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sábado, 22 de setembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
NÃO ENTRES DOCILMENTE NESSA NOITE SERENA
Não entres docilmente nessa noite serena,
porque a velhice deveria arder e delirar no termo do dia;
odeia, odeia a luz que começa a morrer.
No fim, ainda que os sábios aceitem as trevas,
porque se esgotou o raio nas suas palavras, eles
não entram docilmente nessa noite serena.
Homens bons que clamaram, ao passar a última onda, como podia
o brilho das suas frágeis acções ter dançado na baía verde,
odiai, odiai a luz que começa a morrer.
E os loucos que colheram e cantaram o voo do sol
e aprenderam, muito tarde, como o feriram no seu caminho,
não entram docilmente nessa noite serena.
Junto da morte, homens graves que vedes com um olhar que cega
quando os olhos cegos fulgiriam como meteoros e seriam alegres,
odiai, odiai a luz que começa a morrer.
E de longe, meu pai, peço-te que nessa altura sombria
venhas beijar ou amaldiçoar-me com as tuas cruéis lágrimas.
Não entre docilmente nessa noite serena.
Odeia, odeia a luz que começa a morrer.
Dylan Thomas. A Mão Ao Assinar Este Papel. Edição bilingue. Trad. e prefácio de Fernando Guimarães. Assírio & Alvim, 2.ª edição, Lisboa, 1998., p. 41
porque a velhice deveria arder e delirar no termo do dia;
odeia, odeia a luz que começa a morrer.
No fim, ainda que os sábios aceitem as trevas,
porque se esgotou o raio nas suas palavras, eles
não entram docilmente nessa noite serena.
Homens bons que clamaram, ao passar a última onda, como podia
o brilho das suas frágeis acções ter dançado na baía verde,
odiai, odiai a luz que começa a morrer.
E os loucos que colheram e cantaram o voo do sol
e aprenderam, muito tarde, como o feriram no seu caminho,
não entram docilmente nessa noite serena.
Junto da morte, homens graves que vedes com um olhar que cega
quando os olhos cegos fulgiriam como meteoros e seriam alegres,
odiai, odiai a luz que começa a morrer.
E de longe, meu pai, peço-te que nessa altura sombria
venhas beijar ou amaldiçoar-me com as tuas cruéis lágrimas.
Não entre docilmente nessa noite serena.
Odeia, odeia a luz que começa a morrer.
Dylan Thomas. A Mão Ao Assinar Este Papel. Edição bilingue. Trad. e prefácio de Fernando Guimarães. Assírio & Alvim, 2.ª edição, Lisboa, 1998., p. 41
E A MORTE PERDERÁ O SEU DOMÍNIO
«E a morte perderá o seu domínio.
Nus, os homens mortos irão confundir-se
com o homem no vento e na lua do poente;
quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos
hão-de nos seus braços e pés brilhar as estrelas.
Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito lúcido;
mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão-de ressurgir;
mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;
e a morte perderá o seu domínio»
(...)
Dylan Thomas. A Mão Ao Assinar Este Papel. Edição bilingue. Trad. e prefácio de Fernando Guimarães. Assírio & Alvim, 2.ª edição, Lisboa, 1998., p. 39
''porque vem a pedra feri-lo e é suave a seda.''
Dylan Thomas. A Mão Ao Assinar Este Papel. Edição bilingue. Trad. e prefácio de Fernando Guimarães. Assírio & Alvim, 2.ª edição, Lisboa, 1998., p. 35
A FORÇA QUE IMPELE ATRAVÉS DO VERDE RASTILHO A FLOR
A força que impele através do verde rastilho a flor
impele os meus verdes anos; a que aniquila as raízes das árvores
é o que me destrói.
E não tenho voz para dizer à rosa que se inclina
como a minha juventude se curva sob a febre do mesmo inverno.
A força que impele a água através das pedras
impele o meu rubro sangue; a que seca o impulso das correntes
deixa as minhas como se fossem de cera.
E não tenho voz para que os lábios digam às minhas veias
como a mesma boca suga as nascentes da montanha.
A mão que faz oscilar a água no pântano
agita mais ainda a areia; a que detém o sopro do vento
levanta as velas do meu sudário.
E não tenho voz para dizer ao homem enforcado
como da minha argila é feito o lodo do carrasco.
Como sanguessugas, os lábios do tempo unem-se à fome;
fica o amor intumescido e goteja, mas o sangue derramado
acalmará as suas feridas.
E não tenho voz para dizer ao dia tempestuoso
como as horas assinalam um céu à volta dos astros.
E não tenho voz para dizer ao túmulo da amada
como sobre o meu sudário rastejam os mesmos vermes.
Dylan Thomas. A Mão Ao Assinar Este Papel. Edição bilingue. Trad. e prefácio de Fernando Guimarães. Assírio & Alvim, 2.ª edição, Lisboa, 1998., p. 21
impele os meus verdes anos; a que aniquila as raízes das árvores
é o que me destrói.
E não tenho voz para dizer à rosa que se inclina
como a minha juventude se curva sob a febre do mesmo inverno.
A força que impele a água através das pedras
impele o meu rubro sangue; a que seca o impulso das correntes
deixa as minhas como se fossem de cera.
E não tenho voz para que os lábios digam às minhas veias
como a mesma boca suga as nascentes da montanha.
A mão que faz oscilar a água no pântano
agita mais ainda a areia; a que detém o sopro do vento
levanta as velas do meu sudário.
E não tenho voz para dizer ao homem enforcado
como da minha argila é feito o lodo do carrasco.
Como sanguessugas, os lábios do tempo unem-se à fome;
fica o amor intumescido e goteja, mas o sangue derramado
acalmará as suas feridas.
E não tenho voz para dizer ao dia tempestuoso
como as horas assinalam um céu à volta dos astros.
E não tenho voz para dizer ao túmulo da amada
como sobre o meu sudário rastejam os mesmos vermes.
Dylan Thomas. A Mão Ao Assinar Este Papel. Edição bilingue. Trad. e prefácio de Fernando Guimarães. Assírio & Alvim, 2.ª edição, Lisboa, 1998., p. 21
sábado, 19 de maio de 2012
Misantropo
Arrefeceu. Tenho andado a apanhar lenha,
Com os dedos entorpecidos, quase insensíveis,
Revolvendo as folhas quebradiças para encontrar
Galhos húmidos. Tenho andado curvado
Toda a tarde, empilhando-os para secar,
E, toda a tarde, tenho ouvido, vezes sem conta,
Duas notas decrescentes: uma suave e melancólica melodia,
Como se uma ave chamasse, do seu abrigo de ramos,
Agora não, agora não, agora não.
Dos silvados, retiro um a um galhos para queimar.
Surpreendido pela sombra, ergo-me e vejo,
Ficando meio cego, o frio pôr-de-sol vermelho
Por entre os ramos enredados de uma árvore sem folhas.
Recordo-me de anteriores poentes, especialmente em
Que assim coloria o ferro, branco acinzentado
E escurecido, e o cimento enrugado de um posto de sentinela
Com o seu alaranjado frio. Deixem-me ver, um segundo,
Agora não, agora não, agora não.
É tão dolorosa e apagada essa recordação,
Embora eu ali também vivesse o dia-a-dia.
Porém a comparação torna-se consciente
Do calor e da luz ténues, que eram
Ou pareceram ter sido menos ténues que hoje.
A ave cala-se. Indiferente neste instante isolado
Eu sei que, ouvindo o vento agitar-se num galho,
Sempre hei-de escutar assim um incessante
Agora não, agora não, agora não.
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993., p. 35
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« - O seu secreto e silencioso desgosto.»
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993., p. 31
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quarta-feira, 16 de maio de 2012
''Escolhera permanecer morto,''
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993., p. 17
«E como uma esposa hei-de ensinar-te
A seres como eu sou, como tudo o que eu sou.»
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993., p. 11
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«Ensinei-te a falar, demos um nome às aves,
Anotaste então as suas grandes migrações
Como qualquer criança.»
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993., p. 11
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''Eu fui tudo o que sou e fui o que não sou.''
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993., p. 11
«Tive de deixar sarar aqueles vales iluminados pela tempestade.»
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993., p. 9
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«Era eu próprio: sem estar sujeito ao fôlego de outro homem: »
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993
Thom Gunn. A Destruição do Nada e outros poemas. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Relógio D' Água, Lisboa, 1993
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domingo, 1 de maio de 2011
«Tristes lágrimas de ira:
Não minhas: da vida.»
Alfred Edward Housman. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.141
Não minhas: da vida.»
Alfred Edward Housman. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.141
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«Estranho e em terror, que farei
Num mundo que não criei?»
Alfred Edward Housman. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.141
Num mundo que não criei?»
Alfred Edward Housman. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.141
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«In the morning...»
De manhã, pela manhã,
No feliz campo de feno,
Oh, filtram-se um ao outro
À luz do dia sereno.
Na manhã de azul e prata
Sobre o feno de deitavam,
Oh, fitaram-se um ao outro,
E seus olhos desviavam.
Alfred Edward Housman. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.140
No feliz campo de feno,
Oh, filtram-se um ao outro
À luz do dia sereno.
Na manhã de azul e prata
Sobre o feno de deitavam,
Oh, fitaram-se um ao outro,
E seus olhos desviavam.
Alfred Edward Housman. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.140
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«No Worst...»
Não pior não há. Que tensas além tensa dor,
mais mágoas, de em pre-mágoas, brancas morderão.
Ó tu que és quem consola, onde a consolação?
Maria, nossa mãe, aonde o teu calor?
Meus gritos arfam, longos de manadas, por
em de hiper-mundo-dor, em bigorna canção.
Depois sossegam, calam. A fúria estrila: « Não
demora. Que eu remate seja. Breve ardor».
A alma tem montanhas; tem escarpas terríveis
abruptas, não-exploradas. Julga-as por pequenas
quem nunca pendeu nelas. Nem podem sensíveis
lidar com tais declives. Vá. canalha, amenas
te servem ventanias, trepa! Que os possíveis
da vida a morte acaba, e o dia dorme as penas.
Gerard Manley Hopkins. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.133/4
mais mágoas, de em pre-mágoas, brancas morderão.
Ó tu que és quem consola, onde a consolação?
Maria, nossa mãe, aonde o teu calor?
Meus gritos arfam, longos de manadas, por
em de hiper-mundo-dor, em bigorna canção.
Depois sossegam, calam. A fúria estrila: « Não
demora. Que eu remate seja. Breve ardor».
A alma tem montanhas; tem escarpas terríveis
abruptas, não-exploradas. Julga-as por pequenas
quem nunca pendeu nelas. Nem podem sensíveis
lidar com tais declives. Vá. canalha, amenas
te servem ventanias, trepa! Que os possíveis
da vida a morte acaba, e o dia dorme as penas.
Gerard Manley Hopkins. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.133/4
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«As folhas gelam no frio;
mas que amizades amantes
podem gelar como dantes
quem no Inverno sumiu?»
Thomas Hardy. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.131
mas que amizades amantes
podem gelar como dantes
quem no Inverno sumiu?»
Thomas Hardy. Poesia do século XX. Antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, p.131
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