Dizia que tinha vindo de uma terra assombrada, que não acreditava na bondade humana, nem no mistério da poesia, escrevia sempre de pé, bebia as manhãs a café com leite sempre na mesma caneca, percorreu anos e anos as mesmas ruas, meteu a chave na fechadura de casa à hora em que o esperavam, não usava gravata, não se sentava à mesa do poder nem do povo, não pertenceu à ditadura nem à revolução, não foi em grupos, não teve amigos, não meteu cunhas, não foi boémio, alcoólico, fanfarrão. Falava mais com os olhos que com as palavras, tinha muitos admiradores, não tinha intimidades. Respirava melhor o amplexo do mundo fechado num laboratório do que na orla do grande mar.
Sabia muito bem que só sendo ferozmente banal poderia ser radicalmente livre. Por isso, a pior coisa que podem fazer a Rómulo de Carvalho/António Gedeão é continuarem a aprisioná-lo num “sonho comanda a vida”. Porque tudo o que ele foi desmente essa leitura superficial do poema: a pedra filosofal de Gedeão não é o sonho. É sim o trabalho, a dúvida, a reflexão, o pensamento que engendra nas mãos a escultura, a máscara, a catedral, a máquina. O único ouro possível de obter pelo alquimista é a sabedoria (como a poesia e a Liberdade) só se alcança pela dúvida, pela experiência, pela humildade de se saber nada perante a infinitude de um universo em perpétuo movimento.
“Devia pedir desculpa por ter escrito esse poema [Pedra Filosofal]”, confessou um dia à filha Cristina Carvalho. Porque afinal fora um poema “escrito a assobiar para o lado” e que “agora serve para tudo desde anúncios de prostitutas a publicidade a colchões”. O poema, musicado por Manuel Freire, tornou-se uma balada pueril para saudosistas da revolução porque se for lido com atenção, afirma a filha do poeta em entrevista ao Observador, “vemos que ele fala daquilo que o homem construiu quando, saindo das imobilidade onírica, deitou mãos ao trabalho e fez acontecer. A Pedra Filosofal não é um poema sobre estarmos deitados a sonhar. É antes sobre a urgência do fazer pois, é pelo fazer que se tece a grande epopeia humana de que fala o poema, desde a pedra em sobressalto até ao foguetão. É mais uma história de construtores do que de alquimistas”.
Agora, quando passam 20 anos sobre a morte de uma das mais marcantes figuras que atravessaram a cultura do século XX português, vale a pena lembrar que Rómulo de Carvalho, mais do que um homem de palavra foi um homem de trabalho: das ciências exatas às ciências sociais, do desenho, à poesia e à fotografia, da construção de objetos de madeira, à feitura de livros manufaturados, de professor de adolescentes a pedagogo, de ensaísta a divulgador de ciência e escritor de manuais escolares.
Porém, e tendo em conta, a sua mística mãe Rosa de Oliveira, Rómulo/António foi também um enfeitiçador de almas, um guardião dos mistérios, como um verdadeiro homem do Renascimento, como Camões, como Montaigne, como Da Vinci, ele sabia que cada explicação não abre caminho para uma verdade, um determinismo mas é tão só a primeira porta para uma nova estrada de dúvidas, interrogações, experimentações, pois tudo está precariamente equilibrado sobre a tectónica do caos. E Deus? Deus ele nunca soube se existia ou não. Era agnóstico e poupava-se a grandes conversas sobre o assunto.
Aliás Rómulo também não gostava muito de conversas, como ele próprio afirmava “precisava de muito tempo para estar consigo próprio, para os seus pensamentos”. A solidão, esse mal que parece atingir fatalmente tantos homens e mulheres, e são bom pasto para tanta poesia e tanta literatura do século XXI, não eram problema para o poeta que, como o estóico Séneca, sabia que “só quem vive bem consigo mesmo vive bem com os outros”.
“Abaixo os mistérios da poesia”
Era uma vez um menino
que não era nada feio
O que tinha de extraordinário
era um feitiço no meio”(Rómulo de Carvalho, com 5/6 anos)
Aprendeu a escrever precocemente, numa casa onde viviam duas irmãs mais velhas, uma mãe leitora compulsiva e um pai cantor coral (além de funcionário dos Telégrafos e Correios de Portugal). Na Graça, num terceiro andar com vista para o Tejo, escreveu os primeiros versos por volta dos 5/6 anos. Ainda se chamava apenas Rómulo Vasco da Gama Carvalho, mas já usava palavras complexas e, sem saber, elaborava metáforas dividindo o mundo entre o sagrado e o profano, entre o visível mundo da carne e o invisível mundo dos feitiços.
Aos 10 anos, já tinha completado a escola primária, atreveu-se a continuar os Lusíadas. Leu a épica obra e se Camões parou no reinado de D. Sebastião ele havia de prosseguir até ao reinado de D. Manuel I. O que veio a ser o “XI Canto dos Lusíadas” foi publicado no Diário de Lisboa, com direito a fotografia do poeta vestido de marujo mais para gáudio da família que do próprio, que só haveria de voltar a publicar poemas seus quarenta anos mais tarde.
Nasceu em 1906 no estertor da monarquia, foi criança durante a 1ª República, fez-se adulto durante a ascenção do salazarismo. Tinha 68 anos no 25 de Abril de 1974. Recusou cargos na Universidade, no Ministério da Educação, na reitoria dos liceus. Desprezava que a ditadura usasse o poder obscurantista para dominar os outros e desprezava que as democracias usassem a ilusão da liberdade para dominar os outros. Sim, sim, é este o homem, o poeta que escreveu a Pedra Filosofal e que neste documentário de Diana Andringa, de 1996, um ano antes da sua morte, declara: “Não acredito nos seres humanos, não acredito na capacidade de os homens fazerem qualquer coisa socialmente boa, a não ser se isso beneficiar os seus interesses pessoais”.
“Era uma pessoa totalmente desencantada”, lembra a filha, também escritora, Cristina Carvalho. “Porém, não era amargurado. A sua descrença notava-se apenas na ironia subjacente a quase tudo o que dizia. Nunca o ouvi dar uma gargalhada. Apenas sorria e o seu sorriso era sempre pontuado por uma mais clara ou mais disfarçada ironia”.
Essa ironia, que a crítica literária e ensaísta Maria Lúcia Lepecky há-de afirmar ser “em exemplo da sua superior inteligência e uma das características da sua poesia” parece ser hoje em dia cada vez menos legível e a sua poesia arrumada no dossier dos anos do PREC. Talvez porque a sua ironia trabalhada na fímbria de linguagem complexa, multireferencial, erudita, onde a ciência se funde com a filosofia e com o quotidiano dos homens, seja hoje difícil de entender, tal como as formas tradicionais e antigas que escolheu (a rima, a redondilha, o vilancete) façam confusão aos ouvidos desabituados das coisas longínquas.
E no entanto, se houve poeta a cultivar o registo coloquial, antes dele estar na moda como hoje está, foi António Gedeão. Se houve poeta que trouxe o quotidiano dos homens comuns, dos deserdados para dentro da poesia foi Gedeão. Basta ler-se os célebres Calçada de Carriche ou Lágrima de Preta (no tempo em que os poetas podiam dizer preta sem serem chamados de racistas). Como bastaria ler com alguma atenção Poema a Galileu, para ver o que é a capacidade de usar a palavra não apenas na sua simplória função designativa, mas para fazer uma duríssima crítica à ditadura ao mesmo tempo que celebra a Ciência, o livre pensamento, explica a teoria de Galileu e entabula com ele um dialogo que é, também, um dialogo consigo mesmo enquanto cientista e enquanto poeta:
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angustias, a todos os contratempos,
enquanto eles, no alto inacessível das suas alturas,
foram caindo
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
ininterruptamente
na razão direta dos quadrados dos tempos”
Como lembra Cristina Carvalho, “António Gedeão é hoje considerado um poeta menor pela nossa intelligentsia. Isto foi-me dito assim tal e qual por uma poeta que recebeu o prémio António Gedeão. E eu pergunto: menor porquê? menor para quem?”.
Contrariando os desígnios da infância, Rómulo de Carvalho não seguiu um curso de literatura. Formou-se em Ciências Fisico-Quimicas. Tornou-se professor de liceu. E o nosso espanto plutocrático não pára de crescer. Mas apenas isso? Um professor de liceu? “Ele queria era que o deixassem em paz”, diz Cristina Carvalho. Quando era professor no Liceu Camões foi pressionado pelo reitor a inflacionar a nota de um aluno para que este entrasse na Universidade. Pediu a transferência para outra escola. Depois do 25 de Abril, quando um aluno que tomava conta da porta do Liceu Pedro Nunes lhe bateu com uma vara de madeira no braço e declarou à boa maneira ditatorial do novo regime “este pode entrar”, Rómulo de Carvalho meteu os papéis para a reforma.
Pelo meio tinha construido quase sozinho o laboratório experimental daquela escola que tantos cientistas formou. Tinha escrito dezenas de livros de divulgação cientifica destinados mesmo a ensinar ciência num pais quase analfabeto. Elaborou currículos e manuais escolares, ensinou professores. Entre os seus alunos diletos estavam Mariano Gago, António Mega-Ferreira, Marcelo Rebelo de Sousa, Nuno Crato. É Mariano Gago que, em 1996, vai instituir o 24 de Novembro, dia em que nasceu Rómulo de Carvalho, como Dia Nacional da Cultura Científica. Ele que nunca recebeu prémios, nem foi um poeta do establishment tem, desde 2012, um prémio de poesia com o seu nome, instituído pela Federação Nacional de Professores (FENPROF) e a SECRE-Corretores de Seguros. Até agora foram distinguidos com o galardão Ana Luísa Amaral e Nuno Júdice.
Tal como o cientista Rómulo, também o poeta António falava mais para o futuro do que para o seu tempo, que falava mais aos vindouros do que aos seus coetâneos e sobretudo rejeitava a postura do poeta separado assepticamente do mundo de que fala. Por isso ele dignificou como poucos o homem comum. Não lhe glorificou as misérias mas restituiu-lhe o lugar nos mistérios filogenéticos. Neste insondável universo, sem salvação e sem Deus somos todos igualmente irrelevantes. E, como muito bem lembra Urbano Tavares Rodrigues, quem escutar bem a poesia de Gedeão encontra nela ecos desse outro genial inadaptado que foi Raul Brandão.
Enquanto houver um homem caído de bruços no passeio
e um sargento que lhe volta o corpo com a ponta do pé
para ver como é;
enquanto o sangue gorgolejar das artérias abertas
e correr pelos interstícios das pedras,
pressuroso e vivo como vermelhas minhocas despertas;
enquanto as crianças de olhos lívidos e redondos como luas,
órfãs de pais e de mães,
andarem acossadas pelas ruas
como matilhas de cães;
enquanto as aves tiverem de interromper o seu canto
com o coraçãozinho débil a saltar-lhes do peito fremente,
num silêncio de espanto
rasgado pelo grito da sereia estridente;
enquanto o grande pássaro de fogo e alumínio
cobrir o mundo com a sombra escaldante das suas asas
amassando na mesma lama de extermínio
os ossos dos homens e as traves das suas casas;
enquanto tudo isto acontecer, e o mais que se não diz por ser
verdade,
enquanto for preciso lutar até ao desespero da agonia,
o poeta escreverá com alcatrão nos muros da cidade:
ABAIXO O MISTÉRIO DA POESIA
Rómulo de Carvalho e a máquina do mundo
Filho de uma mãe que aos domingos lia nas cartas destinos gloriosos ou funestos, que durante a vida a adulta não saiu de casa mais do que umas poucas dezenas de vezes, Rómulo, foi também ele tocado pelos mistérios que a ciência não explica e pelas regiões de sombra que só as palavras superficiais e sentimentais parecem resolver. “Era aristocraticamente distante, a sua autoridade vinha do seu exemplo, da sua auto-exigência. Era delicado mas poderosamente frontal. Detestava e desconfiava seriamente dos sentimentalismos”, recorda a filha do poeta.
Talvez por uma auto-exigência, mas também por timidez ou insegurança, só vai atrever-se a publicar a sua poesia perto dos 50 anos, depois de muito rasgar. No livro de memórias Rómulo de Carvalho/António Gedeão, o Príncipe Perfeito (ed. Estampa), Cristina Carvalho conta que ele nunca deixou de escrever poesia, mas que rasgava tudo não temendo “deitar a perder todo aquele sofrimento (…) Rasgava todos os poemas que tinha e os que ia escrevendo, protegia-se de toda a dor e de todos os entendimentos.”
A utilização de um pseudónimo simples sobre o seu nome cheio de ressonâncias arquétipicas (Rómulo foi um dos fundadores míticos de Roma, juntamente com o irmão gémeo Remo, ambos filhos da loba), foi ainda uma forma de se proteger dessa sua persona mais frágil, mais exposta. No entanto o nome simples, com um certo gosto neorrealista, não foi nunca sinónimo de um poeta simples. Nunca se enquadrou em qualquer grupo ou movimento literário, embora a sua lírica fosse claramente de pendor órphico e modernista. Foi elogiado por Gaspar Simões, prefaciado por Jorge de Sena, com quem de resto mantém uma correspondência ao longo de muitos anos.
Talvez porque o que eu escrevia fosse a expressão do meu sofrimento pessoal, um sofrimento sem literatura…” (Rómulo de Carvalho, “Memórias”)
Como Camões, lido aos 10 anos, Rómulo cria uma poesia profética, onde a ciência é mostrada como conquista e como desastre, certamente como desconhecido a avançar dentro de outro desconhecido a Vida. O mundo é uma máquina nas mãos de um hesitante experimentador, que avança e recua, que cria e destrói. Perante essa máquina nunca o olhar do poeta deixa de ser desalentado, descrente. Cada vez mais crítico e combativo à medida que se sucedem os livros: Movimento Perpétuo (1956), Teatro Do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Linhas de Força (1967), ao qual volta a seguir-se um hiato de 16 anos até aparecerem os dois volumes com os irónicos títulos de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos. Rómulo de Carvalho matou António Gedeão, não obstante a fama que este conquistara, em especial depois de ter sido musicado e cantado por Manuel Freire, Adriano Correia de Oliveira, José Nisa ou Carlos do Carmo.
Como ele próprio há-de declarar, com o seu habitual desassombro, no documentário de Diana Andringa, “não tinha mais nada a dizer como poeta”. E se é verdade que a sua poesia pôde, através dos cantautores, chegar a um público mais vasto que a elite que habitualmente lê poesia, “o que muito lhe agradou”, também é verdade que Gedeão acabou por ficar acantonado no tempo da revolução “o que tem prejudicado a sua leitura e descoberta pelas novas gerações”, admite Cristina Carvalho.
O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê- lo, erguê -lo e defrontá- lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo(Máquina do Mundo, António Gedeão)
O “intervalo”, o “entre”, lugar arrepiante onde não há tempo, nem espaço, onde nenhuma geometria é possível logo só nos resta cair, cair infinitamente. E o poeta-cientista olhou esse intervalo, curioso e aterrado porque ele sabia o poder da interrogação. “Era no caos de todas as ordens que ele se encontrava e explicava, explicava e transmitia o que conseguia aperceber-se, desde a aleatoriedade e formação das nuvens aos desorganizado voo das moscas”, escreve Cristina Carvalho.
Por isso a sua vida foi um demanda, uma viagem em busca dos mistérios onde um claro desejo futurante se cruza com a memória, a rememoração, o gosto pelo antigo, pelo arquivo. Cantou a luz mas vivia consciente da omnipresente escuridão. Por isso escreveu ensaios absolutamente inovadores na área da História, entre eles o já clássico História do Ensino em Portugal desde a Fundação da Nacionalidade até ao fim do Regime Salazar-Caetano. Escreveu dezenas de livros de divulgação cientifica, artigos científicos sobre física, química, educação, filosofia, astronomia. Estudou homens vanguardistas como Pascal, Descartes, Einstein, Dürer. E em 1995, com perto de 90 anos, surge com um volume insólito O texto Poético como Documento Social. Entre, muitas, muitas outras coisas que podem ser estudadas no seu espólio depositado na Biblioteca Nacional.
Enquanto foi cientista, escritor, poeta, professor Rómulo de Carvalho também teve dois casamentos, dois filhos (Frederico Carvalho, físico-nuclear, e Cristina Carvalho, escritora), cosia os seus próprios botões, criou sozinho uma filha bebé quando a mulher, a escritora Natália Nunes, passou mais de um ano em Paris a estudar, ia religiosamente ao cinema todos os sábados à noite.
Aos 25 anos foi dado como inapto para o serviço militar por ter, nas palavras do médico, “um coração de velho”. Talvez este médico tenha percebido que o coração de Rómulo vinha de longe, “do fundo do tempo”, assombrado. A verdade é que só aos 90 anos o coração lhe falharia em consequência de uma isquémia cardíaca. Morreu uma semana depois de ser operado. Era o dia 19 de fevereiro de 1996.
Numa qualquer manhã, um qualquer ser,
vindo de qualquer pai,
acorda e vai.
Vai.
Como se cumprisse um dever.
Nas incógnitas mãos transporta os nossos gestos;
nas inquietas pupilas fermenta o nosso olhar.
E em seu impessoal desejo latejam todos os restos
de quantos desejos ficaram antes por desejar.
Abre os olhos e vai.
Vai descobrir as velas dos moinhos
e as rodas que os eixos movem,
o tear que tece o linho,
a espuma roxa dos vinhos,
incêndio na face jovem.
Cego, vê, de olhos abertos.
Sozinho, a multidão vai com ele.
Bagas de instintos despertos
ressuma-lhe à flor da pele.
Vai, belo monstro.
Arranca
as florestas com os teus dentes.
Imprime na areia branca
teus voluntariosos pés incandescentes.
Vai
Segue o teu meridiano, esse,
o que divide ao meio teus hemisférios cerebrais;
o plano de barro que nunca endurece,
onde a memória da espécie
grava os sonos imortais.
Vai
Lábios húmidos do amor da manhã,
polpas de cereja.
Desdobra-te e beija
em ti mesmo a carne sã.
Vai
À tua cega passagem
a convulsão da folhagem
diz aos ecos
“tem que ser”.
O mar que rola e se agita,
toda a música infinita,
tudo grita
“tem que ser”.
Cerra os dentes, alma aflita.
Tudo grita
“Tem que ser .”(“Estrela da Manhã”, António Gedeão)
Joana Emídio Marques ver aqui