No cortejo dos penitentes
Vão culpados pecadores da gulaVão culpados da sensualidadeCastigados até à medulaVão os tíbios e frouxos no amorImaculados como o CriadorVão culpados por abstinênciaVão culpados das suas carênciasNo cortejo dos penitentesOs homens cortam suas próprias carnesSão ofertas que fazem aos céusAo mais alto de todos os céusNo cortejo dos penitentesOs sacerdotes da austera vidaVão contentes e muito enfeitadosSobre as cinzas dos sacrificadosE cantam louvoresAo Deus
Abranda SenhorA pena dos mortosP'ra que te louvemCom sono quieto
No cortejoOs penitentesBebem tragos da bebida amargaDa urina que depois vomitamPela noite mal aventuradaNo cortejoOs penitentesComem postas de sangue coalhadoDa sangria dos outros romeirosSuavemente mutiladosE cantam louvoresAo Deus
Fausto Bordalo Dias
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