Nós somos os homens vazios
Somos os homens de palha
Apoiados uns nos outros
A parte da cabeça cheia de palha. Ai
As nossas vozes foram secas e quando
Juntos sussurramos
São serenas e sem sentido
Como vento em erva seca
Ou pés de ratos sobre vidro partido
Na secura da nossa cave
Molde sem forma, tonalidade sem cor,
Força paralisada, gesto sem movimento;
Os que cruzaram
Com os olhos certeiros, para o outro reino da morte
Lembram-se de nós – quem sabe – não de
Violentas almas perdidas, mas somente
De homens vazios
Homens de palha.
Rui Cóias
“The Hollow Men”, de T.S. Eliot (excerto)
Sem comentários:
Enviar um comentário