sexta-feira, 15 de maio de 2015


(...)

«Mãe, desculpa!
Não passo de um eufemismo.
Mas sou muito malcriado,
injusto,
indelicado.
Mas é verdade, ó Mãe.
Ou meia verdade, meia
mentira.

O sim ou não, já não sei.
São coisas, Mãe, são coisas...

Não é, também é verdade.
Não explico.

Ó Mãe, que chatice, Mãe!
Não sentir o coração.»



Ruy Cinatti. Obra Poética. Organização e prefácio de Fernando Pinto do Amaral. Imprensa  Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1992., p. 150
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