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terça-feira, 28 de julho de 2020

''Como refere Davis, a experiência da era Obama mostrou que "black faces in high places" não é base para um projeto revolucionário de massas que só poderá ser organizado nas ruas, por força de base comunitária. Outro aspecto que a autora realça é que, embora figuras como Martin Luther King e Malcom X sejam inspiradoras, é preciso romper lógicas de organização assentes em lideranças individuais (componente ideológica central do neoliberalismo), carismáticas e masculinizadas. Esse é um trabalho que o Black Lives Matter tem realizado. Embora Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi sejam as mulheres negras fundadoras deste movimento, o protagonismo e a liderança são descentralizados e colectivos.´´


Filósofa, professora universitária, ex-candidata à vice-presidência dos EUA pelo Partido Comunista nas eleições de 1980 e 1984, Angela Yvone Davis nasceu numa família pobre e negra do Alabama, em Janeiro de 1944.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A arte progressista pode ajudar as pessoas a aprender não apenas sobre as forças objetivas em ação na sociedade em que vivem, mas também sobre o caráter intensamente social de suas vidas interiores. Em última análise, ela pode incitar as pessoas no sentido da emancipação social. (DAVIS, 2017, p.166.)

DAVIS, Angela, Mulheres, Cultura e Política. (trad. Heci Regina Candiani). São Paulo: Boitempo, 2017.

''A liberdade é uma luta constante ''

Não é, pois, fortuito que Angela Davis conclua o último capítulo de Mulheres, raça e classe, ratificando essa convicção e, ao mesmo tempo, defendendo a necessidade da “abolição das tarefas domésticas enquanto responsabilidade privada e individual das mulheres negras” como um “objetivo estratégico da libertação feminina” (DAVIS, 2016, p. 244).

«Para impedir seu avanço e combater a proliferação de seus discursos, mesmo após o fim oficial do trabalho escravo, pelo menos quatro milhões de pessoas alforriadas já haviam se dado conta de que “o conhecimento torna uma criança inadequada para a escravidão.” (DOUGLASS apud DAVIS, 2016, p. 108)»
“a definição tautológica de pessoas negras como serviçais é, de fato, um dos artifícios essenciais da ideologia racista.”

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016, 244p.
«(...)chama particular atenção à precária condição das mulheres de origem africana: como negras, as escravas eram submetidas a todo tipo de práticas disciplinares e punitivas, por exemplo, com chibatadas, privações e mutilações. Além disso, como mulheres, estavam suscetíveis a estupros e abusos sexuais cotidianos, como parte do expediente de apropriação material e econômica de seus corpos, levada a termo por seus possuidores legais. Como a autora observa, quando era lucrativo explorá-las como se fossem homens, as escravas eram tratadas como se não possuíssem um gênero (genderless), sendo alocadas para realizar os serviços mais árduos, degradantes e penosos. Não obstante, quando elas podiam ser exploradas, punidas e reprimidas de formas cabíveis somente às mulheres, elas permaneciam compulsoriamente reféns de suas funções “naturais” de “fêmeas”. »

sobre Angela Davis.

«Angela Davis, é uma das mulheres mais proeminentes, não apenas para os estudos interseccionais, mas também para os movimentos sociais que buscam combater, na prática, as estruturas gerativas das assimetrias de gênero, raça e classe, em todas as suas formas.»

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016, 244p.
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