domingo, 30 de agosto de 2020
Ti Felismina
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 70
''agarrar bacalhaus à unha''
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 66
''alapardados pelo pejo''
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 64
«Todo cheio de manganilhas bem estudadas,»
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 62
«Um bacalhau depois de uma raposa»
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 60
«Não ir à caça e apanhar uma raposa...»
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 53
''viu um campo de milho a verdejar''
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 47
Há os que falam e os que entendem
o que as pessoas dizem....
«- Falam com os olhos, que é modo de falar muito mais da raiz do coração - lembra-lhe a avó, que apascentou ovelhas lá para os lados da Ajuda, quando se vai a caminho do Sobral.Por isso mesmo os animais lhe entendem a voz e ela os percebe melhor do que às pessoas.»
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 46
«Um dia baldeias daí abaixo e nem a alma se te aproveita...»
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 44
''cachos de mel esquecidos nas cepas''
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 44
«O poeta, embora culto e senhor da sua técnica, parte da realidade ou - como disseram os clássicos e nós podemos voltar a dizer - imita a natureza. O literato parte quase sempre de um ou vários livros, é imitador de uma imitação. Daí provém a palidez das suas palavras, a pouca convicção e a arbitrariedade de tudo quanto diz. O poeta diz uma coisa onde nenhuma outra poderia dizer e di-lo com as únicas palavras possíveis, o literato fala por falar e nas palavras não se compraz.»
Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 54
« Ajouja-se a obra objectiva, desprotegida, inocente, de biografias, de prefácios que asseguram o triunfo que se teme venha a faltar, esquecendo que o tempo fará cair inexoravelmente como folhas tudo aquilo que não presta. E ficará uma palavra ou outra, aquela que se disse para além do sentimento, da crónica, da
queixa, e merce figurar numa antologia.
Compram-se, muitas vezes com a amizade, moeda mais forte do que o dólar, críticos que digam bem. Leva-se a este domínio íntimo o velho princípio dos contratos: do ut des. Louvamos os outros para que nos louvem a nós. Fazemos-lhes favores para que, no momento oportuno, no-los façam a nós. O leitor raramente repara. (...)»
sábado, 29 de agosto de 2020
« O livro, atenta a natureza da necessidade que visa satisfazer, é um bem complexo. Por se destinar a ser consumido pelo pensamento, não pode considerar-se uma simples mercadoria.»
Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença. , p. 41.
«Mas o que representa hoje a poesia? Só num mundo em que toda a gente soubesse ler e tivesse lido os livros que eu li e como os li na altura em que os li.»
Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença., p. 33
«Deixei de dormir sem tranquilizantes e barbitúricos. Já lá vão quase dez anos. Não sei se voltarei a aprender a dormir. É tão bom dormir. A paz dos mortos. Sabe? Assim, sou um sobrevivente. Morri aí pelos trinta e dois ou trinta e três. Como Cesário ou Nobre. Mas tendo falhado.»
Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença., p. 32«O património poético português constitui hoje uma tradição integrada por muitas tentativas de renovação empreendidas por escolas ou por outros poetas isolados. Tem de se escrever numa linguagem viva, caso contrário, se não se morre, é porque já se nasceu morto.»
Obra Poética de Ruy Belo. Volume 3. Organização e Notas de Joaquim Manuel Magalhães e Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Editorial Presença.
« O sangue evoca
a morte,
a nossa própria.»
Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 115
« BISPO
Bem vejo que a vossa mão traz um punhal.
MULHER DO GOVERNADOR
É um punhal de amor. Mas talvez seja esta uma metáfora demasiado subtil para quem só tem sabido amar camponesas no chão. Tem sido em celeiros que as amais?
BISPO
Celeiros vazios.»
''Ambos somos invulgarmente sensíveis.''
Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 105
Produção Toyotista
“[...] o modelo japonês – o toyotismo – quando a produtividade é potenciada pela implantação de formas diversas de subcontratação e terceirização da força de trabalho, além da descentralização das unidades de produção”
MOTA, Ana Elisabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In: Serviço social: direitos sociais e competências profissionais, Brasília, DF: CFESS/ABEPSS, 2009
A teoria marxista e os estudos de género
[...] O marxismo possibilita uma análise crítica acerca das relações sociais, dentro de uma perspectiva de totalidade que não permite fragmentar a realidade, buscando desvelá-la, indo além do aparente, das representações, sem esquecer a essência dos fenômenos sociais e suas determinações (CISNE 2012, p. 94).
CISNE, Mirla. Gênero, divisão sexual do trabalho e serviço social. 1. ed. São Paulo: Outras Expressões, 2012.
Formulações: a marxista e a pós-moderna/pós-estruturalista.
''As abordagens desconstrutivistas/pós-estruturalistas/pós-modernas mesmo criticando o gênero e a sua identidade global, não relacionam essa categoria com as de classe, raça, etnia, geração a partir da contradição fundante das mais diversas expressões das desigualdades sociais: a contradição capital e trabalho. Não se configuram, portanto em críticas profundas e consistentes ao não conseguir por às claras as contradições desta sociedade e o foco das desigualdades. Assim, criticam a linearidade do gênero, mas a reproduzem ao não analisar os complexos sociais na dimensão da totalidade (CISNE 2012, p. 90).''
CISNE, Mirla. Gênero, divisão sexual do trabalho e serviço social. 1. ed. São Paulo: Outras Expressões, 2012.
[...] O sexo descreve as características e as diferenças biológicas, que estão exclusivamente relacionadas a anatomia e a fisiologia. Gênero, por sua vez, engloba as diferenças sócio-culturais existentes entre o sexo feminino e o masculino, as quais foram historicamente construídas (CUNHA, 2014, p.150).
“Vivemos numa loja mercantil transparente, onde nós próprios, enquanto clientes transparentes, somos supervisionados e governados.”
Byung-Chul Han (Seul, 1959), filósofo sul coreano, estudioso da sociedade hiperconsumista e neoliberal
depois da queda do Muro de Berlim. Escreveu outros títulos como: Sociedade da Transparência,
Psicopolítica e A Expulsão, Agonia de Eros, No enxame, Sobre o poder, Aroma do Tempo etc.
A violência Neuronal
depois da queda do Muro de Berlim. Escreveu outros títulos como: Sociedade da Transparência,
Psicopolítica e A Expulsão, Agonia de Eros, No enxame, Sobre o poder, Aroma do Tempo etc.
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
''IN— Para si, quais são os grandes nomes da fotografia na nossa contemporaneidade?
Fotógrafo José M. RodriguesFotógrafo José M. Rodrigues
sábado, 22 de agosto de 2020
não devíamos perder demasiado tempo com meditações espiritualistas New Age
«Por conseguinte, não devíamos perder demasiado tempo com meditações espiritualistas New Age sobre a forma como «a crise do vírus vai permitir que nos foquemos naquilo que realmente importa nas nossas vidas». A verdadeira luta será sobre que forma social vai substituir a Nova Ordem Mundial liberal-capitalista. É esse o nosso verdadeiro encontro em Samarra.»
Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 113
«Nos debates correntes, já se começaram a discernir sinais que apontam para um refreamento na solidariedade incondicional, como na seguinte nota sobre o papel dos «três sábios» [«three wise men], caso a epidemia ganhe uma dimensão mais catastrófica no Reino Unido:
Os pacientes do Serviço Nacional de Saúde poderão ver-lhes negado o acesso a cuidados de sáude vitais durante um surto grave de coronavírus na Grã-Bretanha se as unidades de cuidados intensivos continuarem a ter dificuldade em dar resposta, avisaram os médicos. De acordo com um denominado protocolo dos «três sábios», três consultores seniores serão forçados em cada hospital a tomar decisões relativas ao racionamento de materiais como ventiladores e camas, no caso de os hospitais serem inundados de pacientes.
Em que critérios se irão basear os «três sábios»? Sacrifício dos fracos e dos mais velhos? E não irá esta situação dar azo a uma enorme corrupção? Não indicarão estes procedimentos que nos estamos a preparar para adotar a lógica mais brutal da sobrevivência dos mais aptos?»
«O desenvolvimento tecnológico torna-nos menos dependentes da natureza e, ao mesmo tempo e a outro nível, mais dependente dos seus caprichos. E o mesmo é válido para o surto de coronavírus: se tivesse acontecido antes das reformas de Deng Xiaoping, provavelmente nem sequer tínhamos ouvido falar dele.»
Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 53
''animalismo capitalista''
Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 43
''algaraviada burocrática''
Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 41
«A atual propagação da epidemia do coronavírus acabou também por desencadear uma vasta epidemia de vírus ideológicos que estavam latentes nas nossas sociedades: notícias falsas, teorias da conspiração paranoicas, explosões de racismos.''
Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 39
Nó górdio
''POPULISTAS RACISTAS''
Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 35
Escritora Kamila Shamsie
"Versos Quebrados" ("Broken Verses")
"Sombras queimadas" ("Burnt shadows"),
"Um deus em cada pedra" ("A God in every Stone")
"Home Fire" -"Conflito Interno"
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
NOLI ME TANGERE
«Não me toques», terá sido, segundo João 20:17, o que Jesus disse a Maria Madalena quando esta o reconheceu depois da sua ressurreição.
Slavoj Žižek. A Pandemia que Abalou o Mundo. Tradução de João Moita. Relógio D'Água Editores. Lisboa, 2020, p. 11consuetudinário
con.su.e.tu.di.ná.ri.o
Lobolo (bride-wealth ou bride-price em inglês)
'' Lobolo (lovolo na grafia oficial changana) é a palavra local para designar o preço da noiva (bride-wealth ou bride-price em inglês), uma prática comum em sociedades patrilineares. O lobolo consiste numa cerimónia em que a linhagem feminina é ritual e economicamente recompensada para garantir a passagem da mulher e dos seus filhos para a família do marido. Sobre as práticas contemporâneas do lobolo em meio urbano.''
Granjo (2005)
hegemonia
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
Publicação: Fundação António Quadros - Cultura e Pensamento http://www.fundacaoantonioquadros.pt/
02 – AMÁLIA RODRIGUES, 100 ANOS DEPOIS (E ANTÓNIO FERRO, 125 ANOS DEPOIS),
Frederico de Freitas em «O Fado Canção da Cidade de Lisboa» (1973), Todavia, como vivemos numa era em que quase todos sabem e falam de tudo, em que se especula sobre as atitudes e as intenções de quem mal se conhece, é bom lembrar, para além do seu talento, presença, reportório e amor ao seu país, a generosidade e sensibilidade, o sentido de gratidão e autenticidade da nossa maior fadista, bem como a forma recta e digna como desempenhou a sua extraordinária carreira.
Mas, quando fizerem a minha história e eu já não for viva para dizer como foi, então, é que se vão fartar de inventar. Mesmo falado por mim, muita gente dirá que não é verdade, que os boatos é que são verdade. Uma pessoa é dona de si própria. Mas sei que a minha história vai ser aquela que escolherem, aquela que é a mais interessante, aquela que não é a minha. Amália Rodrigues, em “Amália. Uma biografia”, p.198, O talento inato e espontâneo de Amália foi crescendo sempre mais para orgulho de todo um povo e, na opinião de quem escreve esta modesta contribuição, o que realmente a motivava era trabalhar em liberdade, cantar, agradar ao público, viajar e saber que podia sempre voltar para o seu cantinho, para o requinte e conforto da sua casa de São Bento, para a sua querida Lisboa, para os carapaus fritos e para os manjericos, rodeada pelos amigos que tanto a amaram e de quem mais gostava.
– O que pensa, Amália, quando lá fora, diante duma plateia cosmopolita, é alvo de tão grandes e tão espontâneas ovações? Ela calou-se um momento e respondeu com um ar de profunda sinceridade: – Penso que nada daquilo é comigo, que eu estou ali, sim, mas que não sou eu, que estou longe, muito longe, e que estou a cantar, a agradecer e a sorrir como se fosse outra pessoa, como se de qualquer modo estivesse a receber aplausos que não me eram destinados. A sinceridade da sua voz comoveu-me. Aliás, Amália surpreende-me sempre. Um dia, tendo cortado os cabelos, que usava então pelos ombros, não pude esconder a minha pena e exclamei: – Oh, Amália, os seus cabelos! Que pena! Ela sorriu e perguntou-me: – Estou horrível, não estou? E acrescentou: – E agora primeiro que cresçam... Sabe como lhes chamo? «Crime e Castigo»! Fernanda de Castro, em Ao Fim da Memória, 1987.
Muito se tem falado sobre a relação profissional de António Ferro com Amália, se o facto de Ferro ter sido o primeiro a convidá-la e a contratá-la para cantar em França e Inglaterra significa que a usou em prol do antigo regime; a verdade, a simples verdade, é que António Ferro a apreciava, admirava o seu talento e lhe deu oportunidades de trabalho dentro e fora de Portugal. António Ferro era, como se sabe, um extraordinário vedor de talentos – de artesãos, pintores e artistas gráficos, de poetas e escritores, de músicos e cantores – ajudando-os sempre que podia e lhes reconhecia o valor. Com Amália, não foi diferente. Reconheceu-lhe a voz desde menina e, mais tarde, a extensão do seu carisma e o animal de palco que era, a forma como abrilhantava um espectáculo, um serão, um almoço ou qualquer outra iniciativa particular ou institucional. Demonstrando essa admiração e apreço, António Ferro entregou-lhe em 1948 o Prémio S.N.I. para a Melhor Actriz do Ano pelo seu desempenho no filme «Fado, História de uma Cantadeira», longa-metragem realizada em 1947 por Perdigão Queiroga. Pela mesma razão, convidou-a a actuar em Lisboa, tanto em sua casa como em festas organizadas em espaços públicos. Foi também a convite de António Ferro que, em 1949, actuou em Paris pela primeira vez e, posteriormente, em Londres, em festas do Departamento de Turismo e em Lisboa.
Primeiro fiz-me Amália Rodrigues em Portugal, depois do público português me ter feito em Portugal, fui a França. Depois, o público de França mandou-me para toda a parte do mundo. Quer dizer, sou uma artista universal mais por causa de França. Hoje há lá muitos portugueses. Quando lá estive pela primeira vez, não tinha ninguém português […]. É que, quando eu fui para Paris, tive a vitória completa porque foi o público francês que eu conquistei. Amália Rodrigues em entrevista a Adelino Vaz,
Os convites de António Ferro foram muitos; no dia 21 de Novembro de 1951, por exemplo, o casal Ferro organizou a título pessoal, na sua casa de Lisboa, uma recepção de homenagem à cantora e actriz argentina Berta Singerman, convidando Amália a actuar. Estiveram também presentes, entre outros: Margarida Bello Ramos; Cármen Silva Graça; João Salinas Dias Monteiro; António de Meneses; Maria da Graça e Joaquim Paço d’Arcos; João Couto; Natércia Freire; Maria Teresa Silva Passos; Marie e Pierre Hourcade; Viscondes de Carnaxide; Francis Graça; Viscondes da Fonte Boa; Maria Isabel e Orlando Vitorino; J. e Odete Grasset; Sofia de Mello Breyner Andresen; Júlia de Mello Breyner; Maria Amélia Brandão de Carvalho; António Eça de Queiroz.
Como é que eles sabiam que eu era contra eles, quando aconteceu o 25 de Abril? Eles não sabem nada! Houve pessoas que tomaram conta dos jornais e de mim não se falava. Tomaram conta da rádio e os meus discos não tocavam. Na televisão eu não podia aparecer. Só o público, é que não conseguiram por contra mim. Amália Rodrigues, em “Amália. Uma biografia”, p.182,
Em 1949, fui cantar pela primeira vez a Paris e a Londres, levada pelo António Ferro. Sempre gostei do António Ferro, ele sempre me tratou bem, sempre disse que eu era boa artista, achava até que eu era inteligente. Escreveu um artigo no jornal, por volta de 1941, a dizer que estava ali uma rapariga com qualidade artística internacional. Mas o António Ferro não teve nenhuma importância na minha carreira. Amália Rodrigues, em “Amália. Uma biografia”, p.100, Em Fevereiro de 1952, Amália cantou na Legação de Portugal em Berna, também a convite de António Ferro. Carta de Amália Rodrigues para António Ferro, [s.d.],
Ainda em Berna, talvez inspirado pela estadia de Amália, António Ferro termina a peça de teatro em três actos «Je ne sais pas danser», que gostaria de ter levado à cena com João Villaret e Amália Rodrigues nos principais papéis: A personagem principal masculina [João Villaret] chama-se Carlos Pinto e é um crítico dramático bastante severo, conhecido pela sua probidade e selvageria, tímido ou distante nas suas maneiras e no seu convívio […]. A personagem principal feminina [Amália Rodrigues] é uma actriz de comédia acarinhada pelo snobismo nacional que nutre uma paixão por Carlos Pinto. Em «Escritos e Actividades de António Ferro»,
António Ferro partiu para Roma, sua derradeira morada, sem levar à cena a peça que, escrita em francês, nunca foi traduzida e, lamentavelmente, por ter estado em contacto com água durante um incêndio ocorrido em sua casa anos depois, o manuscrito de 49 páginas, está parcialmente ilegível.
Estou com febre! Carta de Amália Rodrigues para Fernanda de Castro,
A amizade e admiração entre Amália Rodrigues e o casal Ferro manteve-se igual até ao último dia de vida de António Ferro em Novembro de 1956, e de Fernanda de Castro em Dezembro de 1994.
1: Reconhece-se Amália Rodrigues, António Ferro, Guilherme Pereira de Carvalho, Paulina Ferro, António Quadros e Augusto Cunha, [s.d.; s.l.]. Colecção Particular de Mafalda Ferro. 2: Reconhece-se António Ferro Amália Rodrigues, Tomás de Mello e Guilherme Pereira de Carvalho, [s.d.;s.l.]. Acervo Fundação António Quadros, PT-FAQ-AFC-06-002-0012-02754. 3: Reconhece-se João d'Ávila, João Perry, Edith Arvelos, Fernanda de Castro e Amália Rodrigues, durante o 1.º Festival do Algarve (1964) organizado por Fernanda de Castro. Acervo Fundação António Quadros, PT-FAQ-AFC-06-002-0001-02599. 04: Amália, em Fevereiro de 1952, na Legação de Portugal em Berna, a convite de António Ferro. Acervo Fundação António Quadros, PT-FAQ-AFC-06-001-00013. 05: Dedicatória Minha Senhora e minha Amiga – se eu soubesse que corria o risco de estes quasi versos lhe chegarem às mãos, – não os teria escrito. Embora sabendo da sua benevolência, tenho muita vergonha!... Um grande beijinho da sua Amália, em «Amália gostava de ser quem era», 1980, disco LP, oferecido por Amália a Fernanda de Castro. Colecção Particular de António Roquette Ferro. Fotografia por Paulo Ribeiro Baptista. 06: Dedicatória Para o António Ferro que é o terceiro António Ferro que conheço. Do primeiro gostei muito e hei-de gostar de todos Eles. Beijinhos da Amália, em «O melhor de Amália, estranha forma de vida», 1985, disco LP oferecido por Amália a António Roquette Ferro. Colecção Particular de António Roquette Ferro. Fotografia por Paulo Ribeiro Baptista. |