in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 179
domingo, 12 de abril de 2015
«Na verdade, o meu coração deveria arder e desfazer-se em lágrimas (...)»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 178
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 178
«2 . Mostra, pelas tuas preces, a pena que tens de ser ainda tão carnal e mundano; tão pouco mortificado nas paixões; tão cheio de desejos desordenados; tão negligente na guarda dos sentidos; tão perseguido de perniciosas imaginações; tão inclinado às coisas sensíveis: tão pouco cuidadoso de entrar no interior de ti mesmo; tão fácil para o riso e a dissolução; tão duro para a compunção e as lágrimas; tão pronto para as lassidões e comodidades do corpo; tão vagoroso para o fervor e a austeridade; tão curioso para ouvir novidades e contemplar coisas belas; tão indisposto para abraçar as coisas humildes e desprezíveis; tão ardente no desejo de possuir muito; tão moderado para o dar; tão avarento no reter; tão indiscreto no falar; tão inobservante do silêncio; tão pouco regulado nos costumes; tão pouco circunspectos nas acções; tão desordenado no comer; tão surdo às vozes de Deus; tão pronto para o descanso; tão preguiçoso para o trabalho; tão vigilante para ouvir anedotas e fábulas; tão sonolento para as sagradas vigílias; tão apressado para acabá-las e tão distraídos para atendê-las; tão negligente nas rezas das horas diurnas; tão tíbio na celebração de do santo sacrifício; tão seco na santa comunhão; tão fácil em distrair-se; tão difícil em recolher-se; tão ligeiro em irar-se; tão disposto a desprezar os outros; tão precipitado nos juízos; tão severo nas repreensões; tão alegre nas prosperidades; tão triste nos infortúnios; tão fecundo em resoluções, mas tão estéril em transformá-las em actos.»
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 172
''chore as culpas alheias''
«Se o tempo te permitir, confessa a Deus, o segredo do teu coração, todas as misérias a que te reduzem as tuas paixões.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 172
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 172
ESCOLHA DOS SERES
"Há na intimidade de um limiar sagrado,
encantamento e paixão não o podem transpor -
mesmo que no silêncio assustador se fundam
os lábios e o coração se rasgue de amor.
Onde a amizade nada pode nem os anos
da felicidade mais sublime e ardente,
onde a alma é livre, e se torna estranha
à vagarosa volúpia e seu langor lento.
Quem corre para o limiar é louco, e quem
o alcançar é ferido de aflição...
Agora compreendes porque já não bate
sob a tua mão em concha o meu coração."
encantamento e paixão não o podem transpor -
mesmo que no silêncio assustador se fundam
os lábios e o coração se rasgue de amor.
Onde a amizade nada pode nem os anos
da felicidade mais sublime e ardente,
onde a alma é livre, e se torna estranha
à vagarosa volúpia e seu langor lento.
Quem corre para o limiar é louco, e quem
o alcançar é ferido de aflição...
Agora compreendes porque já não bate
sob a tua mão em concha o meu coração."
-"Só o Sangue Cheira a Sangue"
- Anna Akhmátova
- Anna Akhmátova
sábado, 11 de abril de 2015
quinta-feira, 9 de abril de 2015
«Por que motivo as palavras da incompreensão ou da injustiça te penetram até ao íntimo do teu coração, senão porque és ainda carnal e dás ainda aos homens uma importância que não merecem? Porque temes ser desprezado, não queres ser repreendido pelos teus defeitos e procuras encobri-los com a sombra de algumas desculpas?
2. Entra bem no conhecimento de ti mesmo e verás que o mundo ainda vive em ti, pelo desejo que tens de agradar aos homens. Fugindo de ser abatido e confundido por causa de teus defeitos, é visível que não és verdadeiramente humilde, nem verdadeiramente morto para o mundo, e que o mundo não está verdadeiramente morto para ti.
Ouve as minhas palavras e não farás caso das palavras que os homens disserem. Quando eles disserem contra ti quanto a malícia pode inspirar, que danos receberias dessas injúrias, se as desprezasses como palha que voa pelo ar?
Elas todas juntas não teriam força para fazer-te saltar da cabeça um só fio de cabelo.
3. Quem não anda recolhido interiormente e não traz Deus diante dos olhos, irrita-se com a menor palavra que o ofende. Mas quem confia em mim e não se aferra ao próprio juízo, nada teme da parte dos homens.
Eu sou o juiz que conhece todos os segredos do coração humano. Eu sei como as coisas se passaram. Conheço, perfeitamente, quem faz a injúria e quem a sofre.
Por minha ordem é que sofres. Por permissão minha é que este mal te sucede, para que se descubram os pensamentos ocultos no coração de muitos.
Eu julgarei algum dia o inocente e o culpado; mas, por um juízo secreto, quero primeiro provar um e outro.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 130
«Que coisas são as palavras dos homens, senão palavras? Elas voam pelo ar, mas não podem ferir a firmeza da pedra. Se, com efeito, és culpado, serve-te do que te dizem contra ti para te emendares. Se o não és, alegra-te de sofrer essa injúria pelo amor de Deus. Bem é que sofras, pelo menos, a tortura das palavras injustas, já que não podes sofrer graves tormentos.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 129
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 129
«O HOMEM DE SI NADA TEM DE BOM»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 122
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 122
''doces e artificiosas palavras''
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 121
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 121
''luta valorosamente e conforta o teu coração''
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 118
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 118
«Nada há que não devas sofrer de boa vontade, por meu amor. Pondo os olhos em mim, os trabalhos, as dores, as tentações, as perseguições, os desastres, a pobreza, as enfermidades, as injúrias, as murmurações, as repreensões, os abatimentos, as confusões, as correcções, os desprezos, devem ser doces.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 118
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 118
forcejar
1. esforçar-se (por); diligenciar (por); empenhar-se (em)
2. lutar (contra), utilizando a força
XXVII - O AMOR-PRÓPRIO NOS AFASTA DO SUMO BEM
« 1. Cristo - Filho, se me queres possuir todo, dá-me tudo de ti sem nada reservares.
Lembra-te de que nada é mais nocivo do que o amor-próprio. Conforme o amor e a afeição que tiveres, assim estarás preso ao seu objecto.
Se o teu amor for puro, simples e bem regulado, nenhuma coisa cativará a tua liberdade.
Não desejes o que não te for lícito possuir. Não queiras ter o que pode servir-te de embaraço e privar-te da liberdae interior. É bem estranho que não te entregues a mim de todo o coração, com tudo o que podes desejar ou possuir nesta vida.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 107
«Sou miserável e considero-me preso e carregado de ferros, (...)»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 100
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 100
«tudo o que me dais, ou me descobris, ou me prometeis,»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 99
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 99
concupiscência
nome feminino
1. atração pelos prazeres materiais e/ou sensuais
2. desejo sexual intenso
3. cobiça
«(....) grande império que a concupiscência carnal exerce sobre a alma.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 98
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 98
«(...) sobre este abismo de fragilidade que há em mim e que Vós conheceis melhor do que eu.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 97
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 97
«Os homens e as suas palavras passarão como um relâmpago.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 91
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 91
'' meus ossos estremecem de medo ''
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 90
quarta-feira, 8 de abril de 2015
"O homem é um ser paradoxal relativamente a si e ao mundo que o cerca: dominou a maior parte das forças que a natureza lhe opunha, criou e descobriu novas formas de energia, reduziu o espaço e o tempo pela velocidade, poupou as suas forças e diminuiu o seu cansaço, alongou o dia e encurtou a noite, embelezou o que não era belo, criou novas formas de vida, espiritualizou uma parte da sua conduta, mas esqueceu-se de si mesmo. O homem, na sua totalidade, nunca se fez tema para o homem.
- Delfim Santos, "Da Ignorância", in revista Aventura, 1943.
«(...), se o teu coração não estiver dividido contra ti.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 89
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 89
«(...) se desejas que a tua carne também te obedeça.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 89
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 89
«(...) a sua carne ainda não lhe obedece perfeitamente, mas resiste e murmura muitas vezes.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 89
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 89
«Eu, amando-me desordenadamente, me perdi.»
«Não deves fiar-te muito na presente disposição do teu espírito, pois facilmente pode mudar-se em disposição contrária.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 83
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 83
Eu nada sou e eu não o sabia.
«As menores faíscas desta estimação presunçosa de mim mesmo serão extintas no abismo do meu nada, sem que jamais possam outra vez acender-se.
Neste abismo é que Vós me fazeis conhecer a mim mesmo; que me ensinais o que eu sou, o que fui e o estado de que saí. Eu nada sou e eu não o sabia.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 83
Neste abismo é que Vós me fazeis conhecer a mim mesmo; que me ensinais o que eu sou, o que fui e o estado de que saí. Eu nada sou e eu não o sabia.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 83
terça-feira, 7 de abril de 2015
«Clarisse baixou os olhos, humilhada.»
Fernando Namora. Domingo à Tarde. Editora Arcádia. 4ª Edição. p. 36
«Só quem ama é que pode compreender os gritos do amor.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 78
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 78
«4. Quem ama voa, corre, vive alegre, é livre e nada o embaraça. Reparte tudo por todos e possui tudo em todos, porque descansa naquele bem único e soberano, que é superior a tudo e do qual procedem todos os bens.
Não atende às dádivas, atende só a quem as dá.
O amor, às vezes, não sabe limitar-se, pois vai além de todos os limites.
Não há peso que o oprima, não faz caso dos trabalhos; empreende mais do que pode; não se desculpa com a impossibilidade, pois crê que tudo lhe é possível e permitido.
É poderoso para tudo e executa acções impossíveis a quem não ama.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 77
V - OS ADMIRÁVEIS EFEITOS DO AMOR DE DEUS
«2. Mas, porque ainda sou fraco no amor e improfícuo na virtude, necessito de que me fortaleçais e consoleis. Vinde, pois, muitas vezes, à minha alma e ensinai-lhe a obedecer-Vos.
Livrai-me das minhas paixões e curai o meu coração de todos os afectos desordenados, para que, curado no meu interior, possa ser puro para amar-Vos, forte para sofrer e firme para perseverar em Vosso serviço.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 76
segunda-feira, 6 de abril de 2015
«(...) que Vos dignais amar a minha alma, quando vierdes ao meu coração,»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 76
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 76
«Escreve as minhas palavras no teu coração.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 74
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 74
«Envergonha-te, Sídon, diz o mar.»
in Imitação de Cristo
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 73
Livro Terceiro. A Fonte das Consolações, p. 73
INCLINAÇÃO NATURAL
"A fatalidade consiste
em não depender de nós não desesperar
embora possamos às vezes fazer o gesto necessário
para sairmos de uma sombra asfixiante
Outras vezes o dia amanhece como um barco de vidro
e a transparência aligeira-nos os músculos e as veias
O inesperado surge com a leveza do que já nem sonhávamos
e de novo podemos erguer a coluna da delicada confiança
ou projectar no dia a diagonal do desejo de ser
o que não poderíamos ser mas que seremos ainda que não sendo
O que é em si não é para nós
embora possamos apropriar-nos dele
e ser para nós um símbolo
uma palavra
um momento de contemplação
Mas o arco do seu ser
ultrapassa-nos
e deixa-nos atrás da sua presença inteira
Nós sentíamos os ramos do fogo nas veias
como um peixe lascivo
e a nossa perspectiva é conduzi-lo a uma forma ainda em gestação
para que ele irradie
ocupando o espaço com a indolência felina do seu volume verde"
-"Deambulações Oblíquas"
- Ramos Rosa
«EXT. POSTO DE GASOLINA/TRASEIRAS - DIA
Edgar está sentado numa grade de botijas de gás vazias, nas
traseiras do posto de abastecimento, a fumar um cigarro
enquanto desabafa com IDALINA. Esta é uma negra de cinquenta
anos, forte, e ouve-o com paciência enquanto fuma também.
EDGAR
Qualquer dia agarro numa pistola e
enfio-lhe seis referências AZ-42-
nove-nove-barra-37 pelos cornos
adentro.
Idalina não diz nada.
EDGAR (CONT’D)
Juro, Idalina. O tipo está a mexer-me
com os nervos.
Idalina atira a beata para o chão e levanta-se.
IDALINA
Tu não vais fazer nada, Edgar. Só
sabes é falar...»
O Dez: o Presente. Guião de João Nunes, 2008
Edgar está sentado numa grade de botijas de gás vazias, nas
traseiras do posto de abastecimento, a fumar um cigarro
enquanto desabafa com IDALINA. Esta é uma negra de cinquenta
anos, forte, e ouve-o com paciência enquanto fuma também.
EDGAR
Qualquer dia agarro numa pistola e
enfio-lhe seis referências AZ-42-
nove-nove-barra-37 pelos cornos
adentro.
Idalina não diz nada.
EDGAR (CONT’D)
Juro, Idalina. O tipo está a mexer-me
com os nervos.
Idalina atira a beata para o chão e levanta-se.
IDALINA
Tu não vais fazer nada, Edgar. Só
sabes é falar...»
O Dez: o Presente. Guião de João Nunes, 2008
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