« Cada escritor consciente da nova era escreverá, como Fichte, o seu pessoal discurso à sua nação, cada um se sentirá profeta ou mesmo messias de destinos pátrios, vividos e concebidos como revelação, manifestação e culto das respectivas almas nacionais.»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 83sábado, 10 de julho de 2021
«Os Portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo. A reserva e a modéstia que parecem constituir a nossa segunda natureza escondem na maioria de nós uma vontade de exibição que toca as raias da paranóia, exibição trágica, não aquela desinibida, que é característica de sociedades em que o abismo entre o que se é e o que se deve parecer não atinge o grau patológico que existe entre nós.»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 77
''O anedotário pátrio''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 76
''«idilismo» da nossa imagem''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 77
''voluntarismo desorbitado''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 71
'' expurgado dos seus demónios passageiros''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 50
« nos anais de outros países»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 46
«(...) possuímos sem de todo possuir, e perdemos sem de todo perder,»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 43
''destino colectivo confiscado''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 31
'' um viver sem descontinuidade''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 27
''lençol de púrpura dos nossos deuses (heróis) mortos''
sobre Os Lusíadas
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 26
''criação literária, toda encharcada de monólogos''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 24
Grinderman - Palaces Of Montezuma
Of Mata Hari at the station
I give to you
A woman of flesh, a child of earth
I give to you
Miles Davis, the black unicorn
I give to you
And the Gardens of Akbar's tomb
I give to you
The slave-dwarves they employ
I give to you
Of Ali McGraw and Steve McQueen
I give to you
And give me, give me, give me your precious love for me to hold
A pretty little black A-line dress
I give to you
Wrapped in Marilyn Monroe's negligee
I give to you
Just the softest little breathless word
I ask of you
That can barely walk, can't even stand
I ask for you
And gimme, gimme, gimme your precious love for me to hold
C'mon baby, come out of the cold, oh yeah
And gimme, gimme, gimme your precious love for me to hold
Damn, oh come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Yeah, come on
Give it to me
Yeah, give it to me
Give it to me
Give it to me
Give it to me
Yeah, give it to me
Give it to me
aguadeiro
nome masculino
1. antiquado indivíduo que leva água ao domicílio ou a vende pelas ruas
2. regionalismo molho de linho em rama para demolhar
3. DESPORTO ciclista que presta assistência à equipa
adjetivo
que deixa escorrer a água da chuva
«A proliferação do idêntico faz-se passar por crescimento. Mas, a partir de um determinado momento a produção já não é produtiva, mas destrutiva; a informação já não é informativa, mas deformadora; a comunicação já não é comunicativa, mas meramente cumulativa.»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 10
«Os tempos em que o outro existia passaram. O outro como mistério, o outro como sedução, o outro como eros, o outro como desejo, o outro como inferno, o outro como dor estão a desaparecer. Hoje, a negatividade do outro cede lugar à positividade do idêntico. A proliferação do idêntico é o que constitui as alterações patológicas que afectam o corpo social.»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 9
quinta-feira, 8 de julho de 2021
segunda-feira, 5 de julho de 2021
quinta-feira, 1 de julho de 2021
«Plenilúnio num campo de ruínas;»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 322
X
Eu não sou deste mundo. Então de qualPlaneta absurdo me acontece a vida
Que o carimbo me põe de original
E a minha estrela dá como perdida?
Pelo condão de um humor filosofal
Do estranho estado me finjo distraída.
Do universo meu coração exposto.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 321
«Para noites de alma dever à eternidade »
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 319
Próprio é da vida banir o entendimento.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 318
VI
Vem do mais recôndito concerto
Uma íntima voz que me confunde.
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 317
«E vou com as andorinhas. Até quando?»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 311
A ALMA
Votada ao fogo obediente ao perigo
feroz do amor ser muito e o tempo pouco,
Chegas ébrio de sonho, ó estranho amigo
E eu não sei se por mim és anjo ou louco.
«Porque ergues a cabeça e caem lírios,»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 309
« Vê-la, nenhum moral o mereceu.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 308
«Os altos muros à podridão te furtam.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 307
terça-feira, 29 de junho de 2021
«Tempo, deixa-me em paz. Eu sou nocturna.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 306
E quebra-se no mar sem se mover.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 305
«Entrando azul no tardo entardecer.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 305
V
Nessa manhã as garças não voaramE dos confins da luz um deus chamou.
''Que a morte é cio de beleza breves,''
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 303
«Uma varanda sobre um mar de auréolas.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 302
Minha mãe docemente penteava
Os meus cabelos e caíam pérolas.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 302
II
No coração da ilha está um vasoCheio das pérolas que p'ra mim sonhaste.
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 301
«Lúcida, excede-me a alma.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 299
Vedadas rosas rebentam-me na boca.
Vedadas rosas rebentam-me na boca.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 298
domingo, 27 de junho de 2021
O ombro em que de insónias repousava.
Nesse abrigo o amor com dedos leves
Fazia a concha que me agasalhava.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 279
«Infanta de ossos.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 278
Ser violada ao luar num festim de panteras.
Vida! de quantas vidas tiras o mel e o limo
Acomodando inúmeras almas a um só destino.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 277
« E avanço recuando por um túnel de espelhos.»
Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 276