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sábado, 6 de outubro de 2018

«o romance, apesar da condenação de alguns dos seus próprios cultores, aparece-nos com extraordinária importância hoje. É talvez a manifestação artística mais concreta. A poesia dá-nos uma afirmação que muitas vezes compreendemos mais sensivelmente do que inteligentemente. É uma síntese. No romance aparece-nos a afirmação também mas mais concretamente. Concreto, talvez não seja a expressão própria. Queremos dizer: enquanto num poema se nos afirma directamente é, num romance afirma-se-nos é duma forma talvez mais indirecta mas mais documentada: - é por isto, não é por aquilo. A poesia dar-nos-á directamente uma sensação. O romance explicar-no-la-á. O poeta que cante a miséria dum camponês pode desconhecer (e talvez mesmo não no-lo deva dar) o tamanho exacto da sua choupana, o preço dos géneros alimentícios em relação com o seu salário, as minúcias do seu estado de cultura ou incultura. O romancista, pelo contrário, deve conhecer todas essas minúcias, deve dar-no-las circunstanciadamente, deve pôr sempre um problema, enunciá-lo e resolvê-lo.»

Mário Dionísio. ''A propósito de Jorge Amado - I”, O Diabo, nº164, 14.11.1937, p.3.

domingo, 28 de janeiro de 2018

«Mas torna-se necessário, antes de mais nada, que o público conheça o que critica e que não exija, se me permitem uma metáfora impertinente que um quadro sirva para ensinar a ler ou para fazer andar os que não têm pernas. Um quadro é um reflexo do mundo, mas não reflecte o mundo como um espelho, pois esta é a função dos espelhos e não dos quadros.Um quadro age sobre o mundo, mas não como uma escola ou um exército, pois esta é a função das escolas e dos exércitos - e não a dos quadros.»

Mário Dionísio in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 68

''formalismo esterilizante''

''são a verdades mais evidentes que geralmente esquecemos''

Mário Dionísio in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103
«Na realidade, um público inculto e indiferente acabará , cedo ou tarde, por levar muitos e muitos artistas a criar uma arte superficial e medíocre; um público atento, culto e exigente acabará por provocar o aparecimento de uma arte séria, profunda, ousada e eficiente, uma arte à altura dele. Mas evitemos cuidadosamente um público exigente que seja, ao mesmo tempo, inculto e superficial.»

Mário Dionísio in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103

segunda-feira, 17 de março de 2014

Um dia (sei-o bem)
os campos ficarão eternamente floridos

(...)



Mário Dionísio in Adolfo Casais Monteiro. A Poesia da ''Presença''. Círculo de Poesia. Moraes Editores, Lisboa, 1972., p. 346
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