sexta-feira, 19 de junho de 2015

«(...)                       Cesse, cesse
Para sempre a minha alma de ser minha,»


Fernando PessoaFausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 146

''oca orgia''

Fernando PessoaFausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 145

etcetra e tal...

quinta-feira, 18 de junho de 2015


«Eu quero ser,
só o que sou.»

Ruy Cinatti. Obra Poética. Organização e prefácio de Fernando Pinto do Amaral. Imprensa  Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1992., p. 265

"Larga a cidade masturbadora, febril,
rabo decepado de lagartixa,
labirinto cego de toupeiras,
raça de ignóbeis míopes, tísicos, tarados,
anémicos, cancerosos e arseniados! 
Larga a cidade!
Larga a infâmia das ruas e dos boulevards
esse vaivém cínico de bandidos mudos
esse mexer esponjoso de carne viva
Esse ser-lesma nojento e macabro
Esse S ziguezague de chicote auto-fustigante
Esse ar expirado e espiritista...
Esse Inferno de Dante por cantar
Esse ruído de sol prostituído, impotente e velho
Esse silêncio pneumónico
de lua enxovalhada sem vir a lavadeira!
Larga a cidade e foge!
Larga a cidade!
Vence as lutas da família na vitória de a deixar.
Larga a casa, foge dela, larga tudo!
Nem te prendas com lágrimas, que lágrimas são cadeias!
Larga a casa e verás - vai-se-te o Pesadelo!
A família é lastro, deita-a fora e vais ao céu!
Mas larga tudo primeiro, ouviste?
Larga tudo!
– Os outros, os sentimentos, os instintos,
e larga-te a ti também, a ti principalmente!
Larga tudo e vai para o campo
e larga o campo também, larga tudo!
– Põe-te a nascer outra vez!
Não queiras ter pai nem mãe,
não queiras ter outros nem Inteligência!
A Inteligência é o meu cancro
eu sinto-A na cabeça com falta de ar!
A Inteligência é a febre da Humanidade
e ninguém a sabe regular!
E já há Inteligência a mais pode parar por aqui!
Depois põe-te a viver sem cabeça,
vê só o que os olhos virem,
cheira os cheiros da Terra
come o que a Terra der,
bebe dos rios e dos mares,
- põe-te na Natureza!
Ouve a Terra, escuta-A.
A Natureza à vontade só sabe rir e cantar!
Depois, põe-te a coca dos que nascem
e não os deixes nascer.
Vai depois pla noite nas sombras
e rouba a toda a gente a Inteligência
e raspa-lhos a cabeça por dentro
co'as tuas unhas e cacos de garrafa,
bem raspado, sem deixar nada,
e vai depois depressa muito depressa
sem que o sol te veja
deitar tudo no mar onde haja tubarões!
Larga tudo e a ti também!"


 José Almada Negreiros
poeta sensacionista
e Narciso do Egipto
                          «Sou o que era, velho.
Nas cinzas do meu ser ainda há calor
Para que o fogo lembre.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 126
«Sei ler os vícios íntimos e os crimes
Nos olhares.»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 124
«Acabará em mim parte de mim
E viverei morto para viver»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 124

«(com um grito pavoroso F. atira-se de encontro à parede, dando com a cabeça uma, duas, três vezes até cair no chão inanimado).»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 123
«Eu dou-vos vida só para odiar-vos,
Eu são sou vosso.»


Fernando Pessoa.
 Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 110
«Duas solidões do meu ser e cada vez 
Mais dentro em mim.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 110

''alucinadas pré-sensações''

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 107

«Beijar na boca uma consciência,»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 106

« Há entre a alma e a alma um abismo.»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 106

«Pudesse-te eu amar sem que existisses
E possuir-te sem que ali estivesses!»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 105

«Quero falar ternura e não o sei;»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 104
«Eu não sei dizer mais; não aprendi
Como o amor faça, não, não aprendi,
Porque o amor não fala, não pode
Dizer-se todo, senão não seria
Amor, / ao menos este amor que eu sinto/.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 102
«Arrasta a grilheta da dor,
Cujos olhos não choram por não ter
Na alma já lágrimas p'ra chorar,»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 102

«Amor, diz qualquer coisa que eu te sinta!»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 101

«Diz-me porque é que o amor te faz ser triste?
Canso-te? Posso eu cansar-te se amas?»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 100
«29-96*   Maria:        Amo como o amor ama.
                                           Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
                                           Que queres que te diga mais que te amo,
                                            Se o que quero dizer-te é que te amo?
                                          Não procures no meu coração...

                                          Quando te falo, dói-me que respondas
                                          Ao que te digo e não ao meu amor.
                                          Quando há amor a gente não conversa:
                                           Ama-se, e fala-se para se sentir.
                                         Posso ouvir-te dizer-me que tu me amas,
                                          Sem que mo digas, se eu sentir que me amas.

(...)»




Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 99
«(A desilusão de Fausto é de três espécies: 1) verifica, no facto de que Maria o ama em parte sem saber porquê e em parte por qualidades que lhe supõe e ele não tem, que o amor é coisa que não se pode querer compreender e entre o qual e ele há um abismo profundíssimo; 2) verifica, na sua incapacidade não só de compreender o amor, como até de o sentir ou, talvez melhor, de se sentir sentindo-o, que esse abismo que existe entre ele e o amor começa por ser um abismo que existe entre ele e ele próprio; 3) verifica (...)»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 99

«Tão cheio de ódios contra o meu destino»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 97
                                 «Escrever
Em palavras de carne, (...)»



Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 93


                                                                            *
29 -50                Só a inocência e a ignorância são
                             Felizes, mas não o sabem. São-no ou não?
                             Que é ser sem no saber? Ser, como pedra,
                             Um lugar, nada mais.


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 93

«Mais só que a solidão. Sou um estranho
Ao que em mim pensa.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 91

«Estou sempre só, nem a mim mesmo faço
A companhia de sentir.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 91
«(...)             Pensar em dizer «amo-te»
E «amo-te» só - só isto me angustia...
Pensar que ao rir ( e mesmo que o não seja)
Exponho uma íntima parte de mim,
Para poder amar eu precisava
Esquecer que sou Fausto o/pensador/.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 90


«E sinto horror a abrir o ser a alguém,
A confiar n'alguém. Horror eu sinto
A que prescrute alguém, ou levemente
Ou não, quaisquer/recantos/do meu ser.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 89

« (...)                                   Felicidade
Fez-se para quem a não pode sentir.»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 88/9

«É a noiva eterna morta de um eu
Que não soube amar.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 88

«Sinto-me perturbado
E a consciência da perturbação
Mais me perturba.»



Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 87

«Do gélido sofrimento de existir
Que é o frio habitual do meu sentir;»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 86
«Sinto-me diferentemente o mesmo;
Não sei detidamente o que mudou»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 83

«Abismos muitos, sem fundo
(...)»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 79

«(compreendeu-me ninguém)»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 78

quarta-feira, 17 de junho de 2015

CONVERSAR NA CAMA


Conversar na cama havia de ser facílimo.
Estar deitado com outro vem de tão longe,
Um símbolo da franqueza entre dois seres.
Mas cada vez mais tempo passa em silêncio.
Lá fora a agitação incompleta do vento
Junta e dispersa nuvens à face do céu,
E as vilas escuras apinham-se no horizonte.
Nada disto quer saber de nós. Nada mostra porquê
A esta distância única do isolamento
Se torna ainda mais difícil encontrar
Palavras ao mesmo tempo sinceras e gentis
Ou não insinceras nem menos gentis.


PHILIP LARKIN in 'Uma Antologia', trad. de Maria Teresa Guerreiro e posfácio de Joaquim Manuel Magalhães, Coimbra, Fora do Texto, 1989

terça-feira, 16 de junho de 2015

COSTANT NOW
"Sento-me à porta de casa e penso. o céu onde começa? é imediatamente acima do chão? estamos sempre no céu então?
do outro lado da minha casa passa o rio. um pescador espera paciente enquanto outro se prepara para regressar. deito-me no chão e mergulho a cara na terra."

-"Tisanas"
- Ana Hatherly
- Moraes Editores, 1973 (1a Edição)


«29-10      O mistério ruiu sobre a minha alma
                     E soterrou-a ...Morro consciente!

                     Quem sou? Não sei. Cego vou
                      P'la noite sem mesmo a ver...
                      Sou eu e habito o que sou
                      Alheio ao meu próprio ser.

                      Vivo outra vida que a minha,
                      Nem sei o que é o vivê-la.»



Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 71
«O Tédio! O Tédio quem me dera Tê-lo!
Se os (...)
Soubessem o que eu sinto. Eles não pensam
E eu...e eu...»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 68

«Quanto mais profundamente penso, mais
Profundamente me descompreendo.
O saber é a inconsciência de ignorar,
Mesmo quem sabe muito nada sabe.»



Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 68

«Desejava querer fugir de mim.»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 65

«Silêncio interior cheio de/som/.


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 54
«De compreendida incompreensão profunda,
Irreparavelmente circunscrita.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 53

«Quanto mais compreendo mais,
Menos me sinto compreendido.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 52

Anders Petersen, From series Cafe Lehmitz, 1967-1970


QUEM AMA, ODEIA

"O sonho é a nossa prática quotidiana da loucura.
No momento de enlouquecer diremos: «Este mundo é-me familiar. Visitei-o quase todas as noites da minha vida.» Por isso, quando julgamos dormir e estamos acordados, sentimos uma vertigem na razão."

-"Quem Ama, Odeia"
- Silvina Ocampo / Adolfo Bioy Casares

segunda-feira, 15 de junho de 2015

''CASA POEMA – HOMENAGEM AO POETA RUY CINATTI NO CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO


No passado dia 8 de Março celebrou-se o centenário do poeta, antropólogo e engenheiro silvicultor Ruy Cinatti, nascido em Londres em 1915, e falecido em Lisboa a de Outubro de 1986.Tendo iniciado os seus estudos no Instituto Militar dos Pupilos do Exército, os quaisprosseguiu no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, onde se licenciou em Agronomia (especializando-se em silvicultura), tendo posteriormente estudado na Universidade de Oxford, onde se doutorouem Antropologia Social.
A sua profissão de agrónomo levou-o a percorrer todos os actuais países africanos de língua portuguesa (sobre os quais e suas poéticas vivências escreveu), havendo estabelecido com Timor-Leste os mais fortes laços, tendo, inclusivamente celebrado um pacto de sangue com o chefe de uma linhagem timorense, tomando, a partir de então, e segundo os costumes e tradições de Timor-Leste, a cidadania timorense.
Para além de milhares de fotos e alguns filmes, Ruy Cinatti é ainda autor dos estudos Motivos Artísticos Timorenses e a sua Integração e Arquitectura Timorense, ambos de 1987.
Ruy Cinatti foi, em 1940, juntamente com Tomaz Kim e José Blanc de Portugal, co-fundador e co-director da 1.ª série de Cadernos de Poesia, na qual se publicaram 5 volumes antológicos, e, entre 1942 e 1944, foi fundador e director da revista Aventura.
Com vasta obra publicada, reunida em Obra Poética, 1992, deixou imensos inéditos. Postumamente, e sob orientação do seu testamenteiro literário, o Padre Peter Stilwell, foram publicados os volumes de poemas Corpo-Alma, 1994; Um Cancioneiro para Timor (poemas e fotografias suas), 1996; Tempo da Cidade, 1996; Archeologia ad UsumAnimae, 2000. Mais recentemente, com selecção e notas de Manuel de Freitas, saíram no final do ano passado e nos começos deste, as antologias Corpo Santo e 73 Poemas.
Certos de que a melhor homenagem que se pode prestar a um Poeta é ler a sua Obra, damos hoje a público sete poemas inéditos de Ruy Cinatti, o poeta nómada cujo trágico destino de Timor-Leste, em 1975, contra o qual lutou com todas as suas forças e desesperada amargura, lhe antecipou a morte.




19/8/83''


(Esta informação encontra-se disponível aqui)
"Daqui a nada saio para almoçar, neste bairro pobre e feio. Não liguem: tudo é feio para mim, hoje. Vagos ruídos de vizinhos, uma ambulância muito ao longe, uma máquina qualquer, não sei onde, a consertar não sei quê. Apetecia-me ser pequeno, apetecia-me sorrir. "

António Lobo Antunes

domingo, 14 de junho de 2015

Nude in Window Light (2011)


«Minha boca, quando beija,
Chama o coração a si.»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 43

«E a solidão há-de amar-te»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 43

«Dorme, e que a noite te conte
Ilusões ao coração!»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 43

«Fugir de mim não posso.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 38
«E saudade de não ter saudade,
Saudade de tempos em que a tinha.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 38

«Basta viver, / para soluçar/.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 31

«E os corações ficam tristonhos, tristonhos,
Quando se sentem sentir pensar.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 31
«Só a mim me foi dado sentir sempre.
E se às vezes pareço indiferente
E em mim mesmo calmo, é apenas
O excesso da dor e do horror
Cuja constante (...) me dói.»


Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 26

«Mágoas de quem (a) existir se sente,»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 25

«Matar-me dentro da alma!»

Fernando Pessoa. Fausto -Tragégia Subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio por Eduardo Lourenço. Editorial Presença., p. 23
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