segunda-feira, 28 de maio de 2018

Há 44 anos, a absolvição das ‘Três Marias’

Foi em Lisboa, em Maio de 1971, que Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa desafiaram a ditadura e decidiram escrever um livro a seis mãos, intitulado Novas Cartas Portuguesas.
A obra torna-se um símbolo e um macro incontornável na história o feminismo em Portugal. Há um antes e um depois destas três extraordinárias Marias.

NOVAS CARTAS PORTUGUESAS E O CASO DAS ‘TRÊS MARIAS”

Foi em Lisboa, em Maio de 1971, que Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa desafiaram a ditadura e decidiram escrever um livro a seis mãos, intitulado Novas Cartas Portuguesas.
Abordando temas proibidos e censurados durante o Estado Novo, como a guerra colonial, o adultério ou a violação, o aborto, e a subordinação da mulher.
Em Abril de 1972, o livro é publicado pela Estúdios Cor, sob a direção literária de Natália Correia. Três dias depois, o livro é proibido pelo regime, que o considerou pornográfico e contrário à moral e aos bons costumes.
Novas Cartas Portuguesas rompe com a legislação, moral e costumes vigentes na sociedade portuguesa, e ousa despertar a consciência social denunciando a guerra colonial, a discriminação a falta de liberdade, a marginalização das minorias e a subordinação da mulher na sociedade.

A obra torna-se num manifesto contra todas as formas de opressão, tornando-se um símbolo da luta pela liberdade, igualdade e direitos da mulher.

Escritas simbolicamente durante nove meses – de 1 de março de 1971 a 25 de novembro de 1971 – o livro ousa desafiar e questionar as representações sociais e o papel da mulher na sociedade portuguesa.
“Que desgraça o se nascer mulher! Frágeis, inaptas por obrigação, por casta, obedientes por lei a seus donos, senhores sôfregos até de nossos males”.
Partindo da história de Soror Mariana as autoras mostram a clausura da mulher portuguesa no seu quotidiano, seja num convento ou na sociedade patriarcal do Estado Novo.
“Que mulher não é freira, oferecida, abnegada, sem vida sua, afastada do mundo? Qual a mudança, na vida das mulheres, ao longo dos séculos?”
Abordando temas proibidos e censurados, como a guerra colonial, o adultério ou a violação, o aborto, bem como a questão da mulher enquanto sujeito do desejo e de subordinação.
“as mulheres bordam, cozinham, sujeitam-se aos direitos de seus maridos, engravidam, têm abortos ou fazem-nos, têm filhos, nados-mortos, nados-vivos, tratam dos filhos, morrem de parto, às vezes, em suas casas, onde apenas mudou o feitio dos móveis, das cadeiras e dos cortinados.” 
Três dias após o lançamento do livro, boa parte da primeira edição é recolhida e destruída pela censura de Marcelo Caetano, sob o pretexto e a acusação de que o seu conteúdo era “insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”. 

As três autoras são acusadas e levadas a julgamento, num caso que ficará para a história como o das ‘Três Marias’, uma das primeiras grandes lutas pela causa feminista em Portugal. 
O julgamento indignou e mobilizou movimentos feministas e a opinião pública internacional. Em várias cidades americanas e do resto do mundo houve manifestações de solidariedade no dia 3 de Julho de 1973, data originalmente marcada para o início do julgamento.

A 25 de outubro de 1973 começa o julgamento.
Durante os dois anos em que durou o julgamento em Portugal, grupos de feministas organizaram  manifestações de protesto juntos às embaixadas e consulados portugueses em Londres, Paris e Nova Iorque.
De entre os nomes que assumiram a defesa pública das ‘três Marias’ encontra-se Simone de Beauvoir, Margarite Duras, Doris Lessing, Íris Murdoch e Stephen Spence.
A 7 de maio de 1974, dias após a Revolução do 25 de Abril, é lida a sentença pelo juiz Lopes Cardoso:
“O livro ‘Novas Cartas Portuguesas’ não é pornográfico nem imoral. Pelo contrário: é obra de arte, de elevado nível, na sequência de outras obras de arte que as autoras já produziram”. 

Artigo Disponível no link:  http://acegis.com/2018/05/ha-44-anos-a-absolvicao-das-tres-marias/

Há 107 anos, Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher portuguesa, pioneira na Europa, a “conquistar” o direito ao voto

''Carolina Beatriz Ângelo, médica, republicana e sufragista, foi a primeira mulher a votar em Portugal, nas eleições realizadas para a Assembleia Nacional Constituinte, no dia 28 de maio de 1911.
Carolina Beatriz Ângelo torna-se a primeira mulher portuguesa, pioneira na Europa, a “conquistar” o direito ao voto.
A primeira lei eleitoral da I República, publicada a 14 de março de 1911, reconhecia o direito de votar aos «cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família».
Carolina Beatriz viu nesta redação ambígua da lei a oportunidade de exercer o direito ao voto, invocando a sua condição de chefe de família após o óbito de seu marido Januário Barreto em junho de 1910.
Viúva e com uma filha menor a cargo, com mais de 21 anos e instruída, dirigiu ao presidente da comissão recenseadora do 2º Bairro de Lisboa um requerimento no sentido de o seu nome «ser incluído no novo recenseamento eleitoral a que tem de proceder-se»
A 28 de abril de 1911, o juiz João Baptista de Castro proferia uma sentença histórica e revolucionária ao incluir o nome de Carolina Beatriz Ângelo no caderno de recenseamento eleitoral.

«Excluir a mulher (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo Partido Republicano. (…) Onde a lei não distingue, não pode o julgador distinguir (…) e mando que a reclamante seja incluída no recenseamento eleitoral».

Ao referir-se a cidadãos portugueses, o juiz Castro considerou que a lei englobava homens e mulheres, “pois se o legislador tivesse intenção de as excluir tê-lo-ia manifestado de forma clara”.
Assim, a 28 de Maio de 1911, nas eleições para a Assembleia Constituinte, Carolina Beatriz Ângelo tornou-se a primeira mulher portuguesa a exercer o direito de voto.
Carolina Beatriz Ângelo, à direita, com a correligionária da Associação de Propaganda Feminista Ana de Castro Osório, no dia das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. 28 de maio de 1911.
Em 1913, a República mudou a lei e interditou o voto das mulheres. Em 1931, o voto é concedido pela primeira vez a mulheres com cursos secundários ou universitários. Esta limitação era apenas aplicada à mulher, o que significava que apenas uma escassa minoria podia efetivamente votar.
O direito de voto só foi efetivamente alcançado com a Revolução de 25 de Abril de 1974, tornando-se universal para todos os cidadãos e cidadãs maiores de idade.''

Informação disponível no link: http://acegis.com/2018/05/carolina-beatriz-angelo-direito-ao-voto/
''Os pobres não têm um partido político forte e empenhado que os ajudem a lutar para sair duma vivência com carências várias. São só notícia de telejornal para gritarem na rua aquando de algum acidente, de preferência com sangue. O empobrecimento espiritual e cultural é também causa do empobrecimento material.''

A pobreza jamais é uma fatalidade, dizem.

''Recordemo-nos: Durante a anterior legislatura foi-nos dito: «é preciso empobrecer o país para o tornar mais competitivo», afirmou Passos Coelho, 1º ministro do executivo antecedente.
O maior drama, de parte significativa dos portugueses, é a pobreza. ''

sábado, 26 de maio de 2018

«Isto disse Blake, no instante em que a febre o devorava:

- «Ninguém durma na mesma cama muitos anos, que acabará por supor que o homem é um ser horizontal e que o universo cabe todo num quarto de dormir.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 175

«A humildade só tem merecimento, se representa poder de nós sobre nós.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 173
« - Tudo te dei, Pátria minha, e nada reservei para mim, a não ser o orgulho de ser teu filho!»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 172

Katherine Jane Wood’s Birthday Bath


«Desde que o pensamento faz parte do nosso ser, podemos extrair das maiores derrotas as melhores vitórias.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 171

« - Quem sou? Porque sou? Para que sou?...»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 170
«É nas tentações que nós sabemos até que ponto as nossas humilhações pagam os nossos erros.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 169

« - Acabei um grande amor e nas suas cinzas aprendi a fugir das ilusões que ainda me restam.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 169

'' as façanhas nos pergaminhos''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 167

«Cristo morreu numa cruz.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 163

Kikuji Kawada ''Last Things''


''A voz da tragédia''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 158
«Christo, no meio da decomposição das sociedades que se perfumavam de nardo para escaparem à náusea do cheiro a cadáver, espalhou a semente da seara que o seu sangue tornou eterna.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 153

«(...) uma amarga desilusão quedava no fundo turvo de todos os letais prazeres »

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 151/2
«Os poetas interrogavam-se, na hora dúbia em que a Dúvida, com as suas asas crepusculares, tentava seguir a órbita dos astros.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 151

dialogar com o não-ser

John F. Kennedy and Marilyn Monroe, Ca 1962


'' não há falta que não mereça perdão''


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 150

«Christo, adversário de retóricas, sofismas e a casuística, revelou-a, numa melodia divina, aos que o escutavam com sinceridade.» 

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 149
«Não tarda o melancólico príncipe em cujo peito a alegria abriu uma ferida que se não cura com promessas enganosas.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 147

«O homem não tenta demorar a sua atenção em si próprio, com receio de sucumbir sob o peso da sua miséria.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 146

''eloquência insofismável''


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 145

''noites shakspeareanas''

«(...) como o punhado de cinza que resume todas as grandezas, »


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 143

«Responda cada qual como souber, na sinceridade do seu coração.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 141

segunda-feira, 14 de maio de 2018

 Paulo Nozolino afirma-se contra a massificação da imagem pelo abaixamento da exigência estética, afirmando: “tive a sorte de ter podido construir a minha obra com tempo. De ter visitado lugares intactos, ainda não destruídos por hordas de turistas selvagens que graças às companhias low cost agora circulam pelo mundo. Foi um privilégio tocar nas colunas da Acrópole e nas pedras das Pirâmides de Gizé. Foi uma dádiva ter estado um dia inteiro em Auschwitz sem ver ninguém, ou caminhar livremente pelas areias do Wadi Rum. Parece que estou a falar de um tempo antigo, mas não. Foi só há 20 anos. As minhas fotografias são o testemunho disso. Das viagens que fiz, dos sítios que visitei, das pessoas que conheci. Toquei, vi e fotografei o sagrado. Continuo a fazê-lo
"A fotografia é agora um lugar comum, uma prática chinesamente democrática graças ao telemóvel. A voracidade de fazer imagens e de as disseminar criou um novo problema. A mediocridade e a banalização de tudo o que nos rodeia. Niepce ficaria estupefacto, se fosse vivo. O que demorou quase dois séculos a ser consolidado, foi destruído em apenas dez anos". 

Fotógrafo Paulo Nozolino

domingo, 13 de maio de 2018



«Há muitas coisas que o homem não devia ver nem saber. E se as visse, seria melhor morrer. Mas se um de nós vir ou souber dessas coisas, deve viver para as contar.»


in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
«O luto é difícil.
O enterro sem fim.»


in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
«Mas há sempre as almas, errantes, que procuram poiso. Um pensamento doce e nobre. »



in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
 ''2000 anos de escravatura '', disse Pol Pot.

«Ele era humano, como senhor ou eu, e fez uma escolha. Uma escolha ideológica, uma escolha criminal.»



in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh

«Na infância, a morte já está presente.»

in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh

''medicamentos capitalistas''

«Os mortos partem à noite. Procurava-os de manhã nas suas tábuas de madeira. »



in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
« À noite, a criança mastiga sal. Os seus dentes rangem. É à noite que a fome ataca.»



in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh.
« Já não tenho nome, família, nem esperança, mas conservo um coração humano.»

in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
''Quem protesta é um inimigo.
Quem se opões é um cadáver.''

in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh

doutrinação

Genocídio cambojano



«A enxada é a vossa caneta! O arrozal é o vosso papel!''
«Aqui, os porcos tornam-se leitores, pois os leitores eram porcos.»

Jacques Prévert / na minha casa



Hás-de vir a minha casa
Aliás não é a minha casa
Não sei de quem ela é
Um dia entrei por aqui
Não estava ninguém
Só uns pimentos vermelhos pendurados na parede branca
Durante muito tempo fiquei nesta casa
Ninguém apareceu
Mas todos todos os dias
Fiquei à sua espera

Não fazia nada
Quer dizer nada de importante
Às vezes de manhã
Soltava gritos de animais
Zurrava como um burro
Com quanta força tinha
E era uma coisa que me dava prazer
E depois brincava com os pés
São muito inteligentes os pés
Levam-nos muito longe
Quando queremos ir muito longe
E quando não queremos sair
Ficam ali a fazer-nos companhia
E quando há música dançam
Não se pode dançar sem eles
É preciso ser estúpido como o homem tantas vezes é
Para dizer coisas tão estúpidas
Como estúpido como um pé alegre como um pardal
O pardal não é alegre
Só é alegre quando está alegre
E triste quando está triste ou nem alegre nem triste
Será que alguém sabe o que é um pardal
Aliás nem sequer se chama realmente assim
O homem é que chamou aquele pássaro assim
Pardal pardal pardal pardal

É muito curioso isto dos nomes
Martin Hugo Victor de seu nome
Bonaparte Napoleão de seu nome
Porquê assim e não assim
Um rebanho de bonapartes passa no deserto
O imperador chama-se Dromedário
Há um cavalo caixa e gavetas de corrida
Ao longe galopa um homem que só tem três nomes
Chama-se Tim-Tam-Tom sem outros apelidos
Ainda mais ao longe está sabe-se lá quem
E muitíssimo mais ao longe está sabe-se lá o quê
Mas afinal que é que tudo isto importa

Hás-de vir a minha casa
Penso noutra coisa mas é só nisso que penso
E quando entrares em minha casa
Despes a roupa toda
E ficas imóvel nua em pé com a tua boca vermelha
Como os pimentos vermelhos pendurados na parede branca
E depois deitas-te e eu deito-me junto a ti
É isso
Hás-de vir a minha casa que não é a minha casa



jacques prévert
traduzido por zé lima
diversos nr. 3
«Este enterro de palavras, não quero esquecê-lo. Foi um acto de resistência.»
''Não comerei mais comida para animais. Não, eu sou um homem. '' E deixa de se alimentar.
« A terra ressequida e poeirenta sepulta tudo. Levei anos a aprender a caminhar sobre ela, pés nus, sobre espinhos.»

«A fome é uma arma. »


«A velha sociedade só pensava em festejar. O colectivismo é o adubo e o alimento. Doravante, uma caçarola é um sinal de individualismo. É proibido possuir uma.»

«Trabalhemos com determinação no arrozal, sem contar com o céu!»

''deslocar terras e pedras''

«Erguíamos o punho e repetíamos os slogans.»
«Para resistir, há que ocultar dentro de nós uma força, uma recordação, uma ideia que ninguém nos pode tirar.»
«É preciso vigiar este povo de areia, de pó e de pés descalços.»
«Cortam-nos o cabelo. Confiscam relógios, óculos, brinquedos, livros...Tingem-nos as roupas de preto. Mudam-nos os nomes. Somos o novo povo: os burgueses, os intelectuais, os capitalistas, que é preciso reeducar, destruir. ''Deves abraçar a condição proletária!'' Eis o país novo, a que se chama Campucheia Democrática: uma fábrica de fumos inquietantes, com arrozais e diques em betão. Sem homens.»
«A revolução é tão pura
que dispensa seres humanos.»

''máscaras de pedra e outras de carne''


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 134

«(...) as religiões desfalecidas e as filosofias cadavéricas.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 135
«Teixeira de Pascoaes que não percebe as coisas como geómetra ou físico, agrimensor ou doutrinário, possui a flama viva que penetra o mistério, o ilumina e aquece, abrandando-lhe a fereza e cativando-lhe a alma esquiva.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 134

rosas de papel


«A loucura visitou-o, tapando-lhe a boca.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 131
«Nietzche nunca saiu dos limites do seu ser. As suas dúvidas eram mensageiras das suas mágoas.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 131

''passado sonolento''



«(...), quando alguém traz a verdade ao homem, este volta-lhe as costas, deixando-o pregar às pedras e aos mortos ( o cadáver de que fala Zarathustra era um desses mortos - um feixe de prejuízos e preconceitos); 2ª., um bobo, um truão, um intrujão qualquer conquista os aplausos da turba que clama e esbraveja contra os que lhe explicam o sentido da vida - a mentira que mata superior à verdade que salva - 3ª., o único remédio para remir os povos da sua miséria está em ouvir a lição do superhomem ensinada por Zarathustra - a elevação do homem pela virtude do seu génio contra os homúnculos que o humilham.»




Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 128
«O «meio» faz o cidadão e o cidadão aprende a ser determinado.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 126

«Portugal cultivou a terra para ser justo e forte, mas, apenas se entregou ao mar, rendeu-se às flutuações da Fortuna.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 124
«O problema do eu era para ele um problema de ideias: no princípio da sua carreira literária, buscava-as no estudo febril e na reflexão, a-fim-de se descerrar o seu horizonte. Mais tarde, quando as primeiras grandes desilusões o saltearam, as ideias nasciam-lhe na sua intimidade dolente e com elas cuidava de reconhecer o mundo e os enganos em que andara perdido.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 124
Powered By Blogger