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domingo, 2 de fevereiro de 2020
«Entretanto, a mitologia do excepcionalismo adquiriu particular força em Portugal a partir dos anos 50 do século passado, quando a diplomacia do Estado Novo precisou de argumentos para justificar internacionalmente a ordem colonial a que submetia os territórios que hoje conhecemos como os países africanos de língua oficial portuguesa. Esta ordem colonial, importa marcar, era simultânea ao regime ditatorial que imperava na metrópole. Ou seja, o imperativo de sobrevivência do regime salazarista — simultaneamente, colonial e fascista — no contexto da ordem política do segundo pós-guerra, usou da fábula Freyriana para naturalizar o seu próprio poder e urdir a narrativa mitológica da missão civilizadora benigna. Nada disto é só passado. Ainda hoje estes legados insistem em reverberar, de forma acrítica, na esfera pública portuguesa.»
in
,
Jornal O Público.
''A quem serve a hegemonia lusotropical e quem são os seus cultores?''
in
Jornal O Público.
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