sexta-feira, 11 de novembro de 2022

«Às árvores pintadas não caem as folhas.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 200

«Como já deveríamos saber, a representação mais exata, mais precisa, da alma humana é o labirinto. Com ela tudo é possível.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 198

 «Diz-se, depois de que primeiro o tivesse dito tolstoi, que as famílias felizes não têm história.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 195


 

''crenças fatalistas''

'' o fruto doentio de uma imaginação culpada''

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 186

«Têm razão os céticos quando afirmam que a história da humanidade é uma interminável sucessão de ocasiões perdidas.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 185

« Montado na nuca de solimão, apanhado em cheio na cara a fustigação da neve que vinha arrojada pela incessante ventania, fritz não está na melhor das situações para elaborar e desenvolver pensamentos elevados.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 185

« Também o frio, quando nasce, é para todos, diz-se, mas nem todos apanham nos lombos com a mesma porção dele.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 184

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

«(...), dormir à la belle étoile, maneira lírica que têm os franceses de dizer relento, palavra, esta portuguesa, também imprópria, pois relento não é senão uma humidade noturna, um orvalho, uma cacimba, ninharias meteorológicas se as comparamos com este nevão dos alpes que bem terá justificado a designação de manto alvinitente, leito acaso mortal.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 179

Gal Costa, 1969

''E tudo em redor, é neve e solidão.''

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 176

''talvez porque poucas coisas na vida doam mais do que a consciência de haver traído os ideais da juventude''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 166

''pungente melancolia''

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 166

« No fim de contas, como dirá henrique quarto de frança num futuro que não vem longe, paris vale bem uma missa.»

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 166

 

nome feminino
cargo ou emprego rendoso e de pouco trabalho

 ''elogio em boca própria é vitupério''

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 158


 

«(...), não porque maximiliano segundo da áustria esteja particularmente curioso de amores que não são seus, »

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 156

 ''nomes de caruncho ou carcoma''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 156

 

nome masculino
1.
cheiro característico do bode não castrado
2.
pejorativo cheiro forte e desagradável da transpiração de animais ou humana
3.
pejorativo qualquer mau cheiro forte
4.
cheiro e sabor do sebo, na carne de carneiro
5.
cheiro enjoativo da louça mal lavada
calão, pejorativo meter bedum
causar nojo ou asco

''(...) para sua ambição de viver uma existência sossegada dar o menos possível nas vistas do vulgo.''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 155

mimosear

''gravíssimo anacronismo''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 152


 

Trevo-da-ligúria

 Queria que os portugueses


(Agostinho da Silva)

Queria que os portugueses
tivessem senso de humor
e não vissem como génio
todo aquele que é doutor

sobretudo se é o próprio
que se afirma como tal
só porque sabendo ler
o que lê entende mal

todos os que são formados
deviam ter que fazer
exame de analfabeto
para provar que sem ler

teriam sido capazes
de constituir cultura
por tudo que a vida ensina
e mais do que livro dura

e tem certeza de sol
mesmo que a noite se instale
visto que ser-se o que se é
muito mais que saber vale

até para aproveitar-se
das dúvidas da razão
que a si própria se devia
olhar pura opinião

que hoje é uma manhã outra
e talvez depois terceira
sendo que o mundo sucede
sempre de nova maneira

alfabetizar cuidado
não me ponham tudo em culto
dos que não citar francês
consideram puro insulto

se a nação analfabeta
derrubou filosofia
e no jeito aristotélico
o que certo parecia

deixem-na ser o que seja
em todo o tempo futuro
talvez encontre sozinha
o mais além que procuro.

'' livros dos vedas''

 

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 141

 

nome masculino
1.
mar alto
2.
profundidade do mar
3.
figurado abismovoragem
4.
figurado imensidade

''atrevimentos dialéticos''

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 138

«Sinto-me um miserável por não poder estar de acordo com vossa Alteza (...)»

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 137


 

 «Não era homem para permitir que se desmandasse o coração em público, mesmo quando, como agora, lágrimas invisíveis lhe deslizam pela cara abaixo.»


 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 132

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

« (...) e, se a espontaneidade falta, falta tudo.»

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 131

''acatamento disciplinado, ironia benevolente, irritação ofendida''

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 128

malbaratar

''excelsas pessoas''

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 125


nome feminino
peça de pano de seda lavrada, do tamanho de coberta, com que se adornam paredes ou janelastapeçaria


Folhetim

«Somos, cada vez mais, os defeitos que temos, não as qualidades.»

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 123

''as galhofas do populacho''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 120

''nascida e criada em anos de solidão''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 120

''amores mal aceites''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 120

''as razões de coração''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 120

 «(...), por muito sangue que tivesse corrido em castelo rodrigo,»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 118

terça-feira, 11 de outubro de 2022


 

 

nome feminino
1.
alocução pública
2.
discurso longo e fastidiosopalavrório
3.
altercação, discussão

«(...) o meu parecer, senhor alcaide, é que cada um trate de si, enquanto deus trata de todos,»

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 105

dolce far niente

 «(...) os arrebiques de linguagem, as meias verdades que querem passar por verdades inteiras.»


 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 97

''paveias de feno''

 

ir a Roma e não ver o papa
ir procurar uma coisa, chegar junto dela e não a ver

''apresentar os seus respeitos''

 José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 91

«Encontros, houve-os, mas de passagem, (...)»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 90

tenteios

Sarah Vaughan - Misty (Live from Sweden) 1964


Look at me, I'm as helpless as a kitten up a tree
And I feel like I'm clingin' to a cloud
I can' t understand
I get misty, just holding your hand

Walk my way
And a thousand violins begin to play
Or it might be the sound of your hello
That music I hear
I get misty, the moment you're near

You can see that you're leading me on
But is just what I want you to do
Don't you notice how hopelessly I'm lost
That's why I'm following you

On my own
When I wander through this wonderland alone
Never knowing my right foot from my left
My hat from my glove
I'm too misty, and too much in love

I'm just too misty
And too much in love

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

''cepa bastarda''

 

«(...) prestam tão pouca atenção aos sentimentos delicados que raras vezes lhes dão uso.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 79


 

 «Este fulano está doido varrido, variou-se-lhe a cabeça com a febre do nevoeiro.»

José Saramago. A Viagem do Elefante. Porto Editora. 2014., p. 76

confessemo-lo

 

por acinte
de propósito, de caso pensado

tão-pouco

 

nome feminino
1.
palavreado oco
2.
conversa fútil, sem importância
3.
sequência discursiva composta por palavras rimadas e/ou repetidas, que lhe conferem um carácter musical, enunciada para facilitar a memorização de algo, como divertimento infantil, etc.lengalenga
4.
discussãobrigarixa

domingo, 9 de outubro de 2022


The Lover (1992) dir. Jean-Jacques Annaud


 

 « O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 106

«(...) alguém poisara um ramo de flores bentas na Páscoa.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 97

« A sua mente estava obscurecida. Sentia-se só entre os homens e Deus parecia-lhe infinitamente oculto e velado.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 87

« Estava cansado do mundo.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 87

''perfume verde de jardim molhado''

 Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 86

« Um pobre vem sempre da parte de Deus.»


Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 86


 

 «Os pobres têm fome e frio mas sobretudo estão sós.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 72

''faziam tricots para os pobres''

 Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 77

« Hoje vi um espectáculo que me encheu de melancolia.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 76

«Dai a Cesar o que é de Cesar e dai a Deus o que é de Deus.»

« Shakespeare, Camões, Dante, falam dos problemas da alma humana. Hoje os poetas discutem os salários dos operários e o nível dos países. Ora o homem não é só matéria: é espírito também. Mas o nosso tempo só vê os problemas materiais.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 76

 «Não era velho, mas parecia nunca ter sido novo.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 75

« Generosos são só os loucos ou os santos.»


Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 73


 

« Mas agora há remédios para todas as doenças e argumentos para todas as consciências.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 72

'' novo-riquismo''

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 69

''«(...) os miseráveis também tinham o seu lugar que ficava um pouco abaixo dos criados, um pouco acima dos cães.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 69

'' a doença dos pobres''

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 69

relé

« Não estava habituado a lutar, estava só habituado a mandar.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 67

 «Peço-lhe que deixe César ocupar-se do que é de César.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 66


Ilda Pulga

 

'' o fogo dos Estios''

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 65

 « A reintegração da palavra no cosmos não exclui a morte, a própria tensão que a desordem provoca, porque a ordem não se atinge sem combate.»

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 54

 

nome feminino
1.
antiga sacerdotisa de Baco
2.
figurado mulher dissoluta

''princípio da despersonalização''

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 53

''violentos espaços marinhos''

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 50

''mar movente''

Sophia de Mello Breyner Andresen. Prosa. Assírio&Alvim. 1ª Edição, 2021., p. 47

domingo, 2 de outubro de 2022


 

Lucille Spann - Cry Before I Go (Full Album)

 A MORTE DA ROSA


Morreu de mau cheiro.
Rosa igual, exata.
Subsistiu à sua beleza,
Sucumbiu à sua fragrância.
Não teve nome: talvez
lhe chamassem Rosaura,
Ou Rosa-fina, ou Rosa
do amor, ou Rosalva;
ou simplesmente Rosa,
como se chama a água.
Mais lhe valeria
ser sempre-viva, Dália,
pensamento com lua
como um ramo de acácia.

Mas ela será eterna:
foi rosa; e isso basta;

Deus a gurde em seu reino
à margem direita do alvorecer.

1945


SONETO QUASE INSISTENTE NUMA NOITE DE SERENATAS

Queria uma mulher de sangue e prata.
Qualquer mulher. Uma mulher qualquer,
quando nas noites de primavera
se ouve distante uma serenata.

Essa música é alma. E mesmo não fosse
verdade tanta mentira seria bom
saber que sua voz sempre retrata
o coração de uma mulher qualquer.

Quero querer com música. E quero
que me queiram com tom verdadeiro
Quase em azul e quase eternamente.

Será porque esse ritmo me arrebata,
ou talvez porque ouvindo serenatas
dói-me o Coração musicalmente.

1945


CANÇÃO

Chove neste poema
Eduardo Carranza


Chove. A tarde é uma
folha de névoa. Chove.
A tarde está molhada
de tua própria tristeza.
Às vezes vem o ar
com sua canção. Às vezes...
Sinto a alma pesada
contra tua voz ausente.

Chove. E estou pensando
em ti. E estou sonhando.
Ninguém verá esta tarde
a minha dor presa.
Ninguém. Só tua ausência
que me dói nas horas.
Amanhã tua presença regressará na rosa.

Penso – cai a chuva –
nunca como as frutas.
Menina como as frutas,
agradecida como uma festa
hoje está entardecendo
teu nome em meu poema.

Às vezes vem água
a olhar pela janela
E tu não estás
Às vezes te pressinto próxima.

Humildemente recordo
tua despedida triste.
Humildemente e tudo
humilde: os jasmins
as rosas do jardim

e meu pranto em declive.
Oh, coração ausente:
quão grande é ser humilde!

31 de dezembro de 1944

Gabriel García Márquez nasceu a 6 de março de 1927 em Aracataca, na Colômbia. Um dos nomes mais importantes da literatura do século XX, o autor de Cem anos de solidão, como muitos reconhecidos pela prosa, também se experimentou na poesia. Recebeu por sua obra o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Morreu no dia 17 de abril de 2014 na Cidade do México.


* Traduções de Pedro Fernandes de Oliveira Neto.



 

 Cogito


eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora

eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim


Literato cantabile

agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto pode ser o fim
do seu início
agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em minha orla
os pássaros de sempre cantam assim,
do precipício:

a guerra acabou
quem perdeu agradeça
a quem ganhou.
não se fala. não é permitido
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos
está vetado qualquer movimento
do corpo ou onde quer que alhures.
toda palavra envolve o precipício
e os literatos foram todos para o hospício
e não se sabe nunca mais do mim. agora o nunca.
agora não se fala nada, sim. fim. a guerra
acabou
e quem perdeu agradeça a quem ganhou.

***

Agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto é o fim
do seu início:

Agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em sua orla
os pássaros de sempre cantam
nos hospícios.

Você não tem que me dizer
o número de mundo deste mundo
não tem que me mostrar
a outra face
face ao fim de tudo:

só tem que me dizer
o nome da república do fundo
o sim do fim
do fim de tudo
e o tem do tempo vindo:

não tem que me mostrar
a outra mesma face ao outro mundo
(não se fala. não é permitido:
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos.
está vetado qualquer movimento


Let’s Play That

quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião
eis que esse anjo me disse
apertando a minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let’s play that

Torquato Neto nasceu a 9 de novembro de 1944 em Teresina. Autor de uma obra multifacetada que inclui poesia, crônica e letras de canções, sua carreira se inicia pela participação de vários movimentos de vanguarda, como a Tropicália. Morreu no dia 10 de novembro de 1972, no Rio de Janeiro. 


* Estes poemas foram publicados inicialmente na revista Modo de Usar & Co.

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