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domingo, 8 de janeiro de 2017

NA MORTE DOS DEUSES



É quando os Deuses morrem
                              que sentimos
Melhor o pouco espaço que
                              ocupamos.


Henrique Segurado. Ressentimento dum ocidental. Galeria Panorama, 1970., p. 79

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

''anjo desfolhado''

«Sou um anjo utilitário.»


Henrique Segurado. Ressentimento dum ocidental. Galeria Panorama, 1970., p. 51

«P'ra quê meter um tiro na cabeça
Se há veneno no ar que respiramos?!»


Henrique Segurado. Ressentimento dum ocidental. Galeria Panorama, 1970., p. 47

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017


«Dentro de ti se constrói
Um mundo que aos outros falta.»




Henrique Segurado. Ressentimento dum ocidental. Galeria Panorama, 1970., p. 19
«O leite quando o ferviam
Demorava muito menos.»


Henrique Segurado. Ressentimento dum ocidental. Galeria Panorama, 1970., p. 17

''Eu mordo a tua boca''


Henrique Segurado. Ressentimento dum ocidental. Galeria Panorama, 1970., p. 15

«Cumprindo o fadário
Do nosso suor»


Henrique Segurado. Ressentimento dum ocidental. Galeria Panorama, 1970., p. 13



«Faz tão bem chorar
Se for por instinto.»

Henrique Segurado. Ressentimento dum ocidental. Galeria Panorama, 1970., p. 12

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

grupos do Cartucho

(Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge, Helder Moura Pereira, António Franco Alexandre)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Poema do Mar


O drama do Mar,
o desassossego do Mar,
                     sempre
                     sempre
                     dentro de nós!



Jorge Barbosa in 50 Poetas Africanos. Plátano Editora, 1ª Edição, Lisboa., p. 168

domingo, 31 de julho de 2016


«recordo alguém que muito amei
o desenho que bordou na minha camisa branca

vou-me embora    vou-me embora

não estou bem certo. Tempos houve em que estive
tão só.»

João Miguel Fernandes JorgePoemas Escolhidos. Cadernos peninsulares/literatura 21., 1982., p. 138

sábado, 30 de julho de 2016

Hypnos


Estar contigo sentado perto de Tebas sob o som
dos cabelos do teu corpo curvado corpo onde fica o 
paraíso?

Rapazinho ferido
o mar ficou tão escuro
tão estranho como os olhos do falcão o teu amigo
encontrado em Marion dizendo-te «Nada!»
-«Eu não quero nadar aqui».

Os que roem as unhas sabem que são tristes os
olhos do turco debruçado sobre o meu túmulo enquanto
na Europa há música nas ruas e as raparigas
já não cantam à luz de uma lanterna
uma lanterna de papel morrendo como morre Chatterton
rasgadas todas as cartas ruivos os cabelos «Eu 
sou o homem empurrado para o meio do chão».

«Estado de sítio » o
o estar sentado contigo perto de Tebas
no inverno do agosto americano.


João Miguel Fernandes JorgePoemas Escolhidos. Cadernos peninsulares/literatura 21., 1982., p. 83

sexta-feira, 29 de julho de 2016


Havia um mar. Havia um vento. Havia um mar e um vento.
E depois aquela carta escrita a um negro com nome de rapariga.
Sob a pressão do sangue. Porquê? O perigo vem sempre da sua
                                                                                      ausência

fragmento diálogo narração ruptura.


Abril sem abril. Sonho tomado pelo movimento. O
sonho também é político atravessa o corpo o mais leve sinal
sonhado à nossa volta. Eu não digo a palavra.


Havia um mar um mar e um vento.
Qualquer coisa conhecida. O tempo. Um mês sem mar. A
ilha ao fim do mar. A ilha prolongando o mar porque


nem todo o homem vive ou reflecte.
Pode de facto escrever um olhar querer um corpo
trazendo sob os dedos o sono pondo sobre os montes altos de sua casa.
Nas pedras lisas do silêncio está a sua parte. Sua casa.


João Miguel Fernandes JorgePoemas Escolhidos. Cadernos peninsulares/literatura 21., 1982., p. 80

domingo, 20 de março de 2016


«Os cães estão deitados à tua espera.
Ninguém tocou nas tuas roupas ou mudou
o sítio dos teus parcos objectos.
A tua falta é uma clareira aberta
no coração dos dias. Eu retorno à escrita,
vacilante, animal atordoado pelo estio,
agastado por um desespero grave e incolor.
Os cães ladram à espera que regresses,
percorrem a noite de extremo a extremo
com o seu passo miúdo, e eu fico de pé
com o sal das lágrimas a arder nos lábios.
Não te demores, que há uma incandescente
flor azul no lugar onde te sentavas,
um livro ilegível à míngua de enredo,
uma concha de murmúrios em que te digo:
a tua voz continua a iluminar os quartos.»


José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 63

«Porfias, e tens-me onde me queres,
ao lado da cama, junto ao parapeito
da janela que dá para o rio.
Acomodo-me. Podia ser de todos os lugares.
Mas é aqui que fico ancorado,
com a ausência suspensa nos braços
e a ternura proscrita dos lábios.
O meu exílio é um coração fendido
pelo metal da voz que o desengana,
é uma borboleta de pano
esvoaçando, aflita, entre dois lumes.
Aguardo a sentença da noite
para saber se permaneço ou se parto.
Todos os dias me deixo enlanguescer
com a ilusão de que serei livre.»


José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 45

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

«É preciso arrancar as árvores,
impedir que a noite suba,
descalça, pelos seus ramos.
(...)»

Albano Martins

sábado, 21 de novembro de 2015

"Nenhum gato reconheceu Ulisses no
seu regresso a casa. Nem consta
que algum brincasse com os novelos
que a mulher dobava e desdobava
durante a longa ausência para
iludir os pretendentes. Por isso
me soa estranha a Odisseia e o
regresso a Ítaca sem o festivo içar
da cauda dum gato."
-"O Segundo Olhar"
- Inês Lourenço

sábado, 14 de novembro de 2015

9

não pude amar mais nada
não pude mais ninguém
e mesmo que te minta
é o contrário disso

e mesmo que te minta
é a verdade seca
posta ali às avessas;
não pude amar mais claro


Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 110
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