No Porto, no Centro Português de Fotografia, pode ser vista até 1 de novembro a exposição Mitos Adiados, de Carlos Cardoso (fotografia).
O texto de Maria do Carmo Serém, que apresenta a exposição: “as rochas milenárias, o granito do soco ibérico, o xisto do seu esmagamento tórrido. As lâminas do xisto desafiaram os homens e forjaram o destino da vinha, são a matriz do território. O fotógrafo mostra-nos o seu poder, nos caminhos, nos bloqueios, no chão das amendoeiras e das vinhas, mas também a matéria prima do seu aproveitamento direto e, aqui e ali, o fracasso da rocha frente à vegetação ou o signo da permanência na dependência do divino” ou, como no texto de apresentação também se escreve “este Douro construído, marcado e sofrido está condenado a ser um deslumbramento”.
O termo “sociedade da informação” ou
“sociedade do conhecimento” ou “nova
economia” surgiu no final do século XX,
acompanhada com a globalização económica e
cultural.
Um dos primeiros a desenvolver o
conceito de sociedade da informação foi o
economista Fritz Machlup.
Em 1933,
Machlup começou estudando o efeito das
patentes na pesquisa. Seu trabalho
culminou no importante estudo “The
production and distribution of knowledge
in the United States” em 1962.
Na Roma antiga, o trabalho era realizado
pelos escravos. A Lex Aquilia 3 (284 a.c.)
considerada o escravo como coisa.
Etimologicamente, a palavra “trabalho”
vem do latim tripalium, que se tratava de
instrumento de tortura utilizado pelos
agricultores para bater, rasgar e esfiapar o
trigo, espiga de milho e linho.
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. São
Paulo. Ed. Atlas. 28ª Ed. 2012, pp. 34-47
“Todo o
sistema de produção capitalista repousa no fato de que o trabalhador vende e sua força de trabalho
como mercadoria.”
(MARX, 1985c, p.48)
'' Nas sociedades sem classes o homem estava organicamente ligado à natureza. Naquelas
sociedades, a produção estava voltada apenas para a produção de valores de uso, ou seja, a
satisfação das necessidades da comunidade. Na sociedade capitalista o objetivo passa a ser a
produção de valores de troca, ou seja, a produção, a reprodução e a valorização do capital.''
AMÉRICO RODRIGUES O Despertar do Funâmbulo CD audEo fds002
Ainda
Estilhaços
Voz Sal
De Va Gar Ar
O Incerto Insecto Tu
O Fio das Vozes
À Espera de Quê Não Sei
Um Barco de Pedra
Longe do Gato Que Acto Seguinte
Não
O Fim Último
Afflicção
Américo Rodrigues - voz, poesia sonora, flauta eunuca José Oliveira - percussão Rodrigo Pinheiro - piano Gregg Moore - trombone, tuba Élia Fernandes - harmónio, piano Nuno Rebelo - guitarra eléctrica, electrónica José Galissa - kora Jean-François Lézé - percussões aquáticas, percussão Patrick Brennan - saxofone alto Nirankar Khalsa - flauta, percussão, assobios
Direitos reservados por Américo Rodrigues (SPA) Gravado ao vivo, excepto «Estilhaços» que foi gravado em estúdio Produção: Miguel Rainha Masterização: Helder Brazete Desenhos originais: Maria Lino Tratamento de desenhos e grafismo: Sérgio Gamelas Produção executiva: Luís Freixo
Agradecimentos: Catherine Daste, Élia Fernandes, Miguel Rainha, António José Silva/RUC, José Alberto Ferreira, Albrecht Loops, Sérgio Gamelas, Maria Lino, Galeria ZDB, Teatro Viriato, Enzo Minarelli, Philadelpho Menezes
Reservados todos os direitos do produtor fonográfico e do proprietário da obra gravada, sendo proibida a duplicação e a utilização não autorizada desta obra, no todo ou em parte.
''A história da poesia sonora divide-se entre quem usou a palavra na sua integridade (vejam-se os Futuristas italianos e os Dadaístas) e quem a violou, aniquilando-a e reduzindo-a a pura papa fonética (vejam-se os Futuristas russos e os Letristas, até aos produtos típicos da poesia sonora da era do pós guerra). Ora, o caso de Américo Rodrigues é, sem dúvida, interessante por múltiplas razões. Diga-se desde já que o seu trabalho se enquadra, sem dúvida, dentro do segundo filão. Mas há que ter muita atenção ao avaliar a fundo o seu esforço sonoro, porque é de facto um verdadeiro esforço. Basta ouvir os seus CDs e ver a sua performance para compreender que o seu é um verdadeiro esforço corporal. Não estamos perante exemplos de linguagem triturada, ele não tem necessidade de partir da linguagem, não precisa. Neste sentido podemos dizer que amplifica algumas intuições já tidas por Hugo Ball ou Raoul Hausmann, no início do século: o potencial é bucal. E, de facto, Américo Rodrigues mostra a musculatura da boca, todos os ruídos que o aparelho bucal pode fazer. É o próprio corpo que fala a sua linguagem primitiva, numa situação pré-babélica, onde o tudo e o nada se tocam. No seu caso a parte física da voz é o próprio corpo. A sua procura é canalizada para os extremos de um Jaap Blonk ou de um Nobuo Kubota e para o já feito por um Paul Dutton ou Valeri Scherstianoj. E, deste ponto de vista, está perfeitamente legitimada. É de notar que o seu trabalho tem uma ponta de agressividade que, em nosso entender, é necessária para desenvolver um forte impacto no ouvinte-espectador. Estamos, por fim, felizes que da terra lusitana, através de um trabalho raro de poesia sonora, tenha finalmente nascido um poeta semelhante que desdobra a poesia sonora, de um modo tão puro e tão original, sem suportes electrónicos (como era o caso da vídeo-poesia de Melo e Castro) e sem suportes visuais (como nas performances de Fernando Aguiar). Na verdade Américo Rodrigues entrega-se ao poder da sua garganta, sem truques nem enganos, para encantar, estontear e seduzir o público.
Enzo Minarelli
A poesia sonora de Américo Rodrigues se inscreve na linha da poesia fonética, cujas origens, situadas nas vanguardas históricas, estão sendo hoje revisitadas. A poesia fonética atentava para as particularidades sonoras que os fonemas possuíam e procurava criar com eles combinações sonoras que prescindiam da existência das palavras. Uma variação dela se deu no "grito ultraletrista" dos anos 50, em que as possibilidades do aparelho fonador eram exasperadas e levadas a extremos. A poesia de Américo Rodrigues se insere positivamente dentro dessa tradição, mas sua contribuição não é mera continuidade mecânica. Américo Rodrigues está primeiramente inventando a poesia portuguesa que, assim como no Brasil, graças ao concretismo, inexistiu no percurso da experimentação poética. E a sua invenção da poesia sonora portuguesa trás ao menos três características ricas que se interpenetram: a apropriação de um ruidismo tipicamente contemporâneo, ligado ao som da voz gritada no universo dos espectáculos de música de massas; a sensibilidade rítmica de trabalhos construídos sob influência de uma fala ibérica em que se combinam as línguas neolatinas com a pulsação da fala e do canto árabe e mourisco; a prática de trabalhar a poesia versificada como fonte de produção de poemas sonoramente experimentais. A poesia sonora portuguesa, assim, sob invenção e intervenção de Américo Rodrigues já se projecta como evento particularmente enérgico e vivo no ambiente da poesia sonora internacional.
Philadelpho Menezes
Dados da Porbase [Biblioteca Nacional de Portugal] > O despertar do funâmbulo (Registo sonoro) | PUBLICAÇÃO: (D.L. 2001) : Audeo Porto
CiberKiosk Há pouco mais de um ano, a propósito de um espectáculo de Américo Rodrigues, expressei o voto de que a efémera experiência desse trabalho nos chegasse fixada e reprodutível num contemporâneo cd. ... Eis que se lança, finalmente, um registo gravado do seu trabalho, também o primeiro editado em Portugal nesta área. ... Mas nada de ilusões ou alarmes: o trabalho de Américo Rodrigues, recusando esgotar-se em fórmulas simples, continua a afirmar-se como trabalho poético, alquimia de cadências onde palavra e voz sempre se cruzam. ... Creio ser este o momento ideal para sublinhar o ganho expressivo que decorre das específicas circunstâncias de produção a que a poética sonora de Américo Rodrigues se submete, isto é, as que resultam da contaminada relação com as linguagens do palco e as da música, contaminação nunca enjeitada pelo autor. ... Em Portugal, Américo Rodrigues ocupa assim um lugar que bem pode e bem merece ser apontado como único. Sem reproduzir fórmulas, antes procurando sempre reinventá-las... ... É hora de ouvir o despertar do funâmbulo. José Alberto Ferreira
Jornal de Letras Organizador do Festival Ó da Guarda, um dos três actualmente dedicados em Portugal às músicas experimentais, responsável do grupo de teatro Aquilo e um particularmente activo animador cultural na edilidade da Guarda, Américo Rodrigues tem-se destacado também pela forma invulgar como associa a poesia fonética com o canto improvisado. Nesta estreia discográfica, quase só constituída por temas interpretados ao vivo, encontrámo-lo em diversos contextos instrumentais, proporcionados por músicos como Gregg Moore, Nuno Rebelo, José Galissa, Jean François Lézé e José Oliveira... ... A abrangência da opção é um dos (muitos) pontos fortes do trabalho, sempre balizado entre a visceralidade de um Phil Minton e a glossolália de Jaap Blonk. ... Rui Eduardo Paes
No Man's Land Mit Unterstützung verschiedener Musiker entführt uns Americo Rodrigues in seine Welt der Sound Poetry, diein der Tradition der italienischen und russischen Futuristen und der Dadaisten steht. Rodrigues gebraucht keine Texte in irgendeiner Sprache, er nutzt eine primitive Sprache wie in einer Nach-Babel-Situation, wobei er jedoch desöfteren die Sprachmelodien einzelner Sprachgruppen (arabisch, maurisch, iberisch,...) einfließen läßt. Ähnlich Jaap Blonk, Nobuo Kubota, Paul Dutton, Valeri Scherstianoj und Phil Minton lotet er die extremen Möglichkeiten der menschlichen Stimme aus.
O Interior Metamorfoses vocais, improvisações musicais, materializações na e pela voz, inquietações poéticas, estilhaços sonoros. De tudo isto e de algo mais é feito o corajoso primeiro disco de poesia sonora editado em Portugal - «O Despertar do Funâmbulo». ... Américo revela-se um notável «intérprete de voz». O registo «O Despertar do Funâmbulo» é pois um corolário de intrincados jogos semânticos, de erupções viscerais de intensidade (dramática, até) no «sentir» e no «dizer» a poesia, de libertação da linguagem (e a «linguagem é um vírus», dizia a performer/cantora Laurie Anderson). A improvisação musical é apoiada por um naipe de inventivos músicos com os quais Américo tem colaborado nos últimos anos e que possuem o instinto certo de complementaridade com o trabalho do poeta. ... Victor Afonso''
''No ano de 1963, o antropólogo americano, Edward T. Hall, apresentou o estudo da Proxémica, que tem como proposta a organização dos limites de distâncias nas relações humanas. Tais noções de distanciamento sempre fizeram parte de nossa vida praticamente em todos os tempos da história humana, tanto no oriente quanto no ocidente. Mas, na década de 60, Edward T. Hall, por sua vez, divulgou seu estudo indicando 4 tipos de distâncias humanas: Íntima, Pessoal, Social e Pública.
Sua tese foi muito validada por outros estudos, tais como o da PNL (Programação Neurolinguística), e, ainda, em áreas comportamentais como a do Rapport, dentre outros temas. Mas, de um modo geral, a Proxémica foi facilmente reconhecida e praticada em todas as ações de nosso dia-a-dia.
No campo da neurolinguística, bem como nas relações afetivas (Rapport), a Proxémica fundamentou questões muito relevantes sobre a linguagem corporal, com base no conceito de que o nosso corpo diz mais sobre nossa personalidade aos nossos receptores do que as nossas palavras.
Vejamos abaixo as medições e as características sobre cada distância:
- Distância Íntima: 15 a 45 centímetros, entre emissor e receptor. Muito comum entre casais e familiares. Sobretudo, indica uma relação de confiança entre as pessoas que praticam tal aproximação.
- Distância Pessoal: 45 a 120 centímetros (reuniões corporativas, negócios, festas, encontros entre amigos).
- Distância Social: 120 a 360 centímetros. Esta é a distância que praticamos quando estamos caminhando, por exemplo, sobre uma calçada de rua entre outros pedestres, ou quando estamos parados, de pé, em uma fila de banco.
- Distância Pública: acima de 360 centímetros. Geralmente, também é a distância praticada quando passeamos nas ruas, mas, também, é utilizada por palestrantes, professores, oradores, mestres de cerimônia. Acontece, ainda, em casos onde há um emissor ou mais, posicionado (s) para um grupo de receptores.
Em escala, podemos qualificar a Proxémica da seguinte forma: distância íntima (casais e familiares), distância pessoal (amigos), distância social (conhecidos) e distância publica (desconhecidos).
Com base nestes 4 tipos de distâncias, torna-se muito relevante termos consciência de tais espaços, para obtermos sucesso em nossos relacionamentos. Por exemplo, tanto nas relações familiares quanto nas profissionais, precisamos respeitar as distâncias entre nós e os nossos receptores. Esta consciência aplicada pode fazer muita diferença, em nossas relações.
No campo dos negócios, vendedores transitam entre todas as distâncias, podendo, ora se aproximar mais de seu cliente, outrora se distanciar. Mas, conforme vimos nos tópicos acima, a distância social é a mais adequada para as mais diversas situações de negócios.
Entretanto, existem serviços que são muito humanizados, e que necessitam um avanço na Proxémica. Desta forma, profissionais devem ficar atentos em suas abordagens e atendimentos. Especialistas do mercado de estética, por exemplo, que necessitam encostar em seus clientes durante suas atividades de atendimento, muitas vezes, os perdem, em processos que são, até mesmo, inconscientes. Por outro lado, os ganham quando aplicam com assertividade a Proxémica. Neste contexto, muitos salões de beleza, já orientaram suas equipes, através de diversos treinamentos, a sempre darem um curto intervalo de tempo, após um longo período de atividade que fora ininterrupta, tal como após um trabalho realizado nos cabelos ou na face de um cliente. A mesma estratégia já fora utilizada por profissionais de educação física, professores de aulas particulares, dentre outros segmentos.
Ainda no campo das negociações, - apenas o avanço no limite da distância mínima, pode gerar um mal-estar no cliente, e, assim, fazer com que o profissional perca o negócio, apenas por este detalhe neurolinguístico, relacionado à linguagem corporal. Mas, novamente, em um caso contrário, um vendedor pode despertar bastante interesse em um cliente apenas por praticar um distanciamento estratégico.
A Proxémica está presente na vida humana, em muitos casos de maneira inconsciente. Na atmosfera da distância pública, por exemplo, se caminhamos em uma rua, e alguém se aproxima demais, naturalmente, entramos em alerta (cérebro reptiliano). Isto acontece porque a pessoa ultrapassou o limite, do que era para ser uma distância pública, para uma distância social.
No campo da neurociência, podemos conjugar a Proxémica com o estudo do cérebro trino (emocional, racional e irracional). Nesta conjugação, é correto afirmar que as distâncias íntima e pessoal estão mais relacionadas ao nosso sistema límbico (emocional), através das nossas relações de confiança, com familiares, amigos e cônjuges.
Já, a distância social, que envolve lugares em que fazemos mais medições entre os espaço físicos que transitamos entre pessoas que conhecemos, está mais relacionada com o nosso neocórtex (racional).
Por fim, concluindo o cérebro o trino, o terceiro cérebro é o reptiliano, que, conforme no exemplo visto mais acima, se conjuga com os espaços existentes entre nós e pessoas desconhecidas em espaços públicos.
Historicamente, estes sempre foram os fundamentos do estudo da Proxémica, de forma cartesiana, com plena conjugação prática, na vida humana. Todavia, após a grande pandemia do Coronavírus, disseminada, quase em todo o planeta, no início do ano de 2020, é correto afirmar que diversos valores, crenças e hábitos serão ressignificados. Dentro dessas novas mudanças, inevitavelmente, a Proxémica também terá sua prática remodelada.
Com base nas orientações e prevenções de saúde emergentes da pandemia e de seu processo de quarentena, tais como o uso de máscaras e os processos de distanciamento e de isolamento social, naturalmente, estas novas demandas remexerão com a Proxémica humana, engendrando uma nova Proxémica pós pandemia..
Se analisarmos este embasamento pandêmico podemos prever que, no mínimo, o espaço que antes era indicado, pelo estudo da Proxémica, como a distância publica, agora, começa a ser praticado como uma nova distancia social; o que antes era indicado como a distância social agora torna-se a distância pessoal; e, por fim, o que antes era a distância pessoal agora tende a ser a distância íntima. Essa remodelagem ganha mais vigor nas relações entre jovens e idosos, ou entre pessoas que são consideradas grupos de risco, tais como, as que possuem doenças preexistentes, dentre outras.
No seio familiar, - onde mais praticamos as distâncias íntima e pessoal, tais modelos começam a ser reajustados. Espaços físicos maiores estão sendo mais praticados, entre nós, e os pequenos, evitados. Atualmente, quanto mais distantes fisicamente daqueles que amamos, mais consideração demonstramos psiquicamente.
Esta nova conceituação da Proxémica deve ser praticada, também, no campo social e profissional, bem como entre as distâncias social e pública, tanto quanto entre vendedores e clientes, e entre amigos e parentes, para que haja, entre todos, um reconhecimento sobre uma nova consciência a respeito do próximo, em um contexto geral.
É importante salientarmos que, certamente, pós-pandemia, nada será como antes, mas, embora estejamos mais distantes fisicamente, e a prática da Proxémica tenha alargado mais nossas distâncias típicas, estamos mais próximos psiquicamente, mediante tudo que estamos vivenciando com esta pandemia.
Sobretudo, mesmo com o estudo da Proxémica sendo uma referência muito útil em todas as atmosferas de nossas vidas (intima, pessoal, social e pública), o conceito de distância nunca foi tratado somente com um significado físico concreto, mas, sim, também, de forma psíquica e abstrata. Empiricamente, sabemos que podemos estar fisicamente ao lado de alguém, porém, distantes psiquicamente, e vice-versa: distantes fisicamente e juntos psicologicamente.
Portanto, pratique uma nova Proxémica, de forma consciente e humanitária.''
2020
daniel@institutolascani.com.br Jornalista. Publicitário (Estácio). Pós-graduado em Psicologia Analítica (PUC/Rio). Leader Coach, Life Coach e Business Coach do IBC - Instituto Brasileiro de Coaching. Coautor do Livro - O Impacto do Coaching no Dia a Dia. Apresentador dos canais BusTV e TV Max. Colunista e Consultor da Catho. Colaborador da Revista Psique (Brasil, editora Escala). Autor e Palestrante do projeto social - Comunidade Profissional; Diretor do Instituto Lascani.
«A história um dia fará justiça a esta geração de mulheres que criou o conceito de criança entre o fim da roda dos expostos (final século XIX) e o advento da pílula. E o que é mais espantoso é que elas iniciaram esta revolução mental contra a miséria, contra os elementos e, sobretudo, contra a cultura marialva dos maridos.»
Alentejo Prometido (da coleção Retratos da Fundação, editada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos). Henrique Raposo.
Romain Rolland Premio Nobel da literatura, humanista e pacifista, amigo de Tagore e de Gandhi, a quem em 1921 já Stefan Zweig designou como a consciência moral da Europa: “Fazendo, enganamo-nos algumas vezes; não fazendo, enganamo-nos sempre!”
'' (...) aquilo a que chamamos “pintura” é, em rigor, um labor
alquímico de pigmentos (cádmios, iridiscências, castanhos, cobaltos), algo
entre pulverização e decantação. »
Marta Mestre
MÉCIA
Só quem tem comer tem gula,
quem tem dinheiro avareza,
quem tem trabalho preguiça,
quem manda pode ter ira,
quem tem ócio tem luxúria.
quem tem poder tem soberba,
e quem tem fartura inveja.
De todos os sete pecados
nenhum deles cometi.
Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 39
«Eis-te descoberto, sem que uma palavra haja passado pelos teus lábios.»
Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 30
«Ao entrar, vi-vos de joelhos perante dois homens que não eram Deus nem seus representantes. Como justificais a vossa atitude, Excelência?»
Fiama Hasse Pais Brandão. Quem move as árvores. Editora Arcádia, 1ª Edição, 1979., p. 29
Mamoru Itoh. Quero falar-te dos meus sentimentos. Padrões Culturais Editora. 1ª Edição, Lisboa, Janeiro de 2009., p. 40
Quando as comunicações não concretizadas
se acumulam,
as nossas emoções tornam-se instáveis.
Tornamo-nos tristes, preocupados, zangados, preconceituosos, pouco amigáveis.
E, de vez em quando, explodimos Mamoru Itoh. Quero falar-te dos meus sentimentos. Padrões Culturais Editora. 1ª Edição, Lisboa, Janeiro de 2009., p. 32/33
terça-feira, 28 de julho de 2020
“No céu cinzento sob o astro mudo/Batendo as asas pela noite calada/Vêm em bandos com pés de veludo/Chupar o sangue fresco da manada”
''Como refere Davis, a experiência da era Obama mostrou que "black faces in high places" não é base para um projeto revolucionário de massas que só poderá ser organizado nas ruas, por força de base comunitária. Outro aspecto que a autora realça é que, embora figuras como Martin Luther King e Malcom X sejam inspiradoras, é preciso romper lógicas de organização assentes em lideranças individuais (componente ideológica central do neoliberalismo), carismáticas e masculinizadas. Esse é um trabalho que o Black Lives Matter tem realizado. Embora Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi sejam as mulheres negras fundadoras deste movimento, o protagonismo e a liderança são descentralizados e colectivos.´´
Filósofa, professora universitária, ex-candidata à vice-presidência dos EUA pelo Partido Comunista nas eleições de 1980 e 1984, Angela Yvone Davis nasceu numa família pobre e negra do Alabama, em Janeiro de 1944.
“Language is a process of free creation; its laws and principles are fixed, but the manner in which the principles of generation are used is free and infinitely varied. Even the interpretation and use of words involves a process of free creation.”
Noam Chomsky in: “Language and Freedom” (1970)
“Não quero saber para crer, mas crer para saber”
Santo Anselmo de Cantuária
“Com o coração se pede. Com o coração se procura. Com o coração se bate e é com o coração que a porta se abre.”
Santo Agostinho de Hipona
“Psychologically our thought-apart from its expression in words-is only a shapeless and indistinct mass.”
“Cours de linguistique générale”, Ferdinand de Saussure
Inimigo Rumor. Alfonso Berardinelli. Livros Cotovia., p. 141
«Montale fora em Itália o ponto culminante da poesia tardo e pós-simbolista, um virtuoso maneirista do monólogo alusivo, cifrado, em código. Pasolini partira do lirismo dialectal para desembocar no poemeto civil. Tanto um como outro, no início dos anos setenta, conduzem a poesia rumo à prosa. Montale, de Satura em diante, torna-se um poeta satírico, coloquial, cerimonial, semi-jornalístico e ligeiramente auto-divulgativo.»
Inimigo Rumor. Alfonso Berardinelli. Livros Cotovia., p. 141
Em “Eisenhower Blues”, por exemplo, Lenoir alfineta a política econômica do governo do então presidente dos EUA. Já a questão da guerra é tratada em canções como “Korea Blues” e “Vietnam Blues”.
“Vietnam Vietnam, everybody’s cryin’ about Vietnam Vietnam Vietnam, everybody’s cryin’ about Vietnam These lonely days are killing me down in Mississippi, nobody seems to give a damn (…)”
Levando-se em consideração a efervescência dos movimentos pelos direitos civis da época, várias de suas canções denunciam o racismo e a vida sofrida dos negros que viviam nos estados sulistas. Em “Alabama Blues” J. B. desabafa:
“I never will go back to Alabama, that is not the place for me, I never will go back to Alabama, that is not the place for me, You know they killed my sister and my brother, And the whole world let them peoples go down there free.”
“The death of J. B. Lenoir”:
“A car has killed a friend down in Chicago, thousand miles away A car has killed a friend down in Chicago, thousand miles away When I read the news, night came early in my day J.B Lenoir is dead and it’s hit me like a hammer blow J.B Lenoir is dead and it’s hit me like a hammer blow I cry inside my heart that the world can hear my man no more”
''Provavelmente a maior, não é a confirmação que eu gosto mais, mas por razões pessoais. Para mim é a Manuela Azevedo. Representa o mesmo que a Beth Gibbons, porque cresci tanto com Clã como com Portishead.
Acho que é uma comparação perfeitamente justa. A Manuela é o maior talento em palco que nós temos em Portugal. Acho mesmo, sem querer estar a beijar rabinhos, a Manuela até comove, a energia que ela tem. Eu sei que falar da energia da Manuela é um clichê, mas é um lugar comum que tem toda a justificação em tornar-se um lugar comum, porque é insuperável. A destreza dela, não só a cantar, como até a dançar, ela fez uma coisa de teatro bailado no São Luiz recentemente. o domínio que ela tem dos instrumentos de percussão, depois canta ao mesmo tempo, depois passa para o piano. Felizmente é reconhecido, mas acho que não é suficientemente reconhecido.''
''A língua portuguesa, falada com romantismos e cortesias caiu em desuso. ''
''Uma vez descobri um músico, o R.L. Burnside, que também quebrou um bocado essa noção do Blues, com a introdução de ritmos, não é R&B, mas é um Blues com uma certa felicidade, vindo de uma pessoa que viveu uma vida miserável, típico de um músico de Blues.''
«(...); um rosto de deserção, murcho e contrito: era o rosto , que ela amara, imaturo e pervertido, de um homem, se homem inteiramente se lhe podia chamar, incompleto e desgraçadamente deslumbrado consigo próprio, empolgado por uma intranquila vocação de experiência e de mudança, que lhe não permitia fixar-se em ninguém, em coisa alguma. Estrago com facilidades, desde a infância pródiga, e ainda justo, ainda generoso, mas vacilante, no fim daquela adolescência desbaratada em jogatinas, em bilhetes de cafés, em cinemas de matar o tempo, perdido em colecções de amorios até ao fastio, entre os seios de meninas radiofónicas, de coristas, de americanas estéreis em busca de macho, sem um ideal qualquer, bastante forte para o polarizar.»
Urbano Tavares Rodrigues.Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 71/2
«(...), há uma pérola visível na pálpebra da noite - actriz pornô.»
Inimigo Rumor. Rosanna Piccolo. Livros Cotovia., p. 127