domingo, 27 de setembro de 2020

Fotografia Cristina Garcia Rodero

''(...)imagem de Shirvani, uma menina de olhos tristes e assustados, que segura um saco de arroz para oferecer à família do seu noivo, o qual representa a crença de que naquele casamento não faltará comida.''

 

 Esboços Biográficos 

Para Edgar Allan Poe

 - Se o teu coração triste, ansiando por amor humano 

Na solidão desta terra cresceu negro com pavor 

De que o alto sol do céu, ele próprio, se provasse

 Impotente para te salvar dessa esfera assombrada

 Por onde teu espírito vagueava, ... se as flores, 

Abundantes a teus pés, pareciam só florescer 

Em solitários Getsemanes, em horas sem estrelas, 

Abandonado à tua perdição por todos que te amavam, ... 

Oh, mas acredita que, nesse vale vazio 

Onde deambula a tua alma esperando alcançar 

Tanto da doce graça do céu quanto seja preciso 

Para lhe aliviar o fardo da dor sem remorso, 

A minha alma irá encontrar-te, e abdicar do seu céu 

Até que o grande amor de Deus, nos dê a ambos fé, um céu. 

Sarah Helen Whitman (1803-1878) 1 1 Último soneto de uma série de quatro dos muitos poemas dedicados a Poe por Sarah Helen Whitrnan, poeta de Ridunond, a sua penúltima noiva: 


TO EDGAR ALLAN POE

by: Sarah Helen Whitman (1803-1878)

    F thy sad heart, pining for human love,
    In its earth solitude grew dark with fear,
    Lest the high Sun of Heaven itself should prove
    Powerless to save from that phantasmal sphere
    Wherein thy spirit wandered, -- if the flowers
    That pressed around thy feet, seemed but to bloom
    In lone Gethsemanes, through starless hours,
    When all who loved had left thee to thy doom,--
    Oh, yet believe that in that hollow vale
    Where thy soul lingers, waiting to attain
    So much of Heaven's sweet grace as shall avail
    To lift its burden of remorseful pain,
    My soul shall meet thee, and its Heaven forego
    Till God's great love, on both, one hope, one Heaven bestow.

"To Edgar Allan Poe" is reprinted from The Little Book of American Poets: 1787-1900. Ed. Jessie B. Rittenhouse. Cambridge: Riverside Press, 1915.


«Europa ou o Diálogo que nos Falta» (1949) Eduardo Lourenço

A Poesia é o ato original do homem, única autêntica maneira de entrar em contacto com a sua realidade profunda e de entre-dizer o sentido último e primeiro da Transcendência sem determinação possível.


Eduardo Lourenço
Ed

«O adolescentismo da moderna literatura portuguesa»

 Eduardo Lourenço

musical fandom

 '' (re)afirmação e (re)apropriação incessante de estilos de vida e de práticas de musical fandom (marcas corporais, estilos de vestuário e penteados, frequência de concertos, participação em grupos de discussão e de fãs, compra de discos e outros registos fonográficos, coleção de objetos e memorabilia, acompanhamento mediático, entre outros).''

  Andy Bennett em “Punk’s Not Dead: The Continuing Significance of Punk Rock for an Older Generation of Fans” (2006)

 pequeneza

“Deitámo‑nos ao mar por não saber o que fazer em terra”

 Eduardo Lourenço

dizeres fragmentários

“portugalidade”

  “ser‑se português”


 

 ''Na era dos dogmas radicais confiantes, os jovens não tinham muitas incertezas. O tom característico dos anos 60 era de presunção: nós sabíamos mesmo como consertar o mundo.''

 (Tony JUDT, 2010)

Tchiloli: uma breve história


''O tchiloli (ou txiloli, pronunciado é uma forma de teatromúsica e dança, com origem em Portugal no século XVI, e ainda persistente na ilha de São Tomé, em São Tomé e Príncipe . Como o Auto da Floripes, característico da Ilha do Príncipe, é inspirado num dos episódios do ciclo de Carlos Magno, mais precisamente a Tragédia do marquês de Mântua e do imperador Carloto Magno, peça teatral de meados do século XVI da autoria do dramaturgo madeirense Baltazar Dias, passada na corte do imperador Carlos Magno. Interpretada em português antigo e moderno por companhias locais, constituídas somente por homens, com um anacronismo assumido, coloca em cena escravos e mestiços, mascarados e fantasiados ao estilo europeu. Ao mesmo tempo, sincrético, subversivo e místico, e encruzilhada de várias tradições, este trabalho peculiar presta-se a diferentes níveis de leitura.''

domingo, 13 de setembro de 2020

« - Olhos de enforcado.»

 Ruy Cinatti. Obra poética. Organização e prefácio de Fernando Pinto do Amaral. Biblioteca de Autores Portugueses . 1ª Edição 1992, Lisboa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda., p. 83

«Honra-me ser capaz

De cuspir no céu estrelado;»


 Ruy Cinatti. Obra poética. Organização e prefácio de Fernando Pinto do Amaral. Biblioteca de Autores Portugueses . 1ª Edição 1992, Lisboa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda., p. 82

Françoise Gilot next to her portrait by Pablo Picasso


 

«Veio o sonho ajoelhar os teus joelhos,»

 Ruy Cinatti. Obra poética. Organização e prefácio de Fernando Pinto do Amaral. Biblioteca de Autores Portugueses . 1ª Edição 1992, Lisboa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda., p. 81

« - Tão duros os soluços já sem lágrimas - »

 Ruy Cinatti. Obra poética. Organização e prefácio de Fernando Pinto do Amaral. Biblioteca de Autores Portugueses . 1ª Edição 1992, Lisboa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda., p. 80

«Num mar mais fundo que a noite,»

 Ruy Cinatti. Obra poética. Organização e prefácio de Fernando Pinto do Amaral. Biblioteca de Autores Portugueses . 1ª Edição 1992, Lisboa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda., p. 80

 «Na dinastia Tam, Vei Tchem também via o erro dum exame unilateral, quando dizia: «Quem escutar as duas partes ficará com o espírito esclarecido, quem não escutar mais do que uma permanecerá nas trevas.»

Mao Tsetung. Sobre a prática. Sobre a contradição e outros textos. Textos Políticos. 1ª Edição, 1974. Editorial Minerva., p. 57

 «Conhece o teu adversário e conhece-te a ti próprio que poderás, sem riscos, travar um cento de batalhas.»

Suen Tse

ca.ma.ri.lha

''mecanismo mecanista''

Mao Tsetung. Sobre a prática. Sobre a contradição e outros textos. Textos Políticos. 1ª Edição, 1974. Editorial Minerva., p. 39


 

 «(...), tudo o que caracteriza a sociedade capitalista, quer dizer, a exploração, a concorrência, o individualismo, etc., encontrava-se de igualmente na sociedade esclavagista da antiguidade, inclusive na própria sociedade primitiva, e há-de continuar a existir de modo eterno, imutável.»

Mao Tsetung. Sobre a prática. Sobre a contradição e outros textos. Textos Políticos. 1ª Edição, 1974. Editorial Minerva., p. 38

evolucionismo vulgar

''a palavra-etiqueta''

 Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 68

«Este poema respira!»

 Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 79

 «Em Nemésio, encontramos uma distinção paralela, correspondente aos dois reinos que se encontram na psique humana: phantasia e cogitatio

Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 65



Françoise Gilot in 1949
GJON MILI

''Picasso was monstrously superstitious as well as monstrously egotistical, (...)''

FICÇÃO E SIGNIFICAÇÃO

Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 65

 suspiros-roxos

                                   suspiros-brancos-do-monte

es.sou.tro

« o cair da tarde»

comummente

«A arte é fingimento. Cria uma realidade própria. Dá uma nova efígie às coisas da natureza e da visa.»

Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 59

''É próprio da arte fingir.''

Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 59

 «(...) progressiva e laboriosa aferição do gosto e a sua verdadeira ferramente é a intuição.»

Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 58

''moderna crítica estilística''

Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 58

terça-feira, 1 de setembro de 2020


 

 Ensaios “Guerra e fotografia” (Krieg und Lichtbild, 1930),“Sobre o perigo” (Über die Gefahr, 1931) e “Sobre a dor” (Über den Schmerz, 1934)


Cf. JÜNGER, Ernst. War and Photography. Tradução Anthony Nassar. New German Critique, n. 59, Special Issue on Ernst Junger, p. 24-26, Spring/Summer, 1993. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/488220>. 

Cf. JÜNGER, Ernst. On Danger. New German Critique, n. 59, Special Issue on Ernst Junger, p. 27-32, Spring/Summer, 1993. 

Cf. JÜNGER, Ernst. Sobre el dolor. In: JÜNGER, Ernst. Sobre el dolor, seguido de La mobilización total y Fuego y movimiento. Tradução do alemão Andrés Sánchez Pascual. 2. ed. Barcelona: Tusquets, 2003, p. 34.

JÜNGER, Ernst. O coração aventuroso. Tradução Ana Cristina Pontes. Lisboa: Cotovia, 1991.

24JÜNGER, Ernst. O trabalhador. Domínio e figura, op. cit., §13, p. 77.

 Brecht Mann ist Mann

 (“O homem é o homem”)

 ''O Moloch jüngeriano: o sacrifício da subjetividade no altar da natureza planificada do trabalho''

Ernst Jünger: Heart of Europe

Lebensphilosophie

 (“filosofia da vida”)

o niilismo tecnológico

projecto político tradicionalista e autoritário

violência metafísica

incompreensibilidade

circunstâncias político-sociológicas

 em detalhamento

 

palimpsesto

pa.limp.ses.to
pɐlĩˈpseʃtu
nome masculino
1.
papiro ou pergaminho que contém vestígios de um texto manuscrito anterior, que foi raspado ou apagado para permitir a reutilização do material e a posterior sobreposição de um novo escrito
2.
figurado texto que existe sob outro texto

Maus hábitos

domingo, 30 de agosto de 2020

Ruy Belo :: A Mão no Arado / Por Luís Miguel Cintra

Ti Felismina

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 70

cervejeiros

cegarrega

''agarrar bacalhaus à unha''

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 66




 

''alapardados pelo pejo''

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 64

 

andar aos baldões
andar com azar, sofrer contratempos

«Todo cheio de manganilhas bem estudadas,»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 62

«Um bacalhau depois de uma raposa»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 60

 «Todas as manhãs, à hora do café, a avó pregava-lhe uma ensaboadela de conselhos e reprimendas (...)»

 Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 58


 

sabenças

«Não ir à caça e apanhar uma raposa...»

 Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 53

 «A Rasteira faz galas de cadela esmerada e briosa.»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 51

ardorosa

''viu um campo de milho a verdejar''

 Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 47

 «Nem me quero lembrar, que o coração se me corta todo, (...)»

 Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 47

Vale Abraão - Manoel de Oliveira (1993)


Vale Abraão - Manoel de Oliveira (1993)

 

 Há os que falam e os que entendem

         o que as pessoas dizem....

«- Falam com os olhos, que é modo de falar muito mais da raiz do coração - lembra-lhe a avó, que apascentou ovelhas lá para os lados da Ajuda, quando se vai a caminho do Sobral.
Por isso mesmo os animais lhe entendem a voz e ela os percebe melhor do que às pessoas.»

 Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 46

pássaro insectívoro

Chasco-preto

«Um dia baldeias daí abaixo e nem a alma se te aproveita...»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 44

''cachos de mel esquecidos nas cepas''

 Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 44

Billie Holiday - Don't Explain (Live 1958)

 ''Embora viajemos pelo mundo inteiro em busca do belo, não o encontraremos se não o levarmos dentro de nós.''

Ralph Waldo, escritor e filósofo americano

 ''Curiosamente, os teóricos da música grega (que também só conhecemos em teoria...) chamavam ''catástrofe'' ao momento exato em que uma corda em vibração regressava à condição de repouso.''

António Victorino D'Almeida

 «O poeta, embora culto e senhor da sua técnica, parte da realidade ou - como disseram os clássicos e nós podemos voltar a dizer - imita a natureza. O literato parte quase sempre de um ou vários livros, é imitador de uma imitação. Daí provém a palidez das suas palavras, a pouca convicção e a arbitrariedade de tudo quanto diz. O poeta diz uma coisa onde nenhuma outra poderia dizer e di-lo com as únicas palavras possíveis, o literato fala por falar e nas palavras não se compraz.»

Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 54

 « Ajouja-se a obra objectiva, desprotegida, inocente, de biografias, de prefácios que asseguram o triunfo que se teme venha a faltar, esquecendo que o tempo fará cair inexoravelmente como folhas tudo aquilo que não presta. E ficará uma palavra ou outra, aquela que se disse para além do sentimento, da crónica, da 
queixa, e merce figurar numa antologia.
     Compram-se, muitas vezes com a amizade, moeda mais forte do que o dólar, críticos que digam bem. Leva-se a este domínio íntimo o velho princípio dos contratos: do ut des. Louvamos os outros para que nos louvem a nós. Fazemos-lhes favores para que, no momento oportuno, no-los façam a nós. O leitor raramente repara. (...)»

 Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença., p. 47

sábado, 29 de agosto de 2020


 

 « O livro, atenta a natureza da necessidade que visa satisfazer, é um bem complexo. Por se destinar a ser consumido pelo pensamento, não pode considerar-se uma simples mercadoria.»

Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 41.

 «Mas o que representa hoje a poesia? Só num mundo em que toda a gente soubesse ler e tivesse lido os livros que eu li e como os li na altura em que os li.»

 Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença., p. 33

 «Deixei de dormir sem tranquilizantes e barbitúricos. Já lá vão quase dez anos. Não sei se voltarei a aprender a dormir. É tão bom dormir. A paz dos mortos. Sabe? Assim, sou um sobrevivente. Morri aí pelos trinta e dois ou trinta e três. Como Cesário ou Nobre. Mas tendo falhado.»

 Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença., p. 32

«A minha pátria é a língua portuguesa»

 Fernando Pessoa

«O património poético português constitui hoje uma tradição integrada por muitas tentativas de renovação empreendidas por escolas ou por outros poetas isolados. Tem de se escrever numa linguagem viva, caso contrário, se não se morre, é porque já se nasceu morto.»

 Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. 

Personal Jesus


 

«Dizei-me se os meus olhos vêem isso
ou se o pensamento e a vista
já discordam
e então
a loucura deveras me domina.»

Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 142

 «Um cadáver que sabe o caminho, ele próprio guia a morte.»

Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 129

« O sangue evoca

a morte,

a nossa própria.»


Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 115

apaniguado

 

«                                         BISPO

Bem vejo que a vossa mão traz um punhal.

                             MULHER DO GOVERNADOR

É um punhal de amor. Mas talvez seja esta uma metáfora demasiado subtil para quem só tem sabido amar camponesas no chão. Tem sido em celeiros que as amais?

                                          BISPO

Celeiros vazios.»


Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 112

«Vejo mais do que vêem os olhos.»

Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 109


 

''Ambos somos invulgarmente sensíveis.''

Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 105

 «Este sangue com que sonho há várias noites quem o verte?»

Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 99

 «Para pedir, os cães ladram juntos, mas quando se lhes atira o naco mordem-se uns aos outros.»

Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 70

 «Um animal dócil, se após o chicote o afagam tudo esquece.»

Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 66

 «Também a raposa sabe esconder a intenção quando persegue a presa.»

Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 65

BB King Greatest Hits Full Album - BB King Blues Best Songs Full Album


July 30, 1888. The eviction of Thomas Considine at Moyasta, County Clare. Image National Library of Ireland

 

''combustão inesgotável''

  Agostinho Santos

Jornalista/Pintor e Curador

''labaredas multicoloridas''

 Agostinho Santos

Jornalista/Pintor e Curador

Poluição luminosa

feminização do trabalho

Produção Toyotista

  “[...] o modelo japonês – o toyotismo – quando a produtividade é potenciada pela implantação de formas diversas de subcontratação e terceirização da força de trabalho, além da descentralização das unidades de produção”

MOTA, Ana Elisabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In: Serviço social: direitos sociais e competências profissionais, Brasília, DF: CFESS/ABEPSS, 2009



 

a “classe-que-vive-do-trabalho”

patriarcado capitalista

A teoria marxista e os estudos de género

 [...] O marxismo possibilita uma análise crítica acerca das relações sociais, dentro de uma perspectiva de totalidade que não permite fragmentar a realidade, buscando desvelá-la, indo além do aparente, das representações, sem esquecer a essência dos fenômenos sociais e suas determinações (CISNE 2012, p. 94).

CISNE, Mirla. Gênero, divisão sexual do trabalho e serviço social. 1. ed. São Paulo: Outras Expressões, 2012.

Formulações: a marxista e a pós-moderna/pós-estruturalista.

 ''As abordagens desconstrutivistas/pós-estruturalistas/pós-modernas mesmo criticando o gênero e a sua identidade global, não relacionam essa categoria com as de classe, raça, etnia, geração a partir da contradição fundante das mais diversas expressões das desigualdades sociais: a contradição capital e trabalho. Não se configuram, portanto em críticas profundas e consistentes ao não conseguir por às claras as contradições desta sociedade e o foco das desigualdades. Assim, criticam a linearidade do gênero, mas a reproduzem ao não analisar os complexos sociais na dimensão da totalidade (CISNE 2012, p. 90).''

CISNE, Mirla. Gênero, divisão sexual do trabalho e serviço social. 1. ed. São Paulo: Outras Expressões, 2012.


 [...] O sexo descreve as características e as diferenças biológicas, que estão exclusivamente relacionadas a anatomia e a fisiologia. Gênero, por sua vez, engloba as diferenças sócio-culturais existentes entre o sexo feminino e o masculino, as quais foram historicamente construídas (CUNHA, 2014, p.150).

 “Vivemos numa loja mercantil transparente, onde nós próprios, enquanto clientes transparentes, somos supervisionados e governados.”


Byung-Chul Han (Seul, 1959), filósofo sul coreano, estudioso da sociedade hiperconsumista e neoliberal

depois da queda do Muro de Berlim. Escreveu outros títulos como: Sociedade da Transparência,

Psicopolítica e A Expulsão, Agonia de Eros, No enxame, Sobre o poder, Aroma do Tempo etc.


 Valley of the shadow of death 

Roger Fenton

A violência Neuronal

a individualidade livre que está em colapso por não poder fracassar


Byung-Chul Han
(Seul, 1959), filósofo sul coreano, estudioso da sociedade hiperconsumista e neoliberal

depois da queda do Muro de Berlim. Escreveu outros títulos como: Sociedade da Transparência,

Psicopolítica e A Expulsão, Agonia de Eros, No enxame, Sobre o poder, Aroma do Tempo etc.

sob os auspícios de

“I would prefer not to"

“sujeito da obediência"

 Bartleby 

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

''facto consumado-fotografado''

 Fotógrafo José M. Rodrigues

 ''IN— Para si, quais são os grandes nomes da fotografia na nossa contemporaneidade?

JM.R —  Entre outros, Rinco Kauvachi, Paulo Nozolino, Augusto Alves da Silva, António Júlio Duarte, Augusto Brázio, Rineke Dijkstra, Cristobal Hara, Wollgang Tillmans, Padro Letria, Koos Breukel, Edward Burtynsky, Marijke van Warmerdam, Sophie Calle, Adam Broomberg & Oliver Chanarin, Garcia Alix. Talvez para a semana pensasse numa lista diferente.''

Fotógrafo José M. Rodrigues

autorreeducação

«O labirinto perde a sua função e nós somos um minotauro disfarçado entre tantas formas. Aí tomo por modelo a noite e fotografo a preto e branco algumas vezes.»

Fotógrafo José M. Rodrigues


Fotografia José M. Rodrigues

 

''O caminho é feito com a reflexão refletida e um tempo de exposição. A evidência deixa então de existir. As margens andam de lado para lado. A água e o movimento congelam. O ar aquece. As plantas e nós temos medo. A alma aumenta de volume. O lugar encontra-se. O olhar fica por detrás dos olhos. O detalhe é o tira-teimas. Os pés são o sinal de equilíbrio, abençoado. As botas protegem todo o corpo. O enquadramento é como o de um pastor. A medição é uma unidade e o tempo volta a ser. É só isto. «Só quando não se faz nada há sempre tempo»”. Uma fotografia.

Fotógrafo José M. Rodrigues
Sete Cartas a Um Jovem Filósofo, Agostinho da Silva 

«A vida, para a vida, é sempre longa; mas para a Arte é sempre breve, só quando não se faz nada há sempre tempo.»

«photographia»

A palavra «fotografia» vem do grego [fós] («luz») e [grafis] («estilo», «pincel») e significa «desenhar com luz e contraste».

inseparável guitarra Lucille

B. B. King

"The Discomfort of Evening" ("O Desconforto da Noite")  o romance de estreia de Marieke Lucas Rijneveld

Práticas Extáticas

sábado, 22 de agosto de 2020

Begónia Chuva Prata


Johannesburgo, África do Sul
Photo/Themba Hadebe
 

não devíamos perder demasiado tempo com meditações espiritualistas New Age

 «Por conseguinte, não devíamos perder demasiado tempo com meditações espiritualistas New Age sobre a forma como «a crise do vírus vai permitir que nos foquemos naquilo que realmente importa nas nossas vidas». A verdadeira luta será sobre que forma social vai substituir a Nova Ordem Mundial liberal-capitalista. É esse o nosso verdadeiro encontro em Samarra.»

Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 113

 «Indivíduos reduzidos ao pânico da mera sobrevivência são os súbditos ideais para a introdução de um poder autoritário.»

 Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 110

Pó De Vidro

esmalte vidrado

 

«Nos debates correntes, já se começaram a discernir sinais que apontam para um refreamento na solidariedade incondicional, como na seguinte nota sobre o papel dos «três sábios» [«three wise men], caso a epidemia ganhe uma dimensão mais catastrófica no Reino Unido:

   Os pacientes do Serviço Nacional de Saúde poderão ver-lhes negado o acesso a cuidados de sáude vitais durante um surto grave de coronavírus na Grã-Bretanha se as unidades de cuidados intensivos continuarem a ter dificuldade em dar resposta, avisaram os médicos. De acordo com um denominado protocolo dos «três sábios», três consultores seniores serão forçados em cada hospital a tomar decisões relativas ao racionamento de materiais como ventiladores e camas, no caso de os hospitais serem inundados de pacientes.


   Em que critérios se irão basear os «três sábios»? Sacrifício dos fracos e dos mais velhos? E não irá esta situação dar azo a uma enorme corrupção? Não indicarão estes procedimentos que nos estamos a preparar para adotar a lógica mais brutal da sobrevivência dos mais aptos?»

 Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 63/4

 

 «O desenvolvimento tecnológico torna-nos menos dependentes da natureza e, ao mesmo tempo e a outro nível, mais dependente dos seus caprichos. E o mesmo é válido para o surto de coronavírus: se tivesse acontecido antes das reformas de Deng Xiaoping, provavelmente nem sequer tínhamos ouvido falar dele.»

Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 53

depressão

 desinvestimento libidinal

''animalismo capitalista''

 Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 43

«do not play with yourself»

''algaraviada burocrática''

 Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 41

 «A atual propagação da epidemia do coronavírus acabou também por desencadear uma vasta epidemia de vírus ideológicos que estavam latentes nas nossas sociedades: notícias falsas, teorias da conspiração paranoicas, explosões de racismos.''

Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 39

Nó górdio


''O nó górdio é uma lenda que envolve o rei da Frígia (Ásia Menor) e Alexandre, o Grande. É comumente usada como metáfora de um problema insolúvel (desatando um nó impossível) resolvido facilmente por ardil astuto ou por "pensar fora da caixa".

Conta-se que o rei da Frígia (Ásia Menor) morreu sem deixar herdeiro e que, ao ser consultado, o Oráculo anunciou que o sucessor chegaria à cidade num carro de bois. A profecia foi cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. Para não esquecer de seu passado humilde ele colocou a carroça, com a qual ganhou a coroa, no templo de Zeus. E a amarrou com um enorme nó a uma coluna. O nó era, na prática, impossível de desatar e por isso ficou famoso.

Górdio reinou por muito tempo e quando morreu, seu filho Midas assumiu o trono. Midas expandiu o império mas não deixou herdeiros. O Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio dominaria todo o mundo.

Quinhentos anos se passaram sem ninguém conseguir realizar esse feito, até que em 334 a.C. Alexandre, o Grande, ouviu essa lenda ao passar pela Frígia. Intrigado com a questão, foi até o templo de Zeus observar o feito de Górdio. Após muito analisar, desembainhou sua espada e cortou o nó. Lenda ou não o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor poucos anos depois.

É daí também que deriva a expressão "cortar o nó górdio", que significa resolver um problema complexo de maneira simples e eficaz.'' 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


"Fazei-o discorrer sobre política e o nó górdio do caso ele deslinda,

tão facilmente como o faz com a jarreteira"

(Shakespeare, Henrique V, Ato 1 Cena 1. 45–47)[1]

 

''POPULISTAS RACISTAS''

 Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 35

Escritora Kamila Shamsie

LIVROS

"Versos Quebrados" ("Broken Verses")

"Sombras queimadas" ("Burnt shadows"),

"Um deus em cada pedra" ("A God in every Stone")

"Home Fire" -"Conflito Interno"

perspícuo

 «Podemos ter chegado em navios diferentes, mas agora estamos todos no mesmo barco.»

Martin Luther King

O princípio do dano alheio sustenta que as ações dos indivíduos devem ser restritas somente quando elas causem danos a outros indivíduos. John Stuart Mill articulou esse princípio em On Liberty, onde argumentou que "o único propósito pelo qual o poder pode ser exercido com razão sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra sua vontade, é evitar danos a outros".

debates maoistas

 

escrever com lucidez

«Confiar no povo!»

Mao Tsé-Tung

Li Wenliang

 Médico que descobriu a epidemia de coronavírus

«Hegel escreveu que a única coisa que podemos aprender com a história é que não aprendemos nada com a história, pelo que duvido que a epidemia nos vá tornar mais sábios.»

Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 12

fascismo epistémico

John Lennon and Yoko Ono - Apotheosis, 1970

Two Virgins (1968) de (e com) Yoko Ono e John Lennon

 

"A única coisa de que devemos ter medo é do próprio medo."

Franklin D. Roosevelt

''Esponja do capitalismo''

 Francisco José Viegas

 '' O anti-intelectualismo é uma corrente cada vez mais comum na vida política e cultural, alimentado pela falsa ideia de que em democracia a minha ignorância vale tanto como o teu conhecimento''

Isaac Asimov

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

''A coragem saltou uma geração''

Sete Mulheres. Documentário de Yvonne Scio.

Andy Warhol - Blowjob (1964)

“auto-consciência corpórea”

cenestesia

“sentimento vago que, independentemente dos sentidos, existe no nosso ser.”
O patologista britânico Charles Scott Sherrington cunhou e investigou a área da neurologia denominada de “Proprioception” (em português, propriocepção – por influência latina), descrito como “Percepção ou sensibilidade da posição, deslocamento, equilíbrio, peso e distribuição do próprio corpo e das suas partes” pelo Dicionário Priberam. Também conhecida por cinestesia (em inglês kinaesthesia – por influência grega), esta é a habilidade do sistema nervoso em interpretar os estímulos tácteis, visuais e do sistema vestibular (associado ao equilíbrio) que permitem ao indivíduo perceber e antecipar naturalmente os limites do seu próprio corpo. Por exemplo, é esta capacidade que permite toda a motricidade, postura e balanço. A compreensão deste sexto sentido daria a Sherrington o prémio Nobel da Medicina, em 1932.


áudio-visualidade

Jela Krečič Žižek

 

NOLI ME TANGERE

 «Não me toques», terá sido, segundo João 20:17, o que Jesus disse a Maria Madalena quando esta o reconheceu depois da sua ressurreição.

Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 11
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