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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Para o Prof. Eduardo Soveral

«Ah, quando, em mim, eu for minha esperança,
Meu próprio ser, divino e redimido.
E minha sombra apenas for lembrança
Bem longe, em outro mundo transcendente,
À luz sem sol jamais anoitecido,
Serei contigo, amor, eternamente.»

Teixeira Pascoaes, Elegias, Renascença Portuguesa, Porto, 1912.

sábado, 14 de agosto de 2010

Elegia X - Sonho

Imagem da que amo, mais do que ela própria,
Cuja impressão clara no meu fiel coração
Me torna Medalha sua, e a obriga a amar-me,
Como os reis às moedas, a que o seu selo impõe
O valor: vai, e retira daqui o meu coração
Que se tornou grande e bom demais para mim.
As Honras oprimem os espíritos fracos, e aos sentidos
Embotaram-nos coisas fortes: se maiores, menos as vemos.

Quando partires, e a Razão partir contigo,
Então a Fantasia será Rainha e Alma, e tudo;
Ela oferece alegrias mais mesquinhas do que tu,
Mais convenientes e proporcionadas.
Então, se sonhar que te tenho, eu tenho-te,
Pois todas as nossas alegrias são só fantasia.
Assim fujo à dor, porque a dor é verdadeira
E o sono, que fecha os sentidos, exclui tudo o resto.

Depois de tal fruição irei acordar
E, além do acordar, nada mais lamentarei.
Ao amor farei Sonetos ainda mais gratos
Que se mais honras, choros e dores fossem gastos.
Mas querido coração, e mais querida imagem: ficai.
Ah!, as veras alegrias no melhor são sonho só.
Apesar de ficares, esvais-te depressa demais:
Pois até no início o Pavio da vida é um morrão.

Cheio do amor dela, possa eu antes tornar-me
Louco com um grande coração, que idiota sem nenhum.





John Donne. Elegias Amorosas. Edição bilingue. Trad. Helena Barbas. Assírio & Alvim., p.53/4

Elegia VII - Tutela

(...)

Não te havia ensinado ainda o alfabeto
Das flores, como podem, dispostas e atadas
Com imaginação, em segredo e sem palavras
Entregar mutuamente recados mudos.

...

Com tantas dívidas, tu não és mais dele - que
Tendo-te retirado dos baldios do mundo,
Te enclausurou para não seres vista, nem veres -
Do que minha; pois com delícias amorosas
Te refinei tornando-te um Paraíso de bênçãos.
Tuas graças e boas palavras são criaturas minhas;
Do conhecimento e da vida, as árvores plantei em ti,
E delas, Oh, irão estranhos provar? Deverei, então,
Cinzelar e esmaltar Prata para em Vidro beber?
Amolecer a cera para os selos alheios?Domar um potro
E abandoná-lo depois, tornado um cavalo rodado?




John Donne. Elegias Amorosas. Edição bilingue. Trad. Helena Barbas. Assírio & Alvim., p.42/3

terça-feira, 30 de março de 2010

Elegia IX - Outonal

Nenhuma beleza de Primavera ou Verão em tal graça
Como a que descobri numa face Outonal.
As jovens Belezas forçam-nos ao amor: isso é Violação;
Esta apenas aconselha, e não lhe podemos escapar.
Se fosse vergonha amar, não seria vergonha aqui
Onde a Afeição toma o nome de Reverência.
Foram-lhe os primeiros anos a Idade de Ouro? É verdade,
Mas ela agora é ouro bem martelado e sempre novo.
Aquele foi o seu tempo tórrido e inflamador,
Este é o seu temperado clima Tropical.
Olhos belos, quem vos pedir mais fogo que o emanado,
É porque, febril, deseja a pestilência.
Não chamem campas a estas rugas; se campas fossem
Seriam as do amor, porque ele não está noutro lugar.
Porém o amor não jaz aqui morto, mas aqui se senta
Consagrado a esta trincheira, como um Anacoreta;
E aqui até que a morte dela, que será a dele, chegue
Não cavará uma Campa, mas erigirá um Túmulo.
Aqui habita; e apesar de viajar por todo o lado
Com Estadão, é ainda aqui a sua residência fixa:
Aqui onde está calma a Tarde, não o meio-dia ou a noite,
Sem voluptuosidades, porém toda deleite.
Todas as palavras dela, próprias a todos os ouvintes
Seja no Folgar, seja em Conselho, podemos seguir.
Este é o madeiro do amor, a juventude os seus arbustos;
Ali ele, como vinho em Junho, faz ferver o sangue,
Que depois se tempera, quando o nosso gosto
E apetite de outras coisas é passado.
O estranho amor Lídio de Xerxes, o Plátano,
Foi amado pela idade, e porque nenhum era maior,
Ou então porque, sendo jovem, a natureza lhe abençoou
A juventude com a glória da idade, a Esterilidade.
Se amamos as coisas há muito procuradas, a Idade é algo
Que levamos cinquenta anos a conquistar.
Se as coisas são transitórias, e cedo se corrompem,
A Idade será mais amável nos seus últimos dias.
Mas não nomeiam Faces Invernais, de pele flácida,
Descarnadas como um saco vazio, antes a bolsa da alma;
Cujos Olhos buscam luz de dentro, pois tudo aqui é sombra;
Cujas bocas são buracos, mais gastos do que feitos;
Em que um a um cada dente partiu para vários lugares
A fim de lhes humilhar as almas na Ressurreição:
Não me nomeiem essas Cabeças mortas viventes,
Porque estas não são Anciãs, mas Antigas.
Odeio extremos; porém antes preferia ficar
Com Tumbas do que Berços;para passar um dia.
Dado que tal é o movimento natural do amor, possa ainda
O meu amor abrandar, e viajar monte abaixo
Nunca a suspirar atrás de belezas em crescimento. Assim,
Irei definhando no fluxo dos que se dirigem para casa.



John Donne in Elegias Amorosas. Edição bilingue. Trad. Helena Barbas. Assírio & Alvim, 1997.,pp49/51

sábado, 6 de março de 2010

Elegia V - Retrato Dele

Aqui está, toma o meu retrato; embora de ti me despeça
O teu no meu coração, onde habita a minha alma, habitará.
É como eu agora, mas se eu morrer, será mais,
Quando formos ambos sombras,do que era antes.
Quando eu voltar gasto das intempéries, as mãos
Talvez rasgadas pelos remos rudes, ou curtidas dos raios do Sol
A minha face e o peito de silício, e a cabeça semeada
Com os eczemas dos cuidados das tempestades súbitas,
O corpo num saco de ossos, quebrado por dentro,
E as manchas azuis da pólvora espalhadas na pele;
Se rivais loucos te acusarem de ter amado um homem
Tão imundo e rude como, ah! então poderei parecer,
Isto deverá mostrar o que eu era, e tu deverás dizer,
Será que as dores dele me atingem? Arruínam o meu valor?
Ou atingem-lhe a mente pensante, e ele agora
Amará menos o que tanto gostava de ver?
Aquilo que foi nele belo e delicado,
Era apenas o leite no estado infantil do amor
O alimentava; o qual agora cresceu forte o bastante
Para se alimentar do que, a gostos desusados, parece rude.



John Donne in Elegias Amorosas. Edição Bilingue. Trad. Helena Barbas, Assírio & Alvim, 1997

Elegia I - CIÚME

Mulher carinhosa, que verteu marido morto desejas
E de seus grandes ciúmes ainda te queixas.
Se inchado de veneno jazesse no seu último leito,
O corpo coberto por uma crosta cauterizada,
Aspirando o ar, tão rouco e rápido, como pode
Cravejar o mais ágil músico;
Com repugnante vomitado, pronto a expelir
A alma para fora de um Inferno, adentro de novo,
Feito surdo pelos urros uivantes dos parentes pobres
A implorar, com poucas e falsas lágrimas, grandes legados,
Não chorarias, mas alegre e prazenteira estarias
Como um escravo, que amanhã fosse libertado.
Porém tu choras, quando o vês engolir avidamente
A sua própria morte, o ciúme que envenena o coração.
Oh, agradece-lhe muito, ele é bem-educado,
Pois suspeitando, amavelmente nos avisou
Que não devemos, como usávamos, troçar abertamente
Da sua deformidade com enigmas de escárnio;
Nem estando juntos à sua mesa sentados,
Com palavras, toques, ou olhares de viés, adulterar;
Nem quando ele, inchado e satisfeito pela comezaina
Se senta, e ressona, enjaulando-se na cadeira de verga,
Deveremos nós outra vez usurpar-lhe a cama,
Nem beijarmo-nos e brincar na casa dele, como dantes.
Agora vejo grandes perigos; porque aquele é
O seu reino, o seu castelo, a sua diocese.
Mas - como os homens invejosos que insultariam
O seu Príncipe, ou lhe cunhariam o ouro, para outro país
A si próprios se exilam, e aí o fazem - ,
Se brincarmos noutra casa, que teremos a temer?
Ali zombaremos dos comportamentos caseiros,
Das suas intrigas cegas, e espiões a soldo,
Como o fazem os habitantes da margem direita do Tamisa
Ao Mayor de Londres, ou os alemães ao orgulho do Papa.


John Donne in Elegias Amorosas. Edição Bilingue. Trad. Helena Barbas, Assírio & Alvim, 1997

domingo, 10 de janeiro de 2010

Pranto de Ménon Por Diotima (6)

6
Juventude, como eras outrora diferente! Não haverá súplicas
Que te façam jamais voltar? Existirá algum caminho de regresso?
Acontecer-me-á o mesmo que aos descrentes que no passado
Mesmo assim se sentaram no banquete divino com brilho no olhar,
Mas, em breve saciados, esses convidados em delírio,
Emudeceram então e agora, sob o canto das brisas,
Adormeceram sob a terra em flor, até que alguma vez
O poder de um milagre, aos que pereceram, faça
Regressar e de novo mover-se sobre o solo verdejante.
Um sopro sagrado percorre divinamente a figura da luz,
Quando a festa se anima e se agitam vagas de amor,
E na embriaguez celeste a torrente viva rumoreja,
Quando soa no subsolo, e a noite oferece os meus tesouros,
E, subindo à tona dos ribeiros, o ouro enterrado cintila.



Hölderlin. Elegias. Edição Bilingue. Trad. Maria Teresa Dias Furtado. Assírio&Alvim, 1992

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Pieta, 1990

Menons Klagen Um Diotima/ Pranto de Ménon Por Diotima

1

Todos os dias saio em busca de algo diferente,
Demandei-o há muito por todos os atalhos destes campos;
Além nos cumes frescos visito as sombras,
E as fontes; o espírito erra dos cimos para a planície,
Implorando sossego; tal como o animal ferido se refugia nas florestas,
Onde antes repousava pelo meio-dia à sombra, fora de perigo;
Mas o seu verde abrigo já não lhe dá novas forças,
O espinho cravado fá-lo gemer e tira-lhe o sono,
De nada servem o calor da luz nem a frescura da noite,
E em vão mergulha as feridas nas ondas da corrente.
E tal como é inútil à terra oferecer-lhe a agradável
Erva curativa e nenhum zéfiro consegue estancar o sangue que fermenta,
O mesmo me acontece, caríssimos! Assim parece, e não haverá ninguém
Que possa aliviar-me da tristeza do meu sonho?

2

De nada serve, ó deuses da morte, enquanto tiverdes
Em vosso poder, prisioneiro, o homem acossado pelo destino,
Enquanto, no vosso furor, o tiverdes lançado na noite tenebrosa,
De nada serve então procurar-vos, suplicar-vos ou queixarmo-nos,
Ou viver pacientemente neste desterro de temor,
E escutar sorrindo o vosso canto sóbrio.
Se assim for, esquece a tua felicidade e dormita silenciosamente.
No entanto brota no teu peito uma réstea de esperança,
Tu ainda não podes, ó minha alma! Não podes ainda
Habituar-te e sonhas dentro de um sonho férreo!
Não estou em festa, mas gostaria de coroar-me de flores;
Não me encontro eu só?Mas algo apaziguador deve
Aproximar-se de mim vindo de longe e sou forçado a sorrir e a admirar-me
Por experimentar alegria no meio de tão grande sofrimento

3

Luz do amor! Também envolves os mortos no ouro do teu brilho!
Imagens de um tempo mais radioso, sois vós que me iluminais pela noite fora?
Sede bem-vindos vós jardins suaves, vós montes do poente,
E vós silenciosos caminhos do bosque,
Testemunhos de felicidade celestial, e vós estrelas que do alto olhais,
E que outrora me abençoáveis, olhando-me!
E vós também, amantes, vós belos filhos de Maio,
Rosas discretas e vós, lírios, invoco-vos ainda tantas vezes!
É verdade que as Primaveras se desvanecem, um ano sucede a outro,
E assim o tempo rodopia em mudança e luta
Sobre as nossas cabeças mortais, mas não perante olhos bem-aventurados,
E aos amantes uma outra vida é concedida.
Pois todos os dias e anos estelares, Diotima!
Estavam em nosso redor intimamente unidos para sempre;

4

Mas nos caminhávamos juntos pela terra, num mútuo contentamento,
Como os cisnes amantes, ao repousarem no lago,
Ou embalados pelas ondas, olhando as águas,
Espelho de nuvens de prata e esteira de azul etéreo
Rasgada pelos barcos de passagem. E quando o vento norte ameaçava,
Inimigo dos amantes espalhando lamentos, e as folhas
Caíam dos ramos e a chuva caía ao sabor do vento,
Sorríamos serenos, experimentando Deus em nós
Em diálogo confiante, num uníssono canto interior,
Num âmbito de paz, em solidão alegre de meninos.
Mas na minha casa está agora o vazio, levaram-me
Os meus olhos e a mim, tal como a ela, me perdi.
Por isso ando errante e é forçoso que viva como
As sombras e tudo o mais há muito perdeu o sentido.

5

Desejo festejar, mas para quê?E cantar com outros,
Mas assim sozinho tudo o que é divino me falta.
É este o meu mal, sei-o, uma maldição paralisa-me
Os tendões e abate-me ao menor movimento,
E assim passo o dia insensível e mudo como os meninos,
Apenas me brotam dos olhos frias lágrimas,
E a verdura dos campos entristece-me e o canto dos pássaros
Porque na sua alegria são também mensageiros do céu,
Mas o sol que reanima cai frio e esterilmente
No meu peito convulso como se fossem raios nocturnos,
Ai! E inútil e vazio como paredes de uma prisão o céu
É um peso excessivo que paira sobre a minha cabeça!

6

Juventude, como eras outrora diferente! Não haverá súplicas
Que te façam jamais voltar? Existirá algum caminho de regresso?
Acontecer-me-á o mesmo que aos descrentes que no passado
Mesmo assim se sentaram no banquete divino com brilho no olhar,
Mas, em breve saciados, esses convidados em delírio,
Emudeceram então e agora, sob o canto das brisas,
Adormeceram sob a terra em flor, até que alguma vez
O poder de um milagre, aos que pereceram, faça
Regressar e de novo mover-se sobre o solo verdejante.
Um sopro sagrado percorre divinamente a figura de luz,
Quando a festa se anima e se agitam vagas de amor,
E na embriaguez celeste a torrente viva rumoreja,
Quando soa no subsolo, e a noite oferece os seus tesouros,
E, subindo à tona de ribeiros, o ouro enterrado cintila.

7

Mas tu, que dantes, já nas encruzilhadas, quando
A teus pés caí, consolando-me, me apontavas para algo mais belo,
Tu que me ensinaste a ver a grandeza e a cantar aos deuses mais alegremente,
Silencioso, como eles, contendo o meu entusiasmo,
Filha dos deuses! Voltarei a ver-te, voltarás a saudar-se, como dantes,
Voltarás, como dantes, a falar-me de coisas sublimes?
Olha, tenho que chorar e lamentar-me diante de ti, pelo menos,
Ao pensar em momentos mais felizes, dos quais a alma se envergonha.
Porque demorei tanto, tanto tempo a procurar-te por pálidos caminhos terrestres,
Habituado a ti, errante,
Anjo de alegria! Mas em vão e os anos escoaram-se,
Desde que, cheios de pressentimentos, à nossa volta víamos o fulgor crepuscular.

8

Apenas a ti, heroína, a tua luz te mantém na luz
E a tua paciência, amável, te mantém no amor;
E nem sequer estás só; estás acompanhada nos teus jogos,
Onde quer que floresças e descanses entre as rosas do ano;
E o próprio Pai te envia ternas canções de embalar
Pelas mãos de musas que respiram suavidade.
Sim, é ela mesma! Ainda vejo diante dos meus olhos a Ateniense,
Em corpo inteiro, pairando e aproximando-se em silêncio, como dantes.
Espírito amável! E tal como da fonte dos teus pensamentos serenos
O teu raio de luz recai, abençoado, sobre os mortais;
Do mesmo modo mo demonstras e dizes, para que eu a outros
O repita, pois também outros há que não o crêem,
Que a alegria, mais imortal do que os cuidados e a fúria,
Num dia áureo se tornará por fim quotidiana.

9

Por isso vos quero também agradecer, deuses celestes, e finalmente
No peito mais aliviado respira de novo a oração do vate.
E tal como quando com ela me encontrava nos cumes soalheiros,
Há um Deus que, interpelando-me do interior do templo, me devolve à vida.
Também quero viver! O verde surge! E como que dedilhado numa lira sagrada
Chega o apelo dos montes argênteos de Apolo!
Vem! Tudo foi como num sonho! As asas ensanguentadas já estão
Saradas e todas as esperanças renascem.
Ainda há muita grandeza por achar e quem assim
Amou é forçoso que entre na órbita dos deuses.
Acompanhai-vos, horas sagradas! E vós, solenes
Jovens! Permanecei, santos pressentimentos, e vós,
Súplicas ardentes! E vós, entusiasmos e todos vós,
Génios bons, a quem é grato estar entre os amantes;
Permanecei junto de nós até pisarmos o mesmo solo
Onde todos os deuses do Alto se preparam para regressar,
Onde estão as águias, as constelações, os mensageiros do Pai
Onde as musas se encontram e donde provêm os heróis e os amantes,
Que aí, ou também aqui, nos encontremos sobre uma ilha orvalhada,
Onde todos os nossos estarão, florescendo juntos em jardins,
Onde os cânticos serão verdadeiros e as Primaveras por mais tempo belas,
E de novo comece um ano para as nossas almas


Friedrich Hölderlin in Elegias. Trad. Maria Teresa Dias Furtado. Assírio&Alvim, 1992
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