quinta-feira, 24 de março de 2022

« - Às vezes , não há outro remédio senão saltar para o abismo.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 57

sexta-feira, 18 de março de 2022

 « - Não devemos permitir que desacordos (chamemos-lhes ninharias) nos separem.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 55

 « - Estava a explicar à senhorita - disse Faber - que a culpa não é toda dos inadaptados. Também é daqueles que atiçam.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 55 

 « (...) - quem incorria na sua inimizade corria alguns riscos -, também era certo que perdoava com prontidão e que esquecia as ofensas.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 55


 

«(...), tentou descortinar, sem pressa, a dor.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 54

«(...) a simples ideia do amor humaniza.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 52

« Nós os velhos cuspimos ao falar.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 50

 « - Tu não tens alma - disse Rey, como se o desconsiderasse. - Porque é que o governo tolera que aquele charlatão difunda a peçonha através da rádio oficial?»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 49

automovelzinho

''cansaço ou queda''


 

lumbago

«A vida do tímido é difícil.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 33

«- Essa frasezinha dá-me conta dos nervos - preveniu Vidal.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 29

 «Em contrapartida, esperava a noite com temor, porque, poucas horas depois, acordava - um mau hábito - e perdia fatalmente o sono com pensamentos tristes.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 28

domingo, 13 de março de 2022

Tiranicídio

 morte ou o assassinato de um tirano geralmente para o bem comum. 

sábado, 12 de março de 2022

Jazz ~~ década de 40, 50


 

« Estava um dia tão destemperado que o cobertor e o poncho sobre a cama eram insuficientes. Recorreu ao sobretudo. Pensou que estava a passar por uma época de neurastenias inopinadas, já que a visão da sua cama, semicoberta pelo sobretudo castanho, com manchas e peladas, o deprimia.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 27

 « Pensou que, hoje em dia, as pessoas não articulavam, falavam com a boca fechada, olhando para o outro lado.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 27

«(...) o simulacro de noivado bastava para o mortificar.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 26

 « Quando o silêncio voltou, voltou a fome; e esta pôde mais do que a sua prudência e empurrou-o para fora do quarto.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 25

« Vidal pensou que manter a honestidade na pobreza era mais difícil do que as pessoas julgavam e acrescentou: Hoje, mais do que ontem, e com muito menos brilho.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 24

atrabiliário

Elza Soares - Voltei (Álbum Completo Oficial - 1988)

 « As pessoas afirmam que muitas explicações convencem menos do que uma verdade só, mas a verdade é que há mais de uma razão para quase tudo. Dir-se-ia que se encontram sempre vantagens para prescindir da verdade.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 23

 «Porque, ultimamente, se afeiçoara à fidelidade: era fiel aos amigos, aos lugares, a cada um dos seus fornecedores e ao seu local de venda, aos horários, aos costumes.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 23

 «Vem chegando a Primavera

Que semeia flores na velhice.»


Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 22

 «Com os anos, a sua timidez aumentara inexplicavelmente; era como se não acreditasse em si, e estava sempre a retirar-se, não fosse dar-se o caso.»


Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 20

desintumescer

 

sexta-feira, 11 de março de 2022

 Desobediência 


Sou feita de muitos
nós
desobediência e meio-dia
Sou aquela que negou 
aquilo 
que os outros queriam 
Disse não à minha sina
 de destino preparado 
recusei as ordens escusas 
preferi a liberdade 
e vivo deste meu lado 

Maria Teresa Horta, in Poesis, 2017

quinta-feira, 10 de março de 2022

Entrevista com Agnès Varda e Susan Sontag

«Penteou-se com água de violetas e brilhantina.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 18


 

«Quando os pássaros cantaram e nas fendas apareceu a luz da manhã, ficou deveras entristecido, porque tinha perdido a noite. Nesse momento, adormeceu.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 17

 ''resistia a tais imaginações pelo temor da desilusão''


Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 16

 « Disse a si próprio que, no dia seguinte, estaria muito cansado e apressou o regresso ao quarto. Já na cama, formulou com relativa lucidez (péssimo sintoma para o acordado) : Cheguei a uma altura da vida em que o cansaço não serve para dormir e o sono não serve para descansar.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 16

 «Sentia, ultimamente, uma invencível propensão para a tristeza, que modificava o aspecto das coisas mais habituais.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 15


 

''ela parecia uma rapariga decente''

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 14


 


nome feminino
1.
rancordesejo de vingança
2.
iraferocidade
3.
ardorímpeto
4.
ódioaversão

 « - Intervenhamos. Vão matá-lo.

Arévalo observou fleumaticamente:

- Está morto.»


Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 14
« - Estão a matar um cão - afirmou Dante.
- Cuidado - preveniu Vidal. - Não estará raivoso?
- Devem ser ratazanas - opinou Rey.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 13

 «Arévalo, que tinha o dom de ver de fora qualquer situação, incluindo aquelas em que participava.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 13

«A vida social é o melhor báculo para avançar ao longo da idade e dos achaques.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 13

'' não apoia quem se lhe opõe''

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 12

« - Àquele que quer, dá-se »

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 12 

''defeito venial''

enmelado

 Massa frita coberta com mel

 fernet*

Licor italiano à base de ervas 

''natureza rubicunda''

''por obra e graça do hábito''

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 9

 « A falar, ninguém se entende. Entendemo-nos a favor ou contra, como matilha de cães que atacam ou repelem um inimigo existencial.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 9

 Fotografia: Alexandre Martins.

Fevereiro, 2022

c/Liiana Gonçalves



 


nome masculino
1.
chefe político
2.
indivíduo influente
3.
MILITAR cabo de guerrachefe militar

A fraqueza aprofundou o abatimento

«A fraqueza aprofundou o abatimento; a febre dava-lhe um pretexto para continuar no quarto e não se deixar ver.»

Adolfo Bioy Casares. Diário da Guerra aos Porcos. Tradução do castelhano (argentino) Sofia Castro Rodrigues e Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de Ferro., p. 8

quarta-feira, 2 de março de 2022

terça-feira, 1 de março de 2022

(i)liberal

Anna von Hausswolff - 'The Mysterious Vanishing of Electra'

O estudo da quietude

 A small dance [pequena dança] é talvez um dos momentos de pesquisa em que formalmente Steve Paxton mais se aproxima da questão da quietude. O exercício da small dance [pequena dança] consiste, essencialmente, na permanência de um corpo em pé. Aqui, a questão da quietude não tem que ver necessariamente com um corpo parado. O próprio Paxton o diz quando escreve: “estar quieto não é, na verdade, [estar] imóvel” [1]. O corpo parado está a observar o movimento necessário à verticalidade, a mobilidade imprescindível para evitar a queda. Paxton esclarece:

Equilibrar-se nas duas pernas mostra ao corpo do bailarino o seu constante movimento com a gravidade. Observar os ajustes que o corpo produz para não cair aquieta. É uma meditação. É assistir aos reflexos em acção, sabendo que estes são subtis e seguros- não apenas medidas de emergência. [2]

Mais ainda do que observar a impossibilidade da quietude, o corpo parado percebe o campo em que as forças trabalham para que ele se mantenha de pé, num exercício de equilíbrio permanente, numa postura de auxílio, um corpo cooperante:

Pomos-te em contacto com o esforço fundamental de apoio que constantemente se mantém no teu corpo, e do qual não tens, habitualmente, necessidade de estar consciente. É um movimento estático que serve de fundo - tu percebes o que quero dizer - e que tu poluis com as tuas diversas actividades, mas que está constantemente presente para te suster/apoiar.” [3]

Neste exercício existe, possivelmente, um silêncio intermitente que clarifica a percepção daquilo que é visto e daquilo que ultrapassa a visão - os dados subtis dos sentidos. Paxton escreve: “Enquanto estou em silêncio, distingo experiências ou modos de experiência e sou capaz de percepcionar o não-visível e o visível. O que acontece antes age sobre aquilo que acontece depois.” [4] Paxton prossegue, referindo a passagem de corpo emissor a corpo receptor. Como se abandonássemos o vício de emissão reactiva - falar, mexer, dar opinião - na tentativa de desocultar as vontades submersas no corpo atento.


Portanto, o “silêncio” do corpo, a “imobilidade”, é aquilo que prepara o movimento ou acção - “o que acontece antes age sobre aquilo que acontece depois”. A small dance parece dedicar-se ao que acontece nesse espaço generativo, estudando os confins da percepção sensorial, sensitiva, e arriscando-se a uma profunda escuta submersa na “ausência” de decisão voluntária de movimento. Como escreve o teórico André Lepecki,

(…) no intervalo entre o âmago da subjectividade e a superfície do corpo, existe não mais do que a revelação de um infinito, ilocalizável espaço para a micro-exploração do potencial múltiplo de subjectividades “não sentidas” e de “realidades corporais” escondidas. A pequena dança acontece nesse não-lugar; o bailarino deve aí explorar o ilocalizável, entre a subjectividade e a imagem do corpo. [5]

Existe, pois, um deslocamento da ontologia da dança. Deixando de recriar o motivo cinético, é inaugurado um novo capítulo na história do movimento que, em parte, se funda nas descobertas reveladas pela quietude. Inicia-se a viagem pelo infinitesimal, mesmo no espaço entre o interior do corpo e a sua superfície. Como um estudo de escala, que partisse do mais subtil para fortalecer a vontade de movimento além da superfície corporal. Lepecki fala do “ilocalizável” entre a subjectividade e a imagem do corpo.

 

“estar quieto não é, na verdade, [estar] imóvel”

 Steve Paxton- Sélection de textes publiés dans Contact Quartely, trad. Romain Bigé, L’œil et la main, Paris : 2016

André Lepecki, Singularities- Dance in the age of performance, Routledge, NI : 2016

incompletude

matriz romântica


“É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam as suas mentes não podem mudar nada”

 Bernard Shaw

White lies

 “The Worst Person in the World” (2021), filme de Joachim Trier



domingo, 27 de fevereiro de 2022

 "Só existimos nos dias em que fazemos. Nos dias em que não fazemos apenas duramos."

 P. António Vieira

sábado, 26 de fevereiro de 2022

 O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia. 

Robert Collier

The Best of Jazz : Angelina Jordan, Julie London, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Mildred Bailey

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

 « A sua doença, rodendo-lhe os lábios e as ventas, tinha-lhe aberto no rosto um grande buraco.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 208

'' Os comedores-de-coisas-imundas''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 203

 « Uivando os nomes de seus esposos, despedaçavam-nos com as unhas e arrancavam-lhe os olhos com as agulhas com que seguravam os cabelos.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 203

exprobração


 

« E, fatigados de gritar, enfraquecidos, trémulos, adormeceram ao lado dos seus irmãos mortos, os que tinham amor à vida, cheios de inquietações; os outros desejando não tornar a acordar.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 202

'' no meio de lagos de sangue''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 200

Enfraquecimento

 «Corou e abaixou as pálpebras; as compridas pestanas faziam-lhe sombra nas faces.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 194

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

''Europa Oxalá''

beatlemaníacos

 ''Um dia ideal para o peixe-banana'', 

in Nove histórias, J.D.Salinger 




Gabriel Fauré - Requiem : 'In Paradisum'

Do milénio

Porque havemos de respirar o ar lavado e quente de Novembro,
se esperámos o Inverno,
se o sangue dos nossos pulmões amou o
gelo galáctico outrora, antes de sermos?
A flor, como um suicida, nasceu e imola-se,
porque não ama o belo, o agreste Inverno.
Mas nós, que concebemos o amor e o tempo,
iremos dar a nossa respiração ao Incerto?

Depois de traduzir Hélène Dorion

Amar o universo não me traz mágoa.
sobretudo, amar a areia arrebata-me de júbilo e paixão.
Amar o mar completa a minha vida com o tacto de um amor imenso.
Mas veio o vento e, por momentos, amargurou o meu corpo, a oscilar.
E está o Sol aqui, depois de uns dias com o jardim obscurecido a beber sombra.
E sei que os átomos zumbem e dançam como os insectos, ébrios em redor do pólen.

Os amigos que morrem


Os amigos que morrem são arbóreos,
plantados e memoráveis como freixos.
Um freixo, que vejo entre árvores
como a aura, o tronco novo
sulcado de rasgões, a raiz curta
comparável à memória viva enterrada.
Têm uma única forma até à morte, próximos do Sol,
que torna as outras árvores mais ténues que os isolados freixos.

O ENXOVAL

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

 

nome feminino
1.
falta de pudor, de vergonha, ou honra
2.
ato ou dito impudico
3.
lascívia
4.
desonestidade


 

 «(...) ouvi-te soluça de amor como uma prostituta ;»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 194

 «Ficou melancólica na presença do seu desejo consumado.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 193

''desejos sanguinários''

« Quis que ela comesse um quarto de romã;»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 191

« (...) e o ar é tão suave que impede de se morrer.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 191

«Não tentes fugir-me, porque te mato!»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 190


 

 « Ainda me não esqueci da insolente tranquilidade dos teus olhares e como tu me esmagavas com a altivez da tua beleza!»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 190


«Só o teu nome é para mim um remorso!»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 188

« Os seus olhos, continuamente fitos nela, incomodavam-na, e a sua repugnância aumentava progressivamente de tal modo, que lhe custou muito conter-se em gritar.»

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 188

 «Por fim, não pôde conter-se mais; e, como uma criança, toda trémula, tocando um fruto desconhecido, tocou-lhe ligeiramente no pescoço com as pontas dos dedos; a carne, um tanto fria, cedeu com certa resistência elástica.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 187

                                                                                                                                                                           «; a um dos lados estava estendido um cobertor de feltro, todo cheio de  migalhas de pão negro.»                             

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 186

''Da pré-industrialização à industrialização''

pressão imobiliária

Miles Davis - Sketches of Spain (1960)

 3 F's 

FamilyFriends and Fools

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

''folhas de lódão''

´´presságio de morte''

«(...) calças, azuis, cobertas de estrelas de prata.»

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 179

 « Já não me tens afeição! Ocultas-me as tuas dores, desprezas a tua ama!»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 179

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022


 

Marisa Monte & Jorge Drexler | Vento Sardo


Vento que levanta a onda
Que carrega o barco, que ondula o mar
É o mesmo que vai dar na praia
Que levanta a saia rodada de Oyá
Hay tiempos de andar contra el viento
Cuando el contratiempo comienza a soplar
Então, o vento que é de aragem
Bate no varal pra me dar coragem
O vento que vem de longe
Quem sabe da fonte do vento solar
O vento que é o movimento do ar
Vamos levantar a vela
Abrir a janela, ventilar a dor
Vamos a nombrar al viento
Celebrar su aliento purificador
Pampero, terral, tramontana
Alisio, santana, siroco, mistral
Levante, minuano, cierzo
Y mil más que el verso quisiera nombrar
Às vezes o vento muda
Sai batendo à porta, faz tudo voar
O vento é o temperamento do ar
Sopro, sopra, soprará
Sopro, sopra, soprará
Vento que levanta a onda
Que carrega o barco, que ondula o mar
É o mesmo que vai dar na praia
Que levanta a saia rodada de Oyá
Hay tiempos de andar contra el viento
Cuando el contratiempo comienza a soplar
Então, o vento que é de aragem
Bate no varal pra me dar coragem
O vento que vem de longe
Quem sabe da fonte do vento solar
O vento que é o movimento do ar
Sopro, sopra, so-soprará
Sopro, ô, soprará
Pampero, terral, tramontana
Alisio, santana, siroco, mistral
Levante, minuano y cierzo
Nordeste, leste, no sudoeste (sudoeste)

«(...) era o sangue de um cão preto, degolado por mulheres estéreis, nas ruínas de um sepulcro, durante uma noite de Inverno.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 177

Pedra ágata

''vapor azulado''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 177

 

piorra

 /ô/
pi.or.ra
ˈpjoʀɐ
nome feminino
1.
ORNITOLOGIA (Lullula arborea) ave passeriforme, da família dos Alaudídeos, comum em Portugal, pode atingir cerca de 15 centímetros de comprimento e tem cauda curta, bico fino e plumagem malhada em tons castanhos e amarelados na parte superior do corpo, branca nas partes inferiores e amarelada com listras castanhas no peitocotovia-arbórea, cotovia-das-árvores, cotovia-dos-bosques, cotovia-pequena
2.
pião pequeno
3.
popular rapariga baixa e roliça, mas mexida e ativa

Pinheiro-branco

 Pinus strobus

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022


 

 « (...), ela avistou por entre os sicómoros um velho cego,»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 176/7

''julgando adivinhando o motivo do seu desgosto''

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 176

 « - Se tiveres de morrer, será mais tarde! - disse ele; - mais tarde, nada temas ! E seja qual for o seu intento, não chames por ninguém! Não te aterrorizes ! Mostrar-te-ás humilde e submissa aos seus desejos...Assim o determina o véu!»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 175

domingo, 6 de fevereiro de 2022

« Sentia-se preso no fundo da alma por um remorso.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 173

 « - As almas dos mortos - dizia ele - dissolvem-se na Lua como os cadáveres na terra. As lágrimas das almas formam a humidade da Lua, que é uma estância toda lodo, despojos e tempestades.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 172

 «Notava muito bem, por vezes, o modo por que ela se fatigava, diligenciando penetrar-lhe o pensamento. Nessas ocasiões, afastava-se dela mais triste; sentia-se mais abandonado, mais só.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 172

 



« Coberto o resto com o véu, lançara um galo preto numa fogueira de sandáraca, acesa diante do peito da Esfinge, o Pai do terror.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 171

 

polilético

adjetivo
ZOOLOGIA que se alimenta ou recolhe pólen de flores de várias espécies diferentes

Sylvie Vartan - Si je chante (1964)


 

« (...) e, quando ele se aproximava, não tinha nada já a dizer-lhe.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 170

«(...), nos ângulos das pálpebras, tinha pequenos pontos vermelhos, »

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 169

 « A serpente de Salambô tinha já rejeitado muitas vezes os quatro pardais vivos que lhe ofereciam por ocasião da Lua cheia e da Lua nova. »

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 169

 « O seu caminhar recorda as ondulações dos rios (...)»

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 169
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