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domingo, 2 de outubro de 2011

« - olheiras dos tempos das prímulas,»


Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 363

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

«Tu que, brutal, regressas,
não rejuvenescida, mas mesmo renascida,
fúria da natureza, dulcíssima,
matas-me, homem já morto
por uma série de dias miseráveis,
debruças-te para os meus abismos reabertos,
dás um perfume virgem ao meu eclipse,
antiga sensualidade, estilhaçada, piedade
apavorada, desejo de morte...
Perdi as forças:
já não sei o que é ser racional;
a minha vida decadente atola-se
na tua religiosa decadência,
desesperada por ver apenas
crueldade neste mundo, e raiva na minha alma.»





Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 255
«Tudo o que em ti vive - e por ti em mim treme -
continua a ser gemido sufocado
de quem não se conhece, de quem não se diz.
Mas será possível amar
sem saber o que isso significa?»




Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 251

«Não sei o que será
esta não-razão, esta pouca-razão:  »



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 249

«Tu sabias que pecar não é fazer o mal:
não fazer o bem, isso sim, é que é pecar.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 239

terça-feira, 20 de setembro de 2011

«A casa está cheia dos seus frágeis
membros de menina, e do seu cansaço:
mesmo à noite, quando tudo dorme, lágrimas

amargas tudo cobrem; e, ao voltar para casa,
uma piedade antiga e tremenda aperta-me
tanto o coração que me apetece gritar, ou matar-me.»


Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 229
«o fascínio da morte - nada há,
neste mundo humano, que eu possa amar.
Tudo me faz sofrer: esta gente

servil que obedece a cada chamada
que aos seus senhores apraz fazer,
adoptando, sem suspeita, os mais infames

hábitos das vítimas predestinadas;
o cinzento das roupas pelas ruas cinzentas;
os gestos cinzentos em que parece gravada

a cumplicidade com o mal que a invade;
a sua agitação em redor de um bem-estar
ilusório, como um rebanho em redor de uma seara:

a sua regularidade de maré que alterna
multidões e desertos pelas ruas,
em fluxos e refluxos obcecados»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 221-223

E nós?

«E nós? Ah, eu sei que em cada erro há um fermento
de verdade: o olhar mais turvo e mais escravo
pode tornar-se livre e límpido, para acolher


a vida em redor, maravilhosa porque existe
não só para os instintos, mas também
para o pensamento, que assiste - vencido,»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 199

«                           ...São os filhos
da fome, os filhos da revolta,»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 199
«                 Porque havia esta
cansada recaída, esta escuridão.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 169


«                                  E eu,
na plateia de hoje, tenho uma serpente
a contorcer-se nas entranhas: e mil lágrimas
despontam em cada ponto do meu corpo,
dos olhos às pontas dos dedos,
da raiz dos cabelos até ao peito:
um choro desmedido, porque jorra
antes de ser compreendido, como se antecipasse
a dor.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 167

«As paredes do julgamento»

«À minha volta,
nas origens, só havia a Língua das Fraudes
instituídas, das ilusões devidas,
que as primeiras angústias
de um menino, as paixões pré-humanas,
já impuras, não exprimia.»


Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 161
«há uma astúcia demasiado ancestral naquelas veias...»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 153
«Há qualquer coisa que une quem conhece a angústia
a quem não a conhece: o homem tem desejos humildes.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., pgs 143

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

«quem nunca nasceu não morre nunca.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., pgs 139
«Sinais impuros de que por aqui passaram
velhos bêbados de Ponte, antigas
prostitutas, bandos de malandrins
despudorados: rastos humanos,
impuros que, humanamente infectos,
vêm falar-nos, violentos e pacíficos,
desses homens, dos seus baixos prazeres
inocentes, dos seus míseros desígnios.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., pgs 135-137

''rebordo de pedra esboroada''

domingo, 11 de setembro de 2011

«A hora é confusa, e nós como perdidos
a vivemos...», murmuravas-me, amargo,
desiludido com tudo o que tens tido



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p 103
«Mas porquê obrigar-me a odiar, eu
que, quase grato ao mundo pela minha dor,

por ser diferente - e por isso odiado -
só sei amar, fiel e amargurado?»




Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p 95/7
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