quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Ana Teresa Barboza

«Ana Teresa Barboza (n. 1981, Lima, Chile) estudou Pintura na Faculdad de Arte de la Pontificia Universidad Católica do Perú entre 1999 e 2004. Para além do percurso desenvolvido enquanto artista plástica, Ana Teresa Barboza, desenvolveu igualmente uma atividade no âmbito do design de vestuário.

A utilização do têxtil como suporte plástico, designadamente a conjugação do bordado com outras modalidades como a fotografia, a colagem, o desenho, a performance ou a instalação assume-se como eixo central dos seus processos criativos. O têxtil permite — lhe, por um lado, a explorar os limites das técnicas que lhe estão associadas e, por outro, problematizar um conjunto de modalidades de representação e discursividade quer em termos do formalismo da imagem, quer no âmbito do significado.

As técnicas têxteis, nomeadamente o bordado, encontram-se associadas a um conjunto de significados onde a imagem da mulher e o discurso acerca da condição feminina se cruzam num espetro de subalternização e invisibilidade que se estende igualmente às próprias modalidades artísticas (consideradas como "artes menores", "artesanato", "artes aplicadas "ou "artes decorativas") e remetidas para uma esfera da domesticidade.»

«A fadiga, conduz o solitário  no seu isolamento.»

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 58

«Fadiga saudável - por si só, ela é já o repouso.»

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 58

Ray Davies - I'm Not Like Everybody Else


I won't take all that they hand me down
And make out a smile, though I wear a frown
And I won't take it all lying down
'Cause once I get started I go to town
'Cause I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
And I don't want to ball about like everybody else
And I don't want to live my life like everybody else
And I won't say that I feel fine like everybody else
'Cause I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
But darling, you know that I love you true
Do anything that you want me to
Confess all my sins like you want me to
There's one thing that I will say to you
I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
And I don't want to ball about like everybody else
And I don't want to live my life like everybody else
And I won't say that I feel fine like everybody else
'Cause I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
Like everybody else
Like everybody else
Like everybody else
Like everybody else
If you all want me to settle down
Slow up and stop all my running 'round
Do everything like you want me to
There's one thing that I will say to you
I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
And I don't want to ball about like everybody else
And I don't want to live my life like everybody else
And I won't say that I feel fine like everybody else
'Cause I'm not like everybody else
I'm not like everybody else
Like everybody else (like everybody else)
Like everybody else (like everybody else)
Like everybody else (like everybody else)
Fonte: LyricFind
Compositores: Raymond Douglas Davies

«moído de fadiga»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 48

«A fadiga da sociedade não o consegue. «Estávamos com febre e cansados»

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 47

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020


«É curioso que, nessas alturas, alguns estranhos me cumprimentassem a mim, um estranho, por eu lhes parecer conhecido, ou mesmo sem mais.»

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 46

''O «não-lugar» não existe.»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 46

''folhagem esvoaçante''


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 44

Roger Ballen, Encaged, 1996


"3 Tearz"




"3 Tearz"
(feat. Run the Jewels)

Used to cut the rock with no glove on
Shove on, for the block, developed a 'Love Jones'
The reasons why your hoe got them rug burns
It's 'No limit', call me 'Mr. Serv-on'
Work all day till the work gone
Talking back in the day when I had chirp phone
My nigga made a wrong turn, got flipped in the zone
Had to say I was a smoker just so I could go home
Everyday another episode
I'm just tryna hear the beat like a stethoscope
Like my bassline's thick, like a Texas hoe
It was written but the signature not legible
Drink so much, I could drown a fish
On some other shit, a demon on the hunt for the succubus
Why you on some cuddle shit? Hit it then fuck a bitch
I don't think you know who you're fucking with

Two tears in the bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing
Two tears in the bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing

Danny is dangerous, Run the Jewels is chaos and arrangement
Shit'll give your fuck face a face lift
Papa did the triple Lindsey flip when the 'cane hit
Mama never met a bottle that she couldn't drain quick, aye
Stuck in a rude mood, the fuck shit approaches
Like we believe in nothing, Lebowski, there's no motive
I'm Babylon, tryna get bags like fuck all of 'em
Death is on my couch and I'm tellin' him jokes, stallin' him
Plus, I offer one of my smokes, he smoked all of 'em
True Doom eat up the crew like 'Mm... Food'
Say the name, it's like you're praying for pain, we too rude
Gotta brain? You gon' move it or lose it, you screwed
I'm profane, yes deranged and I say, "Real shit"
If I'm correct, the really cool kids probably callin' it 'lit'
Call the shit that I am culling from my brain with a switch
Hold my beer, I'm 'bout to go and get rich, motherfuckers

Three tears in the bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing
Three tears in the bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing

Hold up, I don't give a fuck 'bout Trump, who got dumped
Who protestin' collections at their garbage dump?
And I don't really give a fuck about giving a fuck
And who feels the black celebrities ain't givin' enough
Give 'em the dick, fat slick son of a bitch
Better than you are, what you are's the son of a whore
My dad told me that your mom was something mean on her knees
But thank God we ain't related 'cause she swallowed the seeds
Happy belated, I'm elated to know we ain't related
So tell your special kids stop saying, "Auntie Shay" to my lady
I sip on fine wines, fine dine with dimes and nines
I got an Einstein mind and I still tote iron
I'm a P-I-M-P in my own rhyme
Space age, gorilla pimpin' out the cage with mine (What you steal from me nigga?)
If it's goddamn mine (Would you kill for me nigga?), bitch, you out yo' goddam mind
And that's goddamn right, I'm goddam Mike
Win in the end, like Tina did goddamn Ike

Three tears in the bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing
Three tears in the bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing
Three tears in the bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing
Bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing
Three tears in the bucket, fuck it
I don't care about nothing, nothing

« I'm Not Like Every Body Else»

Ray Davies

«Sad- Eyed Lady of the Lowlands»

Bob Dylan
«(...), nunca a fadiga do emigrante me abandonou; uma fadiga que isola.»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 33

«vigamento dos telhados»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 29

«amontoado dos infatigáveis»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 28
«(...); neste país, cada qual permanecerá, até ao final da história da nação, a sós com a sua própria fadiga.»

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 27

«(...), criança serôdia, que está a mais, »

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 26

«fadigas dos lavradores assalariados»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 25

domingo, 2 de fevereiro de 2020

zangarilho
zɐ̃ɡɐˈriʎu
nome masculino
regionalismo pessoa que anda sempre para trás e para diante


«Amigos de três ao vintém descobrem-se mais depressa do que um laparoto na caça. »


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 40/1

amigalhote

criançalha

moinante

moi.nan.te
mojˈnɐ̃t(ə)mɔjˈnɐ̃t(ə)
adjetivo, nome de 2 géneros
1.
que ou quem anda sempre em festas
2.
malandrovadio

«Em Arranhó, ouviu ele contar, houve um homem que matou à podoa uma ranchada de gente da família só porque lhe tiraram no tribunal uma vinha que dava aí cinco almudes.»
Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 40

bravata

bra.va.ta
brɐˈvatɐ
nome feminino
1.
ameaça arrogante
2.
fanfarronicebazófiajactância

andar aos gambozinos
andar desnorteado, vadiar, andar à tuna

« O Evaristo Bacalhau, sempre moedor, quis pô-lo a ferver com uma das suas:
     - Eu gostava de te ver a agarrar gambuzinos. O gambuzino é o pássaro mais bonito que ainda vi...
    - Gambuzino não é pássaro: é conversa para enganar tolos. O meu pai já me contou...»


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 37

''Pássaros cantaroleiros''


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 37

« A conversa com o pai seria diferente; já a trazia encarreirada. Conversa de homem para homem - menos palavras, nada de acrescentos, (...)»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 37

negaça

ne.ga.ça
nəˈɡasɐ
nome feminino
1.
coisa ou animal utilizado para atrairengodoisca
2.
gesto, movimento ou comportamento para atrair ou provocar alguém, enganando ou iludindo
3.
não aceitaçãorecusa

toiro azul

«- Nunca gostei de ver pássaros presos... Não dá sorte!»Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 29


Sementes de alpiste para pássaros

«(...), mas os calhaus fugiam-lhe, transformados em cobras,»


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 28

''bico cravador''


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 27

''arranjara um bebedouro de vidro''


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 27

''sorriso amalandrado''


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 27

mundividência

Timeless, 1994, chapa de ferro e néon


panegíricos

''fantasmas de bronze''

''materializações fantasistas da história''

Anacronismo

«Anacronismo significa erro cronológico ou facto, evento ou posição atribuída a um tempo do qual, aparentemente, se está desfasado. Etimologicamente, anacronismo vem do grego anakhronismós, que quer dizer contra o tempo ou contratempo.

''narrativa rosácea ''

narrativas culturais e historiográficas

racialização

«Entretanto, a mitologia do excepcionalismo adquiriu particular força em Portugal a partir dos anos 50 do século passado, quando a diplomacia do Estado Novo precisou de argumentos para justificar internacionalmente a ordem colonial a que submetia os territórios que hoje conhecemos como os países africanos de língua oficial portuguesa. Esta ordem colonial, importa marcar, era simultânea ao regime ditatorial que imperava na metrópole. Ou seja, o imperativo de sobrevivência do regime salazarista — simultaneamente, colonial e fascista — no contexto da ordem política do segundo pós-guerra, usou da fábula Freyriana para naturalizar o seu próprio poder e urdir a narrativa mitológica da missão civilizadora benigna. Nada disto é só passado. Ainda hoje estes legados insistem em reverberar, de forma acrítica, na esfera pública portuguesa.»

in, Jornal O Público.

Lusotropicalismo

Gilberto Freyre
''A quem serve a hegemonia lusotropical e quem são os seus cultores?''

in Jornal O Público.
“And I hear her crying too/ Hot-tears come splashin' on down / Leaking through the cracks / Down upon my face /
I catch 'em in my mouth! / Walk and cry, walk and cry”.

FROM HER TO ETERNITY (1984)

Nick Cave & The Bad Seeds 

''monótonas políticas identitárias ''

multitudes

descolonização política

''um farfalho de vento''


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 26

''enrolar cordel no pião''


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 26

« À pancada não me dobro.»


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 25

'' a medo não me levas.''


Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 25

« - Um homem nunca chora, mesmo que veja as tripas doutro na mão...
Apressando, o Constantino deitou a ponta dos dedos a umas lágrimas que queriam rebentar, e ali mesmo as esmagou, segurando as outras que já vinham numa carreirinha para fazerem pranto. Baixou a cabeça por instantes, erguendo-a depois com um sorriso.»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 23


She came from Greece she had a thirst for knowledge
She studied sculpture at Saint Martin's College
That's where I
Caught her eye
She told me that her Dad was loaded
I said "In that case I'll have a rum and Coca-Cola"
She said "Fine"
And then in thirty seconds time she said
I wanna live like common people
I wanna do whatever common people do
Wanna sleep with common people
I wanna sleep with common people
Like you
What else could I do
I said "I'll see what I can do"
I took her to a supermarket
I don't know why
But I had to start it somewhere
So it started there
I said, "pretend you've got no money"
She just laughed and said
"Oh you're so funny"
I said "Yeah?
Well I can't see anyone else smiling in here?
Are you sure"
You wanna live like common people
You wanna see whatever common people see
Wanna sleep with common people
You wanna sleep with common people
Like me
But she didn't understand
She just smiled and held my hand
Rent a flat above a shop
Cut your hair and get a job
Smoke some fags and play some pool
Pretend you never went to school
But still you'll never get it right
'Cause when you're laid in bed at night
Watching roaches climb the wall
If you called your Dad he could stop it all, yeah
You'll never live like common people
You'll never do whatever common people do
Never fail like common people
You'll never watch your life slide out of view
And then dance and drink and screw
Because there's nothing else to do
Sing along with the common people
Sing along and it might just get you through
Laugh along with the common people
Laugh along even though they're laughing at you
And the stupid things that you do
Because you think that poor is cool
Like a dog lying in a corner
They will bite you and never warn you
Look out, they'll tear your insides out
'Cause everybody hates a tourist
Especially one who thinks it's all such a laugh
Yeah and the chip stain's grease
Will come out in the bath
You will never understand
How it feels to live your life
With no meaning or control
And with nowhere left to go
You are amazed that they exist
And they burn so bright
Whilst you can only wonder why
Rent a flat above a shop
Cut your hair and get a job
Smoke some fags and play some pool
Pretend you never went to school
But still you'll never get it right
'Cause when you're laid in bed at night
Watching roaches climb the wall
If you called your Dad he could stop it all, yeah
Never live like common people
Never do what common people do
Never fail like common people
Never watch your life slide out of view
And then dance and drink and screw
Because there's nothing else to do
Wanna live with common people like you
Wanna live with common people like you
Wanna live with common people like you
Wanna live with common people like you
Wanna live with common people like you
Wanna live with common people like you
Wanna live with common people like you
Oh yeah

Compositores: Candida Mary Doyle / Jarvis Branson Cocker / Nick Banks / Russell Senior / Stephen Patrick Mackey

«(...) ninhos nos silvedos, ninhos nas vinhas, quando se sulfatam as cepas...»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 19
« Se quer arrancar à terra seara que se veja, o lavrador não pode marcar preço para canseiras e cuidados. Tudo começa nos seus projectos, nas insónias prolongadas a que se entrega, como nos tempos em que os generais resolviam batalhas. E com olhos que devassam tudo, e com pés que pisam a leira para lhe lembrar: « cá estou mais um ano, cá estamos, pago em suor tudo o que me puderes dar...»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 17

Papa-moscas

«Era um ano farto de passarada.»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 15

avoeira

« O ar sadio é que limpa tudo - desde as fraquezas do peito às cordas desafinadas dos nervos.»

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 15

Jackie Kennedy - Gloves


casinhola

passarões

''ecos voadores''

Alves Redol. Constantino guardador de vacas e de sonhos. Publicações Europa- América. p. 11

Ruy Belo na morte de Marylin Monroe


Morreu a 5 de Agosto de 1962.
Tinha apenas 36 anos.


Na Morte de Marilyn

Morreu a mais bela mulher do mundo
tão bela que não só era assim bela
como mais que chamar-lhe marilyn
devíamos mas era reservar apenas para ela
o seco sóbrio simples nome de mulher
em vez de marilyn dizer mulher.
Não havia no fundo em todo o mundo outra mulher
mas ingeriu demasiados barbitúricos
uma noite ao deitar-se quando se sentiu sozinha
ou suspeitou que tinha errado a vida
ela de quem a vida a bem dizer não era digna
e que exibia vida mesmo quando a suprimia.
Não havia no mundo uma mulher mais bela mas
essa mulher um dia dispôs do direito
ao uso e ao abuso de ser bela
e decidiu de vez não mais o ser
nem doravante ser sequer mulher.
O último dos rostos que mostrou era um rosto de dor
um rosto sem regresso mais que rosto mar
e toda a confusão e convulsão que nele possa caber
e toda a violência e voz que num restrito rosto
possa o máximo mar intensamente condensar.
Tomou todos os tubos que tinha e não tinha
e disse à governanta não me acorde amanhã
estou cansada e necessito de dormir
estou cansada e é preciso eu descansar.
Nunca ninguém foi tão amado como ela
nunca ninguém se viu envolto em semelhante escuridão.
Era mulher era a mulher mais bela
mas não há coisa alguma que fazer se certo dia
a mão da solidão é pedra em nosso peito.
Perto de marilyn havia aqueles comprimidos
seriam solução sentiu na mão a mãe
estava tão sozinha que pensou que a não amavam
que todos afinal a utilizavam
que viam por trás dela a mais comum imagem dela
a cara o corpo de mulher que urge adjectivar
mesmo que seja bela o adjectivo a empregar
que em vez de ver um todo se decida dissecar
analisar partir multiplicar em partes.
Toda a mulher que era se sentiu toda sozinha
julgou que a não amavam todo o tempo como que parou
quis ser até ao fim coisa que mexe coisa viva
um segundo bastou foi só estender a mão
e então o tempo sim foi coisa que passou.


Ruy Belo,

Transporte no Tempo.

Well when you're sitting there in your silk upholstered chair
Talkin' to some rich folk that you know
Well I hope you won't see me in my ragged company
Well, you know I could never be alone
Take me down little Susie, take me down
I know you think you're the queen of the underground
And you can send me dead flowers every morning
Send me dead flowers by the mail
Send me dead flowers to my wedding
And I won't forget to put roses on your grave
Well when you're sitting back in your rose pink Cadillac
Making bets on Kentucky Derby Day
Ah, I'll be in my basement room with a needle and a spoon
And another girl to take my pain away
Take me down little Susie, take me down
I know you think you're the queen of the underground
And you can send me dead flowers every morning
Send me dead flowers by the mail
Send me dead flowers to my wedding
And I won't forget to put roses on your grave
Take me down little Susie, take me down
I know you think you're the queen of the underground
And you can send me dead flowers every morning
Send me dead flowers by the U.S. Mail
Say it with dead flowers in my wedding
And I won't forget to put roses on your grave
No, I won't forget to put roses on your grave
Fonte: LyricFind
Compositores: Keith Richards / Mick Jaggers

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

«Erasmus contou-lhes a fábula de Penélope, que fazia e desfazia a famosa teia, à espera do esposo Ulisses.

 - Vós sois a Penélope da nossa república, disse ele ao terminar; tendes a mesma castidade, paciência e talentos. Refazei o saco, amigas minhas, refazei o saco, até que Ulisses, cansado de dar às pernas, venha tomar entre nós o lugar que lhe cabe. Ulisses é a Sapiência.»

A Sereníssima República, de Machado de Assis 

Fonte: ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar 1994. v. II.

''a perfeição não é deste mundo''

A Sereníssima República, de Machado de Assis 

Fonte: ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar 1994. v. II.

espórtula


nome feminino
gratificação em dinheirogorjeta
«Não sendo possível perseguir ninguém por defeitos de ortografia ou figuras de retórica, pareceu acertado rever a lei.»

A Sereníssima República, de Machado de Assis 

Fonte: ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar 1994. v. II.
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