(...)
Não te havia ensinado ainda o alfabeto
Das flores, como podem, dispostas e atadas
Com imaginação, em segredo e sem palavras
Entregar mutuamente recados mudos.
...
Com tantas dívidas, tu não és mais dele - que
Tendo-te retirado dos baldios do mundo,
Te enclausurou para não seres vista, nem veres -
Do que minha; pois com delícias amorosas
Te refinei tornando-te um Paraíso de bênçãos.
Tuas graças e boas palavras são criaturas minhas;
Do conhecimento e da vida, as árvores plantei em ti,
E delas, Oh, irão estranhos provar? Deverei, então,
Cinzelar e esmaltar Prata para em Vidro beber?
Amolecer a cera para os selos alheios?Domar um potro
E abandoná-lo depois, tornado um cavalo rodado?
John Donne. Elegias Amorosas. Edição bilingue. Trad. Helena Barbas. Assírio & Alvim., p.42/3
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