sábado, 28 de outubro de 2017
A PALAVRA SEDA
A atmosfera que te envolve
atinge tais atmosferas
que transforma muitas coisas
que te concernem, ou cercam.
E como as coisas, palavras
impossíveis de poema:
exemplo, a palavra ouro,
e até este poema, seda.
É certo que a tua pessoa
não faz dormir, mas desperta;
nem é sedante, palavra
derivada da de seda.
E é certo que a superfície
de tua pessoa externa,
de tua pele e de tudo
isso que em ti se tateia,
nada tem de superfície
luxuosa, falsa, académica,
de uma superfície quando
se diz que ela é «como seda».
Mas em ti, em algum ponto,
talvez fora de ti mesma,
talvez mesmo no ambiente
que retesas quando chegas
há algo de muscular,
de animal, carnal, pantera,
de felino, da substância
felina, ou sua maneira,
de animal, de animalmente,
de cru, de cruel, de crueza,
que sob a palavra gasta
persiste na coisa seda.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 252/3
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
poema,
poesia
''os sítios de casas mansas
que agonizam sem rancor;''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 249
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
poesia,
versos soltos
''fábricas para o suor''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 249
Etiquetas:
imagens,
João Cabral de Melo Neto,
poesia,
verso solto
A MULHER E A CASA
Tua sedução é menos
de mulher do que de casa:
pois vem de como é por dentro
ou por detrás da fachada.
Mesmo quando ela possui
tua plácida elegância,
esse teu reboco claro,
riso franco de varandas,
uma casa não é nunca
só para ser contemplada;
melhor: somente por dentro
é possível contemplá-la.
Seduz pelo que é dentro,
ou será, quando se abra:
pelo que pode ser dentro
de suas paredes fechadas;
pelo que dentro fizeram
com seus vazios, com o nada;
pelos espaços de dentro,
não pelo que dentro guarda;
pelos espaços de dentro:
seus recintos, suas áreas,
organizando-se de dentro
em corredores e salas,
os quais sugerindo ao homem
estâncias aconchegadas,
paredes bem revestidas
ou recessos bons de cavas,
exercem sobre esse homem
efeito igual ao que causas:
a vontade de corrê-la
por dentro, visitá-la.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 247/8
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
poema,
poesia,
sedução
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
«tudo se perde na terra,
em forma de alma, ou de nada.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 252
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
poesia,
versos soltos
domingo, 22 de outubro de 2017
(...)
«Seduz pelo que é dentro,
ou será, quando se abra:
pelo que pode ser dentro
de suas paredes fechadas;
pelo que dentro fizeram
com seus vazios, com o nada;
pelos espaços de dentro,
não pelo que dentro guarda;
pelos espaços de dentro:
seus recintos, suas áreas,
organizando-se dentro em corredores e salas,
os quais sugerindo ao homem
estâncias aconchegadas,
paredes bem revestidas
ou recessos bons de cavas,
exercem sobre esse homem
efeito igual ao que causas:
a vontade de corrê-la
por dentro, de visitá-la.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 248
«Seduz pelo que é dentro,
ou será, quando se abra:
pelo que pode ser dentro
de suas paredes fechadas;
pelo que dentro fizeram
com seus vazios, com o nada;
pelos espaços de dentro,
não pelo que dentro guarda;
pelos espaços de dentro:
seus recintos, suas áreas,
organizando-se dentro em corredores e salas,
os quais sugerindo ao homem
estâncias aconchegadas,
paredes bem revestidas
ou recessos bons de cavas,
exercem sobre esse homem
efeito igual ao que causas:
a vontade de corrê-la
por dentro, de visitá-la.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 248
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto,
poesia
''vidros lúcidos''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 234
sábado, 21 de outubro de 2017
''o tempo que de nós se perde''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 200
"I'd Rather Go Blind"
Something told me it was over
When I saw you and her talking
Something deep down in my soul said, 'Cry, girl.'
When I saw you and that girl walkin' out
Whoo, I would rather, I would rather go blind, boy,
Than to see you walk away from me, child, no
Whoo, so you see, I love you so much
That I don't wanna watch you leave me, baby
Most of all, I just don't, I just don't wanna be free, no
Whoo, whoo, I was just, I was just, I was just
Sitting here thinkin' of your kiss and your warm embrace, yeah
When the reflection in the glass that I held to my lips now, baby,
Revealed the tears that was on my face, yeah
Whoo, and baby, baby, I'd rather, I'd rather be blind, boy
Than to see you walk away, see you walk away from me, yeah
Whoo, baby, baby, baby, I'd rather be blind boy
[Fade out:] Baby, baby, baby...
Etiquetas:
Etta James,
letras de canções
«a vida se dá tão vazia»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 198
''estufas íntimas''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 178
''aspecto algodoento''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 163
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
"Montaigne escreve que é doloroso ter de permanecer num lugar em que tudo o que a nossa vista alcança nos diz respeito e a nós se refere. E mais adiante: a minha alma movia-se, sobre as coisas que me circundavam formei eu o meu próprio juízo e assimilei-as sem ajuda alheia. Uma das minhas convicções era que a verdade não podia de modo algum ceder à coacção e à força. E mais adiante: eu estou ansioso por me revelar, em que medida é-me indiferente, só é preciso que realmente me aconteça. E mais adiante: não há nada mais difícil, mas também mais útil, do que a autodescrição. Cada um tem de se examinar, de se comandar a si próprio e de se colocar no lugar devido. A isto estou eu sempre pronto, pois descrevo-me sempre e não descrevo os meus actos, mas o meu ser. "
-"Autobiografia"
- Thomas Bernhard
- Thomas Bernhard
terça-feira, 17 de outubro de 2017
''Insolúvel: por muito o dissolvente;''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 152
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
verso solto
aniagem
nome feminino
1.pano grosseiro para envolver fardos; linhagem
2.figurado grosseria
Etiquetas:
imagens,
língua portuguesa,
significados
OS VAZIOS DO HOMEM
Os vazios do homem não sentem ao nada
do vazio qualquer: do casaco vazio,
do da saca vazia (que não ficam de pé
quando vazios, ou o homem com vazios);
os vazios do homem sentem a um cheio
de uma coisa que inchasse já inchada;
ou ao que deve sentir, quando cheia,
uma saca: todavia não, qualquer saca.
Os vazios do homem, esse vazio cheio,
não sentem ao que uma saca de tijolos,
uma saca de rebites; não têm o pulso
que bate numa de sementes, de ovos.
2.
Os vazios do homem, ainda que sintam
a uma plenitude (agora mas pertença)
contêm nadas, contêm apenas vazios:
o que a esponja, vazia quando plena;
incham do que a esponja, de ar vazio,
o dela copiam certamente a estrutura:
toda em grutas ou em gotas de vazio,
postas em cachos de bolha, de não-uva.
Esse cheio vazio sente ao que uma saca
mas cheia de esponjas cheias de vazio;
os vazios do homem ou o vazio inchado:
ou o vazio que inchou por estar vazio.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 150
Etiquetas:
existência,
João Cabral de Melo Neto,
poema,
poesia
(...)
«as lentes negras, lentes de diminuir,
as lentes de distanciar, ou do exílio.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 149
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
versos soltos
OS REINOS DO AMARELO
(...)
2.
Só que fere a vista um amarelo outro:
se animal, de homem: de corpo humano;
de corpo e vida; de tudo o que segrega
(sarro ou suor, bile íntima ou ranho),
ou sofre (o amarelo de sentir triste,
de ser analfabeto, de existir aguado):
amarelo que no homem dali se adiciona
o que há em ser pântano, ser-se fardo.
Embora comum ali, esse amarelo humano
ainda dá na vista (mais pelo prodígio):
pelo que tardam a secar, e ao sol dali,
tais poças de amarelo, de escarro vivo.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 148
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto
''em suicídio permanente''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 144
Etiquetas:
imagens,
João Cabral de Melo Neto
''atar a hemorragia''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 143
Etiquetas:
imagens,
João Cabral de Melo Neto
OS RIOS DE UM DIA
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 143
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
títulos de poemas
RIOS SEM DISCURSO
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 139
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
poesia,
títulos de poemas
sábado, 14 de outubro de 2017
SOBRE O SENTAR-/ESTAR-NO-MUNDO
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 35
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
títulos de poemas
«o hálito sexual da terra sob o arado.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 135
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
poesia,
verso solto
*
O que o canavial sim aprende do mar;
o avançar em linha rasteira da onda;
o espraiar-se minucioso, de líquido,
alagando cova a cova onde se alonga.
O que o canavial não aprende do mar:
o desmedido do derramar-se da cana;
o comedimento do latifúndio do mar.
que menos lastradamente se derrama.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 127
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto,
poesia
A EDUCAÇÃO PELA PEDRA
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 125Ã
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
títulos
«incapaz de não decifrar-se
lida ou entendida por ninguém.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 118
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
verso solto
''maçãs de vento''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 117
Etiquetas:
imagens,
João Cabral de Melo Neto
A DOENÇA DO MUNDO FÍSICO
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 116
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
verso solto
''o ácido de um sim negativo.''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 110
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
verso solto
«(...) o tempo
injeta em cada um seu veneno.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 106
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto
«(...) , alma sujas de graxa;
todas são mais pesadas que o ar,»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 105
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto,
versos soltos
(...)
É uma luta fantasma,
vazia, contra nada;
não diz a coisa, diz vazio;
nem diz coisas, é balbucio.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 103
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto,
poesia
«nesse livro se inconfessou:
ainda se disse, mas sem vício.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 102
ainda se disse, mas sem vício.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 102
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto
''A linguagem: um falar com coisas''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 101
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
verso solto
''gaiola torácica''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 99
Etiquetas:
imagens,
João Cabral de Melo Neto
''O sol com suas lâminas''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 95
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
verso solto
O ARTISTA INCONFESSÁVEL
Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
Mas não, fazer para esquecer
que é o inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é o inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil
do que não fazer, e dificil-
mente se poderá dizer
com mais desdém, ou então dizer
mais directo ao leitor Ninguém
que o feito o foi para ninguém.
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 90/1
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
poesia,
poeta
« o incapaz de tocar a massa
sem lhe mudar o fazimento.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 87
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto,
poesia
'' a alma de mãos caídas''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 86
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
poesia,
verso solto
''fazer poesia com coisas.''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 82
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
verso solto
«O desábito de vencer
não cria o calo da vitória;
não dá à vitória o fio cego
nem lhe cansa as molas nervosas.
(...)»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 82
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto,
poesia
''diarréias propícias''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 80
Etiquetas:
imagens,
João Cabral de Melo Neto
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
''cama de mulheres-da-vida''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 70
'' o Colar do Enforcado''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 65
''freirice de lírios''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 56
«Todos os verdes que há no verde»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 54
Etiquetas:
João Cabral de Melo Neto,
verso solto
«fala da peixeira, chave
de sua sede e de sua febre.»
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 53
Etiquetas:
excerto,
João Cabral de Melo Neto
''romances de cordel''
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 37
domingo, 1 de outubro de 2017
Mulher Vestida de Gaiola
Prefácio Óscar Lopes
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 24
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 24
sábado, 30 de setembro de 2017
''Os olhos ainda eram muito lúcidos.''
Prefácio Óscar Lopes
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 18
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p. 18
''aterrissar de pássaros''
Prefácio Óscar Lopes
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p.18
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p.18
O Sim contra o Sim
Prefácio Óscar Lopes
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p.15
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p.15
« A poética do pouco, se não do mínimo, do inerte mineral (ou pelo menos vegetal), define-se em parte pela negação: é uma poética do não, do espinhoso cacto não, e do prefixo in - (inenfática, impessoal, inexcessiva, inemocional); agarra-se a vinte palavras, sempre as mesmas (provavelmente: pedra, osso, esqueleto, dente; gume, navalha, faca, foice, lâmina, cortar, esfolado; bala, relógio; seco, mineral, deserto, asséptico, vazio, fome; e, é claro, cana). Tendente à geometria certa de um cristal, deixa no entanto sempre à vista o material de que parte (...)»
Prefácio Óscar Lopes
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p.11
Etiquetas:
crítica literária,
sobre a poesia
pensadores
«(...pensadores, aquilo a que os franceses chamam de bricoleur, pessoas “do it yourself” que conseguem ver um pouco mais à frente e vão abrindo caminho na direção certa.»
Philippe Van Parijs, defensor do Rendimento Básico Incondicional
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Loaded Shine
Galeria Quadrado Azul, Porto
''Depois de ter integrado a secção oficial do PhotoEspaña com uma exposição na sala Goya do Círculo de Bellas Artes de Madrid, Loaded Shine assinala o regresso de Paulo Nozolino à cidade do Porto com uma exposição individual.
O trabalho reúne 20 fotografias balizadas pelo período temporal que vai de 2008 a 2013 e por uma geografia que percorre espaços tão distintos como Nova Iorque, Paris, Berlim e Lisboa, mas também a ruralidade de lugares no interior de França e de Portugal. Com uma sintaxe carregada de símbolos e ainda usando o filme de 35 mm, as fotografias do artista mantêm vincado o seu olhar consciente e atento sobre um mundo em decadência e abandonado à desolação, sem nunca deixarem de procurar a verdade e tudo o que há de mais puro no processo analógico.
“Não consigo deixar de olhar para o que estamos a perder, honra e dignidade. A palavra não é suficientemente forte para o dizer. Só a imagem o consegue. As variantes de modernidade que nos oferecem não me interessam. Procuro a pureza de tudo o que resiste à violência do progresso”, diz Nozolino.''
Etiquetas:
fotógrafo português,
Paulo Nozolino
Subscrever:
Mensagens (Atom)