terça-feira, 7 de dezembro de 2021

 “a minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra”

Helena Almeida

 “Perhaps we lost sight of the fact that they can be very, very helpful in our society if used properly.” 

Robert F. Kennedy, 1966

 “Turn off your mind, relax and float downstream, it is not dying, it is not dying”

Tomorrow Never Knows – The Beatles





 

 “The man who comes back through the Door in the Wall will never be quite the same as the man who went out. He will be wiser but less sure, happier but less self-satisfied, humbler in acknowledging his ignorance yet better equipped to understand the 47 relationship of words to things, of systematic reasoning to the unfathomable mystery which it tries, forever vainly, to comprehend” The Doors of Perception -

 Aldoux Huxley

Diseases of the Nervous System

 “... little by little I could begin to enjoy the unprecedented colors and plays of shapes that persisted behind my closed eyes. Kaleidoscopic, fantastic images surged in on me, exploding in colored fountains, rearranging themselves in constant flux ...”


 Albert Hofmann

LSD

 (Lysergic Acid Diethylamide)

“paixão histérica”

útero “errante”


 

“melancolia uterina”

 Grécia Antiga 

''De acordo com a mitologia grega, a base do nascimento da psiquiatria reside na experiência da histeria.''

útero melancólico

 A palavra “Histeria” deriva do termo grego “hystera”, que significa “útero”

''corpo-pedra''

 Devo ser o último tempo

 A chuva definitiva sobre o último animal nos pastos

 O cadáver onde a aranha decide o círculo.

 Devo ser o último degrau na escada de Jacob

 E o último sonho nele

 Devo ser a última dor no quadril.

 Devo ser o mendigo à minha porta

 E a casa posta à venda.

 Devo ser o chão que me recebe

 E a árvore que me planta.

 Em silêncio e devagar no escuro

 Devo ser a véspera. Devo ser o sal

 Voltado para trás.

 Ou a pergunta na hora de partir.


Daniel Faria


 

 Explicação das árvores e de outros animais [1998]

Homens que são como lugares mal situados [1998] 

 Dos líquidos [2000]


Obra Daniel Faria

  O meu projeto de morrer é o meu ofício 

 Esperar é um modo de chegares 

 Um modo de te amar dentro do tempo


 Daniel Faria

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

''Os cães mantiveram características juvenis durante o processo de domesticação, um processo chamado pela Biologia de pedomorfose. Tais características, tanto comportamentais (abanar a cauda, engajar-se em brincadeiras, solicitar colo e carinho e lamber a cara das pessoas) como morfológicas (cabeça e encéfalo menores em relação ao tamanho corporal, focinho mais curto e largo, menor número de dentes e olhos mais arredondados), estão associadas a animais mais dóceis, assim selecionados para nos proteger e ajudar na caça (Ha; Campion, 2019). Pesquisadores russos que mantêm um programa de criação de raposas (Vulpes vulpes) em cativeiro na Sibéria desde 1959 conseguiram obter filhotes dóceis em apenas seis gerações, mantendo as mesmas características pedomórficas apresentadas pelos cães domésticos.''

ESTUDOS AVANÇADOS 34 (98), 2020


lobos-cinzentos (Canis lupus)

 ''compaixão pelo sofrimento mental e social de outras pessoas''

 “O cão, com mais de oito séculos de maus tratos no sangue e na herança genética, levantou de longe a cabeça para produzir um ganido lamentoso, uma voz exasperada e sem pudor, mas também sem esperança, pedir de comer, ganindo ou estendendo a mão, mais do que degradação sofrida de fora, é renúncia vinda de dentro.” 

Saramago

espaço-tempo cultural


 

 "Os poetas e os artistas rivalizam na determinação da forma da sua época e o futuro orienta-se docilmente segundo as suas profecias." 

APOLLINAIRE

 "L'avenir n'appartient à personne. Il n'y a pas de précurseurs, il n'y a que des retardataires." 

COCTEAU

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

perfetibilidade

''a função epítáfica de louvar os mortos''

 o contexto político do sofrimento

 '' animalidade e o desejo físico do homem''

Songs of Innocence and of Experience, 1794

 William Blake




 

''Ganhamos espaço para o vazio; gostamos muito da nossa morte; trabalhamos esplendidamente por conta dela [...] e o pior é que tudo, espalhado por fora, se liga coerentemente por dentro: a minha, a nossa morte. Trata-se de uma anedota, claro, e de uma metáfora com sentidos muito precisos.''

Herberto Helder

Dentro da linguagem, a morte é constantemente adiada porque infinitamente repetida, porque repetidamente anunciada, nomeada dentro de uma gramática inventada torta.

Herberto Helder 

 Pedro Eiras: “o poema tem de ser conquistado de cada vez. Nem é certo que vivamos sobre terra firme, mas a própria terra tem de ser conquistada. O poema é impuro porque está sempre inacabado, com o barro fresco, as gotas a secar”

''Para o homem medido e comedido, o quarto, o deserto e o mundo são lugares estritamente determinados. Para o homem desértico e labiríntico, destinado à errância de uma marcha necessariamente um pouco mais longa do que a sua vida, o mesmo espaço será verdadeiramente infinito, mesmo que ele saiba que isso não é verdade, e ainda mais se ele o sabe.'' 

Blanchot

 “não sei se fazer um poema não é fazer um pão/ um pão que se tire do forno e se coma quente ainda por entre as linhas, um dia destes vejo que não vou parar nunca, as mãos súbitas cheias: o mundo é só fogo e pão cozido”

Herberto Helder

 “já nenhum poder destrói o poema.” 


(A colher na boca - Herberto Helder)

“o poema faz-se contra a carne e o tempo”

 Herberto Helder

 “tão fortes eram que sobreviveram à língua morta”

Herberto Helder

 “Morte ao/meio como alta desarmonia”

Herberto Helder

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

 « - Então, o que estás a sentir? - perguntou-lhe a Sra. Elm, agora a olhar para ela.

 - Que ainda quero morrer. Há já algum tempo que quero morrer. (...)


Matt Haig. A Biblioteca da Meia-Noite. p. 86


 

«(....), e queria menos mal à virgem por não poder possuí-la do que por achá-la formosa e sobretudo tão pura. Notava muito bem, por vezes, o modo por que ela se fatigava, diligenciando penetrar-lhe o pensamento. Nessas ocasiões afastava-se dela mais triste; sentia-se mais abandonado, mais só.»

Gustave Flaubert. Salammbô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 172

 «Salammbô figurava, na aridez da sua vida, como uma flor na fenda de um sepulcro.»

Gustave Flaubert. Salammbô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 172

'' as cinzas do altar''

Gustave Flaubert. Salammbô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 172

oratório

 

turíbulo

nome masculino
1.
recipiente em que se queima incensoincensório
2.
pequeno vaso metálico em que se queima incenso durante certas cerimónias religiosas, geralmente suspenso por correntes que permitem que seja balançado diante do que ou de quem se deseja incensar

''frutos drupáceos de coloração acastanhada quando maduros''

 

sandáraca


nome feminino
1.
resina aromática extraída de certas árvores coníferas e empregada na preparação de vernizes
2.
arsénio rubro

«Coberto o rosto com um véu, lançara um galo preto numa fogueira de sandáraca, acesa diante do peito da Esfinge, o Pai do terror.»

Gustave Flaubert. Salammbô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 171

Olhar melancólico

«Mas Salammbô continuava a padecer, as suas aflições tinham-se tornado cada vez mais profundas.»

Gustave Flaubert. Salammbô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 171

 «A serpente de Salammbô tinha já rejeitado  muitas vezes os quatro pardais vivos que lhe ofereciam por ocasião da Lua Cheia e da Lua nova.»

Gustave Flaubert. Salammbô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 169

Lódão-bastardo


Wolf Alice - Wicked Game


The world was on fire and no one could save me but you
It's strange what desire will make foolish people do
I never dreamed that I'd meet somebody like you
And I never dreamed that I'd lose somebody like you
No, I don't wanna fall in love (this world is only gonna break your heart)
No, I don't wanna fall in love (this world is only gonna break your heart)
With you
With you
(This world is only gonna break your heart)
What a wicked game you play, to make me feel this way
What a wicked thing to do, to let me dream of you
What a wicked thing to say, you never felt this way
What a wicked thing to do, to make me dream of you
And I don't wanna fall in love (this world is only gonna break your heart)
No, I don't wanna fall in love (this world is only gonna break your heart)
With you
The world was on fire and no one could save me but you
Strange what desire will make foolish people do
I never dreamed that I'd love somebody like you
And I never dreamed that I'd lose somebody like you
No, I don't wanna fall in love (this world is only gonna break your heart)
No, I don't wanna fall in love (this world is only gonna break your heart)
With you (this world is only gonna break your heart)
With you (with you)
(This world is only gonna break your heart)
No, I (this world is only gonna break your heart)
(This world is only gonna break your heart)
Nobody loves no one

«(...) e consumindo horas a gritar contra ela, como cães ladrando à lua.»

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 168

 « Do fundo das ruas mais estreitas, das mais negras pocilgas, saiam constantemente rostos macilentos, homens com perfis de víboras, rangendo os dentes.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 167

''ódios comprimidos''

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 167

 

áugure

nome masculino
1.
sacerdote romano que pressagiava pelo voo e canto das aves
2.
figurado adivinho
3.
figurado profeta

populaça

'' os comedores-de-coisas-imundas''

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 165

 ''choravam as suas grandes salas cheias de azuladas trevas''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 165

sábado, 20 de novembro de 2021

«Os cabelos arrancados aos punhados, deixavam a descoberto no crânio grandes úlceras;»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 164

Lena d'Água - Hipocampo

''Foram repelidos por uma nuvem de pedras''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 162

 «(....) e no meio deles reconheciam-se os comedores-de-coisas-imundas, pelas espinhas de peixe que tinham metido entre os cabelos.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 161

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

  ''(...) o homem é o único ser marcado pela consciência da sua morte, o que o faz morrer diariamente.''

Maria Joana Barroca Coder Barbosa 


 

 Silvina Rodrigues Lopes, ainda em A anomalia poética e dialogando com Calvino, equaciona a possibilidade de “a literatura responder acima de tudo a uma consciência aguda de limites, consciência de mortalidade, ou melhor, de morrer em cada instante como único vestígio da experiência – marca de memória, na memória, que permanece expectante e imperceptível na linguagem que em nós se deteve para passar”

 “não é o ofício do poeta narrar o que aconteceu; é sim, o de representar o que poderia acontecer”

Aristóteles

auto-poiesis

À La Recherce du Temps Perdu

  Marcel Proust

escrevente

 Silvina Rodrigues Lopes, “O conhecimento da fábula é essencial, não só como condição de acesso à literatura mas, de uma maneira geral, para toda a decifração de uma cultura dominada pela alegoria, construída a partir de figuras codificadas que conferem à fábula um carácter a-histórico”

fabulador

''Em época alguma os artistas são imunes às “desordens da humanidade”, aos receios, transformações e fracassos de uma sociedade em mutação, quer estes se devam a alterações socioecónomicas quer culturais, onde a evolução e a decadência são duas faces da mesma moeda.''


 

  ''A todo o momento, o homem tende a justificar a sua pertença ao mundo, uma necessidade de pertença indissociável da certeza da sua finitude e marcada por um profundo desejo de imortalidade. Fá-lo de muitas maneiras e a literatura não é de todo procedimento menor ou excepção no contexto. Como escreve Harold Bloom em O Cânone Ocidental, “Um poema, um romance ou uma peça adquirem todas as desordens da humanidade, inclusive o medo da mortalidade, o qual se trasmuda, na arte literária, na demanda de ser canónico (…) ” (Bloom, 2000)

“desassossego” existencial

''a morte de Deus”

 “a tragédia enquanto obra de arte não é outra coisa que o modo de abolição do trágico” 

Eduardo Lourenço, 1993

pobreza rural

''a tragédia íntima de um povo''


 

escrita telúrica

enraizamento

“excesso de realidade”

quinta-feira, 18 de novembro de 2021


Acho uma moral ruim

Trazer o vulgo enganador:

mandarem fazer assim

e eles fazerem assado


Sou um dos membros malditos

dessa falsa sociedade

que, baseado nos mitos,

pode roubar à vontade


Esses por quem não te interessas

Produzem quanto consomes

Vivem das tuas promessas

Ganhando o pão que tu comes


Não me dêem mais desgostos

Porque sei raciocinar ...

Só os burros estão dispostos

a sofrer sem protestar!


Esta mascarada enorme

com que o mundo nos aldraba,

dura enquanto o povo dorme,

quando ele acordar, acaba.


Poeta António Aleixo

sábado, 13 de novembro de 2021

 

ergástulo


nome masculino
1.
prisão destinada, entre os antigos Romanos, aos condenados a trabalhos forçados
2.
cárcereenxovia
3.
figurado antro de miséria

Best of Joy Division (Extended Version)

 «Na planície não se descobria movimento algum além da ondulação do rio, elevado pela grande quantidade de cadáveres, que a pouco a pouco ia descarregando para o mar.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 150

 

sopitar

verbo transitivo
1.
fazer adormecer, adormecer
2.
abrandar, acalmar
3.
refrear
4.
enfraquecer
5.
dar esperança a

estavanado

'' o pânico atacou os outros.''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 149

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

«A desgraça deve servir para nos tornarmos hábeis!»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 153

 

falárica

nome feminino
seta incendiária utilizada na Antiguidade, que transportava estopa a arder

púnico

hi.dror.re.pe.len.te

''charcos de sangue''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 148

«Acima de tudo isto - as vozes dos capitães, o estridor dos clarins e do vibrar das liras - as balas de chumbo e de barro sibilavam e cortavam o ar, fazendo saltar as espadas das mãos e os miolos dos crânios.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 148

Uma Abelha na Chuva - 1971

desigualmente

«(...), encolhiam os ombros e explicavam tudo com as ilusões da miragem.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 144

''trapos pardos''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 144

 «A escuridão era cada vez maior. Tinham-se perdido no caminho.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 143

domingo, 24 de outubro de 2021

 ''A solidão da obra – a obra de arte, a obra literária – desvenda-nos uma solidão mais essencial. Exclui o isolamento complacente do individualismo, ignora a busca da diferença; não se dissipa o fato de sustentar uma relação virial numa tarefa que cobre toda a extensão dominada do dia. Aquele que escreve a obra é apartado, aquele que a escreveu é dispensado. Aquele que é dispensado por outro lado, ignora-o. Essa ignorância preserva-o, diverte-o, na medida em que o autoriza a perseverar. O escritor nunca sabe que a obra está realizada. ''

BLANCHOT

  Octavio Paz em O labirinto da solidão: “Nascer e morrer são experiências de solidão. Nós nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Nada é tão grave quanto esse primeiro mergulho na solidão que é nascer, com exceção dessa segunda queda no desconhecido que é morrer.”

''natureza pessoana ''

 Estou só, nas zonas das metáforas

(que é todo o pensamento),

em nenhum resíduo nada exprimo

(mas sempre metaforizo).

Não sinto a solidão total

dos poemas, talvez grutas,

o mar quieto, nem silêncio.

Apenas espero o outro,

um amor esplêndido,

alheio e desejável.


Fiama Hasse Pais Brandão


 

''solidão poética''

Bernardo Soares, no Livro do desassossego: “Há metaphoras que são mais reaes do que a gente que anda na rua. Há imagens nos recantos de livros que vivem mais nitidamente que muito homem e muita mulher. Há phrases literárias que teem uma individualidade absolutamente humana. ”

“Porque no poema não encontramos apenas a força que nos desvia, e que não tem nome, encontramos também o pensamento dela.” 

Silvina Rodrigues Lopes , 2012

''a metáfora do rio''

 

''inquietação linguística''

Frédéric Chopin Op 9 Noturno Nº 2

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

«O lodo, entretanto, tornava-se cada vez mais alto. Foi necessário montar nas bestas a carga.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

«Veio a noite, uma noite sem luar.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142

''Anunciador-das-Luas''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142


Katrien De Blauwer
 

Suzanne Ciani ‎– Buchla Concerts 1975 (full album)

«Já não falavam em Salammbô: um, porque não pensava nela, o outro porque o impedia disso um certo pudor.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

perdê-la

''hábeis em ver bem ao longe''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

''fizeram fogueiras para servirem de sinais''

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

« - Se tens medo, vai-te! »

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 140

sábado, 9 de outubro de 2021


Nobuyoshi Araki - Tattooed fuck (from the series Tokyo Comedy)

 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Lhasa de Sela | Going In

''guarda pretoriana''

 

plebeísmo

ple.be.ís.mo
pləbɐˈiʒmu
nome masculino
1.
qualidade ou condição de plebeu
2.
frases, palavras ou modos usados apenas pelo povo
3.
defeito de linguagem que consiste em empregar, como correntes, essas frases ou palavras

Mitomania

sábado, 2 de outubro de 2021

''máquina de mimese''

emoção sensorial

''Entendiam o universo da arte apenas como uma razão das suas narrativas e ambições pessoais, cujos juízos morais eram apenas uma questão de o fim justificar os meios. Definiram todo o conceito de crítica de arte, como obediente — privando-a assim da sua autonomia e individualidade. No fim de contas, a obediência tinha que ver com a melhor forma de se aproveitarem da crítica. Foram profetas no sentido de doutrinar e reduzir todo o pensamento crítico a uma única lei para procurarem realizar os seus objectivos, com uma força inexorável (louve-se).''



A QUE SOA O SISTEMA QUANDO LHE DAMOS OUVIDOS
VICTOR PINTO DA FONSECA

''opinião media neo-intelectual''

pragmatismo

Thierry de Brunhoff plays Chopin -- Complete Nocturnes

Matadouro

terça-feira, 28 de setembro de 2021

 Rui Vieira Nery, musicólogo, e Pedro Carneiro, maestro, ontem nas conversas criativas do COGITO:

Pergunta: O que é música?
Rui Vieira Nery: É uma forma de organizar os sons, para criar sentido e emoção. Tem uma gramática, mas sistematicamente faz implodir essa gramática. Faz a nossa vida melhor.
Pedro Carneiro: A música acontece quando os sons se organizam em pensamentos.

Pergunta: O que não é música?
Rui Vieira Nery: É o simples acaso, sem intenção nem contexto, sem fazer parte de um plano de comunicação. Aquilo que um leigo pode considerar ruído, pode ser um elemento musical. O Pedro Carneiro é um dos melhores percussionistas do mundo...
Pedro Carneiro: ...logo é um especialista em ruído (risos).

Pergunta: Então qual a diferença entre uma peça de Schubert e o barulho de uma betoneira?
Rui Veira Nery: Uma betoneira pode ser utilizada como um elemento expressivo numa obra musical. Aliás, prefiro ouvir uma betoneira a certas interpretações de sonatas de Beethoven.
Pedro Carneiro: O que distingue a música da betoneira, é quando alguém diz 'uau'. Isto eleva o meu ser. Tem sentido e leva-me para outra dimensão.
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