Mostrar mensagens com a etiqueta relationships. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta relationships. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Miguel Esteves Cardoso - Como é que se esquece alguém que se ama

Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? 

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. 

É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. 

Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. 

Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. 

O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

segunda-feira, 29 de maio de 2017

terça-feira, 23 de maio de 2017

segunda-feira, 22 de maio de 2017


''passado relacional perturbador e impeditivo''

Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 111
«Toda e qualquer relação para ser suficientemente boa terá de ser recíproca, mas comporta ajustes, desajustes e reajustes. Mas, isto não é propriamente conflito, mas regulação; as relações têm vida e estão a ser permanentemente reguladas - ou então adoecem e ficam cronicamente doentes, moribundas ou morrem, sendo como refere Coimbra de Matos (2009): ''O amor só dura enquanto produz mais amor''.



Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 108/9

domingo, 21 de maio de 2017


«Se soubéssemos imaginar a transformação das coisas distantes no espaço, não nos exporíamos tão frequentemente à desilusão da volta e, em vez de voltar, preferíamos sofrer desse esquisito mal que é a saudade.»

Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 222

domingo, 14 de maio de 2017

sábado, 6 de maio de 2017


«Numa comédia francesa, dois amantes, em Paris, cortam relações:
-Porque dizes que nunca mais nos encontraremos? O mundo é muito pequeno!
   E o outro responde:
-Mas Paris é muito grande!»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 25

«A única diferença que há entre o capricho e uma paixão eterna é que o capricho é mais duradoiro.»


Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 12


    «Um cavalheiro de 1700 tinha uma amante e tinha também a mulher. Todas as noites, sem perder uma, vinte anos seguidos, ia à casa da amante. Quando lhe morreu a mulher, alguém disse: «Agora podes casar com a tua amante...» «Não», respondeu ele, «porque já não tinha onde ir passar as noites...»


Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 9

quarta-feira, 3 de maio de 2017

terça-feira, 2 de maio de 2017

segunda-feira, 1 de maio de 2017

domingo, 18 de dezembro de 2016

''When you stop expecting the people you love to be a certain way, you can start to enjoy and appreciate them for who they are. What you need to remember is that every relationship has its problems, but what makes it perfect in the end is when you wouldn’t want to be anywhere else, even when times are tough.''

Listen without defending and speak without offending

''Listen without defending and speak without offending.  Communication isn’t just an important part of a relationship, it is the relationship. ''
Don’t expect the important people in your life to read your mind, and don’t play foolish games with their heads and hearts.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Powered By Blogger