domingo, 10 de janeiro de 2010

Pranto de Ménon Por Diotima (6)

6
Juventude, como eras outrora diferente! Não haverá súplicas
Que te façam jamais voltar? Existirá algum caminho de regresso?
Acontecer-me-á o mesmo que aos descrentes que no passado
Mesmo assim se sentaram no banquete divino com brilho no olhar,
Mas, em breve saciados, esses convidados em delírio,
Emudeceram então e agora, sob o canto das brisas,
Adormeceram sob a terra em flor, até que alguma vez
O poder de um milagre, aos que pereceram, faça
Regressar e de novo mover-se sobre o solo verdejante.
Um sopro sagrado percorre divinamente a figura da luz,
Quando a festa se anima e se agitam vagas de amor,
E na embriaguez celeste a torrente viva rumoreja,
Quando soa no subsolo, e a noite oferece os meus tesouros,
E, subindo à tona dos ribeiros, o ouro enterrado cintila.



Hölderlin. Elegias. Edição Bilingue. Trad. Maria Teresa Dias Furtado. Assírio&Alvim, 1992

2 comentários:

  1. Há nomes que se guardam na memória como sendo e depois espaçam-se no tempo e esquecemos. Este é o caso. Ainda bem que publicou.
    No caso da música dos Led Zeppelin também foi importante a letra porque na melodia perde-se muitas vezes todo o vasto sentido das palavras.

    Abraço e obrigado

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  2. 'Por acaso' coloquei a letra pelo motivo que refere ;)

    Ah, e não tem nada que «obrigadar»

    ;)

    Uma boa noite.

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