« Olhei tanto para mim que me esqueci de tudo.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 368domingo, 4 de dezembro de 2022
''Perdoai-me a minha vaidade.''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 368
«Quem dá aos pobres empresta a Deus.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 355'' cansa e magoa os meus olhos de vidro.''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 352
sexta-feira, 2 de dezembro de 2022
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
ACONSELHO-VOS O AMOR
“Aconselho-vos o amor:
o equilíbrio dos contrários.
Aconselho-vos o amor
cheio de força; os moinhos
girando ao vento desbridado.
Aconselho-vos a liberdade
do amor (que logo passa
— vão dizer-vos que não —
para os gestos diários).
ACONSELHO-VOS A LUTA."
De "Cuidar dos Vivos" (1963), incluído em "A Musa Irregular" (1991), de Fernando Assis Pacheco
Visita-me Enquanto não Envelheço
visita-me enquanto não envelheço
tenho uma varanda ampla cheia de malvas
e o marulhar das noites povoadas de peixes voadores
ver-me antes que a bruma contamine os alicerces
as pedras nacaradas deste vulcão a lava do desejo
subindo à boca sulfurosa dos espelhos
antes que desperte em mim o grito
dalguma terna Jeanne Hébuterne a paixão
derrama-se quando tua ausência se prende às veias
prontas a esvaziarem-se do rubro ouro
perco-te no sono das marítimas paisagens
estas feridas de barro e quartzo
os olhos escancarados para a infindável água
com teu sabor de açúcar queimado em redor da noite
sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te
O cortejo dos penitentes
No cortejo dos penitentes
Vão culpados da sensualidade
Castigados até à medula
Vão os tíbios e frouxos no amor
Imaculados como o Criador
Vão culpados por abstinência
Vão culpados das suas carências
No cortejo dos penitentes
Os homens cortam suas próprias carnes
São ofertas que fazem aos céus
Ao mais alto de todos os céus
No cortejo dos penitentes
Os sacerdotes da austera vida
Vão contentes e muito enfeitados
Sobre as cinzas dos sacrificados
E cantam louvores
Ao Deus
A pena dos mortos
P'ra que te louvem
Com sono quieto
Os penitentes
Bebem tragos da bebida amarga
Da urina que depois vomitam
Pela noite mal aventurada
No cortejo
Os penitentes
Comem postas de sangue coalhado
Da sangria dos outros romeiros
Suavemente mutilados
E cantam louvores
Ao Deus
O mundo recompensa com mais frequência as aparências do mérito do que o próprio mérito.
Autor: La Rochefoucauld , François |
''Um sonho apaga o outro''
Leon Tolstói. Infância e Adolescência. Edição Amigos do Livro, Lisboa, p. 78
« O simples som da sua voz diz tantas coisas ao meu coração!»
Leon Tolstói. Infância e Adolescência. Edição Amigos do Livro, Lisboa, p. 75
snobs
« - Quem são? - perguntou o Gladíolo.
- Ela é a mulher mais chique e mais bem vestida desta terra. É uma espécie de tulipa. Ele é um snob.
- O que é um snob? - perguntou o Gladíolo.
-É uma espécie de Gladíolo.
- Que fazem os snobs?
- Têm muitos amigos e são muito convidados, e por isso toda a gente gosta muito deles e os convida muito.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 346
''Dorme como se tivesse morrido.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 343
segunda-feira, 28 de novembro de 2022
''A minha cabeça estava cheia de coisas fúteis;''
Leon Tolstói. Infância e Adolescência. Edição Amigos do Livro, Lisboa, p. 68
''camisa branca com bolsos de algodão vermelho''
Leon Tolstói. Infância e Adolescência. Edição Amigos do Livro, Lisboa, p. 67
domingo, 27 de novembro de 2022
bem sabes que eu detesto lágrimas
«Minha irmã era uma choramingas completa.
- Está bem, está bem - replicou ele - eu brinco, só para não chorares, bem sabes que eu detesto lágrimas.»
Leon Tolstói. Infância e Adolescência. Edição Amigos do Livro, Lisboa, p. 49
''Parece um lírio de Maio, »
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 280
chorar até que a minha solidão se desfaça
« Ele vai encostar a minha cabeça ao seu ombro para que eu possa chorar, chorar até que a minha solidão se desfaça.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 274«Perdoa-me a minha vaidade.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 268
« Quem dá aos pobres empresta a Deus.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. A Fada Oriana (1958). Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 254
'' a tanto não me acovardo''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 213
'' uma cara clássica''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 209
"Going Down" - Freddie King
I'm going down
I'm going, down, down, down, down, down
Yes, I'm going down, yeah
I'm going down, down, down, down, down
Yes, I've got my big feet in the window
Got my head on the ground
Let me down
And close that box car door
Yes, let me down
And close that box car door
Well, I'm goin' back to Chattanooga
And sleep on sister Irene's door
(Guitar & instrumental) Hey!
Yes, I'm going down
I'm going, down, down, down, down, down
I'm going down
I'm going, down, down, down, down, down
Yes, I got my big feet in the window
I got my head on the ground
«O pior de todos os desastres seria a morte da palavra.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 203terça-feira, 22 de novembro de 2022
Acho uma moral ruim
« Sei bem quem fez todo o mal e porque já não precisam de mim; porque não quero dobrar-me, e porque não digo sim e ámen a tudo, como fazem certas pessoas. Tenho o hábito de dizer a verdade a toda a gente - tornou com orgulho.»
Leon Tolstói. Infância e Adolescência. Edição Amigos do Livro, Lisboa, p. 25''pendurou o mata-moscas num prego''
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
“É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e, quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades em que não há mal nenhum que ou se não padeça, ou se não tema, nem bem que seja próprio e seguro: - o pai não tem seguro o filho; o rico não tem segura a fazenda; o pobre não tem seguro o seu suor; o nobre não tem segura a honra; o eclesiástico não tem segura a imunidade; o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus, nos templos e nos sacrários, não está seguro.”
''A sociedade necessita de medíocres que não ponham em questão os princípios fundamentais e eles aí estão: dirigem os países, as grandes empresas, os ministérios, etc. Eu oiço-os falar e pasmo não haver praticamente um único líder que não seja pateta, um único discurso que não seja um rol de lugares comuns. Mas os que giram em torno deles não são melhores. Desconhecemos até os nossos grandes homens: quem leu Camões por exemplo? Quase ninguém. Quem sabe alguma coisa sobre Afonso de Albuquerque? Mas todos os dias há paleios cretinos acerca de futebol em quase todos os canais. Porque não é perigoso. Porque tranquiliza.
"Quando chega domingo,
domingo, 20 de novembro de 2022
Pois É
Fica o dito e o redito por não dito
E é difícil dizer que foi bonito
É inútil cantar o que perdi
Taí
Nosso mais-que-perfeito está desfeito
E o que me parecia tão direito
Caiu desse jeito sem perdão
Então
Disfarçar minha dor eu não consigo
Dizer: somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim
Enfim
Hoje na solidão ainda custo
A entender como o amor foi tão injusto
Pra quem só lhe foi dedicação
Pois é, e então ...
''a pobreza monótona dos dias''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 186
'' o azul dos olhos desbotado''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 184
''sabia que é no silêncio que se escuta o tumulto''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 169
sexta-feira, 18 de novembro de 2022
quinta-feira, 17 de novembro de 2022
'' um vaivém incessante de aves marítimas''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 168
'' o seu arfar interior de tempestade''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 167
''respiração oceânica''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 166
«No centro vazio do quarto pode-se dançar.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 166
morder do sal
«(...) porque os vidros entre os caixilhos de madeira estão picados e despolidos pelo morder do sal.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 164'' o perfume do sal''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 161
''discursos de prudência e cálculo''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 151
''Vi a carne do sofrimento''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 135
''Pátria deserdada''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 134
«(...), e ficarei sentado ao teu lado para desfazer a tua solidão.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 133
''ideograma da fome''
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio & Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 132
«Então o seu coração ficou pesado de tristeza.»
Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 132
quarta-feira, 16 de novembro de 2022
CÃO DAS LÁGRIMAS (JOSÉ SARAMAGO, ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA/ENSAIO SOBRE A LUCIDEZ)
''Personagem secundária em dois romances de José Saramago, o Cão das Lágrimas é uma figura em que se prolonga e modula a relevância que na ficção saramaguiana é atribuída aos cães, como animais em direta relação com os humanos, com os valores que eles representam e eventualmente degradam.
O Cão das Lágrimas de Ensaio sobre a cegueira (1995) aparece numa cidade cujos habitantes foram afetados por uma suposta epidemia de "cegueira branca". Apenas os animais apelidados de "irracionais" e a personagem "Mulher do Médico" terão conservado a sua visão inalterada. O facto de o ser humano ser o único animal que perde a capacidade de ver, enfatiza o distanciamento, baseado na capacidade de usar a razão, erguido entre esta espécie e todas as outras. Todavia, tal como é exemplificado por Saramago neste romance, a razão nem sempre é aplicada de forma benéfica. É o ser humano, e a sua incapacidade de usar a razão para o bem comum, que Saramago pretende atingir com a edificação deste cenário distópico. Em Ensaio sobre a cegueira, o ser humano perderá o seu lugar cimeiro na hierarquia das espécies e, impossibilitado de usar a tecnologia ou a ciência em seu proveito, será obrigado a recomeçar do zero.
Somos apresentados a esta personagem quando a Mulher do Médico, após ter forçado a sua saída de um supermercado para salvar a comida saqueada, chora sentada no chão enlameado; nesse instante, surge um cão que abandona a sua matilha para lhe lamber as lágrimas. A cena em que um cão "se aproxima de um ser humano em desespero e que, não podendo fazer mais nada, lhe bebe as lágrimas", foi considerada por Saramago como "um dos momentos mais belos que [fez] até hoje" (Saramago et al., 2008). Tal como o escritor sublinha, a descrição deste encontro entre os representantes de duas espécies contém em si uma mensagem que se estende a toda a sua obra (cf. Saramago et al., 2008). Num mundo fortemente tecnologizado, em que a lógica do lucro e a corrida ao poder regem a relação entre seres humanos, esta cena veicula um apelo à compaixão pelo outro.
Em Ensaio sobre a cegueira, todos os cães mantiveram a visão e percorrem agora a cidade divididos em matilhas, tornando-se em eficazes predadores. Sem ninguém para cuidar deles, estes regressaram a um período anterior à domesticação e são inclusive obrigados a alimentar-se dos cadáveres que cobrem as ruas da cidade. Os seres humanos, por seu turno, são reduzidos a animais, "pior ainda, [a] animais cegos" (Saramago, 1995: 134) que vivem entre excrementos e que perdem gradualmente a memória das mais elementares regras de convivência social. Tal como os animais irracionais, eles são reduzidos aos seus instintos básicos e lutam unicamente pela sobrevivência. Segundo o narrador de Ensaio sobre a cegueira, "quando a aflição aperta, quando o corpo se nos desmanda de dor e angústia, então é que se vê o animalzinho que somos" (243).
Ainda que nada se saiba sobre o passado do Cão das Lágrimas, o narrador sublinha que este "não anda ao cheiro de carne morta, acompanha uns olhos que ele bem sabe estarem vivos" (233). Este cão conserva o hábito de seguir o ser humano quando todos os outros fiéis amigos parecem ter abandonado esta espécie. Até ao final da narrativa, o Cão das Lágrimas acompanha o grupo de sete personagens encabeçado pela Mulher do Médico. Ele é descrito pelo narrador como o "animal dos humanos" e o "cão de rebanho, com ordem de não perder nenhuma ovelha" (256). Contudo, quando não existem lágrimas para secar, este torna-se "áspero e intratável" (230).
Após algumas desavenças com membros desta espécie, Saramago chegou a ter medo de cães. Porém, acabaria por abrir as portas de sua casa a Pepe, Greta e Camões e a dedicar parte do seu "trabalho de escritor a criar, a inventar, a modelar figuras de cão, como se, já que temia os outros, estivesse na sua mão corrigir os erros da natureza» (Saramago, 2012). E assim nasceram, por exemplo, Achado que faz parte do livro Caverna (2000), «Constante de Levantado do chão, o cão do fio de lã azul da Jangada de pedra» e «um cão em que palpitava o coração do melhor dos humanos": o Cão das Lágrimas (Saramago, 2012).
No romance Ensaio sobre a lucidez (2004) o "cão compassivo" (Saramago, 2017: 295) de Ensaio sobre a cegueira assume igualmente o nome Constante. Talvez porque a sua função de apagar lágrimas será novamente requisitada, esta personagem acaba, contudo, por manter o epíteto "cão das lágrimas". Em Ensaio sobre a cegueira, o narrador advertiu que "o mal deste cão foi ter-se chegado tanto aos humanos" e que, por isso, "vai acabar por sofrer como eles" (Saramago, 1995: 295). Tal como todas as outras personagens, também ele será vítima da crueldade e irracionalidade humanas.
Ao sorver as lágrimas de um rosto, o cão das lágrimas parece tentar subtrair o sofrimento do seu hospedeiro. De facto, sempre que a dor sentida pela mulher do médico atinge um nível insuportável, o Cão das Lágrimas projeta um uivo dilacerante. Em Ensaio sobre a lucidez, onde a população é ameaçada por uma nova epidemia (desta vez do voto em branco), este uivo adquire um sentido particular. Neste ensaio, o Cão das Lágrimas não terá afinal lágrimas para secar. A epígrafe "Uivemos, disse o cão" é um grito definitivo de indignação contra um sistema político corrompido que, ao invés de servir os cidadãos, aciona todos os seus mecanismos para manter o statu quo. Para Saramago, "os cães somos nós. É hora de começar a uivar" (Saramago e Machado, 2004).
O Cão das Lágrimas surge em Blindness, realizado por Fernando Meirelles (2008), com Julianne Moore no papel de Mulher do Médico.''´
Texto aqui.
Referências
MEIRELLES, Fernando (dir.) (2008). Blindness. Rhombus Media: Japão, Brasil e Canadá.
SARAMAGO, José (1995). Ensaio sobre a cegueira. Lisboa: Caminho.
____ (2012). "Entra, encontraste a tua casa", disponível em https://caderno.josesaramago.org/158715.html (consultado em 09/01/2020)
____ (2017). Ensaio sobre a lucidez. Lisboa: Caminho.
SARAMAGO, José e Cassiano Elek MACHADO (2004). "José Saramago combate “cegueira” com votos em branco", disponível em https://www1.folha.uol.com.br/ folha/ilustrada/ult90u42623.shtml (consultado a 9/01/2020).
SARAMAGO, José et al. (2008). "Entrevista de José Saramago ao jornal Público e à Rádio Renascença", disponível em https://www.josesaramago.org/entrevista-de-jose-saramago-ao-jornal-publico-e-a-radio-renascenca/ (consultado a 09/01/2020).