"Sou composta por urgências, minhas alegrias são intensas, minhas tristezas...'absolutas', me entupo de ausências, me esvazio de excessos, não caibo no estreito, só vivo nos extremos..."
Clarice Lispector
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sexta-feira, 28 de março de 2025
terça-feira, 14 de janeiro de 2025
"Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas em frente ao espelho tentando descobrir quem eu sou. Eu já menti e me arrependi. Já disse a verdade e também me arrependi."
Clarice Lispector
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domingo, 12 de janeiro de 2025
''Meu Deus, como o mundo sempre foi vasto e como eu vou morrer um dia. E até morrer vou viver apenas momentos? Não, dai-me mais do que momentos. Não porque momentos sejam poucos, mas porque momentos raros matam de amor pela raridade. Será que eu vos amo, momentos? Responde, a vida que me mata aos poucos: eu vos amo, momentos? Sim? Ou não? Quero que os outros compreendam o que jamais entenderei. Quero que me deem isto: não a explicação, mas a compreensão. Será que vou ter que viver a vida inteira à espera de que o domingo passe? E ela, a faxineira, que mora na Raiz da Serra e acorda às quatro da madrugada para começar o trabalho da manhã na Zona Sul, de onde volta tarde para a Raiz da Serra, a tempo de dormir para acordar às quatro da manhã e começar o trabalho na Zona Sul, de onde. – Eu vou te dar o meu segredo mortal: viver não é uma arte. Mentiram os que disseram isso. Ah! existem feriados em que tudo se torna tão perigoso. Mas a máquina corre antes que meus dedos corram. A máquina escreve em mim. E eu não tenho segredos, senão exatamente os mortais. Apenas aqueles que me bastam para me fazer ser uma criatura com os meus olhos e um dia morrer. Que direi disso que agora me ocorreu? Pois ocorreu-me que tudo se paga – e que se paga tão caro a vida que até se morre. Passear pelos campos com uma criancinha-fantasma é estar de mãos dadas com o que se perdeu, e os campos ilimitados com sua beleza não ajudam: as mãos se prendem como garras que não querem se perder. Adiantaria matar a criancinha-fantasma e ficar livre? Mas o que fariam os grandes campos onde não se teve a previdência de plantar nenhuma flor senão a de um fantasminha cruel? Cruel por ser criancinha e exigente. Ah! sou realista demais: só ando com os meus fantasmas.''
— Clarice Lispector, no livro “A descoberta do mundo”. Rio de Janeiro: Rocco, 1999
domingo, 17 de março de 2024
domingo, 25 de setembro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
domingo, 18 de maio de 2014
um passo atrás
«um passo antes do clímax, um passo antes da revolução, um passo antes do que se chama amor. Um passo antes de minha vida - que, por uma espécie de forte íman ao contrário, eu não transformava em vida»
Clarice Lispector. A paixão segundo G.H. p. 30
Clarice Lispector. A paixão segundo G.H. p. 30
segunda-feira, 24 de junho de 2013
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
«Habituei-me a sair muito cedo, sozinho, quando o céu ainda parece branco.»
Irene Lisboa. Uma Mão Cheia de Nada Outra de Coisa Nenhuma. Livraria Figueirinhas, Porto, 1989., p. 78
Irene Lisboa. Uma Mão Cheia de Nada Outra de Coisa Nenhuma. Livraria Figueirinhas, Porto, 1989., p. 78
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quarta-feira, 16 de junho de 2010
Custa-me crer que eu morra. Pois estou borbulhante numa frescura
frígida. Minha vida vai ser longuíssima porque cada instante é. A
impressão é que estou por nascer e não consigo.
Sou um coração batendo no mundo.
Você que me lê que me ajude a nascer.
Espere: está ficando escuro. Mais.
Mais escuro.
O instante é de um escuro total.
Continua.
Espere: começo a vislumbrar uma coisa. Uma forma luminescente.
Barriga leitosa com umbigo? Espere – pois sairei desta escuridão onde
tenho medo, escuridão e êxtase. Sou o coração da treva.
O problema é que na janela do meu quarto há um defeito na cortina. Ela
não corre e não se fecha portanto. Então a lua cheia entra toda e vem
fosforescer de silêncios o quarto: é horrível.
Agora as trevas vão se dissipando.
Nasci.
Pausa.
Maravilhoso escândalo: nasço.
Clarice Lispector. Água Viva. (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993)., PP.99
(citação de artigo literário)
frígida. Minha vida vai ser longuíssima porque cada instante é. A
impressão é que estou por nascer e não consigo.
Sou um coração batendo no mundo.
Você que me lê que me ajude a nascer.
Espere: está ficando escuro. Mais.
Mais escuro.
O instante é de um escuro total.
Continua.
Espere: começo a vislumbrar uma coisa. Uma forma luminescente.
Barriga leitosa com umbigo? Espere – pois sairei desta escuridão onde
tenho medo, escuridão e êxtase. Sou o coração da treva.
O problema é que na janela do meu quarto há um defeito na cortina. Ela
não corre e não se fecha portanto. Então a lua cheia entra toda e vem
fosforescer de silêncios o quarto: é horrível.
Agora as trevas vão se dissipando.
Nasci.
Pausa.
Maravilhoso escândalo: nasço.
Clarice Lispector. Água Viva. (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993)., PP.99
(citação de artigo literário)
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