domingo, 24 de fevereiro de 2019
A Nau de António Faria
(LP Como se Fora seu Filho, 1983)
Vai-se a vida e vem a morte
O mal que a todos domina
Reina o comércio da china
Às cavalitas da sorte
Dinheiro seja louvado
A cruz de Cristo nas velas
Soprou o diabo nelas
Deu à costa um afogado
A guerra é coisa ligeira
Tudo vem do mal de ofício
Não pode haver desperdício
Nesta vida de canseira
Demanda o porto corsário
No caminho faz aguada
Ali findou seu fadário
Morreu de morte matada
A nau de António Faria
Leva no bojo escondida
A cabeça de uma corsário
Que lhes quis tirar a vida
Aljofre pérola rama
Eis os pecados do mundo
Assim vai a nau ao fundo
Sem arte a honra e a fama
Entre cristãos e gentios
Em gritos e altos brados
Para ganhar uns cruzados
Lançam-se mil desafios
Em vindo de veniaga
Com a vela solta ao vento
Um mouro é posto a tormento
Por não dizer quem lhe paga
Vou-me à costa à outra banda
Já vejo o rio amarelo
Foi no tempo do farelo
Agora é o rei quem manda
Faz-te à vela marinheiro
Rumo ao reino de sião
Antes do fim de janeiro
Hás-de ser meu capitão.
Vai-se a vida e vem a morte
O mal que a todos domina
Reina o comércio da china
Às cavalitas da sorte
Dinheiro seja louvado
A cruz de Cristo nas velas
Soprou o diabo nelas
Deu à costa um afogado
A guerra é coisa ligeira
Tudo vem do mal de ofício
Não pode haver desperdício
Nesta vida de canseira
Demanda o porto corsário
No caminho faz aguada
Ali findou seu fadário
Morreu de morte matada
A nau de António Faria
Leva no bojo escondida
A cabeça de uma corsário
Que lhes quis tirar a vida
Aljofre pérola rama
Eis os pecados do mundo
Assim vai a nau ao fundo
Sem arte a honra e a fama
Entre cristãos e gentios
Em gritos e altos brados
Para ganhar uns cruzados
Lançam-se mil desafios
Em vindo de veniaga
Com a vela solta ao vento
Um mouro é posto a tormento
Por não dizer quem lhe paga
Vou-me à costa à outra banda
Já vejo o rio amarelo
Foi no tempo do farelo
Agora é o rei quem manda
Faz-te à vela marinheiro
Rumo ao reino de sião
Antes do fim de janeiro
Hás-de ser meu capitão.
Etiquetas:
José Afonso,
letras de canções
As Pombas
(EP Baladas de Coimbra, 1963)
Pombas brancas
Que voam altas
Riscando as sombras
Das nuvens largas
Lá vão
Pombas que não voltam
Trazem dentro
Das asas prendas
Nas bicos rosas
Nuvens desfeitas
No mar
Pombas do meu cantar
Canto apenas
Lembranças várias
Vindas das sendas
Que ninguém sabe
Onde vão
Pombas que não voltam
Etiquetas:
José Afonso,
letras de canções
Alegria Da Criação
(LP Galinhas do Mato, 1985)
Plantei a semente da palavra
Antes da cheia matar o meu gado
Ensinei ao meu filho a lavra e a colheita
num terreno ao lado
A palavra rompeu
Cresceu como a baleia
No silêncio da noite à lua cheia
Vi mudar estações soprar a ventania
Brilhar de novo o sol sobre a baía
Fui um bom engenheiro um bom castor
Amei a minha amada com amor
De nada me arrependo só a vida
Me ensinou a cantar esta cantiga
Feiticeira
Mãe de todos nós
Flor da espiga
Maldita para tiranos
Amorosa te louvamos
tens mais de um milhão de anos
Rapariga
Quando o lume nos aquece
No grande frio de Inverno
Vem até nós uma prece
Que assim de longe parece
Uma cantiga
Magistrada Nossa natural
Vitoriosa
Curandeira dos aflitos
Amante de mil maridos
Há mais de um milhão de idos
tormentosa
Quando a fera encarcerada
Que dentro de nós suplanta
Quebra a gaiola sozinha
Voa voa endiabrada
Uma andorinha
Etiquetas:
José Afonso,
letras de canções
A Cidade
A cidade é um chão de palavras pisadas
A palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
A palavra distância e a palavra medo
A cidade é um saco um pulmão que respira
Pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
Pela palavra sangue pela palavra ira
A cidade tem praças de palavras abertas
Como estátuas mandadas apear
A cidade tem ruas de palavras desertas
Como jardins mandados arrancar
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
Não há rua de sons que a palavra não corra
À procura da sombra de uma luz que não há
A Cidade (LP Contos velhos rumos novos(Letra de Ary dos Santos), 1969)
miscigenação
nome feminino
1.
acto ou efeito de miscigenar; mestiçagem
2.
reprodução entre indivíduos pertencentes a grupos étnicos diferentes
3.
cruzamento entre animais pertencentes a raças ou espécies diferentes
Do latim miscēre, «misturar» +genĕre-, «raça» +-ção
Etiquetas:
infopédia,
língua portuguesa,
significados
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Roads
Portishead
Oh, can't anybody see
Portishead
Oh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
Storm, in the morning light
I feel
No more can I say
Frozen to myself
I got nobody on my side
And surely that ain't right
And surely that ain't right
Oh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
Storm, in the morning light
I feel
No more can I say
Frozen to myself
I got nobody on my side
And surely that ain't right
And surely that ain't right
Oh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
How can it feel, this wrong
This moment
How can it feel, this wrong
Oh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
This moment
How can it feel, this wrong
Oh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
Compositores: Adrian Francis Utley / Beth Gibbons / Geoffrey Paul Barrow
Etiquetas:
letras de canções,
Portishead
domingo, 17 de fevereiro de 2019
sábado, 16 de fevereiro de 2019
'' a minha saliva seca ''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 159
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
«Pálido no seu leito verde sob a luz que chove.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 147
Etiquetas:
arthur rimbaud,
verso solto
''rendas desbotadas''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 139
''roupas amarelas e odorantes''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 139
« UM SONHO PARA O INVERNO »
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 137
«Feroz, atirou-lhe o barrete vermelho à face!»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 133
Etiquetas:
arthur rimbaud,
verso solto
« - Tão fortes nos críamos, que quiséramos ser mansos!»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 127
Etiquetas:
arthur rimbaud,
poesia,
verso solto
«O Povo não é uma puta.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 125
Etiquetas:
arthur rimbaud,
verso solto
«A tua corte de bastardos, armados em pavões:»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 125
Etiquetas:
arthur rimbaud,
verso solto
«Durante a noite incendiavam os nossos casebres;
Lá dentro, como bolos, tostavam os nossos filhos.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 123
Lá dentro, como bolos, tostavam os nossos filhos.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 123
Etiquetas:
arthur rimbaud,
poesia,
versos soltos
«Nossos olhos nem choravam; íamos e mais nada,»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 123
Etiquetas:
arthur rimbaud,
verso solto
''invejas alvares''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 119
Beautiful
Portishead - Beautiful from cgoveneyshdsjdr on Vimeo.
You can depend
uncertainty
Count it out and weigh it off again
You can be sure you've reach the end
And still you don't feel
(you know about anything)
Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are
You can ignore what you've become
Take it our a see it die again
You can be here for who's a friend
And still you don't feel
Count it out and weigh it off again
You can be sure you've reach the end
And still you don't feel
(you know about anything)
Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are
You can ignore what you've become
Take it our a see it die again
You can be here for who's a friend
And still you don't feel
(you know about anyone)
Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are
Innermost thoughts will be understood and...
You can have all you need
Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are
Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are
Innermost thoughts will be understood and...
You can have all you need
Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are
Etiquetas:
letras de canções,
música,
vídeos
domingo, 10 de fevereiro de 2019
« - Mas que putas são estas que estão aqui a dançar? Quem vem lá?»
As Bruxas do Caminho de Melim. Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 165
«Os pássaros voaram sobre o cadáver da princesa moribunda cantando e falando como nunca os homens tinham alguma vez escutado: ''Tu ó bela, que tanto nos acarinhastes..., Tu serás a Rainha do sol! Naquele mesmo instante o dia, antes tenebroso e frio, transformou-se em intenso sol ardente, que a tudo iluminou, envolvendo a princesa em mil sóis. Quando a luz brilhante foi perdendo força, havia desaparecido o corpo da jovem, agora transformado num belo portal a que depois chamaram de «portas do sol».
A Porta do Sol. Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 161
A Porta do Sol. Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 161
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
« - E eu sinto já os beijos que me sobem aos lábios...»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 121
''fingem fumar rosas''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 119
domingo, 3 de fevereiro de 2019
sábado, 2 de fevereiro de 2019
''mão enluvada''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 117
«Não dizia nada; mas o meu coração falava!»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 75
«(...) ...Sinto coisas na cabeça. Oh! Coisas!...»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 59
«Flutuar à tona de água como um grande lírio.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 51
''Sob a neve das rosas,''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 51
Subscrever:
Mensagens (Atom)