sexta-feira, 19 de novembro de 2021


 

 Silvina Rodrigues Lopes, ainda em A anomalia poética e dialogando com Calvino, equaciona a possibilidade de “a literatura responder acima de tudo a uma consciência aguda de limites, consciência de mortalidade, ou melhor, de morrer em cada instante como único vestígio da experiência – marca de memória, na memória, que permanece expectante e imperceptível na linguagem que em nós se deteve para passar”

 “não é o ofício do poeta narrar o que aconteceu; é sim, o de representar o que poderia acontecer”

Aristóteles

auto-poiesis

À La Recherce du Temps Perdu

  Marcel Proust

escrevente

 Silvina Rodrigues Lopes, “O conhecimento da fábula é essencial, não só como condição de acesso à literatura mas, de uma maneira geral, para toda a decifração de uma cultura dominada pela alegoria, construída a partir de figuras codificadas que conferem à fábula um carácter a-histórico”

fabulador

''Em época alguma os artistas são imunes às “desordens da humanidade”, aos receios, transformações e fracassos de uma sociedade em mutação, quer estes se devam a alterações socioecónomicas quer culturais, onde a evolução e a decadência são duas faces da mesma moeda.''


 

  ''A todo o momento, o homem tende a justificar a sua pertença ao mundo, uma necessidade de pertença indissociável da certeza da sua finitude e marcada por um profundo desejo de imortalidade. Fá-lo de muitas maneiras e a literatura não é de todo procedimento menor ou excepção no contexto. Como escreve Harold Bloom em O Cânone Ocidental, “Um poema, um romance ou uma peça adquirem todas as desordens da humanidade, inclusive o medo da mortalidade, o qual se trasmuda, na arte literária, na demanda de ser canónico (…) ” (Bloom, 2000)

“desassossego” existencial

''a morte de Deus”

 “a tragédia enquanto obra de arte não é outra coisa que o modo de abolição do trágico” 

Eduardo Lourenço, 1993

pobreza rural

''a tragédia íntima de um povo''


 

escrita telúrica

enraizamento

“excesso de realidade”

quinta-feira, 18 de novembro de 2021


Acho uma moral ruim

Trazer o vulgo enganador:

mandarem fazer assim

e eles fazerem assado


Sou um dos membros malditos

dessa falsa sociedade

que, baseado nos mitos,

pode roubar à vontade


Esses por quem não te interessas

Produzem quanto consomes

Vivem das tuas promessas

Ganhando o pão que tu comes


Não me dêem mais desgostos

Porque sei raciocinar ...

Só os burros estão dispostos

a sofrer sem protestar!


Esta mascarada enorme

com que o mundo nos aldraba,

dura enquanto o povo dorme,

quando ele acordar, acaba.


Poeta António Aleixo

sábado, 13 de novembro de 2021

 

ergástulo


nome masculino
1.
prisão destinada, entre os antigos Romanos, aos condenados a trabalhos forçados
2.
cárcereenxovia
3.
figurado antro de miséria

Best of Joy Division (Extended Version)

 «Na planície não se descobria movimento algum além da ondulação do rio, elevado pela grande quantidade de cadáveres, que a pouco a pouco ia descarregando para o mar.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 150

 

sopitar

verbo transitivo
1.
fazer adormecer, adormecer
2.
abrandar, acalmar
3.
refrear
4.
enfraquecer
5.
dar esperança a

estavanado

'' o pânico atacou os outros.''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 149

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

«A desgraça deve servir para nos tornarmos hábeis!»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 153

 

falárica

nome feminino
seta incendiária utilizada na Antiguidade, que transportava estopa a arder

púnico

hi.dror.re.pe.len.te

''charcos de sangue''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 148

«Acima de tudo isto - as vozes dos capitães, o estridor dos clarins e do vibrar das liras - as balas de chumbo e de barro sibilavam e cortavam o ar, fazendo saltar as espadas das mãos e os miolos dos crânios.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 148

Uma Abelha na Chuva - 1971

desigualmente

«(...), encolhiam os ombros e explicavam tudo com as ilusões da miragem.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 144

''trapos pardos''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 144

 «A escuridão era cada vez maior. Tinham-se perdido no caminho.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 143

domingo, 24 de outubro de 2021

 ''A solidão da obra – a obra de arte, a obra literária – desvenda-nos uma solidão mais essencial. Exclui o isolamento complacente do individualismo, ignora a busca da diferença; não se dissipa o fato de sustentar uma relação virial numa tarefa que cobre toda a extensão dominada do dia. Aquele que escreve a obra é apartado, aquele que a escreveu é dispensado. Aquele que é dispensado por outro lado, ignora-o. Essa ignorância preserva-o, diverte-o, na medida em que o autoriza a perseverar. O escritor nunca sabe que a obra está realizada. ''

BLANCHOT

  Octavio Paz em O labirinto da solidão: “Nascer e morrer são experiências de solidão. Nós nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Nada é tão grave quanto esse primeiro mergulho na solidão que é nascer, com exceção dessa segunda queda no desconhecido que é morrer.”

''natureza pessoana ''

 Estou só, nas zonas das metáforas

(que é todo o pensamento),

em nenhum resíduo nada exprimo

(mas sempre metaforizo).

Não sinto a solidão total

dos poemas, talvez grutas,

o mar quieto, nem silêncio.

Apenas espero o outro,

um amor esplêndido,

alheio e desejável.


Fiama Hasse Pais Brandão


 

''solidão poética''

Bernardo Soares, no Livro do desassossego: “Há metaphoras que são mais reaes do que a gente que anda na rua. Há imagens nos recantos de livros que vivem mais nitidamente que muito homem e muita mulher. Há phrases literárias que teem uma individualidade absolutamente humana. ”

“Porque no poema não encontramos apenas a força que nos desvia, e que não tem nome, encontramos também o pensamento dela.” 

Silvina Rodrigues Lopes , 2012

''a metáfora do rio''

 

''inquietação linguística''

Frédéric Chopin Op 9 Noturno Nº 2

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

«O lodo, entretanto, tornava-se cada vez mais alto. Foi necessário montar nas bestas a carga.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

«Veio a noite, uma noite sem luar.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142

''Anunciador-das-Luas''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142


Katrien De Blauwer
 

Suzanne Ciani ‎– Buchla Concerts 1975 (full album)

«Já não falavam em Salammbô: um, porque não pensava nela, o outro porque o impedia disso um certo pudor.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

perdê-la

''hábeis em ver bem ao longe''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

''fizeram fogueiras para servirem de sinais''

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

« - Se tens medo, vai-te! »

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 140

sábado, 9 de outubro de 2021


Nobuyoshi Araki - Tattooed fuck (from the series Tokyo Comedy)

 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Lhasa de Sela | Going In

''guarda pretoriana''

 

plebeísmo

ple.be.ís.mo
pləbɐˈiʒmu
nome masculino
1.
qualidade ou condição de plebeu
2.
frases, palavras ou modos usados apenas pelo povo
3.
defeito de linguagem que consiste em empregar, como correntes, essas frases ou palavras

Mitomania

sábado, 2 de outubro de 2021

''máquina de mimese''

emoção sensorial

''Entendiam o universo da arte apenas como uma razão das suas narrativas e ambições pessoais, cujos juízos morais eram apenas uma questão de o fim justificar os meios. Definiram todo o conceito de crítica de arte, como obediente — privando-a assim da sua autonomia e individualidade. No fim de contas, a obediência tinha que ver com a melhor forma de se aproveitarem da crítica. Foram profetas no sentido de doutrinar e reduzir todo o pensamento crítico a uma única lei para procurarem realizar os seus objectivos, com uma força inexorável (louve-se).''



A QUE SOA O SISTEMA QUANDO LHE DAMOS OUVIDOS
VICTOR PINTO DA FONSECA

''opinião media neo-intelectual''

pragmatismo

Thierry de Brunhoff plays Chopin -- Complete Nocturnes

Matadouro

terça-feira, 28 de setembro de 2021

 Rui Vieira Nery, musicólogo, e Pedro Carneiro, maestro, ontem nas conversas criativas do COGITO:

Pergunta: O que é música?
Rui Vieira Nery: É uma forma de organizar os sons, para criar sentido e emoção. Tem uma gramática, mas sistematicamente faz implodir essa gramática. Faz a nossa vida melhor.
Pedro Carneiro: A música acontece quando os sons se organizam em pensamentos.

Pergunta: O que não é música?
Rui Vieira Nery: É o simples acaso, sem intenção nem contexto, sem fazer parte de um plano de comunicação. Aquilo que um leigo pode considerar ruído, pode ser um elemento musical. O Pedro Carneiro é um dos melhores percussionistas do mundo...
Pedro Carneiro: ...logo é um especialista em ruído (risos).

Pergunta: Então qual a diferença entre uma peça de Schubert e o barulho de uma betoneira?
Rui Veira Nery: Uma betoneira pode ser utilizada como um elemento expressivo numa obra musical. Aliás, prefiro ouvir uma betoneira a certas interpretações de sonatas de Beethoven.
Pedro Carneiro: O que distingue a música da betoneira, é quando alguém diz 'uau'. Isto eleva o meu ser. Tem sentido e leva-me para outra dimensão.

 ''A razão não tem coração,

e sem música o ser humano não tem humanidade".

Enter the Void (2009) / dir. Gaspar Noé


 

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

domingo, 19 de setembro de 2021

 “A única solução possível para o problema da irreversibilidade - a impossibilidade de se desfazer o que se fez embora não se soubesse nem pudesse saber o que se fazia - é a faculdade de perdoar. A solução para o problema da imprevisibilidade da caótica incerteza do futuro está contida na faculdade de prometer e cumprir promessas.“

Hannah Arendt

Otis Redding - (I Can't Get No) Satisfaction

«(...) , só, e dirigia-se para além da lagoa»


Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 138

«(...) as velhas muralhas interiores, de todo inúteis.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 138

Arvo Pärt: Da Pacem (full album)

 ''A prática interna dos partidos está longe de ser exemplo de uma democracia.''

António Cândido de Oliveira

Parlamento Local

hiperpresidencialização



No. 4 (Bottoms) (1966) de Yoko Ono
 

''A democracia não existe sem oposição''

António Cândido de Oliveira

politólogo

''O escrutínio exige distanciamento''

sábado, 18 de setembro de 2021

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

''invulnerável ao ferro''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 131

« A tua casa está cheia de trigo, como o teu espírito de sabedoria.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 126


 Fotografia Paulo Sales Vieira

« De há muito que o meu coração estava triste e o lar insípido.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 120

''bramindo punhais''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 115

iurte

"Tem nos Infinitos pontos do horizonte Infinitos rumos atraindo-o ao nomadismo irradiante a roda da sua iurte. " 

(Eucl. da Cunha, À Margem da História, p. 117, ed. 1s26.)

« - Porque sois cobardes, avaros, ingratos pusilânimes e loucos.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 115

«Fazes ostentação da tua sandice!»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 111

'' a cinza dos perfumes queimados na ocasião da partida''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 103

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

''estrelas meio perdidas na escuridão''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 109


 

 ANTES SER A SERPENTE, QUE A EVA DOMESTICADA...

«Eu não vou ficar como elas, amarelecida numa fotografia de piquenique, antepassada de mim mesma. Eu não vou ficar estupidamente feliz num retrato de casamento, um único momento de glória, ao lado de um homem que não conheço, que nunca conhecerei mas que me vai fazer muitos filhos e mandar-me calar quando eu disser asneiras. Eu vou ter as ancas magnéticas, os seios livres, ofertados, os calcanhares vibráteis como cordas, transmitindo o chamamento da minha sede de ser amada e amar na vertigem de ser amada.»
Natália Correia, A Madona (1968)

domingo, 12 de setembro de 2021

 “Tudo o que sonho ou passo, 

 O que me falha ou finda, 

 É como que um terraço 

 Sobre outra coisa ainda. 

 Essa coisa é que é linda.” 


 Fernando Pessoa

sábado, 11 de setembro de 2021

«A noite estava escuríssima e sobre o mar pesava espesso nevoeiro.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 107

 «Anda triste, rejeita o pão (...)»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 106

'' o sangue da ave''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 106


 

''corre descalço pela beira dos precipícios''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 106

''a cinza dos perfumes queimados na ocasião da partida''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 101

«Tinha o corpo todo coberto de reluzentes lâminas de ferro.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 101

« O Anunciador-das-Luas»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 101

 «O etíope tirou da cintura uma comprida adaga e logo as três foram decepadas. Uma delas, saltando por entre os restos do banquete, caiu dentro da tina, onde flutuou por algum tempo, com a boca aberta e os olhos fixos. A claridade da madrugada penetrava já pelas fendas das paredes. Os três corpos, deitados de bruços, pareciam três fontes, inundado de sangue os mosaicos do pavimento, ocultos quase por um pó azul. O sufeta meteu a mão naquele lodo ainda quente, e esfregou com ele os joelhos: era um remédio.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 99


 

desabrido

adjetivo

1.
rudeáspero
2.
violento
3.
desagradável
4.
tempestuoso

''fígados de passarinhos''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 98

''arroxeados lábios''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 97

monopsónio

''O colar de lâminas azuis batia-lhe sobre as flores da sua túnica preta(...)''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 95

Angel Olsen - All Mirrors




 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

 “A música ajuda a libertarmo-nos dos nossos problemas, das nossas angústias, dos nossos maus pensamentos. É isto! É para isso que a música pode servir”.

— Michel Corboz (1934-2021)

"menos um fruto no pomar de Deus"

 Gen. 3, 6 Viâit igitur mulier quod bonum esset lignum aâ uescendum, et pulchrum oculis, aspectuque delectabile: et tulit defructu ãlius, et comedit deditque uiro suo, qui comedit (Trad. da Bíblia dos Capuchinhos) "Vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bom para comer, pois era de atraente aspecto, e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou do fruto, comeu, deu dele ao seu marido, que estava junto dela, e ele também comeu"

inutilidades

"Tentatio uos non apprehendat nisi humana"

 "que não vos sobrevenha nenhuma tentação que não seja humana".

''Objectos sem mundo''

 Michel Lawers, "Santas e anoréxicas: o misticismo em questão", in Jacques Berlioz (1994)

 Quantalibet urbs sublimítate murorum et clausarum portarum firmitate muniatur, posterae unius quamuis pamissimae proditione uastabitur

"Por mais altos que sejam os muros, e por mais sólidas que sejam as portas a protegerem uma cidade, ela será pela traição de um só alçapão secundário, ainda que pequeníssimo, devastada".


  ...impossibile namque est extingui ignita corporis incentiua, priusquam ceterorum quoque principalium uitiorum fomites radicitus excidantu

"É que é impossível que o fogo que incendeia o nosso corpo seja extinguido se, primeiro que tudo, os estímulos dos vícios principais não forem eliminados pela raiz..."

''os combates do intelecto (vaidade e soberba)''

 ''os combates do coração, mais ligados às manifestações emocionais (avareza, ira, tristeza)''

''os combates do ventre (gula e luxúria)''

"Acerca da tentação da gula"

 ''O livro V das Instituições Cenobíticas de João Cassiano apresenta como título De Spirítu Gastrimargiae "Acerca da tentação da gula". De entre a lista de combates que devem ser conduzidos pelo monge que aspira à perfeição, a saber, pela ordem em que Cassiano os indica, gastrimargía, fornícatío, auaritia, ira, tristitia, acedia, uana gloria, superbia, a gula surge como o primeiro vício a ser dominado'' .

"O catálogo dos pecados mortais''

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

desejo e urgência

 «Os bárbaros romperam-lhes as linhas; degolaram-nos com a maior destreza e facilidade possíveis, tropeçando nos moribundos e nos cadáveres, cegos pelo sangue que lhes salpicava os rostos.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 94

projectos político culturais

 

amorismo

nome masculino
1.
tendência para amar
2.
culto, veneração

"O que é preciso é criar desassossego."

 Zeca Afonso

PJ Harvey, Björk, Tori Amos (1994)

 

Fotografia John Stoddart

sábado, 4 de setembro de 2021

Museums as agents of social change

''No seu livro Museums as agents of social change, Mike Murawski apresenta o potencial dos museus para serem “espaços transformadores de ligação humana, cuidar, escuta e aprendizagem profunda”. Ao analisar conceitos como comunidade, neutralidade, justiça ou liderança, desafia-nos a pensar: “E se o amor, acima de tudo, fosse o valor essencial que orientaria a mudança radical necessária nos museus hoje?”.

No livro, Mike refere-se a um artigo de Emily Pringle de 2014, intitulado Art Practice, Learning and Love: Collaboration in Challenging Times.. Emily é actualmente Directora de Investigação da Tate e no artigo escreve sobre um processo realizado pela Tate Learning a fim de desvendar as motivações da equipa e o que os seus membros viam como justificação para as suas práticas: “(…) um momento inovador veio quando reconhecemos que para nós, o valor fundamental subjacente ao que fazemos é o ‘amor’.”

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

hegemonia

eufemismo

vaidade estilística

«O homem que não foi ferido ao princípio depressa se julga invulnerável.»

Jorge Luis Borges. O Relatório de Brodie. Tradução António Alçada Baptista Quetzal Editores, 2013, Lisboa ., p. 78

 «Ao cabo de uns meses pô-la na rua porque já o estava a estorvar.»

Jorge Luis Borges. O Relatório de Brodie. Tradução António Alçada Baptista Quetzal Editores, 2013, Lisboa ., p. 77

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