segunda-feira, 12 de julho de 2021

Tyler, the Creator: MANIFESTO


Letras
Lil white bitch gon' say
"You need to say something about that"
"You need to say some 'bout Black"
Bitch, suck my
Yeah
That ain't your religion, you just followin' your mammy
She followed your granny, she obeyed master
Did y'all even ask her?
Questions, it's holes in them stories
Is it holes in your blessings? Yeah, I'm bold with the message
I know I ain't got the answer, but I ain't gon' cheerlead with y'all
Just to be a dancer
I'ma groove to my own drums, sunlight in my shadow, baby
Move 'til my soul comes, let them serpents rattle, baby
Crackin' light, broke porcelain, bitch
We ocean deep if you just pour us in a portion of shit
Them people try to twist my view, on some contortionist shit
I had to reevaluate what was important and shit
Finder's keeper's when you creep inside, my mind is madness
If I see peace, I'm like a fiend, uh, gotta have it
Lord, cover me I'm goin' in, walls closin' in
How I'm supposed to be protected when the laws want us in?
Y'all want us dead, just 'cause our skin is the Black type
Teach me everything and be amazed I don't act right
What the fuck?
I'm tappin' the matrix, I'm back and they hated
I'm Black and make 'em pay me capital statements, you dig?
Word on my back, I'm tryna fashion a statement
I ain't no bastard, we the master of the path that we blazin', you dig?
What?
On God now
I came a long way from my past, nigga, it's obvious
V12 engine, I'm fishtailing on some sloppy shit
Internet ringin', no lyrics up, like I hide this shit
What's your address? I could probably send you a copy, bitch
I was cancelled before cancelled was with Twitter fingers
Protestin' outside my shows, I gave them the middle finger
I was a teener, tweetin' Selena crazy shit, didn't want to offend her
Apologize when I seen her, back when I was tryna fuck Bieber, just in
I say with my chest out, you say with your chest in, nigga (say it with your chest, nigga)
Black bodies hanging from trees, I cannot make sense of this
Hit some protests and retweeted positive messages
Donated some funds, then I went and copped me a necklace
I'm probably a coon, your standards based on this evidence
Am I doing enough or not doing enough?
I'm tryna run with the baton, but see, my shoe's in the mud
I feel like, anything I say, dog, I'm screwin' shit up (Sorry)
So I just tell these Black babies, they should do what they want
Freedom, need 'em
My niggas, seen 'em
Free 'em
Don't fuck with the law, like damn, Gina
So calm the fuck down before we duck rounds
And fire balls that make your family have to duck the fuck down
We frontline, we got the mazel tov that we can chuck now
'Cause anytime we movin' up, it's like a "what the fuck?" now
They playin' games, we strappin' up, we cock and aim
We aim to shoot, we shoot to claim what we need
We done with pain and the grieving
Niggas is done with the peace
Whether it's personal or for the whole of niggas, indeed
I might not have dreadlocks, I might have these gold teeth
But I'm a nigga like you, and you's a nigga like me
So let's be niggas together, and let's be niggas with plans
But put this plastic on first, 'cause shit is hittin' the fan, Scott
Shit like this make me wanna turn my baseball cap to the side
You know, with the T.I. lean
Y'all fake mad
Catch up, niggas
Gettin' y'all identity, huh? (Gangsta Grillz)
Go get a fuckin' hobby, shit
Ain't nobody perfect
Well, at least y'all ain't



Compositores: Dominique Marquis Cole / Tyler Gregory Okonma
Descrição
Artista: Tyler, the Creator
Álbum: Call Me If You Get Lost
Data de lançamento: 2021

 «O ''digital'', em francês, diz-se numérique. O numérico faz com que tudo se torne numerável e comparável. É assim que perpetua o idêntico.


Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 13

 «A interconexão digital total e a comunicação total não facilitam o encontro com outros.»

Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 10

«Os meios sociais representam um grau zero do social.»

Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 10

O terror do idêntico

«O terror do idêntico atinge hoje todas as áreas vitais. Viajamos por toda a parte sem ter experiência alguma. Ficamos ao corrente de tudo sem adquirir com isso conhecimento algum. Buscamos ansiosamente vivências e estímulos com os quais, todavia, cada um continua, sempre idêntico a si mesmo.»

Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 10

sábado, 10 de julho de 2021

Wolf Alice - Feeling Myself


Ruben A.

 

“Sabes, gosto desta conversa de alcova. Então, quando está a chover, não há nada como uma tarde assim, uma tarde cúmplice da vida, de humor perro, tarde entreolhada, sono de pouco logo a seguir ao orgasmo, sono vizinho da eternidade, pressentimentos que batem à porta, não faz mal, genuflexório expurgado de falsa religião, a nossa religião do amor, crença, uma crença grávida, bêbeda, de chá a ferver, biológica, prenha, de um para o outro. Achas que eu não gosto de ti? Só se vive pelo amor ou pelo dinheiro, mesmo quando se mata por ódio, a morte é por amor, outros matam por questões de dinheiro, de águas, de rixas de família”.

Ruben A.

inconfessáveis angústias

“Eu pensava muito durante as longas horas das noites em que o silêncio me fazia companhia. Então mergulhava dentro de mim e tentava iluminar o escuro que nos arcaboiços trazia. Vivia em trânsito.
Custava-me parar o redemoinho sentimental que inconsciente me levava a ir procurar conforto num ser distante que também era eu. E o mais terrível é que começava a sentir-me só, desamparado, quase com a lepra medonha que a sociedade atribui aos que são diferentes da sua massa, para não dizer do seu pensar.”

Ruben A.

«Tu estás convencida há vários anos de que eu não te compreendo. Esta é sempre a teoria das mulheres, que não são compreendidas, que não são queridas, que não são adoradas, as queixas montanhas grandes, queixas enormes, sempre a justificar uma infelicidade que lhes vem lá do fundo da criação do mundo, do útero, da terra, as mulheres reflectem o útero feminino da terra, um útero cheio de aflições, em conclusão, queixam-se de tudo então entre os quarenta e os cinquenta, esse útero funciona nas alturas, é um útero cósmico que já não é parte de uma mulher, pertence à mulher do mundo. Há muita verdade no que dizes, o homem desinteressa-se facilmente, depois do acto do amor, depois logo sacode as penas, arrebita, passa à frente, domina outro mundo, a mulher fica fechada, acanhada nesse encontro muito íntimo, nesse seu mais fundo dos fundos, na identidade uterina com a ideia da criação, da reprodução da génese, salta, salta, forma-se na mulher a visão do caos a que só ela pelo amor pode dar uma nova regra, pelo domínio da paixão, pela companhia, para isso tem de ser compreendida, ela julga que é compreendida, tem de justificar a sua infelicidade pela compreensão do amor, de um outro amor, a mulher busca no outro amor o amor definitivo, amor que nunca aparece, é o poder fantásmico de convicção, que rompe todas as barreiras, a mulher atira-se, não sabe onde nem como, é capaz dos maiores actos de heroísmo clandestino, aparece, vai, surge, abre-se, mostra o que é o amor, a sua entrega total.»


Ruben A., in ‘Silêncio para 4’

Sophia – Carta A Ruben A.

 

 

Que tenhas morrido é ainda uma notícia
Desencontrada e longínqua e não a entendo bem
Quando — pela última vez — bateste à porta da casa e te
[sentaste à mesa

Trazias contigo como sempre alvoroço e início
Tudo se passou em planos e projectos
E ninguém poderia pensar em despedida

Mas sempre trouxeste contigo o desconexo
De um viver que nos funda e nos renega
— Poderei procurar o reencontro verso a verso
E buscar — como oferta — a infância antiga

A casa enorme vermelha e desmedida
Com seus átrios de pasmo e ressonância
O mundo dos adultos nos cercava
E dos jardins subia a transbordância
De rododendros délias e camélias
De frutos roseirais musgos e tílias

As tílias eram como catedrais
Percorridas por brisas vagabundas
As rosas eram vermelhas e profundas
E o mar quebrava ao longe entre os pinhais

Morangos e muguet e cerejeiras
Enormes ramos batendo nas janelas
Havia o vaguear tardes inteiras

E a mão roçando pelas folhas de heras
Havia o ar brilhante e perfumado
Saturado de apelos e de esperas

Desgarrada era a voz das primaveras

Buscarei como oferta a infância antiga
Que mesmo tão distante e tão perdida
Guarda em si a semente que renasce

Junho de 1976

ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner , Obra Poética II

 

Sophia de Mello Breyner Andresen (Porto, 06/11/1919 – Lisboa, 02/07/2004)
Poetisa, contista, autora de literatura infantil e tradutora, a 1.ª mulher portuguesa a receber o Prémio Camões (1999)

''A Escrita Dissidente ''

inenarrável

 « Cada escritor consciente da nova era escreverá, como Fichte, o seu pessoal discurso à sua nação, cada um se sentirá profeta ou mesmo messias de destinos pátrios, vividos e concebidos como revelação, manifestação e culto das respectivas almas nacionais.»

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 83


 

 «A santa clareza com que os Poetas falam em trevas das coisas mais escuras.»

Raul de Carvalho

 «A alma de uma época está em todos os seus poetas e filósofos e em nenhum.»

Fernando Pessoa

 «Os Portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo. A reserva e a modéstia que parecem constituir a nossa segunda natureza escondem na maioria de nós uma vontade de exibição que toca as raias da paranóia, exibição trágica, não aquela desinibida, que é característica de sociedades em que o abismo entre o que se é e o que se deve parecer não atinge o grau patológico que existe entre nós.»

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 77

''O anedotário pátrio''

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 76

''«idilismo» da nossa imagem''

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 77


 


Empire of Passion (愛の亡霊, Ai no Bōrei) is a 1978 French-​Japanese film produced, written and directed by Nagisa Ōshima

 

palinódia


nome feminino
1.
poema em que o autor retira o que dissera num poema anterior
2.
figurado ato ou efeito de desdizer ou desfazer o que se disse ou fez anteriormente

''nevoeiro divino''

 Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 73

''voluntarismo desorbitado''

 Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 71

 A Muralha

A Torre de Barbela

O Delfim 

Bolor 

Nítido Nulo


''obras capitais da autognose nacional''

Eduardo Lourenço

The Black Keys - "Poor Boy a Long Way From Home"

 

autognose

au.tog.no.se
awtɔˈɡnɔz(ə)
nome feminino
conhecimento de si próprio

apologia

 «(...), na época de Salazar, obras valiosas ficaram eivadas de folclore superficial ou de proselitismo nacionalista que lhes limita o papel de «reveladoras» a que estavam destinadas.»

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 68

incúria

 

malquisto


adjetivo
1.
que não é queridoque é objeto de antipatiaodiado
2.
que tem má fama
3.
antipático


 

''culturismo folclorizante''

 « Logo que nos aproximamos da linha tórrida do racional tornamo-nos tímidos, ficamos paralisados, perdemos a imaginação.»

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 55

« ou o seu Tudo ou o seu Nada »

 Fernando Pessoa

 

sicofanta

nome de 2 géneros
1.
HISTÓRIA entre os antigos gregos, denunciante de quem roubasse figos de árvores consagradas ou de quem os exportasse ilegalmente
2.
figurado delatordenunciante
3.
figurado caluniador
4.
figurado patife


 

a-criticismo

''contexto de carências sócio-culturais''

'' expurgado dos seus demónios passageiros''

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 50

« nos anais de outros países»

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 46

«A existência do império só tomou forma metropolitana quando (como sucede como certos homens para quem a mulher existe enquanto apropriável por terceiros) se tornou objecto de disputa intereuropeia.»

 Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 45

«(...) possuímos sem de todo possuir, e perdemos sem de todo perder,»

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 43

''parecia ter pedido a alma da sua alma''

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 43


 Portrait of Madame Yuki (Yuki Fujin Ezu) Directed by Kenju Mizoguchi, Japan 1950

mo.vên.ci.a

''destino colectivo confiscado''

 Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 31

''O criticismo patriótico da Geração de 70''

'' um viver sem descontinuidade''

 Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 27

''lençol de púrpura dos nossos deuses (heróis) mortos''

 sobre Os Lusíadas

Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 26

''criação literária, toda encharcada de monólogos''

 Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 24

 «(...) são modelos de «robinsonadas»; contam as aventuras celestes de um herói isolado num universo previamente deserto.»


Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 24

Grinderman - Palaces Of Montezuma


Psychedelic invocations
Of Mata Hari at the station
I give to you
A Java princess of Hindu birth
A woman of flesh, a child of earth
I give to you
Well, the hanging gardens of Babylon
Miles Davis, the black unicorn
I give to you
The Palaces of Montezuma
And the Gardens of Akbar's tomb
I give to you
The spider goddess and the needle boy
The slave-dwarves they employ
I give to you
A custard-coloured super dream
Of Ali McGraw and Steve McQueen
I give to you
C'mon baby, let's get out of the cold
And give me, give me, give me your precious love for me to hold
The epic of Gilgamesh
A pretty little black A-line dress
I give to you
The spinal cord of JFK
Wrapped in Marilyn Monroe's negligee
I give to you
I want nothing in return
Just the softest little breathless word
I ask of you
A word contained in a grain of sand
That can barely walk, can't even stand
I ask for you
C'mon baby, let's get out of the cold
And gimme, gimme, gimme your precious love for me to hold
C'mon baby, come out of the cold, oh yeah
And gimme, gimme, gimme your precious love for me to hold
Damn, oh come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Give it to me
Give it to me
Yeah, give it to me
Give it to me
Give it to me
Give it to me
Yeah, give it to me
Give it to me

 « E enfiando uma saia de beatilha, orvalhada com as suas lágrimas (...)»

Gervásio Lobato. Lisboa em Camisa. Guerra & Paz, 2017. Lisboa., p. 34

chafarizes

 aguadeiro

nome masculino

1. antiquado indivíduo que leva água ao domicílio ou a vende pelas ruas

2. regionalismo molho de linho em rama para demolhar

3. DESPORTO ciclista que presta assistência à equipa

adjetivo

que deixa escorrer a água da chuva


 

«A proliferação do idêntico faz-se passar por crescimento. Mas, a partir de um determinado momento a produção já não é produtiva, mas destrutiva; a informação já não é informativa, mas deformadora; a comunicação já não é comunicativa, mas meramente cumulativa.»

Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 10

mesmidade

solaçoso

a autodestruição

 «Os tempos em que o outro existia passaram. O outro como mistério, o outro como sedução, o outro como eros, o outro como desejo, o outro como inferno, o outro como dor estão a desaparecer. Hoje, a negatividade do outro cede lugar à positividade do idêntico. A proliferação do idêntico é o que constitui as alterações patológicas que afectam o corpo social.»

Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 9

quinta-feira, 8 de julho de 2021

 "La familia es la unidad de grupo natural y fundamental de la sociedad y tiene derecho a ser protegida por la sociedad y por el estado".

 Declaración Universal de los Derechos Humanos. (Art. 16-3)


 

 Taking Care of Another Person: “When my Body is Here But my Mind is Somewhere Else”

El oficio de cuidar a otro: “cuando mi cuerpo está aquí pero mi mente en otro lado


Rev. Cienc. Salud. Bogotá, Colombia, vol.16 (2): 294-310, mayo-agosto de 2018

  ‘Lá, nos confins da Ibéria, há um povo que não se governa nem se deixa governar. Então vamos mandar a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI para fiscalizar aquilo que fazem’

sobre Portugal

estruturas nevrálgicas do Estado

Secret Societies

 ‘The very word ‘secrecy’ is repugnant in a free and open society’.

John Kennedy



o que nos falta

‘o romantismo cívico da agressão’

Miguel Torga

‘Só vale a pena ir para política se tivermos o sentido de missão, de Estado, que nos permite perceber que temos de melhorar as condições de quem de facto precisa e deixar quem já tem em paz’. 

Aulas de Direito na Universidade de Coimbra, professor Antunes Varela. 

 ‘A velhice traz revés / Mas depois da meninice / Há quem adore a velhice / Para ser menino outra vez’. 

«A minha primeira paixão, paixão mesmo, é a poesia».

João Braga. Entrevista em 2006, ao Museu do Fado.


 Michiyo Kogure and So Yamamura in Yuki Fujin Ezu (1950)

 Paul Anka

 Neil Sedaka 

 Brenda Lee.

‘'Por que raio andas a perder tempo com essas galdérias? A gente dá-se tão bem. E se casássemos?’'

Ana Maria de Melo e Castro Nobre Guedes para João Braga (Fadista)

pessoa especialíssima

quinta-feira, 1 de julho de 2021

«Plenilúnio num campo de ruínas;»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 322

 X

Eu não sou deste mundo. Então de qual
Planeta absurdo me acontece a vida
Que o carimbo me põe de original
E a minha estrela dá como perdida?

Pelo condão de um humor filosofal
Do estranho estado me finjo distraída.
Num hífen entre o nada e o ideal
Hasteio a farsa da coisa conseguida.

Estranheza de ser. De agoniado
Espanto sou feita num sonho naufragado.
Tempo emprestado com um astro louco ao fundo.

Sitiada por trevas não descanso
De indagar minha essência e só me alcanço
Na loucura de não ser deste mundo.

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 321
«De Deus nenhum sinal. Só à loucura
Do universo meu coração exposto.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 321




 

Tarde Te amei | Santo Agostinho

«Para noites de alma dever à eternidade »

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 319

´´versos anémicos''

«Por mais que à luz os pensamentos uivem
Próprio é da vida banir o entendimento.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 318

 VI


Vem do mais recôndito concerto
Uma íntima voz que me confunde.
Alguém em mim invade-me e desperto
Noutro ser que subtil em mim se infunde.

E eu sou todavia longe e perto
Buscando a luz que a unidade funde
De contrários perfis. Só o deserto
De em nenhum rosto achar-me me responde.

À sombra erma de uma razão longínqua
Narro-me e não me encontro. Que hora ubíqua
De mim busca me rapta e em mim estou?

Una e fendida par a par me vergo
À saudade de mim e nada enxergo
Salvo o diverso ser de ser quem sou.

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 317

 

epigonismo

nome masculino
1.
qualidade ou condição de epígono
2.
imitação artística ou intelectual, feita por alguém de geração posterior ao artista ou pensador original

  "Quero morrer, façam alguma coisa por mim"

Stengel


«E vou com as andorinhas. Até quando?»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 311


 

 A ALMA


Votada ao fogo obediente ao perigo
feroz do amor ser muito e o tempo pouco,
Chegas ébrio de sonho, ó estranho amigo
E eu não sei se por mim és anjo ou louco.

Num beijo infindo queres morrer comigo.
Nesse extremo és sagrado e eu não te toco.
Esquivo-me: o teu sonho mais instigo.
Fujo-te: a tua chama mais provoco.

A incêndio do teu sangue me condenas
E com ciumentas ervas te envenenas
Dizendo às nuvens que só tu me viste.

Bebendo o vinho de amantes mortos queres
Que eu seja a mais prateada das mulheres.
E de ser tão amada e eu fico triste.


Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 310

«Porque ergues a cabeça e caem lírios,»

 Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 309

''anéis de plenilúnio''

« Vê-la, nenhum moral o mereceu.»

 Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 308

«Os altos muros à podridão te furtam.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 307


 

 

sânie

nome feminino
PATOLOGIA matéria purulenta que sai das úlceras mal tratadas

 

tontonto

 Moçambique
nome masculino
variedade de aguardente, geralmente caseira, feita a partir de cana-de-açúcar
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