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domingo, 1 de abril de 2012

«Ah! lâminas douradas do Templo, túmulos negros, dos Herodes, com relevos de folhagens, como eu vos dera por um dos pequenos regatos azulados, que dormem e sonham, na espessura amada das searas de Corazin! Porque não conheço melhor alegria, do que andar pelas estradas da Galileia: vêem-se os casais escurecidos pela sombra das figueiras, das vinhas, os pomares das nogueiras, de romãzeiras estreladas de vermelho (...)»
 
 
 
 
Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 223

sábado, 10 de março de 2012

«Agasalhava todos os pássaros na véspera dos temporais.»



Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 197

''orvalho de sangue''

«(...), dou-te as visões que são a poesia do movimento na alma»


Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 186

''Tens uma complicação infinita de asas que te impede o voo.''

Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 186
   «Eu tenho ainda por ti aquele amor servil e adulador, que se glorifica quando abdica, que tem um êxtase quando se dá a uma humilhação. Quando te afastas, quando me deixas, fico triste, amorteço-me, toda esta grande alma de chama, que te quer tão bem, se definha, e apenas ficam as brasas, ainda quentes, ainda vermelhas, mas já inertes, e cheias de negro - justamente como o corpo dum amor abandonado.»


Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 183

''A minha história é triste, luminosa e terrível, imunda e meiga''

Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 182
  «Agora, de Inverno, no campo, as noites são ásperas e hostis. Toda a natureza está impassível e entorpecida, esperando a fermentação violenta das seivas. As árvores erguem os braços nus, miseráveis, e suplicantes. E as águas, que no Outono estavam quietas e pálidas, e que em Maio faziam claras murmurações, tão melódicas como o ritmo dum idílio latino, têm agora vozes vingativas e más. O vento é rouco e lento como um canto católico de ofícios: as chuvas caem de cima, como escárnios triunfantes e ruidosos.»



Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 181

domingo, 4 de março de 2012

« E, como a alma adormece, calam-se os seus gemidos. Mas quando desperta, ou seja pelo amor, ou pela vergonha, ou pela paixão, ou pelo dever, ou pela paternidade, ou pelo remorso, começa logo a pobre alma, chorando aflita, torturando-se, e pedindo com as mãos postas às estrelas um refúgio sereno!»



Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 180
«Na arte só têm importância os que criam almas, e não os que reproduzem costumes.»



Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 178
«Quais podem ser as obras desta geração? Criações febris, convulsões cerebrais, idealistas e doentias, todo um pesadelo moral. Por isso, temos tido toda uma série de figuras melodramáticas, desde Fausto até Mr. de Camors.»





Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 177


«(...), com todo o sangue de Tácito - para pintar a cara macia do egoísmo humano.»



Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 173

Que tardes!

«Que tardes! Da varanda via-se a serenidade virgiliana dos prados e dos rios.»


Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 171

sexta-feira, 2 de março de 2012

«Andava convulsivamente como se ferisse os pés no lajedo.»

Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 158

''convulsões dos cérebros industriais''

Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 147

quinta-feira, 1 de março de 2012

«Os seus olhos olharam muito para a verdade, e cegaram»



Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 141
«As cidades são cheias e caiadas, só as consciências é que têm nódoas; as praças estão cheias de iluminações, só os corações é que estão escuros; os cais estão arejados, só os espíritos é que sufocam; os corpos estão sãos, cobertos de estofos, frescos e resplandecentes, só as almas é que andam nuas, miseráveis e leprosas. De resto, tendes o riso, a farsa, os paraísos artificiais, as arcas venais, e também o esfriamento do túmulo! Oh! amigos íntimos dos vermes, como vós cuidais do corpo, e o lavais, e o amaciais, e o engordais - para a pastagem escura das covas!»



Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 137

domingo, 26 de fevereiro de 2012

«Ele, o meu saltimbanco, tem a alma de ouro e o coração de diamante - e ri-se, ri-se, quando o vento soa como flauta do Inverno, e ao concerto das corujas e das ondas as estrelas dançam.
    A miséria anda-lhe cavando a sepultura. Um dia, abandonado da bem-amada, morrerá sem pão, sem luz, sem calor, sem orações e sem sol. E não sofrerá mais.»



Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 131

« E o seu olhar, lancinante e rápido, estava cheio das minhas agonias.»


Eça de Queiroz. Prosas Bárbaras. Com uma introdução por Jaime Batalha Reis. Lello & Irmão Editores, Porto, p. 130
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