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domingo, 20 de março de 2016


«A morte era agora um nervo tenso,
uma luz bruscamente apagada, um corpo
arqueado sobre a terra. Aquele que sofria
cobriu o rosto com as mãos e chorou.»

José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 61

«Porfias, e tens-me onde me queres,
ao lado da cama, junto ao parapeito
da janela que dá para o rio.
Acomodo-me. Podia ser de todos os lugares.
Mas é aqui que fico ancorado,
com a ausência suspensa nos braços
e a ternura proscrita dos lábios.
O meu exílio é um coração fendido
pelo metal da voz que o desengana,
é uma borboleta de pano
esvoaçando, aflita, entre dois lumes.
Aguardo a sentença da noite
para saber se permaneço ou se parto.
Todos os dias me deixo enlanguescer
com a ilusão de que serei livre.»


José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 45

«Eu sou de onde me amam, grito-lhes, »

José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 35

«A propósito de nada se pode escrever tudo.»


José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 33

«tudo o que de ti em mim permanece
é um incêndio e uma dúvida.»


José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 31

«O medo escreve-me nos dedos,»


José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 30

Sou de um tempo de não ter tempo


«Todos os aromas me cabem na boca,
todos os mistérios me inquietam a alma,
todas as paixões me doem nos sentidos.
Sou de um tempo de não ter tempo, »

(...)


José Jorge Letria. O Fantasma da Obra II. Antologia Poética 1993-2001. Hugin, 2002, Lisboa, 2003., p. 28

sábado, 19 de março de 2016

Animália

José Jorge Letria

''música letal''

''Morro todos os dias um pouco mais
naquilo que não escrevo''

José Jorge Letria
''Quantas vezes perdi o domínio da mão
que escreve, que afaga, que aponta,
deixa-me ficar enroscado num canto
a pensar no que poderia ter escrito
e não escrevi...''

José Jorge Letria
''Se pudesse amar-vos, era aqui que vos amava,
mas eu tornei-me inábil para os afectos,
incapaz de outra dádiva que não seja
o sangue do verso na ferida da voz.''


José Jorge Letria
''Não voltarei a escrever
enquanto não souber como escrever-me''.

José Jorge Letria

sábado, 21 de novembro de 2015

"A alma e o mundo estão confundidos um com o outro, de maneira que eu tento fazer a história dessas percepções, desse sentimento. Essa é que é a nossa história, uma história real. A história de uma personagem que existe e se desenvolve não é comigo, embora eu adore esses grandes, sei lá, Rousseau, por exemplo. Rousseau foi um dos primeiros que perceberam que contra a história dele era contar, refazer a história do mundo, para que ele correspondesse àquilo que ele imaginava que seria a sua vocação."


Eduardo Lourenço / José Jorge Letria"Eduardo Lourenço: A História é a Suprema Ficção"
(Entrevistas)
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