«Entre as pessoas letradas da vila contava-se que D.Quitéria, numa das recepções do paço episcopal, discutira em voz alta com outra senhora o emprego do há e do hão; D. Quitéria, por fim, pretendera esmagar a rival com exemplos concretos:
-Então a senhora diz «há coisas» ou «hão coisas»?
-«Há coisas», evidentemente.
-Pois diz mal. «Coisas» é plural.
Contava-se que o bispo, ao ouvir o remate da conversa, concluíra para um abade que o acompanhava:
-É estúpida, mas coerente.
E era, de facto.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 45