« Quando está desconcertada ou perplexa, Mary vomita a sua cólera como um polvo vomita a sua tinta para se esconder do inimigo.
- Tu dás cabo de mim. Não podes deixar que os outros tenham um pouco de alegria.
- Não é nada disso, minha querida. Tenho medo da tristeza desesperada, do receio que o dinheiro engendra, da falta de segurança e da inveja.
Ela deveria ter sentido inconscientemente o mesmo temor. Experimentou ferir-me, procurou um ponto sensível, e encontrou-o.»
John Steinbeck. O Inverno do Nosso Descontentamento. Tradução de João Belchior Viegas. Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1962., p. 129
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