Andrômeda
Em meu peito abre-se de novo a chaga
Quando as estrelas baixam, misturando-se a meu corpo
Quando o silêncio cai sob o passo dos homens.
Estas pedras que afundam nas idades, até onde me arrastarão?
O mar, o mar, quem o esgotaria?
Vejo as mãos que sinalizam para o abutre, o falcão, toda manhã.
Ligado a este rochedo feito meu pela dor,
Vejo as árvores respirarem o obscuro repouso dos mortos
E os sorrisos, imutáveis, das estátuas. Giorgos Seferis. Poemas. Trad. de Darcy Damasceno. Estudo introdutivo de C. TH. Dimaras. Editora Opera Mundi. Rio de Janeiro, 1973., p. 83
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