domingo, 23 de março de 2014

«Entre as pessoas letradas da vila contava-se que D.Quitéria, numa das recepções do paço episcopal, discutira em voz alta  com outra senhora o emprego do há e do hão; D. Quitéria, por fim, pretendera esmagar a rival com exemplos concretos:
-Então a senhora diz «há coisas» ou «hão coisas»?
-«Há coisas», evidentemente.
-Pois diz mal. «Coisas» é plural.
 Contava-se que o bispo, ao ouvir o remate da conversa, concluíra para um abade que o acompanhava:
 -É estúpida, mas coerente.
E era, de facto.»


Fernando NamoraO Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 45
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