«O Vieirinha reflectia profundamente nos acontecimentos e apetecia-lhe chorar. Não um choro íntimo, discreto, de sóbria mas contrita penitência - mas um choro por assim dizer de exortação.»
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domingo, 11 de maio de 2014
«O dinheiro compra a mulher, mas não a prende a nós, percebeste tu? Não compra a simpatia.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 65
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 65
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domingo, 27 de abril de 2014
imaginava os abismos de beleza que o vestido escondia
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 57
«(...) o vermelho da flor punha ali uma nódoa de sangue ou talvez de provocação desesperada.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 57
«O lavrador era um homem de neuras, vário como um catavento, intempestivamente generoso e intempestivamente agreste, e vestia quase sempre um capote, mais leve ou pesado consoante lho permitiam as estações, que por certo se tornava indispensável para lhe dar majestade. Fazia um jeito ao corpo, em ar de dança, e as abas do capote acompanhavam a ondulação dos movimentos, fazendo sobressair o que, nesses gestos, havia de orgulho e desdém.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 51
«(...) no tom amistoso do diálogo disfarçava-se muito despeito.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 51
domingo, 23 de março de 2014
« - Não preciso de esmolas! - disse o vadio, com uma dignidade que o emocionou a si próprio.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 46
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 46
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«Entre as pessoas letradas da vila contava-se que D.Quitéria, numa das recepções do paço episcopal, discutira em voz alta com outra senhora o emprego do há e do hão; D. Quitéria, por fim, pretendera esmagar a rival com exemplos concretos:
-Então a senhora diz «há coisas» ou «hão coisas»?
-«Há coisas», evidentemente.
-Pois diz mal. «Coisas» é plural.
Contava-se que o bispo, ao ouvir o remate da conversa, concluíra para um abade que o acompanhava:
-É estúpida, mas coerente.
E era, de facto.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 45
-Então a senhora diz «há coisas» ou «hão coisas»?
-«Há coisas», evidentemente.
-Pois diz mal. «Coisas» é plural.
Contava-se que o bispo, ao ouvir o remate da conversa, concluíra para um abade que o acompanhava:
-É estúpida, mas coerente.
E era, de facto.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 45
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«Cada um possuía uma intimidade de que ele era afastado. A sua alma, vazia de alegrias e sofrimentos, era afinal corroída pelo isolamento.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 42
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 42
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«Dias lentos! Dias que pediam repouso e eternidade, sono e independência, tudo menos compromissos.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 33
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«A tontinha da Alice estava ansiosa e fascinada. E, na verdade, seria engraçado domesticar um rato; mas que anos de paciência uma tarefa dessas exigia!»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 33
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«Bem: à falta de um bom espectáculo, com o gato, o vadio pôs essa coisinha arrepiada na palma da mão e logo sentiu o quanto era excitante ter uma vida fechada num capricho, mesmo tratando-se apenas de um frágil ratinho, tão miserável que bastaria um gesto para o sufocar. O coração do Barbaças, porém, não era o de um carnívoro: em vez de violências, afagou o ingénuo prisioneiro, sob a vigilância de Alice, vigilância que, de tão ardente, era aflitiva, poisando-o depois cuidadosamente na clareira de sol, enquanto procurava à volta, e um pouco à toa, qualquer coisa que pudesse fazer um ratinho feliz: migalhas, restos de bolota, talvez caracóis. Qual seria o manjar mais do apetite de um rato daquela idade? Trigo, alface? Que baralhada! A convivência do Loas fazia-lhe a cabeça parva.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 31/2
Alice
«Alice estava deitada sobre a grama, o rosto ávido apoiando-se num cotovelo, num silêncio fascinado, devorando o rato com o seu pasmo. Alice e um ratinho parvo, à espera que um bichano lhe viesse roer o pêlo sedoso e os tenros ossos!»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 31
«(...) um sujeito relaxado como ele, que ainda não se civilizara o bastante para se mostrar humilde»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 29
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«Barbaças sentiu fieiras de agulhas espetarem-lhe as entranhas. Estava angustiado. Aquele Loas falava de defuntos e de diabos como quem se refere a companheiros de taberna!»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 28
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 28
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segunda-feira, 10 de março de 2014
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