segunda-feira, 10 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Nada.
«Eram tantas as mentiras trocadas entre nós, tantas as palavras por dizer, que lhe respondi ainda desta vez: - Nada.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 121
«O tempo era de mármore e fechei os olhos.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 117
« - Só os apaixonados são capazes de matar - acrescentou Linda.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 109
«(...) Aquilo que disse, aquilo em que acreditei já não existe. Lembro-me duma manhã em que havia um nevoeiro de cortar à faca, autêntico algodão em rama, em que o mundo parecia ter parado. Nem sequer se ouviam os passos...Lembro-me disso.
- Mas com quem saías nessas noites?
-Não chateies - disse Lubrani. - Todos temos as nossas histórias.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 100
terça-feira, 4 de novembro de 2014
BOM CONSELHO
"não procures um pretexto para os olhos:
é assim que se constrói a cegueira. Alguns
perdem-se na doença da luz, nos caminhos
desorientados onde só encontram o desvio.
Não vás pelo território maldoso da vereda,
talvez encontres ameixoeiras, mas a sombra
apodreceu-as, e dão ameixas como pedras
rugosas. Não vás rente às silvas que escondem
os encontros: visita a fronteira: esse lugar
que não repartiu a luz"
-"Ofício de Vésperas"
- Rui Nunes
A FLUTUAR
"há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira-mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentado à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão"
-"O Medo"
- Al Berto
"há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira-mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentado à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão"
-"O Medo"
- Al Berto
UM OLHAR PARA TRÁS
"Somos sobreviventes. A vida que quisemos, não a tivemos. Aquela que temos, não a escolhemos. Veio-se-nos. Faltou-nos só uma vocação, essa para vivermos a única vida que realmente nos importava. Todas as outras permanecem para sempre marcadas por um selo de morte e insuficiência. O tempo que resta, passamo-lo a tentar digerir esse monstruoso fracasso, a evitar transformarmo-nos a nós próprios em monstros de ressentimento. Não, nos não queríamos ser humanos. E agora, não queremos outra coisa, à falta daquilo em que não fomos capazes de nos tornar"
Bénédicte Houart. Há Dias.
"Somos sobreviventes. A vida que quisemos, não a tivemos. Aquela que temos, não a escolhemos. Veio-se-nos. Faltou-nos só uma vocação, essa para vivermos a única vida que realmente nos importava. Todas as outras permanecem para sempre marcadas por um selo de morte e insuficiência. O tempo que resta, passamo-lo a tentar digerir esse monstruoso fracasso, a evitar transformarmo-nos a nós próprios em monstros de ressentimento. Não, nos não queríamos ser humanos. E agora, não queremos outra coisa, à falta daquilo em que não fomos capazes de nos tornar"
Bénédicte Houart. Há Dias.
"Silêncio,e depois
Não disse o principal sobre a sua pessoa, a sua alma, os seus
pés, as suas mãos, o seu riso.
O principal para mim é deixar o seu olhar quando ele está só.
Quando está na desordem do pensamento.
É muito belo. É difícil saber.
Se começo a falar dele, nunca mais paro.
O principal para mim é deixar o seu olhar quando ele está só.
Quando está na desordem do pensamento.
É muito belo. É difícil saber.
Se começo a falar dele, nunca mais paro.
A minha vida é como incerta, mais
incerta, sim, do que a dele diante de mim.
Silêncio, e depois"
Marguerite Duras. É Tudo.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
«Fiz todos os erros que um homem pode fazer e paguei por eles. Sou, por isso, muito mais rico, muito mais aberto, muito mais feliz, se quiseres, do que se tivesse descoberto, através de uma pesquisa ou de uma disciplina, como evitar as ratoeiras e as armadilhas do meu caminho...»
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso, p. 79
«O que eu não daria para ter sido camarada ou amigo íntimo de figuras como Apollinaire, Douanier, Rousseau, George Moore, Max Jacob, Vlaminck, Utrillo, Derain, Cendrars, Gauguin, Modigliani, Cingria, Picabia, Maurice, Magre, Léon Daudet e outros.»
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso, p. 74
codeína
nome feminino
FARMÁCIA, QUÍMICA alcaloide existente no ópio, do qual se pode extrair, mas que se obtém principalmente a partir da morfina
FARMÁCIA, QUÍMICA alcaloide existente no ópio, do qual se pode extrair, mas que se obtém principalmente a partir da morfina
''longos monólogos cheios de floreados''
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso, p. 57
O Capricórnio
«O Capricórnio é um animal solitário. Lento, estável, perseverante. Vive em diversos níveis ao mesmo tempo. Pensa em círculos. Sente o fascínio da morte. E prossegue numa escalada constante. Provavelmente à procura do edelweiss. Ou será da immortelle? Não reconhece a sua origem; apenas as suas ascendências. Ri pouco e quase sempre inoportunamente. Colecciona amigos com a mesma facilidade com que os outros juntam selos, mas é um ser insociável. Em vez de ser delicado, fala com toda a franqueza. Metafísica, abstracções, manifestações, electromagnéticas. Perde-se nos abismos. Vê estrelas, cometas e asteroides, onde os outros apenas enxergam manchas, rugas e erupções. Quando se cansa de fingir que é o homem que come tubarões, alimenta-se de si próprio. Um paranóico. Um paranóico ambulatório. Mas de afeições e ódios constantes. Ouai!»
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso, p. 40
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um diabo no paraíso
«O chovisco transformou-se numa chuva ligeira, numa chuva cinzenta e docemente melancólica.»
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso, p. 39
as pedras são difícies de digerir
«Não digo nada seja contra o que for. Observo. Analiso. Calculo. Destilo. A sabedoria é útil, mas o conhecimento é a certeza das certezas. O escalpelo, para o cirurgião, a picareta e a pá para o coveiro, o livro dos sonhos para o psicanalista, o barrete com guizos para o louco. E, para mim, uma cólica intestinal. A atmosfera demasiado rarefeita e as pedras são difíceis de digerir. »
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso, p. 38
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''a Lua em pânico total''
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso, p. 37
salsaparrilha brava
«(..); esse frasco contém mirra, incenso e uma pitada de salsaparrilha brava. O cheiro da santidade!»
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso, p. 37
''acelerados em direcção à morte.''
Henry Miller. Um diabo no paraíso. Tradução de Estevão Sasportes. Livros do Brasil, livros Unibolso,
sábado, 18 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
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