habitual nocturno
Num corredor sombrio de pestanas
Antes porém cumprimenta
Toda a matéria viva em que tropeça
Sabe o segredo do corpo tem uma pátria
Bioquímica extremamente embrionária
A morte já habita os seus tecidos
Quando os outros de guarda se abastecem
Pronta ao assalto das células
Como se dormisse
A que fins se destina e a que estranhos
bulícios suas últimas vontades?
Não o sabemos
Só mesmo o oceano o incomoda
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 43
José Afonso. Textos e Canções. Organização Elfriede Engelmayer. 3ª edição revista. Relógio D'Água Editores, Outubro de 2000., p. 43
Sem comentários:
Enviar um comentário