«(...) gostava de citar o seu poeta ou de falar das blandícias da cama»
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 136
コカインの時間を介しての旅です
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 134
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 134
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 131
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 119
«Não se compreendia porque é que essas gentes se impunham ao nosso espírito, ocupavam a nossa imaginação, e até às vezes nos devoravam o coração, antes de se mostrarem o que eram: fantasmas.»
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 119
A vida é uma tremenda bebedeira.
Eu nunca tiro dela outra impressão.
Passo nas ruas, tenho a sensação
De um carnaval cheio de cor e poeira...
A cada hora tenho a dolorosa
Sensação, agradável todavia,
De ir aos encontrões atrás da alegria
Duma plebe farsante e copiosa...
Cada momento é um carnaval imenso
Em que ando misturado sem querer.
Se penso nisto maça-me viver
E eu, que amo a intensidade, acho isto intenso
De mais... Balbúrdia que entra pela cabeça
Dentro a quem quer parar um só momento
Em ver onde é que tem o pensamento
Antes que o ser e a lucidez lhe esqueça...
Automóveis, veículos, (...)
As ruas cheias, (...)
Fitas de cinema correndo sempre
E nunca tendo um sentido preciso.
Julgo-me bêbado, sinto-me confuso,
Cambaleio nas minhas sensações,
Sinto uma súbita falta de corrimões
No pleno dia da cidade (...)
Uma pândega esta existência toda...
Que embrulhada se mete por mim dentro
E sempre em mim desloca o crente centro
Do meu psiquismo, que anda sempre à roda...
E contudo eu estou como ninguém
De amoroso acordo com isto tudo...
Não encontro em mim, quando me estudo,
Diferença entre mim e isto que tem
Esta balbúrdia de carnaval tolo,
Esta mistura de europeu e zulu
Este batuque tremendo e chulo
E elegantemente em desconsolo...
Que tipos! Que agradáveis e antipáticos!
Como eu sou deles com um nojo a eles!
O mesmo tom europeu em nossas peles
E o mesmo ar conjuga-nos
Tenho às vezes o tédio de ser eu
Com esta forma de hoje e estas maneiras...
Gasto inúteis horas inteiras
A descobrir quem sou; e nunca deu
Resultado a pesquisa... Se há um plano
Que eu forme, na vida que talho para mim
Antes que eu chegue desse plano ao fim
Já estou como antes fora dele. É engano
A gente ter confiança em quem tem ser...
(...)
Olho p'ró tipo como eu que ai vem...
(...)
Como se veste (...) bem
Porque é uma necessidade que ele tem
Sem que ele tenha essa necessidade.
Ah, tudo isto é para dizer apenas
Que não estou bem na vida, e quero ir
Para um lugar mais sossegado, ouvir
Correr os rios e não ter mais penas.
Sim, estou farto do corpo e da alma
Que esse corpo contém, ou é, ou faz-se...
Cada momento é um corpo no que nasce...
Mas o que importa é que não tenho calma.
Não tenciono escrever outro poema
Tenciono só dizer que me aborreço.
A hora a hora minha vida meço
E acho-a um lamentável estratagema
De Deus para com o bocado de matéria
Que resolveu tomar para meu corpo...
Todo o conteúdo de mim é porco
E de uma chatíssima miséria.
Só é decente ser outra pessoa
Mas isso é porque a gente a vê por fora...
Qualquer coisa em mim parece agora
“Carnaval” Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.
- 7a.Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 98
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 92
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 79
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Um Homem Obscuro. 3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 70
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Anna, Soror...3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 47
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Anna, Soror...3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 41
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Anna, Soror...3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 39
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Anna, Soror...3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 27
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Anna, Soror...3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 15
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Anna, Soror...3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 12
Marguerite Yourcenar. Como a água que corre. Anna, Soror...3ª Edição. Tradução de Luiza Neto Jorge. Difel., p. 10
Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!
Fernando Pessoa
Para ele [Wittgenstein] a riqueza está aqui, na proximidade, à nossa mão, diante de nós, não é preciso descer à mina para encontrar gemas desconhecidas. E como captá-la? Através de um olhar atento, incansável, um olhar que se esforça por reconhecer nas coisas o seu gesto próprio, a fim de lhe fazer justiça. Eis o mais difícil: ver o que está diante dos nossos olhos.
« - Precisava de alguns conselhos. As pessoas só os aceitam quando eles coincidem com aquilo que querem fazer.»
John Steinbeck. O Inverno do Nosso Descontentamento. Tradução de João Belchior Viegas. Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1962., p. 145« Quando está desconcertada ou perplexa, Mary vomita a sua cólera como um polvo vomita a sua tinta para se esconder do inimigo.
- Tu dás cabo de mim. Não podes deixar que os outros tenham um pouco de alegria.
- Não é nada disso, minha querida. Tenho medo da tristeza desesperada, do receio que o dinheiro engendra, da falta de segurança e da inveja.
Ela deveria ter sentido inconscientemente o mesmo temor. Experimentou ferir-me, procurou um ponto sensível, e encontrou-o.»
John Steinbeck. O Inverno do Nosso Descontentamento. Tradução de João Belchior Viegas. Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1962., p. 129