sexta-feira, 28 de abril de 2017
«Se a fotografia é o registo do que aconteceu (e, nesse sentido, é morte), o vídeo é o registo do que está acontecendo (e, nesse sentido, é o acto de morrer).
Helena Almeida. intus. Civilização Editora, Lisboa, 2006., p. 15
Helena Almeida. intus. Civilização Editora, Lisboa, 2006., p. 15
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quinta-feira, 27 de abril de 2017
"Sobre a Liberdade" (Khalil Gibran)
E um orador disse: Fala-nos da Liberdade.
E ele respondeu:
Às portas da cidade e junto à lareira já vos vi prostrados a venerarem a vossa própria liberdade.
Tal como os escravos se curvam perante um tirano e o louvam enquanto ele os açoita.
Ah, no bosque do templo e à sombra da cidadela já vi os mais livres de entre vós usarem a liberdade como grilhetas.
E o meu coração sangrou por dentro; pois só se pode ser livre quando o desejo de encontrar a liberdade se tornar a vossa torta e quando deixardes de falar de liberdade como objetivo e plenitude.
Sereis verdadeiramente livres não quando os vossos dias não tiverem uma preocupação nem as vossas noites necessidades ou mágoas.
Mas quando estas coisas rodearem a vossa vida e vós vos ergais acima delas, despidos e libertos.
E como vos podereis erguer para lá dos dias e das noites a menos que quebreis as cadeias que, na aurora do vosso conhecimento, apertastes à volta do entardecer?
Na verdade, aquilo a que chamais liberdade é a mais forte dessas cadeias, embora os seus aros brilhem à luz do sol e vos ofusquem a vista.
E o que é isso senão fragmentos do vosso próprio ser de que vos libertareis para vos tornardes livres?
Se se trata apenas de uma lei injusta que ireis abolir, essa lei foi escrita com a vossa mão apoiada na vossa fronte.
Não podereis apagá-la queimando os livros das leis, ou lavando as frontes dos vossos juízes, embora despejeis o mar sobre eles.
E se é um déspota que ireis destronar, certificai-vos primeiro de que o trono erigido dentro de vós também é destruído.
Pois como pode um tirano mandar sobre os livres e os orgulhosos, senão exercendo a tirania sobre a liberdade deles e sufocando-lhes o orgulho?
E se se trata de uma preocupação que quereis fazer desaparecer, essa preocupação foi escolhida por vós e não imposta.
E se é um receio que quereis afastar, a origem desse receio reside no vosso coração e não na mão daquele que receais.
Na verdade, todas as coisas se movem dentro do vosso próprio ser em constante meia união, o desejado e o receado, o repugnante e o atraente, o perseguido e o de quem quereis escapar.
Estas coisas movem-se dentro de vós como luzes e sombras, aos pares, agarradas.
E quando a sombra se desvanece e deixa de ser, a luz que resta torna-se sombra para uma nova luz.
Por isso, a vossa liberdade quando perde as cadeias torna-se ela própria uma cadeia de maior liberdade.
Do livro “O Profeta”
quarta-feira, 26 de abril de 2017
desintegração
do universo de angústia.
Alberto Estima de Oliveira. INFRAESTRUTURAS. Colecção Poetas de Macau, 1999., p. 111
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...
vivo
no minuto
o infinito
Alberto Estima de Oliveira. INFRAESTRUTURAS. Colecção Poetas de Macau, 1999., p. 65
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« Mas se não são personagens, muito menos serão auto-retratos porque nada nos dizem sobre o corpo concreto ou a natureza psicológica de Helena Almeida. Olhando para as suas fotografias nada ficamos a saber sobre a sua personalidade, gostos, pensamentos, concepção do mundo ou sobre como ela é, hipoteticamente, quando de manhã atravessa a rua para ir tomar um café. Aliás, é comum, nas inaugurações das exposições de Helena Almeida, os espectadores que não a conhecem perguntarem: ''Quem é a Helena Almeida? Onde é que ela está?'' Apesar de estarem rodeados de obras cuja matéria-prima é a imagem da própria artista, são, no entanto, incapazes de a reconhecer ''ao vivo''. Este facto não se deve a qualquer cegueira momentânea ou a uma distância entre o sujeito e o objecto representado, tanto mais que a artista não recorre a máscaras ou acessórios, nem a cenários artificiosos que mudam constantemente, mas apenas a ela própria, o mais neutra possível - com um vestido preto e largo - , e ao seu atelier, também, quase sempre despido de qualquer objecto ou peça de mobiliário.
Trata-se de um corpo ficcional, na medida em que a sua representação (ou imagem) não possui nem o carácter da personagem, nem a natureza do auto-retrato.»
Helena Almeida. intus. Civilização Editora, Lisboa, 2006., p. 13
segunda-feira, 24 de abril de 2017
sociólogo Zygmunt Bauman
fenómenos que marcam os novos tempos, na passagem do século XX para o século XXI: por exemplo, o triunfo das relações laborais precárias, à medida que o trabalho intelectual se impõe sobre o trabalho material; e também o grande fenómeno das migrações e do terrorismo.
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terça-feira, 18 de abril de 2017
mátria
"Cada mulher é uma cascata de trevos.
Nessa risada arredondando o tempo
colhe um som Por um trevo serás salvo."
Nessa risada arredondando o tempo
colhe um som Por um trevo serás salvo."
"minha respiração procura
a pátria do relâmpago
onde as mulheres ordenham
os sonhos que nos vivem"
a pátria do relâmpago
onde as mulheres ordenham
os sonhos que nos vivem"
Natália Correia. "Mátria''. Edição do autor, 1968 (1a Edição)
segunda-feira, 17 de abril de 2017
agelasta
ɐʒẽˈlaʃtɐ
adjectivo, nome de 2 géneros
que ou pessoa que nunca ri, que não tem sentido de humor |
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domingo, 16 de abril de 2017
Sobre o empreendorismo «entreprendre»
A primeira referência ao termo empreendedorismo remonta ao século XVII, estando ligado ao
verbo francês «entreprendre», que significa levar a cabo algum projeto ou atividade, isto é, pode
ser usado, mais especificamente, para identificar indivíduos que estimulam o progresso económico,
encontrando novas e melhores formas de fazer as coisas (Duarte, 2008b). De facto, tal como refere
Bull e Willard (1983), foi o economista francês Richard Cantillon que, em 1725, ligou pela
primeira vez o empreendedorismo a uma vertente económica, diferenciando o empreendedor
(aquele que assume riscos e especula no mercado), do capitalista (aquele que fornece o capital).
sábado, 15 de abril de 2017
sexta-feira, 14 de abril de 2017
'' um céu de enxofre sobre
um mar de nuvens''
Simone de Beauvoir
um mar de nuvens''
Simone de Beauvoir
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intrepidez
in.tre.pi.dez
ĩtrəpiˈdeʃ
nome feminino
qualidade de intrépido; coragem ante o perigo; bravura; destemor |
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''para termos acesso à felicidade devemos saber quem somos''
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sobre a felicidade
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