sexta-feira, 14 de abril de 2017
«A-EXPERIÊNCIA-DO-CORPO-ENQUANTO-EXPERIÊNCIA-DO-MUNDO-ENQUANTO-EXPERIÊNCIA-DA-ARTE»
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quinta-feira, 13 de abril de 2017
quarta-feira, 12 de abril de 2017
terça-feira, 11 de abril de 2017
Slogan célebre da Kodak “você prime o botão, nós fazemos o resto”
''Inicialmente a fotografia respondeu à necessidade de fazer um registo objectivo de pessoas e lugares espalhados pelo mundo e, associada a outros meios, como relatórios e jornais, passou a servir de instrumento de controlo de vastos territórios para as grandes potências coloniais. Fotografar era dominar. E isto tornou-se ainda mais verdadeiro com a “democratização” do próprio acto de fotografar.
Em meados do século XIX, quando surgiu a fotografia – no final da década de 1830, ao mesmo tempo em França e na Grã-Bretanha, ambas grandes potências coloniais europeias, lembra James R. Ryan – fotografar requeria toda uma parafernália de instrumentos que tornava esta actividade tecnologicamente complexa e cara. Esta situação alterou-se radicalmente em 1888, com o surgimento da revolucionária Kodak, com o célebre slogan “você prime o botão, nós fazemos o resto”. De repente, lembra o historiador britânico, fotografar era fácil e as câmaras passaram a viajar na mala de altos funcionários destacados para os territórios, de médicos, cientistas, soldados e missionários. E havia até fotógrafos profissionais a fazer carreira em Angola, como J. A. da Cunha Moraes, com bastante sucesso comercial. “Moraes via a sua câmara como um instrumento de conquista e as suas fotografias como registos objectivos da topografia, geografia e antropologia, a ser usados na cartografia e levantamento de territórios coloniais futuros”, precisa Ryan.
A popularização da fotografia, que fez com que, em apenas dez anos, ela se tornasse prática doméstica corrente nos territórios ultramarinos, coincidiu com um impressionante período de expansão europeia. Ela era, ao mesmo tempo, instrumento de hegemonia e de validação das “rotinas e rituais que estruturavam a sociedade colonial”, escreve o historiador britânico, defendendo que não se pode olhar para estas imagens pensando apenas no seu objectivo de servir os regimes colonizadores.
É certo que “a fotografia foi crucial para o exercício e manutenção do domínio colonial”, já que “não reflectia tanto as realidades da vida e paisagem colonial, antes construí-as”, mas isto não significa, sublinha James R. Ryan, que tenha sido sempre ou em exclusivo uma arma de poder colonial e de repressão, como foi sugerido pelos primeiros estudos sobre a matéria. Em anos recentes, adverte, os investigadores têm apontado para “uma relação mais complexa e ambígua entre a fotografia e o império”. Tudo porque, por exemplo, as fotografias feitas para órgãos da administração colonial podiam servir a propaganda oficial mas, ao mesmo tempo, se entregues aos opositores ao império, prestavam-se a denunciar, às vezes com maior eficácia, as suas injustiças, desigualdades e atentados aos direitos humanos, particularmente em foco no artigo que o historiador Miguel Bandeira Jerónimo assina em O Império da Visão (“As provas da ‘civilização’: fotografia, colonialismo e direitos humanos”).
“Há muitas formas de pensar a fotografia, mas é preciso fazê-lo criticamente. Se não o fizermos há o perigo de as reduzir ao seu lado estético, o que é problemático, sobretudo quando estamos a falar de fotografias como estas, feitas num contexto de hegemonia, desigualdade e violência”, acrescenta Filipa Vicente.
É claro que há beleza nas paisagens fotografadas, nas mulheres e nos trajes tradicionais, mas há muito mais do que isso. A questão das mulheres, nota uma vez mais a historiadora, é particularmente interessante porque é também a partir do corpo feminino que se pode reflectir sobre as fronteiras difusas que a fotografia colonial tantas vezes desenha. “Há um grande exotismo na fotografia das mulheres negras cujo corpo, ao contrário do das mulheres brancas, pode ser exposto. Mas os limites entre o erótico e o etnográfico são confusos, mal definidos, e essa ambiguidade está lá desde o momento da produção da imagem.” Está lá a mostrar que a hegemonia colonial é também uma hegemonia patriarcal, como defende o antropólogo Carlos Barradas no seu artigo para este volume, “Descolonizando enunciados: a quem serve objectivamente a fotografia?”.''
in Jornal Público. Ver aqui
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segunda-feira, 10 de abril de 2017
entrelacei as mãos atrás (nas costas)
e vadiei nas ruas desertas
nas paredes sujas
no desespero rasgadopor ancinhos de fogo
no solo sagrado da amargura.
com o luar esverdeado
no lodo dos pântanos:
arrozais regados a sangue
no estio da loucura.
Alberto Estima de Oliveira. INFRAESTRUTURAS. Colecção Poetas de Macau, 1999., p. 49
« és levado à boca hipócrates»
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 71
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«quisera ser eu mas como eu sou eu quero apenas partir
descendo o rio cada árvore uma outra árvore cada eu um
outro»
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 87
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''as cores doem''
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 79
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«fechas-me no teu coração»
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 73
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«não voltes fica morto entre os mortos»
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 71
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 71
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a água não tem lugar
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 63
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«esqueço o despontar do dia e os pássaros»
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 63
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''(...) não amo o tempo.''
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 47
''(...) para dar água às lágrimas''
Eva Christina Zeller. Sigo a Água.Tradução e Prefácio de Maria Teresa Dias Furtado. Relógio D'Água. Lisboa, 1996., p. 45
''(...) hão-de visitar-te os dias tristes''
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 38
«(...) Quem dera
que fosse ontem tu estarias
a chegar e os beijos seriam os primeiros
a até aqui tudo bem as coisas a portarem-se bem
mas o caralho é hoje »
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 28/9
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À MESA VOLTADO PARA ORIENTE
Sento-me para escrever e já tudo acabou
Um golpe de maré mais ou menos sim
Os dedos sendo agora algas
querem a lembrança mas de quê?
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 28
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« o problema é que mesmo que andasse por aí
a esperança não seria para todos»
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 27
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(...)
«Soube por olhar o rio algumas vezes este rio
e outros
que o nada é nada e o tudo é tudo»
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 26
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«Estás a pensar na chuva que há-de cair só nas tuas mãos»
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 25
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O QUE PENSAS QUANDO OLHAS
PARA MIM E NÃO DIZES NADA
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 25
PARA MIM E NÃO DIZES NADA
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 25
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